Devocionais da semana 20-27 de outubro de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 20/10: Agora somos filhos de
Deus.
Leitura Diária: Gálatas 4:1-4
Na Epistola do Apóstolo Paulo aos
Gálatas ele falou, nos três primeiros capítulos, sobre a insensatez daqueles
irmãos em dar ouvidos a enganadores que diziam que a justificação vinha pela
observância da Lei. Depois, apresenta o recebimento do Espírito Santo, pelo
sacrifício de Jesus, como argumento para a justificação pela fé. Ele começa
esse ensino pela fé de Abraão, e a consequência da fé nas promessas é nossa
herança. Isso nos mostra que a fé em Jesus nos faz participantes da bênção
prometida ao Pai da fé e de sua justificação. O propósito original da lei e sua
autoridade antes de Jesus, era mostrar que o acesso a essa fé nos torna filhos
de Deus.
Agora chegamos ao capítulo 4, onde fala
que essa adoção é através de Jesus, esclarecendo o fato, de que antes,
estávamos debaixo da autoridade da Lei, por causa da ausência da obra
redentora. A graça manifesta em Cristo é muito maior que a Lei, por isso, não
devemos voltar aos fracos mandamentos dela.
Estes argumentos são muito francos,
porque nos ensina que em Jesus, somos filhos de Sara e não de Agar, somos
livres e não escravos, e que estamos debaixo da benção de Abraão. Não há mais
necessidade de observância de qualquer lei para sermos justificados.
Paulo continua a defender o verdadeiro
Evangelho de Jesus Cristo e a advertir contra os falsos ensinos que surgiram
naquelas igrejas da Galácia. Ele se utiliza da metáfora de uma criança chegando
à maioridade para ilustrar a relação entre os crentes e a Lei. Seu argumento
era de que, antes da vinda de Cristo, o povo de Deus estava sob a tutela da
Lei, mas agora que Cristo veio, não estão mais sob essa autoridade, pois, ela
serviu somente até a vinda do Filho que transformou todos os que creem n’Ele em
filhos (Jo 1:12).
O que o Apóstolo esclarece aqui são as
questões teológicas profundas, isso foi necessário porque os crentes da
Galácia, estavam deixando a verdade do Evangelho para buscarem doutrinas dos
homens.
Seis pontos importantes são enfatizados
pelo Apóstolo neste capítulo: A analogia da tutela; A vinda de Cristo; nossa
adoção como filhos; advertência contra o retorno ao legalismo; um apelo pessoal
de Paulo; a alegoria de Hagar e Sara.
Ao entrar nessa questão teológica, ele
utiliza do fato de que um herdeiro menor de idade não tinha direito à herança e
estava na mesma situação legal que um servo, pois era como se não possuísse
nada, mesmo sendo herdeiro. Nesse caso, o “tutor” era um escravo que protegia o
herdeiro menor de idade, enquanto os administradores eram curadores
responsáveis pelas demais necessidades de seu herdeiro até ele atingir a
maioridade. Essa analogia serve para ilustrar que Deus tinha todas as coisas
sob controle durante o período da Lei mosaica, organizando as coisas para a
vinda de Cristo, e somente a partir daí era que seriamos verdadeiros herdeiros
em Cristo.
Alguns acreditam que os rudimentos aos
quais Paulo se refere sejam as forças espirituais básicas. Como na astrologia
hoje, os povos antigos associavam forças espirituais aos elementos, como a
terra, o ar, o fogo e a água. Mas o contexto e a palavra usada por Paulo em
outra passagem favorecem uma compreensão de rudimentos como princípios ou
ordenanças elementares; talvez a Lei judaica ou aspectos dela. Isso se confirma
no contexto, pois rudimentos do mundo fazem um paralelo com tutores e
curadores, bem como a função da Lei em Gálatas 3:23-25, e esses rudimentos são
descritos como fracos e pobres.
Os dias da infância foram o período do
controle da Lei, quando estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo.
Como já dissemos, ele aqui não refere aos elementos físicos, como em II Pe.
3:10,12, nem aos corpos celestes, nem aos espíritos elementares que os antigos
consideravam associados a esses corpos, jamais Paulo teria concordado que
serviria tais espíritos quando vivera sob a Lei. São os elementos rudimentares,
porque pertencem à religião legalista do Judaísmo, e não ao Cristianismo, a fé
mais adulta e mais espiritual. Esta maneira de encarar o assunto está
confirmada pelo uso da palavra rudimentos em Gl. 4:9.
A palavra grega traduzida como plenitude
é pleroma, indicando que Cristo veio no tempo exato. Entre os fatores que
fizeram desse tempo um momento apropriado estão: a paz mundial, ou, a Pax
Romana; um excelente sistema de estradas; e o predomínio de uma língua por todo
o império, o grego koine. Por esses meios, o Evangelho se espalhou de uma forma
que em outros tempos seria impossível.
“Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher” volta o olhar para a promessa de Deus quanto a “semente da mulher”, em
Gn 3:15, e faz também alusão ao nascimento virginal de Cristo (Is 7:14).
Segunda-feira, 21/10: O preço pago por
Cristo.
Leitura Diária: Gálatas 4:5-7
Cristo pagou o mais alto e definitivo
preço pelos pecados da humanidade (Rm 3:23-25), e é por esse pagamento, a morte
na cruz, que vem a libertação, daqueles que n’Ele creem, da maldição da Lei e
da escravidão do pecado. Ele é decisivo e a consequente liberdade que traz, dá
autoridade para que os cristãos se tornem filhos de Deus. Embora haja somente
um Filho de Deus, Jesus Cristo, Deus, por sua bondade, adotou todos os cristãos
como Seus filhos. Não somos mais escravos do pecado, nem filhos que estão sob a
tutela da Lei, mas passamos a ser herdeiros da promessa, porque, o próprio
Filho veio e nos deu a autoridade de sermos participante de Sua herança.
Uma grande diferença entre os incrédulos
e os herdeiros é que, sem um relacionamento com Cristo, todas as pessoas são
realmente escravas do pecado, o que é tornado claro pela Lei. Portanto, era
necessário que Jesus morresse, para redimir pecadores do mercado de escravos, e
tomá-los livres e com direitos de herdeiros. Os cristãos receberam a adoção de
filhos, não por laços genéticos, mas por laço de sangue. Podemos afirmar que
Jesus Cristo é o único Filho que possui uma relação “genética” com Deus, o Pai,
todos os outros filhos, são filhos por adoção.
Aba significa “Pai” em aramaico, mas
possui uma conotação pessoal de intimidade, como “Papai” ou “Papaizinho”. Assim
como Deus enviou seu Filho na plenitude dos tempos na história do mundo, assim
Deus enviou o Espírito de Cristo no momento certo para todo aquele que n’Ele
crê. Uma vez que aceitamos a Cristo, nesse exato momento o Espírito já vem
habitar em nós e nos selar para o dia da redenção (Ef. 4:30). Isso faz com que
passemos a experimentar a intimidade com o Pai por causa do Espírito que em nós
habita (Rm 8:1-17).
Temos, portanto, uma ilustração daquilo
que o ensino da seção anterior fala, a transformação do cristão quando deixa de
ser um servo espiritual para ser um filho com plenos direitos. Ser herdeiro de
Deus aplica-se a todos os Seus filhos de forma incondicional, pela fé (Jo
1:12), e todos têm uma herança no céu que jamais poderá perecer (I Pe 1:3-5).
Terça-feira, 22/10: Não podemos
retroceder em nosso entendimento
Leitura Diária: Gálatas 4:8-13
Os irmãos da Galácia tinham estabelecido
um relacionamento verdadeiro com Deus por meio da fé em Cristo, mas, o que
Paulo não podiam entender era como eles podiam voltar a ser escravizados a um
ponto de vista de justificação por obras que era tão “fraco e miserável, como
os elementos que, no passado,” tinham crido? “O progresso espiritual deve se
deixar escravizar outra vez por observâncias e rituais fracos e pobres?
Conhecendo a Deus, como podem voltar às coisas de menino?”
Eles conheceram a Deus por meio da fé em
Jesus Cristo, que os adotou como Seus filhos, mas estavam voltando à Lei que
antes os havia escravizado. Estavam no processo de deixar a luz e a liberdade
do cristianismo pela sombra e escravidão do legalismo. As observâncias
ritualísticas são pagãs em princípio, e são um sistema de escravidão contrário
à graça de Deus. Como alguém pode querer trocar o manto de justiça de Cristo
pelo trapo imundo do paganismo, do judaísmo ou de qualquer outro ismo? A
presença de mestres judeus ali, torna provável que “os dias” mencionados,
fossem observâncias sabáticas, enquanto “meses e tempos” tinham a ver com
estações mais longas do calendário judaico. “Anos” seriam anos sabáticos ou o
Ano do Jubileu. Uma vez que os membros das igrejas da Galácia tinham voltado ao
ponto em que estavam antes de Paulo chegar, escravizados espiritualmente, ele
temia que seus melhores esforços tivessem sido em vão. Ele queria que aqueles
irmãos se tornassem como ele, livres da Lei. Ele próprio tinha trocado a adesão
à Lei pela fé em Cristo, tornou-se como eles. Portanto, não faria sentido para
eles se sujeitarem à Lei como os judeus.
Paulo usa duas variações sobre o
conceito de trabalho: Inicialmente, ele fala de ter trabalhado em vão quando
anunciou o Evangelho; Em seguida, ele usa a analogia das dores de parto para
descrever a dificuldade de promover o crescimento cristão dos gálatas até que
Cristo seja formado por completo neles.
Para ir além do presente dilema, ele
apela aos gálatas para que sigam seu exemplo, ele havia abandonado as regras e
as ordenanças cerimoniais ligadas ao judaísmo, para que pudesse pregar
livremente o Evangelho de Cristo para judeu e gentio de igual modo nas cidades
da Galácia, e eles também não deveriam criar empecilhos para o Evangelho de
Cristo com leis e ordenanças.
Quarta-feira, 23/10: Uma tentação
persistente.
Leitura Diária: Gálatas 4:14-16
Não se sabe qual seria a natureza exata
da tentação de Paulo, existem várias teorias, e uma delas considera que ele foi
apedrejado e dado por morto (At 14:19), e isso aconteceu naquela região quando
de sua primeira viagem missionária, o que poderia ter causado muitos tipos de
ferimentos. Outros pensam que Paulo contraiu malária nas terras baixas do sul
da Ásia Menor (At 13:13-14). Mas, o mais certo é que esse “espinho na carne”
(II Co 12:7) seja problemas visuais o que explicaria a referência aos olhos,
bem como ao tamanho de suas letras, mencionado em 6:11. O fato é que ele
descreve a proximidade e o entendimento que existiam entre ele e os gálatas
quando ele lhes anunciou o evangelho inicialmente. Ele lembra como aqueles
irmãos cuidaram dele, tratando-o como fariam a um anjo, ou até ao próprio
Cristo. Paulo se entristeceu porque os gálatas agora o viam como um inimigo,
simplesmente porque ele lhes disse aquilo que eles precisavam ouvir, a verdade,
e não aquilo que eles queriam escutar. Uma pessoa com motivos puros e amizade
verdadeira nem sempre diz coisas que são agradáveis de ouvir. Ele estava
dizendo a verdade aos gálatas, e, consequentemente, estava sendo chamado de
inimigo deles. Às vezes, a verdade dói, mas um amigo fiel diz a verdade com
coragem.
Quinta-feira, 24/10: O zelo que destrói
a verdade.
Leitura Diária: Gálatas 4:17-21
O zelo pode iludir, como no caso dos
falsos mestres na Galácia, e o único modo para eles manterem o “zelo” das
igrejas da Galácia era excluí-los das demais igrejas que não buscavam ser
justificadas pela “prática da Lei”. Se não concordassem com as heresias por
eles pregadas eram excluídos. Mas, a própria ocupação de Paulo de perseguir os
cristãos provava que o zelo pode ser tragicamente mal orientado. Ele foi
contundente em sua declaração de que os falsos mestres na Galácia estavam
cometendo o mesmo erro que ele havia cometido antes de sua conversão. O zelo
que tinham pela Lei os estava deixando cegos para a liberdade e a verdade
encontradas em Jesus Cristo.
Emocionalmente, ele se sentia como uma
mulher em dores de parto, dando à luz a mesma criança pela segunda vez, ou
seja, uma tentativa para trazer os gálatas de volta à justificação pela fé,
afastando assim as ênfases erradas a respeito das obras da Lei. Ele não
apreciava tratar com severidade aqueles com quem ele se preocupava, mas não
sabia mais o que fazer a respeito da situação deles, e para complicar tudo
isso, ele não podia estar fisicamente com eles. Poderia lhes falar mansamente,
como uma mãe fala a um filho que errou, mas que continua amado, porém, agora
era necessário ser áspero em sua fala. Ele conclui então seu apelo bastante
pessoal aos gálatas ao declarar que deseja estar presente com eles e que as
coisas fossem diferentes. Mas, considerando o falso ensino que havia no meio
deles, o Apóstolo tem um bom motivo para estar perplexo com a condição
espiritual daquelas igrejas.
Sexta-feira, 25/10: O Evangelho isento
da Lei.
Leitura Diária: Gálatas 4:22-30
Gênesis registra o nascimento de Ismael,
nascido de Agar, uma escrava, e Isaque, nascido de Sara, uma mulher livre.
Ismael nasceu segundo a carne, porque Sara e Abraão usaram Agar para obterem um
filho por sua própria engenhosidade, e não pela confiança paciente na promessa
de Deus (Gn 16). Mas, Isaque nasceu como Deus prometeu (Gn 15:4), após muitos
anos de espera por parte de Abraão e Sara. Com esses exemplos, Paulo desenvolve
uma alegoria para complementar seu argumento de que a justificação sempre foi pela
fé, e que isso não mudou por causa do surgimento da Lei. Nessas explicações,
ele está baseando-se em uma perspectiva judaica comum na época, provavelmente
usada pelos falsos mestres na Galácia para tentar respaldar as concepções
deles. Ele talvez esteja “invertendo as posições” ao usar o próprio método
deles para levá-los ao descrédito.
A citação de Is 54:1 declara que os
filhos nascidos após o exílio seriam mais felizes e em maior número que os
filhos julgados de forma justa por transgredirem a Lei. A implicação é que
aqueles que ainda repousam na Lei estão sendo substituídos pela igreja e seu
Evangelho isento da Lei.
De um modo adequado, Paulo se opõe ao
zelo dos falsos mestres judeus pela Lei, com um argumento baseado na própria
Lei. Ele usa a alegoria para provar o que quer dizer porque era uma técnica
retórica que os falsos mestres usavam. Em outras palavras, Paulo estava
mostrando que, assim como eles, também poderia argumentar com a Lei, mas para
provar que a Lei de Moisés apontava para o Messias, Jesus Cristo.
Sábado, 26/10: A importância da fé em
Cristo.
Leitura Diária: Gálatas 4:31
No geral, Gálatas 4 é um capítulo
importante da Bíblia que enfatiza a importância da fé em Cristo e a liberdade
que vem através da adoção como filhos de Deus. A mensagem de Paulo é a mensagem
da graça, enfatizando que os crentes não estão mais sob a tutela da Lei, mas
são livres para viver como filhos de Deus pela fé em Cristo.
O capítulo fornece um exemplo da
continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento e a importância da fé em ambos.
Os temas de fé, graça e liberdade continuam a ser importantes no restante do
livro.
As devocionais desta semana nos
ensinaram sobre nossa nova filiação espiritual em Cristo, onde somos libertos
da escravidão do pecado e nos tornamos herdeiros de Deus. A Lei nos preparou
para Cristo, mas agora somos justificados pela fé, e isso nos lembra que não
somos mais escravos da Lei, mas somos libertos para viver em obediência pela fé
em Cristo; e, por meio d’Ele, recebemos o Espírito de adoção, pelo qual
clamamos “Aba, Pai”. Temos agora intimidade com Deus como Seus filhos, por isso
não podemos mais voltar à escravidão da Lei, mas permanecer firmes na liberdade
que temos em Cristo.
Paulo incentiva os crentes a se tornarem
como ele, assim como ele se tornou como Cristo, destacando a importância de
imitar o caráter e o exemplo de Cristo em nossas vidas.
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