Devocionais da semana 07-13de abril de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 07/04: A imoralidade na igreja
Leitura Diária: I Coríntios 5:1-3
Vimos até aqui na primeira Epístola do
Apóstolo Paulo aos Coríntios que ele se apresentou a Igreja e os ministros que
com ele estavam como sendo servos de Jesus Cristo, na expansão do evangelho.
Ele ensinou que para Deus não há diferenças entre seus filhos e servos, todos
estamos debaixo da poderosa e graciosa vontade d’Ele, não há distinção de cor,
posição social, conhecimento ou capacidade. Ele e seus companheiros passaram
por diversas adversidades na pregação do evangelho, perseguições, injúrias, calúnias,
mas a missão é maior do que qualquer força contrária.
Este capítulo 5, é uma advertência muito
grave a igreja de Corinto, isso porque havia entre eles um caso de incesto e
nada foi feito para resolver, Paulo então, ordena que os envolvidos fossem
tratados e disciplinados. A impunidade não é sinônimo de misericórdia, por
isso, devemos nos atentar, pois, um pouco de fermento afeta toda a massa. Esse
é o motivo principal do capítulo nos apresentar uma discussão sobre as
imoralidades específicas que o apóstolo passou a ter conhecimento que estava
acontecendo naquela igreja.
O problema aqui gira em torno do
incesto, processos judiciais, e prostituição, mas, tudo se resumia nessa
imoralidade sexual. A expressão “que nem ainda entre os gentios existe” se
refere à lei romana, que dizia que se um filho cometer incesto com sua madrasta
era crime capital em uma colônia romana, exigindo morte ou desterro. Esse
problema era um dos principais que estava causando divisão e escândalo dentro
da Igreja de Corinto. Paulo aborda a situação condenando o homem que estava
cometendo esses atos incestuosos e instrui a Igreja a removê-lo de sua
comunidade. Ele também esclarece que esta ação não visa julgar a salvação
eterna do homem, mas sim proteger a pureza da Igreja e exortar o homem ao
arrependimento.
Aqui há uma ênfase sobre a importância
da pureza dentro da Igreja, é necessário que evitemos, a todo custo, a
imoralidade sexual e todas as formas de pecado. O pecado de um membro pode ter
um impacto negativo em toda a comunidade, assim como o fermento pode levedar
toda a massa. Como seguidores de Cristo, somos chamados a viver vidas santas e
corretas.
Como juiz apostólico, Paulo deu um
“parecer judicial”: expulsar o transgressor, mas com vistas à restauração no
final. Adotando a linguagem de um julgamento legal. Ele usou a expressão mulher
de seu próprio pai, em vez de sua mãe, provavelmente, para indicar que a mulher
era madrasta do transgressor. A falta de disciplina para a mulher implica que
ela não era cristã. A igreja é responsável por disciplinar somente seus
membros, não os incrédulos.
Os coríntios tinham uma visão distorcida
da graça que os levou a se orgulharem de sua tolerância com relação ao homem
que cometia o pecado sexual. Eles acreditavam que, uma vez que a graça de Deus
não tem limites, a liberdade de que todo cristão desfruta também não tem
limites. Isso é uma “teologia” satânica e que está muito mais em evidência em
nossos tempos, com igrejas liberais e que se afastaram das verdades da Palavra
de Deus. Paulo revela seu poder apostólico do qual falou anteriormente. Ele já
havia julgado o pecado e dado à igreja, com a aprovação de Deus, a ordem para
remover o homem da congregação, pois, uma pessoa vivendo em pecado, se
constitui serva de Satanás.
Segunda-feira, 08/04: A autoridade da
igreja
Leitura Diária: I Coríntios 5:4-5
Paulo declarou que o corpo de Cristo
reunido era capaz de julgar o transgressor em nome do Justo Juiz. A perspectiva
legal, neste caso, deve ter o apoio do corpo, da igreja, que tem a autoridade
do Senhor Jesus para tomar uma decisão acerca do pecado. A igreja tem
autoridade para expulsar o culpado de seu meio para destruição da carne
(Mt.18:15-17). Se este homem fosse um cristão verdadeiro, a expulsão para o
domínio de Satanás causaria tormento e talvez arrependimento.
Paulo mostrou ter esperança de
restauração final do culpado com a expressão legal “para que o espírito seja
salvo no determinado dia do Senhor”. Destruição da carne pode referir-se ao ato
de Deus entregar quem cometeu o pecado sexual a Satanás para sua aflição, ou
mesmo morte física. Depois de estar afastado da proteção espiritual da igreja,
o transgressor estaria em condições ideais para reconhecer seu pecado,
arrepender-se e voltar para a igreja.
Os coríntios estavam tão convencidos e
orgulhosos, que ficaram cegos para os pecados mais repulsivos dentro da
comunidade pecados que nem mesmo os pagãos da cidade romana de Corinto iriam
tolerar. Eles deveriam expulsar o transgressor de sua comunhão, mas, precisamos
entender que toda a disciplina da igreja tem como seu principal objetivo a
restauração do pecador.
Terça-feira, 09/04: O fermento leveda a
massa.
Leitura Diária: I Coríntios 5:6
Paulo ligou o problema de ignorar a
disciplina da igreja com a arrogância dentro do corpo de Cristo. A vanglória
dentro do corpo de Cristo faz com que haja tolerância a pecados comunitários,
mas, o fermento da hipocrisia arrogante se havia espalhado por toda a massa dos
coríntios. O contexto para esta passagem é a Páscoa (Ex 12), quando os
israelitas tiravam o fermento de sua casa para se prepararem para a festa. A
retirada do fermento era para lembrar os israelitas de sua rápida partida do
Egito. Eles não tinham tempo para esperar o pão com fermento crescer. A questão
aqui é que um pouco de fermento tem um grande impacto ou influência sobre
aquilo que o contém. A igreja de Corinto estava tolerando o pecado sexual. O
fermento do pecado, embora pequeno no tamanho, era perigoso, pois poderia
espalhar-se pela igreja. Como o câncer, a iniquidade exige uma cirurgia
drástica. Como uma pitadinha de fermento espalhando-se por um pão, o pecado que
não foi questionado pode rapidamente contaminar toda a igreja. Quem cometeu o
pecado sexual tinha culpa, mas toda a congregação também era responsável por
ignorar a desobediência do homem e não exigir que ele prestasse conta, isso nos
lembra do que o próprio Apóstolo escreve em Romanos 1:32. Se não fosse
reprimido, essa transgressão poderia ter levado muitos novos convertidos a
cometerem a mesma imoralidade sexual ou até pior.
Quarta-feira, 10/04: A purificação da
igreja por meio de Cristo.
Leitura Diária: I Coríntios 5:7-8
Fazendo um jogo de palavras com a
expressão Cristo, nosso Cordeiro Pascal, Paulo deu três soluções para esta
arrogância coletiva: Reconhecer o que Cristo, nossa Páscoa, fez para
libertá-los da morte; Reconhecer que Cristo, seu Cordeiro Pascal, os tornou puros,
sem fermento, diante do Senhor; e Lembrar que, ao comemorarem Cristo, seu
Cordeiro Pascal, eles precisavam purificar sua casa da maldade e malícia, para
celebrar com sinceridade e verdade.
O povo judeu devia tirar todo o fermento
de casa ao se preparar para a Páscoa (Êx 12:15), Paulo então faz essa analogia
com a situação daquela igreja, naquele momento; o fermento simbolizava, e ainda
simboliza para nós hoje em dia, a influência poderosa do pecado.
A festa da Páscoa é uma figura de
linguagem para tipificar Cristo, assim como Israel deveria retirar todo
fermento na celebração da Páscoa, os coríntios não deveriam contaminar seu
relacionamento com o Senhor, e deveriam tirar o peado do meio deles.
Quinta-feira, 11/04: A separação da
Igreja.
Leitura Diária: I Coríntios 5:9
Segundo especialistas, Paulo já havia
escrito uma carta anterior aos Coríntios, mas essa carta foi perdida, e então a
proibição da associação com pessoas imorais é coerente com a advertência que
ele faz nessa dita carta, e que se faz entendida aqui quando ele diz: “... por
carta vos tenho escrito”. Esta carta de agora é uma correção de um
mal-entendido resultante daquela carta perdida. Ele havia ordenado aos
coríntios que se afastassem das pessoas imorais, agora ele explica que não se
referia à cultura pagã. Se eles se afastassem totalmente, não poderiam agir no
mundo, mas, o que ele falou naquela carta era sobre a imoralidade no meio
deles. Eles deveriam considerar o pecado entre eles, enquanto tentavam, ao
mesmo tempo, alcançar os perdidos em Corinto.
Sexta-feira, 12/04: Pregar aos perdidos
e tratar os da igreja.
Leitura Diária: I Coríntios 5:10-11
No versículo 10, Paulo instrui os
coríntios a não se associarem com pessoas sexualmente imorais. Esta afirmação
pode parecer dura, mas é um reflexo da importância da santidade e pureza dentro
da igreja. Como crentes, somos chamados a viver uma vida que reflita nossa
identidade como filhos de Deus e embaixadores de Cristo. Ele não estava
proibindo os crentes em Corinto de se misturarem socialmente com os não
cristãos, na verdade, a intenção aqui era dizer: “não se misturem com pessoas
de dentro que vivem como pessoas de fora”, isto é, com cristãos que vivem como
não cristãos. Eles, também, deveriam evitar qualquer cristão professo que fosse
avarento, ou idolatra, ou caluniador, ou beberrão, ou extorquidor.
O “nem ainda comais” pode ser entendido
como um sinal de conivência com o estilo de vida mundano, pois, o comer com os
outros é uma parte fundamental da comunhão e da proximidade; e os irmãos de
Corinto não deveriam ter comunhão com essas pessoas que vivem no engano, e
tentando enganar, dizendo-se cristãos, mas com a vida dominada pelo pecado.
Paulo esclarece que não está dizendo que os cristãos devem evitar o contato com
todos os pecadores, pois isso seria impossível, pois, somos chamados a
influenciar o mundo, e não fugir dele (Mt 5:13-16). Somos agentes de Deus para
levar a luz de Jesus Cristo a um mundo em trevas (Fp 2:14-16; I Pe 2:11-12).
Mas não devemos nos assemelhar a ele de forma alguma.
Sábado, 13/04: A nova vida em Cristo.
Leitura Diária: I Coríntios 5:12-13
Paulo lembra à igreja que eles são uma
nova criação em Cristo e não devem ser colocados sob o jugo dos injustos. Então
ele exorta a igreja a julgar aqueles dentro da igreja que estão se envolvendo
em comportamento pecaminoso, ao invés de deixar o julgamento para aqueles de
fora da igreja. Ele enfatiza que é responsabilidade da igreja responsabilizar
seus membros por suas ações e disciplinar aqueles que não estão dispostos a se
arrepender.
Ele lembra à igreja que o sacrifício de
Cristo os tornou uma nova criação, e eles devem viver de uma maneira que
reflita essa nova identidade, por isso era muito importante que eles deixassem
de lado o antigo modo de vida e abrasassem um novo modo de vida.
É difícil manter a unidade na igreja
quando há conflito e pecado, no entanto, o objetivo da disciplina é a
restauração, não a punição, e que o objetivo final é trazer o ofensor de volta
ao redil.
É muito importante manter a pureza
dentro da comunidade cristã, e a responsabilidade da igreja é disciplinar seus
membros enquanto confia ao Senhor a responsabilidade de julgar o mundo (Mt
13:30). Esses ensinos nos lembram que o arrependimento sincero é o caminho para
a restauração espiritual e o perdão de Deus.
A uma necessidade urgente de buscar a
santidade e a pureza, afastando-se do pecado e vivendo em conformidade com os
princípios do Reino de Deus. É um desafio viver uma vida santa e separada do
mundo, porém, é necessário que cada membro do corpo de Cristo reflita o caráter
de Cristo em tudo.
Esse é um capítulo maravilhoso, pois,
ele revela uma verdade muito delicada que nem todos estão dispostos a aceitar.
Vivemos em uma época tão permissiva que certas atitudes que dantes causavam
espanto, hoje já são consideradas de pouca importância. A exortação é
considerada retrógrada e a repreensão logo é subjugada como um julgamento de
alguém que deveria preocupar-se apenas com a própria vida. Entretanto, a igreja
de Corinto estava tomada pela desunião e pelo mundanismo de uma forma tão
preocupante que sérias providências deveriam ser tomadas a título de urgência.
Ao se referir à igreja em Apocalipse,
Jesus também não economizou palavras ao chamar a igreja de Laodiceia de
“infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap 3:17). Contudo, Sua dura
repreensão é seguida de um conselho e de palavras de amor de um Pai que
repreende a quem ama e não desiste de nenhum de Seus filhos. De igual forma,
Paulo procurava ser um pai espiritual para a igreja primitiva, e bem sabia que
fazia parte de seu dever exortá-la também. Ele não disse que os cristãos devem
cortar relações com os de fora da igreja, pois estes são o alvo de Cristo na
pregação do evangelho, mas, sim, que devemos nos afastar daquele que,
“dizendo-se irmão”, apresenta um comportamento impuro, não confiável.
O maior desafio que este capítulo
apresenta está na sua aplicação prática. Muitas igrejas preferem paz à
santidade, e continuam tolerando o pecado. Tais passagens como a deste
capítulo, bem como de II Tessalonicenses 3:6-15 são mandamentos que Deus nos deu.
Ou rejeitaremos aqueles que retornam ao pecado, ou seremos rejeitados por Deus,
pela nossa desobediência. Tenhamos amor e fé para fazer o que o Senhor exige
para preservar a pureza de seu povo, e sejamos menos tolerantes como o pecado,
seja ele de quem for. Se o que se diz crente não estiver andando conforme a
Palavra de Deus, precisa ser repreendido, e as vezes até mesmo cortado do corpo
de Cristo para que não infecte todo o corpo. Lembrem-se: “Buscai a paz com
todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. (Hebreus 12:14)
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