Devocionais da Semana 31 de agosto à 06 de setembro de 2025
Devocionais da Semana
Domingo, 31/08: Melquisedeque, rei da
justiça.
Leitura Diária: Hebreus 7:1
Temos agora a incrível exegese que
revela como Jesus é sumo sacerdote de uma ordem sacerdotal superior a ordem
levítica. E mostra que o sacerdócio levítico teve fim, mas o de Cristo
permanece para sempre. A Epístola, considera a dignidade da pessoa de Melquisedeque
e a importância do seu sacerdócio, porque era o sacerdócio, o meio de se
aproximar de Deus, e dele dependia todo o sistema. Esse Melquisedeque é uma
personagem típica e característica, como o emprego do seu nome no Salmo 110 o
demostra, era, pois, rei de Salem, quer dizer rei de paz, e, pelo seu nome, rei
de justiça. A justiça e a paz caracterizam o seu reino. Mas ele era, primeiro
que tudo, sacerdote do Deus Altíssimo. Abraão, vitorioso sobre os reis da
terra, é abençoado por ele, sob a autoridade que tinha como rei de Justiça, em
conexão com o Deus possuidor e senhor dos céus e da Terra. Abraão então lhe
entrega o dízimo. A realeza não é o mais importante acerca desse personagem,
esse é o motivo do Salmo 110 o designar, de forma especial, como Sacerdote, e
gozando de um Sacerdócio durável e não interrompido. Ele não tinha nenhuma
parentela sacerdotal, de onde havia tirado o seu sacerdócio; não tem pai nem
mãe que provinha de linhagem sacerdotal. Ao contrário dos filhos de Aarão, ele
não tem genealogia; não há termo assinalado para o seu sacerdócio, como sucede
para os filhos de Aarão (Nm.4:3). Ele foi constituído como sacerdote semelhante
ao Filho de Deus.
Segunda-feira, 01/09: Quem foi
Melquisedeque.
Leitura Diária: Hebreus 7:2-4
O capítulo 7 é o início do ensino
avançado para a maturidade. Os versículos 1 a 10 descrevem a superioridade do
sacerdócio de Melquisedeque. Também informa sobre Gênesis 14:18-20, dizendo que
ele foi maior que Abraão e Levi. Porém, ao fazer uma comparação, os versículos
11 a 25 descrevem a superioridade de Cristo. Como diz o Salmo 110:4, Cristo é
sacerdote eterno, e é maior que os sacerdotes levíticos, descendentes de Arão.
O fato de Melquisedeque receber de Abraão o dízimo e de abençoá-lo mostra a
elevada e proeminente dignidade deste personagem, aliás, desconhecido e
misterioso. O único testemunho que temos dele, sem que pai ou mãe sejam
nomeados, sem a intervenção de princípio de vida ou de morte, é que ele vivia!
A dignidade da sua pessoa era maior do que a de Abraão depositário das
promessas; a dignidade do seu sacerdócio era superior à de Aarão, porque Abraão
lhe deu o dízimo que, por seu lado, Levi recebe de seus irmãos! Isso mostra que
o sacerdócio na ordem de Melquisedeque é diferente, e foi mudado, e, com ele,
todo o sistema que dele depende.
O Salmo 110, interpretado pela fé em
Cristo é sempre o ponto de partida do raciocínio que nos leva ao entendimento
deste capítulo 7 de Hebreus. Ora, esta mudança do sacerdócio não era somente
uma consequência do fato de o Messias ser da tribo de Judá, e, apesar disso,
sacerdote, mas também de haver um outro Sacerdote diferente dos da família de
Aarão, um Sacerdote à semelhança de Melquisedeque, que seria Sacerdote, não
segundo a lei que já não tinha mais força, mas segundo o poder de uma vida
imperecível. Um mandamento feito para o homem pecador, afastado de Deus, é
substituído por uma esperança, por uma confiança fundada sobre a graça e sobre
a promessa divina pelas quais podemos entrar na presença de Deus.
A primeira prova de que tudo tinha
mudado era, pois, que o Senhor Jesus, o Messias vinha, como era evidente, de
outra tribo, e não da tribo sacerdotal, ele vinha da tribo de Judá. A menção de
Melquisedeque lembra a referência já feita a esse antigo sacerdote em Hebreus
5:10,11. Salém, tempos depois, foi chamada Jerusalém. O nome Melquisedeque
significa rei de justiça. Salém significa paz. O rei ideal reina em justiça, o
que assegura a paz (Is.32:17). Gênesis, um livro com muitas genealogias, não
tem nenhuma para Melquisedeque. O autor não está dizendo que Melquisedeque
nasceu sem pai e mãe, o que seria um absurdo, apenas que não existe nenhum
registro de seu nascimento nas genealogias de Gênesis. Essa descrição de
Melquisedeque prefigura o sacerdócio eterno de Jesus. E tal como ele, Jesus é
tanto Sacerdote como Rei, pertencendo a um sacerdócio de justiça independente
do de Arão. Alguns comentaristas referem-se a essa passagem com a suposição de
que Melquisedeque seria uma manifestação pré-encarnada de Jesus, o que é
improvável, pois, como o autor afirma aqui claramente, ele é semelhante ao
Filho de Deus, não o mesmo que Ele.
Terça-feira, 02/09: Melquisedeque é
superior a Levi
Leitura Diária: Hebreus 7:5-11
A lei, sem dúvida, era boa; mas, com
ela, a separação subsistia sempre entre o homem e Deus. A lei não aperfeiçoou
coisa alguma. Deus é perfeito e exigia a perfeição humana. Tudo devia ser de
harmonia com a perfeição divina que pela lei era impossível ser alcançada pelo
homem. Ora, estando lá o pecado, a lei ficava sem força, a não ser para
condenar. As suas cerimonias e as suas ordenanças não eram senão figuras, e um
pesado jogo. Mesmo aquilo que aliviava temporariamente a consciência recordava
o pecado e não tornava nunca o homem perfeito perante Deus. O homem estava
sempre longe de Deus. A graça, pelo contrário, conduz a alma a um Deus
conhecido pelo Seu amor e, segundo a justiça, age em nosso favor. O caráter do
novo sacerdócio trazia a marca da sua superioridade sobre o sacerdócio que
existia sob o regime da lei, e com o qual todo o sistema da lei caía ou ficava
de pé.
A aliança que se ligava ao novo
sacerdócio respondia também à superioridade que este mesmo sacerdócio tinha
sobre aquele que o tinha procedido.
Melquisedeque foi grande porque Abraão
deu a ele os dízimos. A grandeza de Abraão, aquele que possuía as promessas de
Deus, ressalta a posição ainda maior de Melquisedeque, o sacerdote de justiça.
Ele era não apenas superior a Abraão, mas superior ao sacerdócio levítico de
duas maneiras. Primeiro, os sacerdotes levíticos eram homens comuns, que
morrem, e, deste modo, diferentes sacerdotes representavam o povo em diferentes
épocas; Melquisedeque, pelo contrário, vive, no sentido de que o Antigo
Testamento não registra sua morte. Em segundo lugar, até Levi deu o dízimo a
Melquisedeque por meio da oferta de Abraão.
A epístola usa da expressão “e”, para
afirmar que Levi, embora ainda não nascido naquela época e não tendo, assim,
dado o dízimo literalmente, pelo fato de descender de Abraão deve ser contado
como tendo dado o dízimo a Melquisedeque também.
A palavra “perfeitamente” talvez se
refira a glorificação, à nossa salvação completa, integral.
“Que se chegam”, O verbo grego para
chegar está no presente, o que indica que Jesus continua a salvar aqueles que
se chegam a Ele. Em outras palavras, nossa justificação é um acontecimento
definitivo, consumado na cruz, mas a santificação é um processo contínuo.
Como Cristo tem um sacerdócio eterno,
Ele pode salvar “perfeitamente”. Para a salvação completa (I Ts.5:23), deve o
crente se chegar a Deus por meio de Cristo, que intercede por ele. É essa a
última e a maior das três grandes aptidões ou possibilidades que se oferecem ao
crente, apresentadas neste texto.
Quarta-feira, 03/09: Jesus é Sacerdote
para sempre.
Leitura Diária: Hebreus 7:12-17
O sacerdócio de Jesus era estabelecido
com juramento, já o sacerdócio de Aarão passava de uma pessoa a outra. Jesus
tem um sacerdócio que não se transmite. Assim, Ele salva completa e
perfeitamente todos aqueles que se aproximam de Deus por Seu intermédio.
Convinha-nos, portanto, “um tal Sumo sacerdote”: Santo, Inocente, Imaculado,
separado dos pecadores, e elevado mais alto do que os céus. Um Sacerdote que
não tem necessidade de renovar os sacrifícios, como se algo restasse ainda por
fazer, para tirar o pecado, ou como se os pecados pudessem ainda ser imputados
aos crentes, porque então ser-lhes-ia impossível permanecer no santuário
celeste. Tendo acabado a Sua obra, para tirar o pecado do mundo, o nosso Sumo
Sacerdote ofereceu um sacrifício uma vez por todas, quando Se ofereceu a Si
mesmo. A lei estabelecia sumos sacerdotes com as mesmas fraquezas dos homens,
porque eles próprios eram homens. O juramento de Deus, vindo após a lei,
constitui o Filho, quando é consumado para a eternidade, consagrado no Céu a Deus.
Então o escritor explica do porquê Cristo, o Sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque, substituiu o sacerdócio levítico.
Interpretando o Salmo 110:4, frase por
frase: O sacerdócio de Cristo foi profetizado (v.11-14); Seu sacerdócio era
baseado na virtude da vida incorruptível (v.15-19); o juramento de Deus
estabeleceu o sacerdócio de nosso Senhor (v.20-22); Cristo não tem sucessor,
mas permanece eternamente (v.23-25). Debaixo desse novo plano, a Lei (v.12) foi
substituída por uma melhor esperança (v.19) e um melhor concerto (v.22). Se o
sacerdócio levítico tivesse sido capaz de levar as pessoas à perfeição, não
seria necessário um sacerdote superior, da ordem de Melquisedeque. Se os
sacerdotes sob a Lei de Moisés pudessem oferecer reconciliação entre Deus e Seu
povo, não haveria necessidade da vinda de um Messias, Aquele que restabelecesse
o relacionamento dos israelitas com Deus. Se o sacerdócio de Melquisedeque
removeu o sacerdócio levítico, então a lei de Moisés foi também removida. Em
suma, o crente não está sob a lei, mas sim sob a justiça de Cristo (Rm.6:14;
G1.3:24-25). Qualquer sistema religioso que tente permanecer sob a Lei não pode
ter Cristo, porque Cristo foi o único que cumpriu plenamente a Lei e pode
justificar-nos.
Quinta-feira, 04/09: Jesus é sacerdote
de uma aliança superior
Leitura Diária: Hebreus 7:18-24
Embora haja analogia e figuras das
coisas celestes, a Epístola faz sobressair de preferência o contraste dessas
coisas, em vez da sua comparação. Os sacerdotes legais tinham as mesmas
fraquezas que os outros homens; Jesus tem um Sacerdócio glorificado, de
harmonia com o poder de uma vida imperecível. A introdução deste novo
sacerdócio, exercido no Céu, implica uma mudança nos sacrifícios e na aliança.
É o que o escritor desenvolve aqui, expondo o valor do sacrifício de Cristo e a
nova aliança. O autor aproveita para falar das alianças, assunto de suprema
importância e de imenso alcance para os Judeus cristãos, que tinham estado sob
a primeira aliança.
A lei que regulava o sacerdócio era
carnal, no sentido de que regulava as ações externas das pessoas. O Senhor, no
entanto, é um Sacerdote segundo a virtude da vida incorruptível, como afirma o
Salmo 110:4, citado no versículo 17. Jesus é um tipo diferente de Sacerdote,
outra indicação de que a aliança mudou. O mandamento não foi ab-rogado, o que
houve foi uma reinterpretação da lei.
Tendo provado que a antiga aliança foi
substituída, o autor argumenta ter sido trocada por algo melhor. O sacerdócio
de Cristo é superior ao sacerdócio levítico porque foi estabelecido por um
juramento de Deus. Como Cristo vive eternamente, Seu sacerdócio é perpétuo.
Sexta-feira, 05/09: Jesus é um Sacerdote
perfeito.
Leitura Diária: Hebreus 7:25-26
A súmula da doutrina que temos
considerado resume-se nisto: Temos um Sumo Sacerdote, assentado no trono da
majestade nos Céus, Ministro do Santuário Celestial, que não é feito por mãos
humanas. Portanto, uma vez que Ele é Sacerdote, é necessário que tenha algo
para oferecer. Ora, o Ministério de Jesus é mais excelente porque Ele é
mediador de uma aliança melhor, já mencionada no capítulo 31 de Jeremias e
agora citada aqui, prova clara e simples de que a primeira não devia durar!
Encontramos, portanto, o desenvolvimento
particular da verdade a que dá lugar o caráter daqueles a quem a Epístola é
dirigida. Cristo pode também nos salvar por ser inteiramente divino e
inteiramente humano (Hb.2:18; 4:15). Se estes versículos forem tomados como se
referindo à presente intercessão de Jesus por nós, a palavra salvação adquire o
significado de santificação, processo contínuo pelo qual somos libertos do
poder do pecado. Esse processo deverá ser um dia completado com a nossa
glorificação, quando formos enfim resgatados totalmente do poder do pecado.
Sábado, 06/09: porque o sacerdócio de
Jesus é superior.
Leitura Diária: Hebreus 7:27-28
O autor conclui o capítulo 7 com um
resumo do porquê o sacerdócio de Jesus é superior a qualquer outro. “Mais
sublime do que os céus”, Cristo é exaltado acima de tudo e se assenta na
glória, à direita do Pai (Hb.1:3; 2:9; 4:14).
Os sumos sacerdotes, oferecia
sacrifícios anualmente, por si mesmo e pelos pecados do povo (Hb.9;7; 10;1),
enquanto os demais sacerdotes ofereciam sacrifício contínuo diariamente pelas
culpas e pecados diante do Senhor (Ex.29;36). Jesus, porém, ofereceu sacrifício
de si mesmo uma única vez, sacrifício não por pecado próprio, mas suficiente e
perfeito pelos pecados de todos nós. Por ser Ele perfeito, não precisou
oferecer sacrifício por pecado próprio. A natureza estável, permanente e eterna
do sacerdócio de Jesus, estabelecido por juramento de Deus, contrasta com a
natureza frágil e temporal do sacerdócio levítico. O sistema cerimonial expirou
na cruz (Rm.6:14; Ef.2:15; Cl.2:14). Cristo assumiu Seu ofício sacerdotal após
ter expirado a lei que regulamentava o sacerdócio levítico.
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