Devocionais da semana 14-20 de abril de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 14/04: O julgamento do pecado
na igreja
Leitura Diária: I Coríntios 6:1-3
O Apóstolo Paulo fica sabendo de um caso
de fornicação dentro de uma família da igreja em Corinto, então ele faz uma
advertência muito grave para aquela igreja, e que serve de advertência para a
Igreja em todos os séculos.
O problema com a Igreja de Corinto é que
ela nada fez para solucionar o pecado, e por isso ele ordena que haja
tratamento e disciplina, e diz que a impunidade não é sinônimo de amor, graça
ou misericórdia. Sempre devemos nos atentar que um pouco de fermento leveda
toda a massa. Exortando-os, ele diz que não procurem fazer sociedade ou amizade
íntima com pessoas imorais, que fingem amar a Deus, mas que continuam a
praticar coisas do passado pecaminoso, e muito menos com perverso, que amam a
prática de tais atos.
Agora, no capítulo 6 desta primeira
carta para aquela igreja, o Apóstolo nos ensina a resolver questões divergentes
entre os irmãos, e nos adverte que não devemos levar o próximo a justiça comum,
mas antes, procurar resolver na igreja, como cristãos. Alguns cristãos de
Corinto estavam levando acusações contra outros crentes perante juízes
seculares em vez de convocá-los a se apresentar diante de árbitros competentes
dentro da igreja. Ele os lembra que, como seguidores de Cristo, são chamados a
ser pacificadores e a colocar as necessidades dos outros antes das suas
próprias. Além disso, ele enfatiza a importância do perdão e da reconciliação
dentro da comunidade cristã.
Ao levarem seus conflitos aos tribunais
romanos, aqueles irmãos, consequentemente, expunham o cristianismo ao ridículo
ao contenderem em público. Sua incapacidade de resolver suas discussões
pessoais ilustrava as divisões exacerbadas na igreja. O apóstolo queria
esclarecer várias ideias importantes aos coríntios: o litígio público era uma
vergonha para uma congregação cristã; as discussões pessoais deveriam ser
resolvidas dentro da igreja; o fato de existirem contendas indica derrota
espiritual; e todas as injustiças, como as contendas, deveriam ter sido
superadas quando os coríntios se tornaram cristãos.
Ele ainda sugeriu que, se os cristãos
haveriam de julgar com Cristo em Seu futuro Reino (Mt 19:28), então deveriam se
conscientizar de sua própria autoridade como corpo judicial, e eles tinham
competência para julgar esses casos.
Segunda-feira, 15/04: O prejuízo
espiritual para a Igreja.
Leitura Diária: I Coríntios 6:4-8
Paulo apresenta o problema da jurisdição
legal dizendo que os juízes inferiores, o que representa os juízes não cristãos
desta terra, não estão qualificados para se assentarem entre aqueles que julgam
o mundo, porque eles não foram justificados, nem lavados, nem santificados, ou
seja, eles não têm o Espírito Santo, o Espírito da sabedoria, para compreender
as coisas de Deus, portanto, são incapazes de compreender as coisas espirituais
para julgar aqueles que são espirituais.
É melhor ser vítima de injustiça do que
causá-la e ainda criar litígios, o que é uma completa derrota. O grande
problema é que, embora a igreja mesma, tivesse capacidade para julgar os casos,
os coríntios levavam suas contendas ao tribunal pagão para que os juízes de lá
decidissem os casos. Mas, o pior de tudo era que aqueles irmãos faziam
acusações levianas e até desonestas uns contra os outros. Paulo sugeriu que era
melhor o indivíduo sofrer o dano causado por uma das pessoas desonestas do que
desonrar seu testemunho cristão diante de pagãos.
A questão é mais devastadora, pois era,
provavelmente, aqueles que estavam pressionando disputas legais, os mesmos
membros da classe alta da comunidade que afirmavam possuir uma sabedoria
filosófica mais elevada. A pergunta de Paulo é: “Se vocês são tão “sábio”, por
que vocês não podem resolver suas diferenças entre si mesmos ao invés de ir
para as autoridades fora?”, o recorrer à arbitragem fora prova o ponto que eles
não eram o que diziam ser.
O pior de tudo, porém, é o fato de que
tal litígio coloca “irmão... contra irmão”, e isso não faz de ninguém vencedor,
visto que toda a igreja perde e os indivíduos envolvidos perdem, mesmo que
ganhem seus casos. Por quê? Porque toda contenda na igreja somente traz
dissabor e prejudica todo Corpo de Cristo.
Terça-feira, 16/04: Santificados pelo
Espírito Santo.
Leitura Diária: I Coríntios 6:9-11
Os cristãos não devem se deixar enganar
pensando igual aos juízes incrédulos em seus vereditos acerca de pecados, pois
suas decisões corretas, e seus pensamentos dentro da Palavra de Deus,
conseguirão produzir justiça dentro da igreja. Devemos, como cristãos
lembrarmos que pecado é sempre pecado, e os que praticam tais atos serão
deixados de fora e não poderão herdar o Reino de Deus. Somente os cristãos, que
foram lavados, santificados, e justificados, são capazes de julgar pecados
corretamente.
Os coríntios também deveriam usar esta
admoestação para perguntar a si mesmos se, por acaso, seu comportamento estava
parecendo com o dos “perversos” ou com o dos “lavados, santificados e
justificados”. Tragicamente, os cristãos, às vezes, enganam-se ao pensar que
Deus não requer que levem uma vida reta. Paulo enfatizou que os tipos de
pessoas listados nestes versículos não herdarão ou possuirão o Reino de Deus.
Ele usou três termos para descrever a conversão dos coríntios. O tempo de todos
os verbos indica uma ação no passado que está completa: Lavados, significa
espiritualmente purificados por Deus; Santificados, significa separados como
povo de Deus; e Justificados, significa declarados justos por Deus por causa da
obra de Cristo na cruz.
Isso não significa de forma alguma que
Paulo está apenas fazendo jogos retóricos. Seu ponto é bastante sério: os que
estão na igreja são chamados a agir com retidão e abandonar os modos do mundo.
A questão não é apenas que eles devem
abster-se de litígios porque compromete seus próprios interesses de longo
prazo. Em vez disso, ele insiste que tal conduta é fundamentalmente
incompatível com a verdadeira identidade em Cristo do cristão. Como membros da
igreja, que é o Corpo de Cristo, eles foram transferidos para uma nova
realidade e dada uma nova identidade sob o senhorio de Jesus Cristo.
Aqui temos uma lista de tipos de pessoas
que não herdarão o reino, pois, não pertencem ao Corpo, e essa lista repete as
seis ofensas já estabelecido em 5:11 como exigindo a exclusão comunitária
dessas pessoas: fornicadores, idólatras, avarentos, bêbados, maldizentes,
roubador (desonesto nos negócios); e acrescenta mais quatro categorias:
adúlteros, ladrões (que furtam as coisas), prostitutos e sodomitas.
Para justificar o pecado que hoje em dia
teima em entrar dentro da igreja, tem havido muito debate recentemente sobre a
interpretação correta das palavras “efeminados e sodomitas”, mas o primeiro
termo (malakoi) significa literalmente “macios”, e se refere a prostitutos do
sexo masculino, que eram jovens rapazes que se tornavam parceiros passivos em
relacionamentos pederastas; e também se refere aos travestis, e homens que se
portam como mulheres; ainda tinha um sentido
mais amplo, como “maricas”.
A segunda palavra (arsenokoitai), no
entanto, é um termo geral para os homens que se envolvem em relações do mesmo
sexo, seja como parceiro ativo ou passivo. Embora os arsenokoites não apareça
em nenhum lugar na literatura grega antes do uso de Paulo, e é, evidentemente,
uma tradução em grego do termo rabínico padrão para “aquele que se deitar com
outro homem, como com uma mulher” de Lv. 18:22.; 20:13, Paulo aqui repete a
condenação judaica padrão para a conduta homossexual que, segundo a lei de
Moisés, era uma “abominação”, exigindo a pena de morte. Assim, não é de
estranhar que Paulo iria vinculá-lo com os outros itens em sua lista anterior
de 5:11, os quais também, de acordo com o Antigo Testamento, demandava ao
infrator ser executado.
Porém, Paulo, de acordo com a prática
judaica de seu dia a dia, tinham reinterpretado estes textos para exigir o
banimento da comunidade, em vez da pena de morte literal. O que significa que
essas pessoas estão mortas espiritualmente e não podem ser parte do Corpo de
Cristo que é constituído somente por pessoas que receberam vida em Cristo.
Quarta-feira, 17/04: Nem todas as coisas
convém.
Leitura Diária: I Coríntios 6:12-14
O Apóstolo Paulo aborda ainda questão
dos alimentos sacrificados aos ídolos. Ele lembra aos coríntios que os ídolos
não têm existência real e que não é pecado comer alimentos que foram
sacrificados a eles. No entanto, ele também os adverte contra o fazer outros
tropeçarem por comerem tal alimento na presença deles, e enfatiza a importância
de considerar a consciência dos outros e evitar qualquer ação que possa
levá-los a pecar.
Diante de tudo isso, ele apresenta um
conceito muito elevado sobre o corpo humano como algo criado por Deus Pai,
resgatado por um alto preço, e redimido para o serviço de Cristo, o Filho, e
transformado em templo de Deus por meio do Espírito que nele habita. Assim, o
Deus trino está envolvido naquilo que fazemos com nosso corpo.
Chamamos o espaço onde a igreja se reúne
de santuário, e na verdade, nós somos santuário de Deus, Seu templo. Que
diferença faria se vivêssemos com essa consciência! Nosso corpo não é depósito
de lixo. Ele é um templo!
“Todas as coisas me são lícitas” era um
lema que os coríntios haviam forjado para justificar sua conduta imoral, e
usando esse lema, Paulo fez com que eles se lembrassem de que o fato de estarem
livres das leis cerimoniais de Moisés não lhes dava licença para pecar ou se
entregar ao próprio egoísmo. Isso só iria escravizá-los no pecado do qual Jesus
os havia libertado. O único poder que nos deveria controlar é o Espírito Santo.
A iniquidade nunca deveria dominar nossa vida, porque o Espírito nos capacita
para lutar contra a tentação.
A salvação nunca pode ser entendida como
fuga do mundo físico ou como a fuga da alma para o céu, pois vivemos aqui,
apesar de não sermos deste mundo. Mas, em vez disso, a ressurreição do corpo é
um elemento integrante da história cristã, e faz parte da nossa esperança
futura.
Aqueles que vivem dentro dessa história,
então, devem entender que o que eles fazem com seus corpos no tempo presente é
uma questão de preocupação urgente que afeta nossa esperança eterna.
Quinta-feira, 18/04: Não pertencemos a
nós mesmo.
Leitura Diária: I Coríntios 6:15-17
Os cristãos não pertencem a si mesmos,
pois são “corpos” do Senhor. No mundo romano, “corpo” geralmente denotava um
escravo que pertencia a um dono ou senhor. Na verdade, “o corpo é escravo” do
Senhor, e fazendo um jogo de palavras, o Apóstolo Paulo disse que o corpo não
foi feito para a imoralidade sexual.
Voltando a esse tema o Apostolo adverte
os coríntios contra o envolvimento em atos sexuais fora do casamento,
lembrando-os de que seus corpos são templos do Espírito Santo e que foram
comprados por um preço. Ele enfatiza que a imoralidade sexual é um pecado
contra o próprio corpo e que tem inevitavelmente consequências espirituais. Ele
exorta os coríntios a fugir da imoralidade sexual e, em vez disso, buscar a
santidade e a justiça.
Diante isso, nos dirá que não devemos
fazer tudo o que queremos, ao contrário, nossas atitudes devem ser guiadas pela
Palavra e pelo Espírito de Deus.
Sexta-feira, 19/04: Nosso corpo é para a
Glória de Deus.
Leitura Diária: I Coríntios 6:18-19
A imoralidade sexual é única entre os
pecados por ser uma transgressão contra o corpo, atacando assim a santidade da
sagrada união do cristão com Cristo, que foi selada pelo Espírito Santo, que
está em nós; e afeta também a unidade do matrimônio que é santificado por Deus.
O ponto é que os corpos dos cristãos são
vasos santos, comprados por um preço pelo Filho de Deus. Por esta razão, os
cristãos não têm direito de fazer com seu corpo tudo aquilo que desagrada ou
não glorifique ao Senhor.
“Todo pecado que o homem comete é fora
do corpo”, e isso era outro lema usado pelos coríntios para justificar sua
imoralidade, mas, Paulo mostrou que o contrário é verdadeiro: o pecado sexual é
cometido contra o corpo, não fora dele, e por isso os crentes devem fugir de
qualquer tentação de ceder a esse desejo da carne.
A glória de Deus, por intermédio do
Espírito Santo, habita em cada cristão (Jo 14:16-17) e, consequentemente, em
toda a igreja.
E, assim como os sacerdotes do Antigo
Testamento não poupavam esforços para manter o santuário puro para a presença
de Deus, todo cristão também deve cuidar com diligência de seu corpo, que é o
templo do Espírito Santo, para honrar o Senhor e à Igreja.
Sábado, 20/04: Chamados para a
santidade.
Leitura Diária: I Coríntios 6:20
Vimos nesta semana, em nossas
devocionais, que este capítulo 6 de I Coríntios é um chamado à unidade e
santidade dentro da Igreja. Paulo encoraja os coríntios a resolver suas
disputas dentro da Igreja e a priorizar o perdão e a reconciliação. Também enfatiza
a importância da pureza sexual e adverte contra o envolvimento em qualquer
forma de imoralidade sexual. Finalmente, ele nos lembra da importância de
considerar a consciência dos outros e evitar qualquer ação que os faça
tropeçar.
“Fomos comprados por bom preço”, e isso
se refere a alguém que está comprando um escravo em um leilão. Com Sua morte,
Jesus Cristo pagou o preço para nos resgatar da escravidão do pecado (Ef 1:7; I
Pe 1:18,19).
Ele conclui com o imperativo
“glorificai, pois, a Deus no vosso corpo”. Em outras palavras, use seu corpo
para que outras pessoas possam ver que você pertence a Deus. O corpo de um
crente contém outro inquilino que não o seu espírito humano; uma presença
divina está dentro dele, ao mesmo tempo a glória e o poder de Deus. E essa
presença Divina confere uma santidade indizível ao seu corpo, e por isso o
crente deve buscar sempre uma consagração a Deus.
Os impulsos do Espírito interior que em
nós habita, pedem nossa cooperação; não podemos estabelecer limites para a
consagração de Deus no corpo do cristão, porque Ele fez tal santuário para
habitar.
O primeiro elemento essencial para
glorificarmos a Deus em nosso corpo é que o consideremos com reverência. Esse é
o uso que Paulo está fazendo aqui do fato de que o corpo do crente, igualmente
com o espírito, é redimido; que, igualmente com o espírito, é uma esfera do
serviço Divino. A irreverência para o corpo, a desconsideração de todas as suas
nobres capacidades, e os fins para os quais pode ser feito para ministrar,
estava intimamente ligada ao pecado da impureza, que o apóstolo está
repreendendo.
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