Devocionais da semana 09-15 de novembro de 2025
Devocionais da semana
Domingo, 09/11: Causa e efeitos das
divisões.
Leitura Diária: Tiago 4:1-2
O capítulo 4 da carta de Tiago examina
as causas e efeitos das divisões dentro da igreja. Ele explica que conflitos,
lutas e desentendimentos se originam dos desejos egoístas no coração humano e
da “amizade com o mundo”. Então vem a orientação a sermos submissos a Deus para
evitar a arrogância, purificando o coração, resistindo ao diabo e se
aproximando de Deus através da humildade e do arrependimento. Ele também
adverte contra o julgamento de outros, lembrando que somente Deus é o juiz, e
encoraja as pessoas a entregarem seus planos a Ele, pois a vida é incerta como
a névoa.
As guerras, disputas e intrigas dentro
da igreja e da sociedade nascem dos desejos egoístas do coração, que levam à
cobiça, inveja e, consequentemente, ao conflito. O exemplo maior disso é que
quando as pessoas pedem a Deus algo, mas o fazem apenas para satisfazer seus
próprios prazeres, não recebem o que pedem. Esse é um daqueles textos que me
confronta de forma muito prática. Quando leio esse capítulo, percebo o quanto é
fácil deixar o orgulho, o egoísmo e a busca por prazeres terrenos dominarem
nossos corações, mesmo quando estamos dentro da igreja.
Muitos dos cristãos a quem a carta foi
dirigida eram pobres e oprimidos, vivendo como minoria em sociedades pagãs,
sofrendo injustiças e, muitas vezes, sendo tentados a reagir com violência ou a
buscar os mesmos valores do mundo, como a ambição e o orgulho. Do ponto de
vista teológico, esse capítulo reflete o chamado à santidade e à humildade,
visto que ele apresenta a vida cristã como um constante conflito entre as
paixões humanas e a vontade de Deus. É nos demonstrado a necessidade de uma
submissão prática ao Senhor em todas as áreas da vida, inclusive nas relações
interpessoais e nos planos para o futuro.
Tiago descreveu com precisão as
contendas entre os cristãos. Muitas vezes, as batalhas que acontecem são
amargas e severas. A origem, porém, é sempre a mesma. Há alguma raiz de
carnalidade, uma guerra interna dentro de nós. Dois crentes que estejam andando
no Espírito de Deus não podem viver com guerras e contendas entre si.
Tiago parece estar mais incomodado com o
espírito egoísta e a amargura das brigas do que com os acertos e erros dos
vários pontos de vista. Quase todos os que têm uma atitude tão crítica e
contenciosa afirmam que são inspirados e apoiados pelo Espírito de Deus. Ele,
no entanto, deixa claro que essa maneira contenciosa vem das paixões,
Toda a história da humanidade mostra o
fracasso dos desejos malignos em obter seu objetivo. Essa é a trágica ironia da
vida vivida segundo os desejos mundanos e carnais; ela nunca alcança o objetivo
pelo qual dá tudo de si. Essa insatisfação fundamental não se deve à falta de
esforço: Se os cobiçosos fracassam, não é porque não se puseram a trabalhar
para alcançar seus objetivos; pois, de acordo com sua natureza, eles usaram os
meios mais práticos ao seu alcance, e também os usaram com entusiasmo. Isso nos
ajuda a entender racionalmente a insensatez de viver a vida segundo os desejos
do mundo e nossos apetites animais. Você é tentado a satisfazer um desejo
pecaminoso porque pensa, ou espera, que ele pode ser satisfeito, mas ele nunca
será satisfeito. Por que não aceitar sua falta de satisfação
Segunda-feira, 10/11: Orações com
motivações erradas.
Leitura Diária: Tiago 4:3-4
Tiago denuncia um erro comum: oramos,
mas com motivações erradas. Pedimos coisas a Deus apenas para satisfazer nossos
próprios prazeres, e não para glorificá-lo. Isso me lembra que a oração deve
ser um ato de submissão e confiança, não uma tentativa de manipular Deus para
satisfazer meu ego.
Então ele vai direto ao ponto e usa uma
linguagem forte: “Adúlteros, vocês não sabem que a amizade com o mundo é
inimizade com Deus?”. Essa metáfora do adultério espiritual me faz lembrar dos
profetas do Antigo Testamento, como Oséias, que comparavam o povo infiel a uma
esposa adúltera que trocava o amor do Senhor pelos ídolos (Os.1–3).
O “mundo” representa o sistema de
valores humanos afastado de Deus, baseado no orgulho, na busca por prazer e na
autossuficiência. Quando buscamos esses valores, nos tornamos, na prática,
inimigos de Deus.
“Quem quer ser amigo do mundo faz-se
inimigo de Deus. Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o
Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes?”
Tiago reconhece que não podemos ser
amigos desse sistema mundial em rebelião contra Deus e, ao mesmo tempo, amigos
de Deus (Mt.6:24). Até mesmo o desejo de ser amigo do mundo faz da pessoa um
inimigo de Deus.
Essa amizade com o mundo significa que a
pessoa está em uma posição de hostilidade contra Deus, pois desafia Sua vontade
e despreza Seu propósito. Com isso, jamais teremos nossas orações respondidas
se assim nos comportarmos. Ou somos amigos de Deus e seremos ouvidos por Ele,
ou somos amigos do mundo e em consequência distanciaremos de Deus e Ele não
ouvirá nosso clamor.
Terça-feira, 11/11: A importância da
humildade.
Leitura Diária: Tiago 4:5-6
A importância da humildade diante de
Deus é um tema central deste capítulo, onde o autor exorta os crentes a se
submeterem a Deus e a reconhecerem sua dependência d’Ele.
Ele começa esta seção afirmando que Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Essa declaração destaca que a
humildade é uma qualidade essencial para aqueles que desejam viver em comunhão
com Deus e experimentar Sua graça.
Enfatiza que a humildade envolve
reconhecer nossas limitações e fraquezas, bem como a necessidade de buscar a
orientação e a força de Deus em todas as áreas de nossas vidas.
Ao nos humilharmos diante de Deus,
abrimos espaço para que Ele trabalhe em nós e através de nós, moldando nosso
caráter e nos capacitando a viver de acordo com Sua vontade. Além disso, a
humildade é um antídoto contra os conflitos e desejos egoístas que Tiago
menciona anteriormente. Quando os crentes se aproximam de Deus com um coração
humilde, eles são menos propensos a se deixar levar por paixões e ambições que
causam divisões. A humildade promove a paz e a unidade, permitindo que os
crentes se apoiem mutuamente e vivam em harmonia.
Ele também menciona que, ao se
submeterem a Deus, os crentes devem resistir ao diabo, e ele fugirá. Essa
resistência é uma demonstração de que a humildade não é fraqueza, mas uma força
que vem da confiança em Deus. A verdadeira humildade é acompanhada de ação,
onde os crentes se esforçam para viver em obediência e fé.
Assim, a importância da humildade diante
de Deus nos ensina que somos chamados a viver com um coração submisso e
dependente d’Ele. Essa mensagem nos encoraja a buscar a graça divina e a
cultivar uma atitude de humildade em nossas vidas, reconhecendo que, ao
fazermos isso, estamos nos alinhando com a vontade de Deus e promovendo a
verdadeira paz na comunidade.
Quarta-feira, 12/11: A submissão à Deus
Leitura Diária: Tiago 4:7-10
Ter uma mente dúbia parece ser a
essência do pecado. Eu aprendo que a primeira atitude para me aproximar de Deus
é me submeter a Ele. Isso significa deixar o orgulho de lado e reconhecer que
só Ele tem o controle da minha vida. A promessa é clara: se nos aproximarmos de
Deus, Ele se aproximará de nós. Mas, para isso, precisamos de purificação
interior. Tiago fala de lavar as mãos e purificar o coração, o que remete à
ideia de arrependimento sincero e abandono do pecado.
O mesmo Espírito Santo que nos convence
de nossa transigência também nos concederá a graça de servir a Deus como
devemos. Essa maravilhosa declaração “mas ele nos concede graça maior” está em
forte contraste com as palavras anteriores.
O que o texto nos ensina é: Observe como
somos fracos, como Ele é forte; como somos orgulhosos, como Ele é
condescendente; como erramos, e como Ele é infalível; como mudamos, e como Ele
é imutável; como somos provocadores, e como Ele perdoa. Observem como em nós só
há maldade, e como n’Ele só há bondade. No entanto, nosso mal atrai sua
bondade, e Ele nos abençoa. Que rico contraste!
A submissão a Deus é a chave para a
vitória espiritual. Quando nos colocamos sob a autoridade d’Ele, somos
fortalecidos para enfrentar as tentações e os ataques do inimigo. A resistência
ao diabo não é apenas uma ação passiva, mas uma luta ativa onde os crentes
devem firmar-se na verdade e nas promessas de Deus.
Além disso, o autor destaca que o diabo
foge daqueles que resistem a ele. Essa afirmação nos encoraja a tomar uma
posição firme contra as tentações, sabendo que, ao fazermos isso, estamos
afirmando nossa fé e confiança em Deus. A resistência deve ser acompanhada de
oração e da meditação na Palavra, pois essas práticas nos capacitam a discernir
e a lutar contra as mentiras do inimigo. Ele também menciona que essa deve ser
uma prática contínua.
Os crentes não devem relaxar na
vigilância, mas devem estar sempre alertas e prontos para se oporem às
influências que buscam afastá-los de Deus. A vida cristã é uma batalha
espiritual, e a submissão a Deus é o fundamento sobre o qual essa resistência
se baseia.
“Humilhem-se diante do Senhor, e ele os
exaltará”. Essa exaltação não é uma promessa de status ou riqueza, mas de ser
aceito por Deus, ter paz com Ele e desfrutar de sua presença.
Quinta-feira, 13/11: Uma armadilha
chamada critica
Leitura Diária: Tiago 4:11-12
Tiago agora aborda um tema muito
presente na vida cristã: o julgamento. Ele escreve: “Irmãos, não falem mal uns
dos outros”. Essa exortação me faz lembrar o quanto é fácil cair na armadilha
da crítica e da fofoca dentro da própria igreja. Mas, ao fazer isso,
desrespeitamos a lei do amor ao próximo.
A solução para as contendas é acertar as
contas com as outras pessoas. A humilhação e o acerto com Deus devem resultar
no acerto com as outras pessoas. Quando estivermos bem com as outras pessoas,
isso se manifestará na maneira como falamos sobre elas. Portanto, não devemos
falar mal uns dos outros e julgar nosso irmão. Esse pecado é errado por dois
motivos. Primeiro, ele quebra a lei real de que devemos amar uns aos outros. Em
segundo lugar, ele toma um direito de julgamento que somente Deus tem. Quando
temos a devida humildade diante de Deus, simplesmente não é possível julgar
nosso irmão de forma arrogante. Isso não significa excluir os tribunais e
juízes civis. Em vez disso, é para erradicar o espírito duro, indelicado e
crítico que continuamente encontra falhas nos outros.
Sexta-feira, 14/11: Reconhecer a
soberania de Deus.
Leitura Diária: Tiago 4:13-16
Por que devemos reconhecer a soberania
de Deus nos planos? Nesta última parte do capítulo sempre me faz refletir sobre
a minha forma de planejar a vida. O problema aqui não é fazer planos, mas agir
como se fôssemos donos do nosso próprio destino, ignorando totalmente Deus.
A comparação com a neblina me lembra o
quanto a vida é frágil e passageira. Quando achamos que temos o controle de
tudo, esquecemos da nossa dependência do Senhor.
Por isso, Tiago orienta: “Ao invés
disso, deveriam dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo”.
Essa atitude revela humildade e submissão à vontade de Deus. Não significa que
não devemos planejar, mas que devemos reconhecer que tudo depende d’Ele. Essa
atitude desafiada por Tiago vai muito além de fazer planos sábios para o
futuro. Há duas grandes certezas sobre as coisas que acontecerão: uma é que
Deus sabe, e a outra é que nós não sabemos.
Tiago nos pediu que considerássemos a
fragilidade da vida humana e o fato de que vivemos e nos movemos somente com a
permissão de Deus. Ele não nos desencoraja de planejar e fazer, mas apenas de
planejar e fazer sem confiar em Deus. Aqui nos lembramos da história que Jesus
contou sobre o homem rico que fez grandes planos para o futuro e, tolamente,
perdeu tudo quando sua alma lhe foi exigida (Lc.12:16-21).
Sabendo que a vida é curta, devemos ser
diligentes e enérgicos com os deveres comuns da vida. É pecaminoso negligenciar
esses deveres, porém, não há nada além de pura pretensão que nos faça pensar
que podemos viver, nos mover e ter nosso ser independente de Deus. Essa
pretensão orgulhosa é a essência do pecado, e esse foi o caso de Lúcifer
(Is.14:12-15) e de Adão (Gn.3:5-7).
Sábado, 15/11: O pecado da omissão.
Leitura Diária: Tiago 4:17
Por fim, Tiago diz: Quem sabe que deve
fazer o bem e não o faz, comete pecado”. O pecado não é apenas fazer o mal, mas
também deixar de fazer o bem quando temos a oportunidade. O alerta sobre a
omissão do bem lembra as palavras de Jesus em Mateus 25:41-46, onde Ele mostra
que deixar de fazer o bem é motivo de condenação.
Aprendemos nesta semana através do
capítulo 4 da Carta de Tiago que o orgulho e a busca egoísta por prazer são os
grandes inimigos da vida cristã; Os conflitos começam dentro do coração, quando
deixamos as paixões carnais nos dominarem; A amizade com o mundo nos afasta de
Deus e nos torna inimigo d’Ele; Precisamos resistir ao diabo e nos aproximarmos
do Senhor com humildade e arrependimento; Não devemos julgar os outros, mas
amar e encorajar nossos irmãos; Os planos que fazemos precisam ser feitos com a
consciência de que Deus tem o controle da nossa vida; Não podemos ignorar o bem
que sabemos que devemos fazer, pois isso também é pecado.
Esse é um capítulo que nos desafia a
vivermos uma fé prática, humilde e submissa ao Senhor, reconhecendo que nossa
vida só faz sentido quando estamos em obediência à sua vontade. Que aprendamos
a confiar em Deus, a depender da sua graça e a viver com um coração arrependido
e humilde diante d’Ele.
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