Devocionais da semana 28/04 - 04/05/2024

 Devocionais da Semana

Domingo, 28/04: Orgulho e soberba levam ao erro.

Leitura Diária: I Coríntios 8:1

O Apóstolo Paulo aconselha os cristãos sobre as tribulações e como atravessá-las. Mas, ele também trata de questões de relacionamento, matrimônio, como os maridos, esposas, solteiros e virgens deveriam viver e agradar a Deus através de seus comportamentos.

Ele entende que os conselhos sobre os problemas da época, diferentes de nosso tempo, deveriam levar a igreja de Corinto a entender e a obedecer a vontade de Deus. Mas, ele precisa ainda continuar a falar sobre assuntos delicados, e neste capítulo 8 vamos encontrar uma abordagem sobre os alimentos oferecidos aos ídolos, e como os crentes deveriam lidar com esta situação. Também vemos mais conselhos de como que a igreja deve permanecer unida e nada, ou qualquer assunto, pode atrapalhar um bom relacionamento entre os irmãos.

A contribuição espiritual deste texto é extraordinária, o ser humano é religioso por natureza e as verdades ditas aqui, ajudam o cristão a escolher e liberdade em Cristo, ao invés das prisões do pecado. Durante toda esta carta, o Apóstolo passa orientações sobre diversas áreas para os seus leitores: Casamento, família, litígio, sabedoria, liberdade, profecias, idolatria e muitos outros temas relevantes para o cristianismo. Desta forma, vemos que ele destaca os alimentos sacrificados aos ídolos como sendo um problema sério que deve ser tratado pela igreja. Este trecho é muito usado em pregações, pois apesar de falar de alimentos e sacrifícios a ídolos, podemos entendê-lo sobre liberdade e conduta cristã, doutrina cristã em geral.

Uma curiosidade bíblica deste trecho é que quando Paulo começa com as palavras “no que se refere”, isso indica que ele estava respondendo a questionamentos dos coríntios, provavelmente enviada na carta daqueles irmãos com diversos questionamentos sobre a vida cristã.

O termo “coisas sacrificadas a ídolos” indica as partes que não eram utilizadas nos sacrifícios. Os pagãos ofereciam animais em sacrifício aos seus ídolos e o que não era utilizado no ritual era vendido nas feiras públicas.

Às vezes, eles ofertavam estes produtos em seus eventos e festas, pois, se a oferta fosse particular, o ofertante ficava com os restos e fazia o que bem entendia. Paulo questiona, portanto, o cristão comprar dessa carne, ou consumi-la em um banquete, por exemplo. Mas, também era tradição dos coríntios jantar em templos pagãos, que eram centros de atividade cívica, e costumavam levar as sobras para casa e servir como porções para visitantes. Por isso o questionamento era se os cristãos podiam comer coisas oferecidas aos ídolos quando se reclina “para comer” em um templo pagão, “sentado à mesa no templo dos ídolos”, ou festejassem em uma casa que admitisse tais alimentos, ou ainda quando estivesse visitando a casa de um pagão. Porém havia ainda o problema da venda desses produtos, pois, parte do animal era dada aos sacerdotes oficiantes, que vendiam a carne, e eram encontradas nos mercados públicos.

Talvez os coríntios tenham se vangloriado de sua “sabedoria” na carta que enviaram a Paulo, por isso é que ele acrescenta no versículo uma, quase que sarcástica, expressão “sabemos”. O orgulho e a superestima da opinião de um ser humano, bem como a falta de amor para com outros leva ao erro.

 

Segunda-feira, 29/04: Equilíbrio entre conhecimento e amor.

Leitura Diária: I Coríntios 8:2-3

Paulo oferece dois princípios dirigentes: Primeiro, o conhecimento em si torna as pessoas arrogantes, porém o amor edifica os crentes; Segundo, não somos aprovados por Deus por nosso conhecimento; pelo contrário, o cristão é conhecido por Deus por seu amor para com Ele. Este é o conhecimento que mais importa. Desta forma, nenhum cristão deve permitir que seu conhecimento, relativamente não importante, se torne um motivo de arrogância.

É necessário que tenhamos equilíbrio entre conhecimento e amor, reconhecer a tensão entre eles é de suma importância para a vida cristã. Embora o conhecimento seja valioso, deve ser equilibrado com amor e consideração pelos outros. Evite usar o seu conhecimento ou liberdade em Cristo como licença para desconsiderar os sentimentos ou convicções de outros crentes. Entenda que você tem liberdade em Cristo, mas essa liberdade deve ser exercida com responsabilidade e consideração pelo bem-estar dos outros. A liberdade não é uma desculpa para comportamentos que possam prejudicar os outros, espiritual ou emocionalmente.

Esse é o motivo do porquê Paulo condena o orgulho pelo conhecimento intelectual que leva ao desprezo e à negligência pelos menos instruídos. A pessoa orgulhosa por seu conhecimento, a ponto de desprezar os outros e ignorar suas necessidades, demonstra que ainda não aprendeu o princípio do verdadeiro conhecimento. Aquele que é verdadeiramente instruído é humilde, modesto e se preocupa com os demais, não é orgulhoso e não desconsidera a felicidade dos outros.

Quem não usa o conhecimento para contribuir para felicidade e o bem-estar de outros prova que desconhece um dos propósitos fundamentais do conhecimento, que é o bem geral da humanidade. Assim como um avarento acumula riquezas e não faz o uso delas para abençoar e ajudar outros, quem não reconhece a responsabilidade que a aquisição de conhecimento traz, pisa nos interesses dos outros ao redor. Seu conhecimento será usado em benefício próprio, a despeito da necessidade das pessoas em geral. Isso tem sido visto repetidamente na história do mundo.

O saber, como a luz do sol, não tem valor a menos que ilumine a Terra. Os seres humanos devem sempre se lembrar de que é Deus quem lhes dá a capacidade de adquirir conhecimento, e é seu dever como mordomos do Senhor usar esse dom em benefício do próximo (Pv 2:1-6; Tg 1:5). Somente os que conhecem o amor e o colocam em prática é que possuem conhecimento verdadeiramente útil, como o próprio Apóstolo diz em I Co 13:2, este versículo ensina que conhecimento sem amor é nada, pois não considera o que é mais necessário, a saber, a aplicação correta do conhecimento em favor do próximo.

A resposta de Paulo dizendo que os cristãos tecnicamente têm o direito de comer coisas oferecidas em sacrifício aos ídolos pode nos surpreender, mas o raciocínio faz sentido: os ídolos não existem e só existe um Deus. Contudo, o conselho de Paulo não termina nesse texto, ele destaca a importância de considerar a consciência dos crentes mais fracos que podem ser sensíveis a certas práticas. A aplicação na vida é demonstrar amor e respeito pelos irmãos na fé, sendo sensíveis às suas convicções e evitando ações que possam levá-los a tropeçar.

A prioridade aqui é o amor como princípio orientador em nossas interações com irmãos crentes. O amor deve moldar nossas decisões, atitudes e ações. Procure maneiras de demonstrar amor e edificar o corpo de Cristo. Proteja-se contra o legalismo, que pode levar a uma adesão rígida às regras e regulamentos. Em vez disso, concentre-se num coração transformado pelo amor a Deus e aos outros, o que naturalmente o levará a uma vida justa.

 

Terça-feira, 30/04: Só há um Deus. 

Leitura Diária: I Coríntios 8:4-6

Paulo está dirigindo as palavras aos crentes que não se incomodavam com o fato de comer a carne que havia sido oferecida aos ídolos. Embora os ídolos fossem falsos, e as cerimônias pagãs de sacrifício, algo sem sentido, comer tal carne ofendia a consciência de alguns cristãos. Então ele diz que os crentes maduros deveriam evitar comer a carne oferecida aos ídolos se isso ferisse a consciência dos cristãos mais fracos.

Preste atenção à sua própria consciência e convicções, e esteja disposto a examinar suas crenças e práticas à luz da Palavra de Deus. Se a sua consciência o convence sobre uma determinada ação, leve-a a sério e busque orientação nas Escrituras e em crentes maduros.

No texto grego, a palavra “nada” é enfática, destacando que o ídolo é absolutamente nada. O ídolo é apenas madeira, pedra ou metal sem vida, e não tem existência de fato no céu nem na Terra. Deve-se considerar que a palavra “ídolo” não se refere apenas à imagem, mas ao deus que supostamente representa, por isso é que a declaração do Apóstolo nega a existência desse deus. A crença de que divindades habitam nos ídolos fabricados é apenas uma fantasia da mente dos adoradores.

Os pagãos criam que o céu e a Terra eram habitados por deuses e senhores de níveis e poderes diferentes, mas eram apenas divindades imaginárias, e os cristãos, pela sabedoria dada pelo Único e Verdadeiro Deus, sabem que há apenas Um, então ele apresenta a grande verdade de que Deus, e apenas Deus, trouxe “todas as coisas” à existência, e que fez isso por meio do Filho Jesus Cristo.

Aqui temos algo muito parecidos com Malaquias 2:10, é uma explicação importante, pois, ainda que não existam ídolos, ou deuses, existem pessoas que acreditavam nisso e ao verem cristãos se alimentando desses banquetes, poderiam acreditar que estavam participando do culto a esses deuses pagãos.

 

Quarta-feira, 01/05: Sendo unidos com pensamentos diversos.

Leitura Diária: I Coríntios 8:7

Existe diversidade de crenças e práticas dentro da comunidade cristã, e precisamos entender essas diferenças, pois, existem crentes que podem ter convicções diferentes sobre assuntos não essenciais. O que não pode haver são as diferenças entre assuntos primordiais da doutrina cristã.

A unidade pode existir em meio à diversidade quando o amor e o respeito estão presentes. Havia alguns na igreja de Corinto que não consideravam o alimento oferecido a ídolos como alimento comum, embora não mais cressem na existência de ídolos. Como resultado do hábito de anos, eles não conseguiam se dissociar por completo do passado. Compartilhar desse alimento os colocavam de forma vívida no seu antigo contexto, uma situação além do que podiam suportar.

 

Quinta-feira, 02/05: Tendo a consciência pura.

Leitura Diária: I Coríntios 8:8

A liberdade cristã jamais deve ser ostentada ou usada sem o devido cuidado. Os cristãos de Corinto precisavam ter consciência de que alguns entre eles, ainda conscientes do ídolo e de consciência fraca, poderiam ser prejudicados ao ver cristãos comendo alimentos associados a ídolos. Pense em como suas ações podem edificar a si mesmo e edificar outros na fé. Em vez de causar divisão ou confusão, esforce-se para ser um incentivo e uma fonte de crescimento espiritual para seus irmãos cristãos.

O favor de Deus não depende do uso ou abstenção de alimento oferecido a ídolos. Deus vê o coração e leva em conta os pensamentos e motivações que impulsionam as ações. A adoração a Deus é espiritual e não se baseia em questões dessa natureza. Não é recusando-se a comer esse tipo de alimento que os crentes aumentam seu valor moral ou sua excelência.

 

Sexta-feira, 03/05: Não ser pedra de tropeço.

Leitura Diária: I Coríntios 8:9-10

Quando confrontado com situações em que diferentes convicções se chocam, procure a sabedoria e a orientação de Deus através da oração. Peça discernimento ao tomar decisões que honrem a Deus e promovam a unidade. Mostre pelo exemplo como usar a sua liberdade em Cristo sem causar danos aos outros ou comprometer a sua própria fé.

Conhecer a verdade sobre os ídolos não constitui em si uma desculpa ilimitada para satisfazer o apetite sem considerar a influência desses atos sobre os outros. Em muitas circunstâncias, o cristão tem o direito ou autoridade de fazer algo, mas não é sábio, nem cortês para com os demais, exercer esse direito de forma indiscriminada

Qualquer coisa que faça com que o outro se desvie do caminho da verdade e cometa pecado deve ser evitada ao máximo pelo crente, mesmo que seja conhecedor da verdade. O cristão deve sempre se lembrar de que é guardião de seu irmão. Seu dever é viver de modo tal que nenhum ato ou palavra desvie alguém da harmonia com a vontade de Deus. Conveniência e inclinação pessoal não deve ser a principal preocupação, mas sim o efeito de seus atos sobre os demais.

Paulo diz ainda que os sacrifícios a ídolos são aceitos pelos demônios, portanto, comer esse alimento não é tão inofensivo como julgavam os coríntios. Ele explica que, pouco a pouco, a consciência de um cristão “fraco”, ou novo na fé, pode ser enfraquecida, e ressalta que tal pecado é considerado contra o próprio Cristo, pois todo cristão é unido a Jesus.

 

Sábado, 04/05: Buscar edificação do corpo de Cristo.

Leitura Diária: I Coríntios 8:11-13

Se um irmão fraco visse um cristão bem instruído jantando em um templo dos ídolos, ele poderia atribuir importância religiosa a isso e ficar confuso quanto à fidelidade a Cristo. A autolimitação dos cristãos mais maduros protege a fidelidade a Cristo dos novos crentes, principalmente em ambientes abertamente pagãos como Corinto.

Portanto, vemos em todo esse capítulo que os cristãos em Corinto estavam preocupados com a maneira que era tratada os alimentos que eles consumiam no dia a dia, sabendo que antes de ser vendidos, eram oferecidas aos ídolos e muitos não sentiam paz ao consumi-las. A fim de tranquilizá-los, Paulo escreve mostrando que o ídolo nada é, que o ídolo não existe. Pensando assim, a comida está sendo oferecida ao nada. Fica claro na instrução bíblica que o alimento não nos aproxima ou afasta mais de Deus, mas sim a vida em Jesus, que entregou a si mesmo pelos nossos pecados. Jesus é a causa única da nossa aproximação ou separação. Contudo, se não houver paz de consciência, é melhor a abstinência.

A liberdade cristã não significa que tudo seja permitido. Significa que a nossa salvação não é obtida pelas boas obras ou regras legais; ela é o dom gratuito de Deus (Ef 2:8,9). A liberdade cristã, então, está inseparavelmente ligada à responsabilidade cristã. Os novos crentes são frequentemente muito sensíveis ao que é certo ou errado, ao que devem ou não fazer. Algumas ações podem ser perfeitamente corretas para nós, mas podem prejudicar um irmão ou irmã que ainda seja novo na fé e esteja aprendendo no que consiste a vida cristã. Devemos ter cuidado para não ofender alguém mais sensível, por causa do nosso exemplo, que seja um novo convertido ou fraco na doutrina bíblica, levando-o a pecar. Por amarmos os outros, nossa liberdade deve ser menos importante para nós do que o fortalecimento da fé de um irmão em Cristo.

Em seu conselho, Paulo deixa nítido o amor ao próximo e o poder da ressurreição de Jesus sobre qualquer tipo de superstição ou religiosidade. O poder do sangue de Jesus é inigualável e uma vez libertos, não podemos permitir que nada nos torne prisioneiros novamente.

Este capítulo nos ensina a navegar em questões de consciência e liberdade com amor, respeito e sensibilidade às convicções dos outros. Enfatiza que o conhecimento e a liberdade em Cristo devem sempre ser temperados pelo amor pelos irmãos crentes e pelo desejo de unidade e edificação da igreja.

“Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.”

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