Devocionais da semana 23-29 de novembro de 2025
Devocionais da semana
Domingo, 23/11: Peregrinos na terra.
Leitura Diária: I Pedro 1:1-2
Pedro ou Cefas, que significa “pedra”,
foi Apóstolo de Jesus Cristo, e é conhecido como “o apóstolo da circuncisão”,
pois suas cartas são dirigidas, aos judeus principalmente, os da dispersão. Sua
mensagem trazia conforto na aflição, pois estavam sendo perseguidos. Ele
considera sua condição temporal como uma sombra de seu chamado espiritual para
serem estrangeiros e peregrinos na terra, procurando a Jerusalém celestial como
seu lar (Hb.11:8-10). Assim, também os cristãos gentios, como Israel espiritual,
são incluídos secundariamente, como tendo o mesmo elevado chamado. Se os
cristãos considerarem corretamente seu chamado, nunca devem se estabelecer
aqui, mas se sentirem viajantes. Assim como os judeus em sua dispersão
espalharam através das nações o conhecimento do único Deus, preparando o mundo
para o primeiro advento de Cristo, também os cristãos, através de sua dispersão
entre os não convertidos, difundem o conhecimento de Cristo, preparando-os para
Seu segundo advento. Os “filhos de Deus dispersos” constituem um todo em
Cristo, que os “reúne em um”, agora parcialmente e em espírito, no futuro
perfeitamente e visivelmente.
O apóstolo escreveu sua primeira carta
com o objetivo de fortalecer e encorajar os cristãos judeus que estavam
sofrendo oposição e tribulação por causa da fé em Cristo. Sua intenção é que ao
ler estas palavras eles fossem animados com a esperança da vida eterna. Ele
também os exortou a que vivessem de maneira santa, digna do Evangelho de Jesus
Cristo. Sobre o sofrimento, ele nos mostra que quando sofremos nos tornamos
participantes do sofrimento de Cristo, nosso Senhor. Além disso, devemos
lembrar que isso é temporário.
Quatro grandes temas são abordados em I
Pedro: salvação, perseguição, família de Deus, vida em família, juízo de Deus.
A salvação em Cristo é uma dádiva. Somos
salvos por causa do seu grande amor, não há nada que possamos fazer para
merecer isso. Porque foi a morte de Jesus e seu grande sofrimento que fez a
mediação entre nós e Deus. O sacrifício de Jesus proporcionou o derramamento do
Espírito Santo, que nos conduz em santificação para a vida eterna.
Segunda-feira, 24/11: Uma esperança
viva.
Leitura Diária: I Pedro 1:3-4
Ao começar sua carta, Pedro, assim como
Paulo na abertura de suas Epístolas, dá graças a Deus pela grande salvação; ele
olha para frente, no futuro (I Pd.1:3-9); e para trás no passado (I Pd.1:10-12)
No ano 64 d.C., uma grande parte da
cidade de Roma foi queimada. Alguns acreditavam que o imperador Nero era o
responsável, tentando abrir espaço para seus projetos de construção.
Enfrentando tais acusações, o próprio Nero acusou um grupo de pessoas já vistas
com suspeita pelo público em geral, os cristãos. Durante mais ou menos o mesmo
período, os judeus da Palestina se rebelaram contra os romanos. Essa rebelião
tornou-se uma guerra, no ano 66 d.C., que terminou com a destruição de
Jerusalém e da nação judia.
Ambos os eventos resultaram em
perseguição aos cristãos. Nero os perseguiu em Roma veementemente e foi
provavelmente o responsável pelas mortes de Pedro e Paulo. Alguns cristãos
sofreram devido ao conflito entre os judeus e os romanos, porque estes frequentemente
não faziam distinção entre aqueles judeus que eram cristãos e aqueles que não
eram. O apóstolo Pedro escreveu sua primeira epístola durante este período. Ele
entendia que muitos cristãos iriam enfrentar severa perseguição. Seu propósito
era advertir seus leitores contra a tribulação iminente e encorajá-los a
permanecerem fiéis durante esses tempos difíceis.
O que poderia Pedro escrever àqueles
cristãos espalhados através da Ásia Menor que pudesse capacitá-los a suportar a
feroz tempestade de perseguição? Pedro decidiu começar salientando as bênçãos
espirituais gozadas por seus leitores. Eles tinham “renascido”, e foi provado
isso através do batismo, para uma viva esperança, uma herança celestial que ele
descreve em termos irrefutáveis: incorruptível, sem mácula, imarcescível,
porque não há nada neste mundo comparável ao esplendor do céu.
Nossa esperança é: “Cristo que
ressuscitando instituiu o poder, e é o padrão da ressurreição do crente”. A
alma, nascida de novo da velha natureza para a graça, também nasce de novo para
a vida de glória. Mt.19:28. Como João é o discípulo do amor, também Paulo da
fé, Pedro é o da esperança. Por isso, Pedro, acima de todos os apóstolos,
exorta à ressurreição de Cristo; que foi uma coincidência entre a sua própria
história e a epístola, se tornando assim uma prova de genuinidade. A
ressurreição de Cristo foi a circunstância da sua própria restauração por
Cristo depois da sua queda ao negá-lo (Mc.14:67-72; 16:7). E o resultado disso
é uma herança, o objeto da nossa “esperança”, que não é uma esperança morta,
mas sim uma esperança “viva”.
Terça-feira, 25/11: O cuidado com o povo
de Deus.
Leitura Diária: I Pedro 1:5-11
Pedro ainda destaca o privilégio
especial de seus leitores, observando a salvação que eles receberiam na
revelação de Jesus Cristo. A fé deles, testada pela perseguição, era mais
preciosa do que o ouro refinado pelo fogo e resultaria em louvor, glória e honra
quando Jesus retornasse. Nem mesmo profetas do Velho Testamento, que falaram
das bênçãos espirituais que acompanhariam a morte de Cristo, não gozaram a
abençoada posição destes cristãos!
A titularidade da herança já é do
crente, sendo realmente atribuída a ele; a entrada em sua posse futura e
esperada já é uma certeza. Ao ser “gerado de novo” como um “filho”, ele é um
“herdeiro. A herança é a “salvação”; “a graça que será trazida na revelação de
Cristo”.
Quarta-feira, 26/11: A herança guardada
em Cristo.
Leitura Diária: I Pedro 1:12-15
Mediante a herança que ao cristão está
reservada, ele tem deveres em sua vida neste mundo. As negações das
imperfeições são o principal meio de nos transmitir uma concepção das coisas
que “não subiram ao coração do homem”, visto que nossas capacidades são agora
insuficientes para compreendê-las.
Pedro, por ser impulsivo e suscetível às
impressões exteriores, sentia mais dor por causa da corrupção profundamente
enraizada que espreitava sob as mais belas coisas terrenas, e as condenava à
rápida decadência. Mas, o cristão deveria viver uma vida não manchada pelo
pecado como bens terrestres, seja na aquisição, seja no uso deles; ter uma vida
incapaz de qualquer mancha. “O homem rico é um homem desonesto ou o herdeiro de
um homem desonesto” (Jerônimo, 347-420 d.C). Até mesmo a herança de Israel foi contaminada
pelo pecado. A contaminação invade até mesmo nossas coisas sagradas, ao passo
que o serviço de Deus deveria ser imaculado.
Até mesmo a parte mais delicada da
herança celestial, seu florescimento, continua imperecível, guardados. Pedro
responde à objeção: De que nos serve que a salvação seja “reservada” para nós
no céu, como em um porto calmo e seguro, quando somos lançados no mundo como em
um conturbado mar no meio de mil naufrágios? Porém, assim como a herança está
“guardada” com segurança “no céu”, assim devemos ser “guardados” no mundo para
termos certeza de alcançá-la. A herança pertence somente àqueles que
“perseveram até o fim”, pela fé guardados no poder de Deus. (Lc.8:13). O poder
protetor de Deus nos salva dos nossos inimigos, e a Sua longanimidade nos salva
de nós mesmos. Se o crente viver espiritualmente em Deus, Deus viverá nele.
O poder de Deus que guarda o crente não
é uma força que opera sobre ele de fora mecanicamente, mas sim o poder
espiritual de Deus em que ele vive, e com cujo espírito é revestido. Ninguém
pode se orgulhar por estar sendo guardado pelo poder de Deus para a salvação,
se não andar pela fé. Nem o conhecimento teórico e a razão, nem as obras de
caridade, valerão de nada, separadas da fé. É através da fé que a salvação é
recebida e guardada.
Em vista de tais bênçãos espirituais,
Pedro manda que seus leitores preparem suas mentes e esperem a graça que
receberão no futuro. Além disso, eles precisavam buscar a santidade através da
obediência que é adequada àqueles que foram redimidos pelo inestimável sangue
de Jesus Cristo. A esperança cristã da glória repousa no fato que Deus
ressuscitou Jesus dos mortos.
Nossos imensos privilégios são,
portanto, evidenciados em contraste com os daqueles que não creem em Cristo.
Nós, cristãos, com a ajuda do Espírito Santo, podemos entender as profecias,
enquanto eles não compreendem e por isso não aceitam o sacrifício de Cristo
para a salvação de todo aquele que crê.
Quinta-feira, 27/11: Sede santo, porque
Deus é Santo
Leitura Diária: I Pedro 1:16-17
A Escritura é a fonte de toda a
autoridade em matéria de doutrina e prática. O que as Escrituras Sagradas
exortam a todo o crente em Cristo Jesus é que precisam atender esse imperativo:
“Sede santos, porque eu sou santo”.
O que Deus está nos exortando é: “Já que
eu sou a fonte da santidade, sendo santo na minha essência, sede zelosos de
participar da santidade, para que sejais como Eu sou”. A criatura é santa
somente na medida em que é santificada por Deus. Deus, ao dar a ordem, está
disposto a dar também o poder de obedecer, através do Espírito santificador.
Se chamamos a Deus de “Pai” é porque
fomos regenerados e temos agora todo o direito de chegarmos a Ele como filhos,
o qual fomos transformados a partir de nossa adoção em Cristo Jesus. Temos todo
o direito de orarmos: “Pai nosso que estais no céu” (Mt.6:9; Lc.11:2). Nesse
caso precisamos então representar com todo o temor e responsabilidade aquilo
que é o Nosso Pai: “Santo”.
As obras particulares de cada um são
manifestações da sua obra geral de vida, seja ela de fé ou de amor, através da
qual sozinhos agradamos a Deus e escapamos da condenação.
Sexta-feira, 28/11: Porque devemos ter
temor a Deus.
Leitura Diária: I Pedro 1:18-21
Os motivos para o temor reverente e
cauteloso que a carta nos apresenta começa com algo que todo o crente precisa
estar atento no dia a dia é o de “desagradar a Deus”. Isso porque a
consideração do alto preço de nossa redenção do pecado, deve nos mover a um
desejo constante de ser sempre agradável aos olhos de Nosso Pai. Observe, somos
nós que somos comprados pelo sangue de Cristo, não o céu. Na Escritura não se
diz que o sangue de Cristo compra o céu para nós: o céu é a “herança” dada a
nós como filhos, pela promessa de Deus. Fomos resgatados com um alto preço, não
com ouro e a prata que estão sujeitos à corrupção, essas coisas não podem
libertar ninguém da morte espiritual e corporal; eles são, portanto, de
pouquíssimo valor. Mas fomos resgatados com o “sangue precioso” de Cristo. Os
israelitas eram resgatados com meio siclo cada um, que ia para comprar o
cordeiro para o sacrifício diário (Êx.30:12-16; Nm.3:44-51). Mas o Cordeiro que
redime os israelitas espirituais o faz “sem dinheiro nem preço”. A Igreja do
primogênito é redimida do pecado e da maldição com o sangue precioso de Cristo
(Mt.20:28; I Tm.2:6; Tt.2:14; Ap.5:9). Em todas estas passagens há a ideia de
substituição, a entrega de um pelo outro mediante resgate ou equivalente. O
homem é “vendido sob o pecado” como escravo; fechado sob a condenação e a
maldição. O resgate foi, portanto, pago ao Juiz justamente indignado, e foi
aceito por Deus como uma satisfação vicária pelo nosso pecado, na medida em que
foi o Seu próprio amor e a justiça que o determinaram. Um israelita vendido
como escravo para pagar uma dívida poderia ser redimido por um de seus irmãos.
Assim como, portanto, não podíamos nos redimir, Cristo assumiu nossa natureza a
fim de se tornar nosso parente e irmão mais próximo, e assim também nosso Deus
e Redentor. A santidade é o fruto natural da redenção da vossa vã maneira de
viver. Para saber o valor total do sacrifício de Jesus por nós é necessário
entendermos o quanto custa a herança pecaminosa que recebemos dos nossos pais.
Essa herança pecaminosa seria de um valor tão alto que nós jamais
conseguiríamos pagar. O sacrifício redentor de Cristo por nós, nos traz então
uma obrigação adicional à nossa prática de uma santa caminhada. Esse é o motivo
pelo qual devemos buscar a santidade e viver em temor a Deus neste mundo.
Sábado, 29/11: O caminho do Evangelho da
salvação.
Leitura Diária: I Pedro 1:22- 25
O caminho, é de fé e obediência; não por
uma exigência de Deus, mas por compreendermos o sacrifício de Cristo, isso nos
comove.
O amor a Deus também nos moverá ao amor
fraternal o qual é diferente do amor comum. Esse amor é precedido pelas graças
purificadoras, “fé, conhecimento e piedade”, etc. O amor é a evidência de nossa
regeneração e justificação pela fé. A fraternidade cristã brota do nosso novo
nascimento e de uma semente imperecível, a palavra permanente de Deus. Esta é a
consideração que aqui se pede para nos levar a exercitar o amor fraterno. Assim
como a relação natural dá origem à afeição natural, assim a relação espiritual
dá origem ao amor espiritual, e, portanto, permanente, assim como a semente da
qual brota é permanente, e não transitória como as coisas terrenas.
A palavra de Deus não é o elemento
material do novo nascimento espiritual, mas seu meio ou intermediário. Por meio
da palavra, o homem recebe a semente incorruptível do Espírito Santo, e assim
se torna um “nascido de novo”: Jo.3:3-5, “nascido da água e do Espírito”. A
palavra é o instrumento remoto e anterior; e o batismo, o instrumento próximo e
sacramental. A palavra é o instrumento em relação ao indivíduo; batismo, em
relação à Igreja como sociedade. Nós nascemos de novo do Espírito, porém o meio
pelo qual o Espírito trabalha é pela palavra de Deus. A palavra não é o próprio
princípio gerador, mas apenas aquilo pelo qual ele funciona: o veículo do poder
germinador misterioso. “Pela viva palavra de Deus, que permanece”, é porque o
Espírito de Deus acompanha o que a palavra traz em si: a semente da vida.
Aqueles que assim nasceram de novo vivem e permanecem para sempre, em contraste
com aqueles que semeiam na carne. O Evangelho dá frutos incorruptíveis, não
obras mortas, porque ele mesmo é incorruptível. A palavra é um eterno poder
divino. Pois, embora a voz ou a fala desapareça, ainda permanece o cerne, a
verdade compreendida na voz. Isto afunda no coração e está vivo; pois, é o
próprio Deus falando. Assim Deus disse a Moisés (Êx.4:12), “Eu serei com a tua
boca”. A vida está em Deus, mas é comunicada a nós através da palavra. O
Evangelho nunca cessará.
A glória permanente da ressurreição está
sempre ligada à nossa regeneração pelo Espírito. A regeneração que começa com a
renovação da alma do homem na ressurreição, passa para o corpo, depois para
todo o mundo.
“a palavra…que foi evangelizada”. Como
vimos, a Palavra é eterna como também é eterno aquele que a pronunciou, Deus.
Portanto, aquele que nasce da semente incorruptível (a Palavra) também se torna
eterno, pois recebeu a semente incorruptível, que é a própria palavra;
portanto, nascemos para a eternidade, e assim é necessário agora vivermos para
a eternidade, não podemos continuar vivendo para o mundo, pois já fomos
transformados e nosso lar não é aqui, mas no Céu. O mundo não pode nos prender
mais, temos uma herança eterna. Não precisamos procurar muito, pois, a palavra;
está entre nós, a alegre mensagem do Evangelho que pregamos.
Comentários
Postar um comentário