Devocionais da semana 13-19 de outubro de 2024

Devocionais da Semana

Domingo, 13/10: A pregação da fé.

Leitura Diária: Gálatas 3:1-4

Nos capítulos anteriores da Epístola do Apóstolo Paulo aos Gálatas, ele deu os motivos de sua ida a Jerusalém, levando Barnabé e Tito com ele. Após isso, contou como foi o esperado encontro com os outros apóstolos de Jesus que ainda não conhecia e as suas recomendações. Agora no capítulo 3 ele continua a defender o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo e a advertir contra os falsos ensinos que surgiram nas igrejas da Galácia. Havia uma insensatez por parte daqueles irmãos, o que levou Paulo a apresentar o recebimento do Espírito Santo, pelo sacrifício de Jesus, como argumento para a justificação pela fé.

Ao longo desse capítulo, Paulo enfatiza a importância da fé em Cristo e a suficiência de seu sacrifício na cruz. Argumentando que Abraão, o pai do povo judeu, foi justificado pela fé e não pelas obras, e que essa mesma fé é o que salva as pessoas hoje. Os que são batizados em Cristo são vestidos com Ele e estão unidos a Ele em sua morte e ressurreição.

A pregação paulina de Cristo crucificado foi tão clara que ele agora pergunta quem os enfeitiçou, fazendo-os perder a certeza que antes tiveram a respeito da fonte de sua salvação. Ele usa um jogo de palavras para enfatizar a duplicidade daqueles irmãos diante da verdade que lhes havia explicado com cuidado. É nesse contexto que ele compara a obediência à Lei com a fé. É provável que a pregação da fé fosse o que Paulo tinha em mente em Romanos 10:17, quando disse: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. A pregação da fé também pode estar muito relacionada com o conceito sobre a obediência, uma vez que a palavra grega para ouvir também pode ser traduzida por prestar atenção ou obedecer (Rm 1:5; 16:26).

A fé é um aspecto fundamental quanto se tornar um cristão e passa-se a viver como um cristão. Paulo sabia que os gálatas teriam de admitir que ouviram o Evangelho e responderam com fé, que era o único meio de santificação sem a qual ninguém verá a Deus (Hebreus 12:14)

Tudo o que os gálatas sofreram, por causa do Evangelho da graça, foi agora tornado inútil? Com essa pergunta ele esperava que seus leitores caíssem em si. Por isso é que ele lembra aqueles irmãos que a vida cristã deles havia começado pelo Espírito por meio da fé unicamente, mas agora, infelizmente eles estavam sendo enganados quando tentavam alcançar a perfeição mediante os próprios esforços.

 

Segunda-feira, 14/10: O grande exemplo de fé.

Leitura Diária: Gálatas 3:5-9

O exemplo da fé de Abraão e a justificação resultante, neutraliza os argumentos daqueles que estavam ensinando justificação pelas obras da Lei. Há várias razões para Paulo se referir à fé de Abraão como exemplo: Abraão era o pai da nação judaica (Gn 12:1-3); é o exemplo mais claro de justificação no Antigo Testamento; e é quase certo de que os judaizantes estivessem recorrendo a Abraão, provavelmente no que dizia respeito à circuncisão. O exemplo da fé de Abraão também é desenvolvido em outros livros do Novo e do Antigo Testamento, e aqui temos uma amostra disso quando ele cita Gênesis 15:6 para mostrar que Abraão foi justificado somente pela fé, o que o Apóstolo chama de a “verdade do Evangelho”. Ele faz uma associação dizendo que aqueles que têm fé são filhos espirituais de Abraão, sejam judeus ou gentios, pois, a justificação pela fé de Abraão foi por causa da promessa pactual de Deus em Gn 12:3: “Em ti todos os povos serão abençoados”.

A bênção de ser justificado pela fé está disponível a todas as nações (Mt 28:19) por intermédio do Evangelho de Jesus, antecipada pela promessa feita a Abraão.

A obra ativa do Espírito que opera milagres, tal como operou em sua própria vida, e agora aos corações dos gálatas, não dependia de obras, mas da pregação da fé, isto é, da aceitação pela fé da mensagem do Evangelho pregada entre eles. Ao citar isso, Paulo tinha em mente o fato de ter ressuscitado da experiência de quase-morte depois de ser apedrejado (At 14-19:20).

 

Terça-feira, 15/10: A diferença entre a Lei e pela fé.

Leitura Diária: Gálatas 3:10-12

Tendo resolvido o caso da confiança dos judeus no seu relacionamento físico com Abraão para justificação, Paulo prossegue agora examinando o outro refúgio do Judaísmo, a posse da Lei. Não é possível ser justificados simplesmente por serem descendentes de Abraão, muito menos é impossível ser justificado pelas “obras da lei”, e essa perspectiva traz maldição sobre as pessoas que assim creem. Porque, de acordo com Dt 27:26, todo aquele que não persiste em praticar todos os detalhes da Lei é maldito, isso é prova mais do que suficiente de que todos os que seguem estritamente a Lei são malditos, porque todos estão aquém dos padrões da própria Lei (Rm 1:17; 3:10-18,23).

Ao mencionar Levítico 18.5, o Apóstolo tinha como intuito provar que guardar a Lei para ganhar a salvação é totalmente contrário à fé, visto que ninguém é capaz de cumpri-la como convém. Ele então faz uma comparação muito interessante, estar debaixo da maldição por tentar ser justificado pelas obras da Lei, com o ser abençoado como um cristão; ao fazer essa comparação ele cita Habacuque 2:4 para mostrar que o indivíduo só pode ser justificado por meio da fé.

A fé provoca bênçãos, mas a Lei produz maldição por causa da exigência que faz, de que é preciso continuar obedecendo-lhe fielmente. A essa impossibilidade prática de ser justificado pela Lei, acrescenta-se a verdade de que Deus usa outro método, afinal de contas, o justo viverá pela fé.

Julgando do contexto, o uso que o apóstolo faz desta citação, dá a entender que ele tem a intenção de acentuar a verdade que alguém pode se tornar justo diante de Deus apenas pela fé. Só nessa base pode-se viver verdadeiramente a vida que agrada a Deus. A grande diferença entre esses conceitos é que: Sob a Lei, é preciso fazer para poder viver (Lv. 18:5), sob o Evangelho recebe-se vida de Deus pela fé, e então se começa a fazer a vontade de Deus, na força e influência dessa fé.

 

Quarta-feira, 16/10: A redenção em Cristo.

Leitura Diária: Gálatas 3:13-18

Visto que os leitores de Paulo estavam tentando ser justificados pela “prática da Lei”, eles já se encontravam debaixo da maldição da Lei. Felizmente, Cristo redimiu, por Sua crucificação, aqueles que estavam debaixo dessa maldição. O Apóstolo cita Dt 21:23 para mostrar que, ao ser pendurado em um madeiro, Jesus se tornou maldição em nosso lugar. Ele sabia que muitos de seus leitores perceberiam que estavam, na verdade, debaixo da maldição da Lei.

Para eles, assim como para nós, é muito cômodo saber que Cristo se tornou maldição por nós na cruz. A imagem é a da ira de Deus pairando sobre nós, mas Cristo levou aquela ira morrendo na cruz. Portanto, a maldição é suspensa pela fé na redenção por Cristo, na bênção de Abraão e na promessa do Espírito para todos os cristãos.

É provável que os falsos mestres judeus estivessem afirmando que a bênção era fruto da observância da Lei mosaica e que o povo seria maldito se não a cumprisse.

Os gentios recebem a bênção de Abraão por intermédio da fé em Jesus Cristo. Isso os coloca em uma posição para receber o Espírito Santo prometido. A morte de Cristo operou trazendo a bênção de Abraão, ou seja, a justificação, aos gentios. Deus, tendo libertado seu próprio povo, o povo da aliança, os judeus, da maldição da Lei, estava livre de qualquer impedimento para lidar da mesma maneira, pela graça, com os gentios. Tanto um quanto o outro é justificado agora pela fé. Entretanto, os judeus ainda são a descendência física de Abraão e aqueles que estão em Cristo são sua descendência espiritual.

Em virtude da natureza pactual feita com Abraão, a Lei mosaica, e “as obras da Lei”, não podem anular o papel de Cristo no cumprimento do pacto da fé justificadora. A posição exaltada da Lei pelos mestres judeus, que tinham vindo aos gálatas, não estava de acordo com o ensino do verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo.

A promessa anterior de Deus, dada a Abraão, constituía a base apropriada para a herança espiritual dos gálatas. Jesus Cristo é o cumprimento da aliança que Deus fez com Abraão. Embora, todos os judeus sejam a descendência física de Abraão, Cristo é o foco final das promessas de Deus, a maior posteridade. Os cristãos são descendentes espirituais de Abraão (Gl 3:29), no entanto, nem todos os descendentes físicos de Abraão, ou seja, os judeus, estavam incluídos nessa mesma descendência, visto que eles não estavam crendo, e a verdadeira descendência de Abraão, filhos da promessa, é constituída pela fé.

A coisa essencial, de acordo com a verdade do versículo15, é a consideração de que a Lei não podia deixar de lado o arranjo anterior que Deus fizera e confirmara. A Lei não condiciona a promessa à mudança de caráter, pois isto violaria a natureza incondicional da promessa. A herança, que é o desfrute das bênçãos da aliança feita com Abraão, de que uma justificação como a dele próprio seria estendida finalmente a todas as famílias da terra, nada tem a ver com a Lei. As duas coisas, Lei e promessa, são fundamentalmente diferentes. Se a herança fosse condicionada à Lei, então a promessa seria nulificada por causa do bem conhecido caráter da Lei, que ela é um jugo que ninguém consegue suportar. É fato indiscutível, portanto, que Deus deu a herança a Abraão pela promessa, e ele creu, nada pode mudar esta verdade básica.

 

Quinta-feira, 17/10: O propósito da Lei.

Leitura Diária: Gálatas 3:19-23

O propósito divino da Lei era evidenciar o pecado até que viesse Cristo. Em Atos 7:38 afirma que um anjo estava envolvido como mediador, o qual foi necessário porque a Lei consistia em um acordo bilateral, sendo Deus e Israel os responsáveis por sua manutenção. O pacto abraâmico era um acordo unilateral, como visto no modo em que o Senhor ratificou o pacto, sendo Ele a única parte ativa, e esse tipo de pacto é incondicional.

Se a Lei não pôs de lado a promessa de Deus e nem mesmo a condiciona, então por que ela foi dada? Foi adicionada por causa das transgressões, isto é, dar ao pecado o caráter distinto de transgressão. A Lei tinha de prosseguir até um certo ponto, cumprindo sua missão de preparar o caminho para o Descendente, Cristo, que é “o fim da Lei para justiça” (Rm. 10:4).

A Lei nunca esteve em conflito com as promessas de Deus a Abraão, ela exerceu o “necessário papel de convencer as pessoas de seu pecado,” durante quase 1.500 anos, entre o monte Sinai e o Evangelho da justificação pela fé em Jesus Cristo. O propósito da Lei não era justificar a humanidade aos olhos de Deus, mas, ela foi acrescentada depois da promessa de Deus a Abraão, para esclarecer a questão do pecado até que viesse Cristo. A relação da Lei e das promessas de Deus não é de competição, mas de necessidade e cumprimento.

A Lei não foi idealizada por Deus para dar vida eterna e justiça, mas, mostra a necessidade que a humanidade tem da promessa de vida pela fé em Jesus Cristo, uma vez que ela encerrou todas as pessoas debaixo do pecado, e, por esse motivo, todos estão mortos e sem condições alguma de serem livres dele.

 

Sexta-feira, 18/10: A Lei nos conduz à graça.

Leitura Diária: Gálatas 3:24-25

Nos versículos 22-23, a Lei é descrita como uma cela de prisão, já nos versículos 24-25, ela é retratada como um “Aio”, não um mestre; porque essa palavra no original da Bíblia, o grego, indica apenas um ajudante do mestre, geralmente um escravo cuja tarefa era a de garantir a chegada da criança à escola com segurança para ser instruído e que o protegia de danos até que ele atingisse a maioridade. Quando o Evangelho de Cristo entrou em cena, o papel da Lei de tutor não era mais necessário. Ela havia conduzido o povo até o Mestre verdadeiro, que nos toma pela mão e nos mostra o caminho de Deus em termos de graça.

Mas a Lei ainda pode operar em um indivíduo com o mesmo propósito, o de despertar o senso do pecado e da necessidade de salvação por Cristo Jesus, preparando assim o coração para que o Espírito Santo toque mais intensamente no indivíduo, e Cristo realize a obra de redenção naquela vida.

 

Sábado, 19/10: Filhos de Deus por adoção.

Leitura Diária:  Gálatas 3:26-29

Aqueles que têm fé em Cristo Jesus não somente são “filhos de Abraão”, mas também são filhos de Deus por adoção. Paulo acabou de argumentar longamente que o judeu não possui qualquer vantagem espiritual acima do gentio, e agora ele diz que a mesma igualdade é verdadeira para as distinções sociais e de gênero. Nenhum grupo de pessoas ou de gênero deve ser exaltado acima dos demais.

As lições que aprendemos nesta semana são muito importantes para todos os cristãos: Paulo enfatiza que a justificação diante de Deus não vem pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo; ele destaca que a bênção de Abraão veio sobre os gentios por meio de Jesus Cristo, cumprindo a promessa feita por Deus a Abraão; a Lei é incapaz de nos salvar, temos a necessidade de confiarmos unicamente na obra redentora de Cristo; os que creem em Jesus Cristo são filhos de Deus e herdeiros das promessas feitas a Abraão; e todos nós fomos libertos da escravidão do pecado e da Lei para vivermos em liberdade na graça de Cristo, não estamos mais sob o jugo da Lei, mas livres em Cristo.

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