Devocionais da semana 06-12 de outubro de 2024

Devocionais da Semana

Domingo, 06/10: Responsabilidade com o verdadeiro Evangelho.

Leitura Diária: Gálatas 2:1-2

No capítulo 1 da Epístola aos Gálatas, o Apóstolo Paulo começou a falar do propósito de sua carta: combater a falsidade que estava no meio deles, perturbando-os. Aqueles irmãos estavam se desviando do Evangelho, então era preciso relembrá-los do valor da pregação da verdade, e para isso ele usa do milagre de sua própria conversão. Ele ensina que era necessário cuidar para não acabar em uma armadilha do inimigo, e a obrigação era deles investirem tempo com Deus em relacionamento. Eles não podiam argumentar que foram enganados, sendo que o apóstolo estava os advertindo sobre tudo o que estava acontecendo.

Agora, no capítulo 2 ele continua a defender o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo contra os falsos ensinos. Para tanto, relata sua visita a Jerusalém, onde se encontrou com os outros apóstolos para confirmar que sua mensagem estava de acordo com a deles; enfatiza que recebeu seu Evangelho diretamente de Jesus Cristo e não de qualquer autoridade humana, e afirma que os outros apóstolos confirmaram a legitimidade de sua mensagem.

Passados catorze anos, a partir da conversão de Paulo, ele recebe a mensagem do Evangelho, e com ela passa a ter responsabilidade em anunciar tudo o que lhe fora entregue por Deus.

Se a carta aos gálatas foi escrita antes do Concílio de Jerusalém, a viagem que ele cita é a que está registrada em Atos 11:30; caso contrário, é uma referência ao próprio Concílio de Jerusalém (At 15). Barnabé é um codinome hebraico que significa filho da consolação (At 4:36), ele encontrou-se rapidamente com Paulo em Jerusalém durante a primeira visita deste após sua conversão (At 9:26-27), e mais tarde, serviram juntos nos episódios narrados em Atos 11:25-30; 12:25-15:39. Tito não é mencionado em Atos, mas se converteu graças à pregação de Paulo (Tt 1:4), e foi um eficiente companheiro de ministério ao longo de vários anos (II Co 2:13).

Paulo expôs aos apóstolos mais experientes o Evangelho que pregava, para ter uma discussão proveitosa. Ele tinha uma preocupação muito grande de não semear desunião na igreja. Sua conversão se deu por volta de 35 d.C. Barnabé se tornou seu amigo íntimo a partir daquela data, e Tito era seu discípulo.  Após sua conversão, ele passou muitos anos se preparando para o ministério para o qual Deus o havia chamado. Esse período de preparação incluiu um tempo a sós com Deus (1:16-17), bem como um tempo para conferenciar com outros cristãos. Frequentemente, os novos cristãos, em seu zelo, desejam começar um ministério de tempo integral sem investir o tempo necessário no estudo da Bíblia e no aprendizado de professores qualificados. Não precisamos esperar para compartilhar Cristo com nossos amigos, mas podemos precisar de mais preparação antes de embarcar em um ministério especial. Enquanto esperamos o tempo de Deus, devemos continuar a estudar, aprender e crescer para não sairmos por aí pregando heresias.

Foi o próprio Deus quem disse a Paulo, por meio de uma revelação, para conferir com os líderes da igreja em Jerusalém sobre a mensagem que ele estava pregando aos gentios, para que eles entendessem e aprovassem o que estava fazendo. A essência da mensagem de Paulo para judeus e gentios era que a salvação de Deus é oferecida a todas as pessoas, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, riqueza, posição social, nível educacional ou qualquer outra coisa. Qualquer pessoa pode ser perdoada através da fé em Cristo.

Porém, ele mesmo fez questão de apresentar o Evangelho que pregava aos gentios para que fosse avaliado pela liderança, assegurando a consistência entre sua mensagem e a dos demais apóstolos. A exposição de Paulo diante dos líderes destacados em Jerusalém não visava buscar aprovação pessoal, mas sim garantir a unidade doutrinária no ensinamento dirigido aos gentios. Ele estava determinado a não correr em vão e estava pronto para corrigir qualquer desvio ou discrepância doutrinária em relação ao Evangelho que pregava aos gentios.

 

Segunda-feira, 07/10: A coerência na pregação do Evangelho.

Leitura Diária: Gálatas 2:3-5

Ao interpretar as cartas do apóstolo Paulo, é crucial entender que ele frequentemente interrompe a sequência da exposição principal para abordar aspectos secundários que precisam ser esclarecidos, retornando em seguida ao tema central. Um exemplo claro dessa quebra na exposição pode ser encontrado neste capítulo. O verso dois continua a narrativa histórica de sua viagem à Jerusalém, enquanto o verso três é inserido para destacar que o Evangelho que ele anunciava foi confirmado pelos outros apóstolos. Tal versículo aparece isolado no texto e só se torna compreensível dentro do contexto mais amplo da carta. Por sua vez, o verso quatro explica por que Paulo expôs o Evangelho que pregava aos gentios aos cristãos de Jerusalém.

Para deixar claro que ele não teve de ajustar sua mensagem do Evangelho durante esse encontro particular com a liderança da igreja de Jerusalém, ele usou, como exemplo, o caso de Tito, que era um gentio que estava sendo provado.

Ao contrário de Timóteo, a quem Paulo circuncidou porque a mãe de Timóteo era judia, Tito não foi circuncidado. Circuncidá-lo teria sido um sinal para todos os outros gentios de que o homem deveria seguir a Lei judaica para se tornar cristão, e isso seria uma rejeição das boas-novas de que a salvação é dom de Deus para aqueles que creem em Seu Filho.

Tivesse Paulo se submetido à opinião que havia sido pregada recentemente nas igrejas da Galácia, a de que era necessário que os gentios se circuncidassem, e guardassem a lei mosaica para se tornarem cristãos, estaria sendo incoerente com tudo o que ele mesmo estava pregando. Tito, um gentio convertido, teria sido obrigado a circuncidar-se, mas isso não aconteceu, refletindo o fato de que o Evangelho de Paulo foi aceito pelos líderes reconhecidos da igreja de Jerusalém.

Os judaizantes insistiam em que Tito deveria ser circuncidado, mas. Paulo se recusou terminantemente a ceder às suas exigências. Os apóstolos o apoiaram concordando que a circuncisão era um rito desnecessário para os convertidos gentios. Ele não negou aos judeus o direito de serem circuncidados; ele estava simplesmente dizendo que não se deveria pedir aos gentios que se tornassem judeus antes de se tornarem cristãos.

A atitude daqueles que ouviram a exposição do Evangelho pregado aos gentios, em não insistirem na circuncisão de Tito, demonstrou que o que Paulo anunciava estava em conformidade com o Evangelho pregado pelo próprio Mestre e Senhor Jesus Cristo.

Essa exposição da mensagem que Paulo pregava entre os gentios aos líderes de Jerusalém foi necessária devido à presença desses falsos cristãos que se infiltravam entre os seguidores de Cristo. Se ele não tivesse subido a Jerusalém nesse momento, é provável que esses fariseus, disfarçados de cristãos, teriam permanecido em silêncio, enquanto os seus enviados as comunidades cristãs continuavam a pregar um evangelho diferente, utilizando a credibilidade de serem de Jerusalém. Este era um momento estratégico e crucial para garantir a continuidade da verdade do Evangelho sem comprometimentos com a lei (Atos 15:2-5). Para facilitar a propagação do Evangelho entre os judeus, o apóstolo permitiu que Timóteo fosse circuncidado, não como um requisito para a salvação, mas para abrir mais portas para a proclamação do Evangelho (At. 16:3; I Co. 9:20). Contudo, em relação à visita a Jerusalém, ele demonstra que não devemos comprometer nem por um instante com ensinamentos errôneos.

Esses eventos nos ensinam a não sermos condescendentes com erros que possam comprometer a verdade do Evangelho. O apóstolo Paulo demostrou claramente que a salvação é pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, e não por observâncias a rituais da lei de Moisés, ou por qualquer outro tipo de obras, por mais excelentes que sejam.

 

Terça-feira, 08/10: Ministérios eficazes de Paulo e Pedro.

Leitura Diária: Gálatas 2:6-10

Tiago, Pedro e João eram os influentes “pilares” da igreja. As expressões “o que quer que eles fossem… Deus não se deixa levar pela aparência” não são usadas para depreciá-los. O que quer ensinar aqui é que, embora reconhecesse a liderança desses, que eram como colunas da Igreja em Jerusalém (Gl 2:9), ele mostrou que eles não eram, de modo algum, superiores a ele quanto à compreensão do Evangelho; tampouco o eram aqueles que se vangloriavam e aparentavam ser alguma coisa. Sobre estes, Paulo declara: “Não me acrescentaram nada”. Por outro lado, os outros apóstolos estavam satisfeitos com o modo de Paulo entender o Evangelho.

Ele não estava dizendo, nesses versículos, que havia duas mensagens a serem pregadas, mas sim que ele foi designado por Deus como apóstolo aos gentios (At 22:21), enquanto Pedro servia como apóstolo aos judeus. Deus estava operando por meio de ambos os ministérios.

O fato de que Deus operou eficazmente por meio de Pedro para alcançar os judeus e com a mesma eficácia por meio de Paulo para alcançar os gentios era uma prova convincente da comissão apostólica de Paulo para os líderes em Jerusalém.

“As destras, em comunhão”, ou dar as mãos direita em cumprimento, eram um sinal de aceitação e amizade entre eles. Indicava o pleno reconhecimento de Paulo pelos representantes da igreja de Jerusalém. Os líderes da igreja perceberam que Deus estava usando Paulo para alcançar os gentios, assim como Pedro estava sendo muito usado para alcançar os judeus.

 

Quarta-feira, 09/10: Justificação somente pela fé.

Leitura Diária: Gálatas 2:11-13

Embora Pedro fosse um líder da igreja, ele estava agindo como um hipócrita, pois ele separava-se dos crentes gentios quando os judeus estavam presentes. Paulo sabia que precisava confrontar Pedro antes que suas ações prejudicassem a igreja. Então, ele se opôs publicamente a Pedro. Observe, no entanto, que Paulo não foi aos outros líderes, nem escreveu cartas às igrejas dizendo-lhes para não seguirem o exemplo de Pedro. Em vez disso, ele se opôs a Pedro cara a cara. Às vezes, cristãos sinceros, até mesmo líderes cristãos, cometem erros. E podem ser necessários outros cristãos sinceros para colocá-los de volta nos trilhos. Normalmente pensamos em nos posicionar contra aqueles que podem nos levar a um comportamento imoral, mas, Paulo teve que tomar uma atitude dura contra pessoas morais, e até mesmo que podiam se considerar superiores a ele por terem andado fisicamente com Jesus.

Não devemos ceder àqueles que fazem do cumprimento de padrões feitos pelo homem uma condição para a salvação, mesmo quando tais pessoas são moralmente retas ou em posições respeitadas. Se você está convencido de que alguém está fazendo mal a si mesmo ou à igreja, tente a abordagem direta. Não há lugar para traição no corpo de Cristo.

Esse foi um momento de tensão entre Paulo e Pedro, e o motivo foi a circuncisão, que era um ponto da própria Lei de Moisés.

A partir daí, Paulo ensina que ninguém pode ser justificado pela Lei e que a morte de Jesus na cruz é o único meio de justificação, e a fé é o único meio de chegarmos a ela. Ele, então, enfatiza que todos os crentes, sejam judeus ou gentios, são salvos somente pela fé em Cristo e não pela adesão à Lei. Afirma também que ele mesmo foi crucificado com Cristo e que não vive mais, mas Cristo vive nele. Essa ênfase na importância da fé em Cristo e na suficiência de seu sacrifício na cruz é um tema recorrente no livro de Gálatas.

 

Quinta-feira, 10/10: A graça de Deus.

Leitura Diária: Gálatas 2:14-17

Teologicamente, Paulo sabia que todos, não apenas os gentios, são pecadores (Rm 3:23), e ele não nega isso, mas aqui, provavelmente, ele estava usando uma expressão que seus oponentes, que eram naturalmente judeus e, aparentemente, se orgulhavam disso, usavam para descrever os não-judeus. No entanto, em vista do gracioso pacto de Deus com Israel, eles possuíam determinadas vantagens espirituais (Rm 9:4-5).

Justificação é um conceito legal que significa “ser declarado justo”, e a fé significa confiar na obra redentora de Jesus Cristo sobre a cruz. A graça de Deus, é a única maneira de ser justificado por meio da fé em Jesus Cristo. Qualquer outra maneira dá margem ao pensamento de que as obras desempenhem um papel na justificação.

Este é o ponto principal da carta de Paulo aos Gálatas: nem a salvação, nem a justificação pode ser obtida pela observância da Lei, mas, somente pela graça de Deus. A salvação só se dá por meio da fé em Jesus Cristo (Rm 3:20).

 

Sexta-feira, 11/10: Morto para a Lei.

Leitura Diária: Gálatas 2:18-20

Tendo crido em um Evangelho de justificação pela fé, independente da Lei, Paulo não podia voltar atrás e reconstruir a falsa mensagem do evangelho da salvação pelas “obras da Lei”, que antes destruíra. Se assim o fizesse, ele seria um transgressor no sentido de pecar contra a graça.

Em sua declaração, “estou morto para a Lei”, ele quis dizer que, em virtude de Jesus ter morrido sob a Lei (Gl 3:13), ele estava agora separado da Lei. “Eu morri” se refere a estar crucificado com Cristo, como se o crente tivesse morrido na cruz com Jesus. O cristão continua a viver fisicamente como antes, entretanto, espiritualmente, ele passa a ter uma nova vida pela fé em Cristo. A velha vida que ele vivia, morto espiritualmente para Deus, agora mudou. Paulo e todos os cristão foram crucificados com Cristo a fim de morrer para o pecado, para a Lei, porque ela já não pode mais o alcançar, e para o presente século mau (Gl 1:4). O poder da ressurreição de Cristo, por meio do Espírito, opera no cristão (Rm 6:4-11) que opta por viver na fé do Filho de Deus, se fazendo assim inalcançável para a própria Lei.

 

Sábado, 12/10: Vivendo na Graça de Deus.

Leitura Diária:  Gálatas 2:20-21

Se fosse possível alcançar a justiça de Deus pelo cumprimento da Lei, Cristo teria morrido em vão sobre a cruz, no entanto, visto que a salvação por meio da Lei é impossível, a única alternativa é a justificação pela fé em Cristo.

O que aprendemos nas devocionais desta semana são lições muito importantes para todos os crentes: Paulo enfatiza que a salvação é pela graça mediante a fé em Cristo, não por obras da Lei. Isso nos lembra que nossa aceitação diante de Deus não é baseada em nossos esforços, mas na obra redentora de Jesus Cristo na cruz. A unidade dos crentes em Cristo, independentemente de suas origens étnicas ou culturais, nos ensina a valorizar a comunhão com outros crentes, reconhecendo que somos todos um em Cristo Jesus. Fomos libertos da escravidão do pecado pela morte de Cristo na cruz, o que nos motiva a viver em liberdade, não mais escravizados pelo pecado, mas vivendo em obediência a Deus e servindo uns aos outros em amor. Somos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei, o que nos leva a compreender que nossa relação com Deus é estabelecida pela fé, não por nosso desempenho moral, e nos encoraja a confiar na suficiência da obra redentora de Cristo. A nossa identidade está em Cristo, e não em nossas realizações ou status sociais, isso nos lembra de nossa nova posição em Cristo como filhos de Deus e herdeiros de Suas promessas, o que molda nossa perspectiva e prioridades na vida.

O verso 21 reforça o alerta dado no verso 18: se alguém retorna a construir aquilo que foi destruído pela graça de Deus, essa pessoa está anulando a graça que recebeu.

 

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