Devocionais da semana 20-26 de abril de 2025

Devocionais da semana

Domingo, 20/04: A força da oração.

Leitura diária: I Timóteo 2:1-2

No capítulo 2 da primeira carta do Apóstolo Paulo à Timóteo, ele inicia ensinando sobre o dever de orar por todas as autoridades. Os cristãos dessa época enfrentavam o imperador Nero e sua impiedade. Mesmo assim, é dever dos cristãos suplicar, orar, interceder e dar graças a Deus em favor das autoridades.

Se observarmos o capítulo anterior veremos que Paulo começou alertando seu filho na fé contra os falsos mestres em Éfeso. Faz questão de dar a sua opinião e ensina a Timóteo conselhos práticos que o ajudariam na saúde da igreja. É nesse contexto que ele diz que a lei é boa, se for usada de forma legítima, no entanto, diz que o Evangelho é superior e que é o único caminho do ser humano na redenção, citando o seu próprio exemplo, o pior dos pecadores, redimido e alcançado pela graça de Jesus.

Agora neste capítulo ele exorta ao seu filho na fé algo que pode edificar a Igreja, para isso ele usa quatro dos sete termos do Novo Testamento para a oração: Deprecações que enfatiza súplicas em favor de necessidade pessoal, e dá ideia de petição; orações é o termo geral para as preces do povo de Deus, e elas devem ser sempre dirigidas a Deus com reverência e adoração; intercessões sugere aproximar-se com confiança, com livre acesso a Deus; ações de graças são uma atitude de gratidão, o ato de louvar a Deus pelo que tem feito por nós. Cada um desses aspectos da oração deve estar presente na vida de uma igreja.

O termo “Por todos os homens” que é o primeiro objeto da oração, é uma expressão genérica que é usada para homens e mulheres, indiferentemente, não sendo restrita aos cristãos, mas abrangendo também os não cristãos, inclusive reis e todos os que estão em eminência. A ideia de orar pelos reis, ou pelas autoridades, tem uma ênfase dupla. Primeiro, é uma forma específica de orar por todos os homens, porque as ações dos governantes afetam a sociedade como um todo. Segundo, faz com que os cristãos se lembrem de que Deus é o grande Soberano, acima de todos os governantes. Ele está no controle de tudo e de todos, e nossas orações afetam as decisões das autoridades em nível mais elevado.

Você já parou para pensar no impacto que a oração pode ter em sua vida e na sociedade? Paulo não apenas destaca a importância da intercessão, mas também traça um panorama poderoso sobre como a oração, a postura diante de Deus e os papéis dentro da igreja moldam uma comunidade cristã saudável.

 

Segunda-feira, 21/04: A salvação é para todos os que creem.

Leitura diária:  I Timóteo 2:3-4

Quando Paulo diz “Venham ao conhecimento da verdade” é o mesmo que dizer “se convertam”. O desejo do Apóstolo era o mesmo desejo de Cristo, que todos os homens se salvem. Isso não significa que Deus vai salvar a todos, mesmo os persistentes na impiedade, se eles não se converterem não receberão a salvação.

Em outras passagens, Paulo ensina claramente que somente os que creem em Cristo serão salvos (Rm.1:16, 17; 3:21-26; 5:17). Isso também é o que Jesus ensina (Jo.3:15-18). Portanto, não é a vontade definitiva de Deus, por meio da qual Ele governa de forma soberana o mundo, a salvação sem seleção. O que Paulo está dizendo aqui é que o Deus Salvador estende sua oferta de salvação a todos.

Cristo morreu pelos pecados de todos, mas somente os que creem recebem o benefício desse sacrifício (Jo.3:16; II Co.5:14, 15). Aqui temos a referência a missão universal do evangelho e nos motiva a interceder por todos, especialmente os perdidos. O desejo de Deus pela salvação de todos é confirmado em passagens como II Pedro 3:9 e João 3:16, mostrando que essa oração está alinhada ao plano redentor de Deus. Orar pelos outros não apenas transforma suas vidas, mas também molda nosso coração, aproximando-nos do propósito divino. Como Jesus intercedeu por nós, somos chamados a fazer o mesmo pelos outros. A salvação em Cristo, está à disposição de todos, e Paulo revela o desejo de Deus de salvar a toda a humanidade e não apenas alguns poucos escolhidos.

O Espírito Santo procura orientar aos cristãos em todas as áreas da vida. Ao citar o “conhecimento da verdade”, está se referindo ao crescimento cristão após a salvação. Deus não deseja somente nossa salvação (justificação), mas também nosso crescimento na verdade (santificação), para que não sejamos mais enganados pelo pecado e por falsos mestres (I Tm.1:3, 4).

 

Terça-feira, 22/04: Cristo é o nosso único mediador. 

Leitura diária: I Timóteo 2:5-7

“Um só Deus” é a verdade central das Escrituras. O único Deus vivo deseja que todos sejam salvos. E Ele é o Único a quem nossas orações devem ser dirigidas. “Mediador” é um conceito oriundo da adoração cerimonial prescrita no Antigo Testamento. No tabernáculo e, mais tarde, no templo, os sacerdotes mediavam entre Deus e o povo, oferecendo sacrifícios de animais para expiar os pecados de todos e intercedendo pela nação. Na posição de mediador, o sacerdote era o único que podia entrar no Santo Lugar, onde Deus manifestava Sua presença. Jesus se qualificou como mediador ao se entregar como resgate por todos. Esse sacrifício é o ponto central do Evangelho, Cristo não apenas pagou o preço do pecado, mas abriu o caminho para que qualquer pessoa, independentemente de sua origem, possa se aproximar de Deus. Ele é o único caminho que leva a Deus, pois, tem a natureza plena de Deus e a natureza plena do homem. Cristo se identificou conosco; Ele nos entende perfeitamente e representa-nos à destra de Deus, o Pai (Rm.8:34). Coube ao único Mediador nosso dar-se a si mesmo em preço de redenção por todos. Em outras palavras, Cristo substituiu nossa vida pela d’Ele. Nossos pecados nos separaram de Deus. Cristo sofreu o castigo por nossos pecados, para que pudéssemos ser reconciliados com o Pai.

 

Quarta-feira, 23/04: Como adorar.

Leitura diária: I Timóteo 2:8-9

As instruções aqui inseridas se referem ao modo como uma pessoa deve comportar-se na adoração pública, mas os princípios ensinados têm aplicação mais ampla no comportamento cristão, por isso é que inclui a orientação para termos “santidade de vida e modéstia no traje”, coisas essas que são especialmente adequadas para o cristão.

Essa orientação sobre a postura correta na oração pública inclui a maneira correta do comportamento cristão, isso reflete a verdadeira vida de um adorador. O ato de “levantar mãos santas” simboliza pureza e devoção, não é apenas levantar as mãos, mas essas mãos devem ser santificadas por Cristo. A oração deve ser acompanhada de uma atitude de reconciliação, como também ensinado em Mateus 5:23-24, caso contrário não será aceita como adoração.

Quando Paulo se dirige às mulheres, orientando que se vistam com modéstia e discrição, ele está dizendo que a modéstia no vestuário reflete um coração focado em boas obras e piedade, em vez de ostentação. Pedro reforça essa ideia em I Pedro 3:3-4, destacando a beleza interior como algo de grande valor para Deus.

 

Quinta-feira, 24/04: Aprendizado adequado.

Leitura diária: I Timóteo 2:10-12

A expressão “não permito” não é mera expressão de um desejo pessoal de Paulo, e sim um posicionamento autoritário, ele escreveu com sua autoridade de apóstolo. É possível que estas restrições se baseassem no comportamento inadequado de algumas mulheres, que certamente se haviam recentemente convertido.

Paulo não era propriamente contra o fato de as mulheres orarem e pregarem em público, desde que estivessem trajadas adequadamente (I Co.11:4, 5). Ele Já havia sido espontâneo em reconhecer sua dívida para com um grupo considerável de mulheres que ajudaram a consolidação da Igreja do Novo Testamento (Rm.16:1-15). Mas, aqui ele usa um recurso literário nestes versículos para construir seu argumento de que as mulheres não deveriam ensinar nem exercer autoridade sobre os homens na igreja, sem antes ter a paciência em aprender. Ele deseja que as mulheres aprendam a doutrina cristã na congregação local, mas com uma atitude adequada.

Um fato interessante e que muitos não observam ao estudar esse texto é que aqui ele se coloca acima da cultura grega, já que a mulher do século 1 na Grécia não era considerada capaz de aprender. Paulo rejeita esse mito e exorta Timóteo a dar oportunidade às mulheres. Tendo aproveitado plenamente o potencial das mulheres em seu ministério, o apóstolo dá um grande exemplo a Timóteo.

Porém, enquanto estiver aprendendo, como, aliás, deveria ser a atitude de todos os cristãos, mulheres ou homens, devem fazê-lo em silencio. Ele não está dizendo que a mulher não pode falar na congregação local, mas, a advertência é que as elas devem aprender com toda a sujeição, não de um modo irrequieto, contencioso ou rebelde. Essa novidade em matéria de liberdade, para quem continua na ignorância e, consequentemente, imaturos, pode ser facilmente usada de forma incorreta, como aconteceu, por sinal, em Éfeso (Ef.5:11-15). O aprendizado em silêncio não implica inferioridade, mas reflete uma postura de respeito e receptividade, como visto em Atos 17:11, onde os bereanos ouviram e examinaram as Escrituras com disposição.

 

Sexta-feira, 25/04: O papel de cada sexo na criação de Deus.

Leitura diária: I Timóteo 2:13-14

Na mente de Paulo, a ordem da criação era mais importante do que ela é para a maioria das pessoas de hoje (I Co.11:8-9). Fundamentar este mandamento na ordem da criação faz com que ele seja permanente, e não algo exclusivo da cultura e da época de Paulo. O papel de cada sexo não é resultado da queda, e sim da criação e do propósito original de Deus. Ele não isentou Adão de seu pecado. O ponto aqui não é culpa, e sim engano. Em Romanos.5:12-14 Paulo deixa claro que Adão pecou e ficou com a principal responsabilidade pela queda da humanidade.

Ele apresenta razões para as diretrizes dadas: Na ordem da criação de Deus (I Co.11:9), Adão foi criado antes de Eva. Esta é uma referência implícita quanto aos privilégios que o primogênito recebia na sociedade judaica.

Esses privilégios não eram dados com base na superioridade inerente ao indivíduo, mas, em vez disso, pelo fato de ele ter nascido primeiro, era algo controlado pelo próprio Deus. A segunda razão para as proibições apresentadas se relaciona à queda do homem. Adão não foi enganado e isso mostra o fato de que Adão pecou de olhos abertos; sabia o que estava fazendo (Rm.5:12). O verbo indica que Eva foi completamente enganada, por isso Adão não tem desculpas.

 

Sábado, 26/04: Glorificar a Cristo como fomos criados.

Leitura diária: I Timóteo 2:15

Paulo não desvaloriza as mulheres, mas destaca sua contribuição exclusiva: “a mulher será salva dando à luz filhos”, essa frase aponta para o cumprimento do papel feminino no plano de Deus, mas não exclui a salvação pela graça mediante a fé, como ensinado em Efésios 2:8-9. Este trecho nos lembra que todos temos papéis importantes no mundo e no corpo de Cristo, e quando entendemos e vivemos da forma em que fomos criados, glorificamos a Deus e a igreja floresce.

Paulo não cria que as mulheres pudessem obter salvação dando à luz filhos nem fazendo outras coisas. Podemos entender melhor este versículo como a afirmação de um papel específico da mulher, em contraste com o papel vedado a elas nos v. 11-14. As pessoas são salvas quando perseveram na fé. Para as mulheres, esta perseverança é exposta nesta passagem em termos de papéis nobres exclusivos delas, e o exemplo usado e o de ter filhos.

Aprendemos, portanto nesse capítulo sobre o valor da intercessão em favor dos outros e como nossas orações podem impactar o mundo ao nosso redor; sobre o amor de Deus por toda a humanidade e da missão da igreja de proclamar o evangelho a todas as nações, sem distinção de raça, nacionalidade ou status social; sobre a exclusividade de Cristo como o único caminho para a salvação, o que nos encoraja a colocar nossa fé somente n’Ele como nosso único mediador diante de Deus; sobre a necessidade de honrar a Deus em nossas atitudes, palavras e vestimentas, buscando refletir Sua santidade em todas as áreas de nossa vida; sobre a importância de uma liderança sábia e piedosa na comunidade cristã, baseada em princípios bíblicos de amor, serviço e submissão à vontade de Deus.

Este capítulo é um convite a mergulhar em temas que desafiam nossa compreensão e redefinem nossa prática de fé.

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