Devocionais da semana 06-12 de abril de 2025

Devocionais da semana

Domingo, 06/04: A necessidade da oração na pregação.

Leitura diária: II Tessalonicenses 3:1-2

O último capítulo da segunda carta do Apóstolo Paulo aos Tessalonicenses, nos traz um pedido de oração para que aqueles irmãos orem pela vida do Apóstolo e pela expansão do Evangelho de Cristo.  Sua preocupação era com sua própria vida e a de seus companheiros, para que fossem libertos de pessoas perversas e malignas, pois nem todos têm fé. Também ele pede que orem para que a mensagem do Senhor se espalhasse rapidamente e fosse honrada, assim como aconteceu naquela igreja em Tessalônica, em todos os cantos em que fosse proclamada.

É muito comum em suas cartas, o apóstolo orar pedindo que o próprio Deus guarde a sua igreja, mas aqui ele pede que a igreja ore por ele. Porém, neste capítulo, que é a parte final da carta, além desse pedido, traz também instruções, exortações e saudações.

Anteriormente ele havia dado detalhes da volta de Jesus com relação a manifestação de um ser, o Anticristo. Na segunda vinda, após o arrebatamento, o anticristo terá totais poderes sobre essa terra, quando o Espírito Santo for retirado. Os seres humanos pecadores e o seu descaso a Deus os levarão ao engano do maligno, permitido por Deus sobre suas vidas. Os filhos de Deus, que na carta são chamados de “os filhos da luz”, serão constantemente guardados e fortalecidos na justiça de Deus.

Ele lembrou aos tessalonicenses que, mesmo que homens irracionais e maus estivessem perturbando os cristãos, o Senhor é fiel. Imagine uma igreja perseguida, cercada por dificuldades externas e conflitos internos, é nesse contexto, que surge o pedido de oração, por isso é que no final desse pedido ele oferece uma promessa poderosa: “O Senhor é fiel; ele os fortalecerá e os guardará do Maligno”. Essas palavras ecoam através dos séculos, lembrando-nos de que a fidelidade de Deus é a âncora que nos mantém em tempos de tempestade. Em todo o tempo a igreja enfrentará dificuldades, mas se ela mantiver firme em sua fé sempre será vitoriosa.

Por saber que nem todos têm fé, e com isso farão oposições aos que defendem a fé, essa realidade torna a oração ainda mais necessária para que a obra de Deus avance. Por isso é que os crentes são chamados a interceder para que os corações sejam abertos. Esse pedido reflete o entendimento de que o sucesso do ministério depende não só do esforço humano, mas do agir soberano de Deus, como também visto em Atos 16:14, quando o Senhor abre o coração de Lídia.

Este início do capítulo nos ensina a priorizar a oração em nossas vidas. Orar pela expansão do Evangelho e pela proteção dos que o anunciam é um ato de fé que demonstra nossa dependência de Deus. Mesmo em face da oposição, podemos ter confiança de que o Senhor age através das orações dos seus filhos.

 

Segunda-feira, 07/04: A paciência e a fidelidade ao Senhor.

Leitura diária:  II Tessalonicenses 3:4-6

Paulo ora para que o Senhor dirija os corações dos tessalonicenses ao amor de Deus e à perseverança de Cristo. Ele acreditava que os tessalonicenses obedeceriam às suas ordenanças, mas sua confiança estava no Senhor e se baseava naquilo que Deus faria para ajudar esses irmãos a permanecerem fiéis. Ele tinha uma confiança similar com relação à Igreja em Filipos (Fp.1:6).

O coração, é o centro da vontade de uma pessoa, é o lugar onde começa a renovação espiritual. Lá, Deus gera Seu amor e paciência, atributos que produzirão uma colheita de boas obras. Todos os obstáculos que estivessem impedindo o avanço daquela igreja em direção ao amor verdadeiro e prático seriam removidos por Deus.

Além disso, ele ora também para que os tessalonicenses, quando estivessem diante da perseguição, pudessem mostrar o mesmo tipo de paciência que Jesus expressou quando as pessoas o rejeitaram. Então ele dá uma instrução que serve muito bem para nós hoje em dia, mas, que se torna as vezes confusa diante de uma geração de “nutelas” com a qual precisamos conviver, essa instrução é para que nos afastemos de uma pessoa desobediente, isto é, deixar de ter comunhão com ela. Entre outras coisas isso incluiria não permitir que a pessoa participasse de festas de amor e da Ceia do Senhor (I Co.5:9-13). Porém essa também eram as instruções de Jesus em Mateus 18:15-17.

É claro que Paulo tinha a confiança na fidelidade do Senhor e no amor d’Ele, que precisa ser também demonstrado por nós, e ele expressa isso quando diz que o Senhor fortalecerá e protegerá os tessalonicenses do maligno. Ele também está confiante de que os tessalonicenses estão fazendo e continuarão a fazer o que ele ordenou.

 

Terça-feira, 08/04: Demonstrar compaixão e graça. 

Leitura diária: II Tessalonicenses 3:7-8

O Apóstolo Paulo não podia concordar com aqueles que estava se aproveitando das instruções, sobre o amor que a igreja deveria demonstrar uns para com os outros, para não trabalharem para o seu próprio sustento e ficar dependendo da ajuda da igreja. A ociosidade não apenas prejudica a vida pessoal, mas também afeta negativamente a comunidade de fé. A instrução que ele traz aqui reflete a importância do trabalho diligente, como ensinado em Provérbios 14:23: “Todo trabalho árduo traz proveito”. Não trabalhar e esperar que a igreja as alimente é um comportamento irresponsável da parte de pessoas capazes, porém, isso exclui os que verdadeiramente são necessitados, e é dever da igreja ajudá-las com compaixão e graça.

O amor cristão deve atender necessidade reais, e não falsas necessidades criadas pela irresponsabilidade.

A visão de alguns da igreja de Tessalônica, que achavam que o dia do Senhor tinha chegado e, portanto, Jesus logo viria, fez com que eles parassem com suas atividades normais, porém isso não era somente motivada pela fé na volta de Cristo, a realidade é que era apenas uma atitude preguiçosa comum que veio disfarçada de fé (I Ts.5:14).

Tanto os gregos como os romanos detestavam trabalho manual; normalmente usavam escravos para todas as tarefas do tipo. Em contrapartida, os judeus consideravam o trabalho como uma prova de bom caráter e instruíam seus filhos a trabalharem em um ofício. Paulo fazia tendas para suprir suas necessidades toda vez que isso se fazia necessário em suas viagens missionárias (At 18:1-3).

A ética de trabalho do Apóstolo servia como modelo para os crentes seguirem. Sua responsabilidade pessoal de contribuir para a própria subsistência era um grande exemplo, porém, não deixou de dizer para aqueles irmãos de que ele tinha o direito de receber sustento financeiro por trabalhar no ensino e evangelismo, mas preferiu não exercer esse direito para se tornar exemplo para a igreja, especialmente para os que não queriam trabalhar.

 

Quarta-feira, 09/04: Digno é o obreiro de seu sustento.

Leitura diária: II Tessalonicenses 3:9-10

Ao exercer sua profissão de fazedor de tendas, Paulo supriria suas próprias necessidades a fim de não sobrecarregar a igreja, porém ele deixa claro que não significava que a igreja deveria tomar isso como costume para não sustentar os seus pastores. Ele fala que a igreja é responsável pelo sustento daqueles que dedicam suas vidas para abastecê-los com o alimento espiritual (I Co.9:11-15). Os obreiros cristãos podem contar com o suporte financeiro, e a Igreja tem o dever de pagar aqueles que lhe servem, e a Bíblia ensina isso desde o Antigo Testamento, e persiste no Novo Testamento (Lc.10:7; I Co.9:6-14; G1.6:6; I Tm.5:17,18, Hb.13:17). Contudo, Paulo não queria usar sua autoridade para exigir pagamento, não que não tivesse direito, mas foi por uma questão didática. O fato de que ele trabalhava também eliminaria qualquer oportunidade de acusá-lo de ganância por parte daqueles que não eram verdadeiramente convertidos, pois os que são convertidos de verdade nunca o acusaria disso, mas, como ele mesmo disse, havia alguns naquela comunidade que não haviam recebido de verdade o Evangelho da salvação. Ele não queria que nada impedisse a propagação do evangelho (I Co.9:12).

 

Quinta-feira, 10/04: O trabalho glorifica a Deus.

Leitura diária: II Tessalonicenses 3:11-13

Para piorar a situação, o que fez com que Paulo não exercesse o seu direito de ser sustentado pela igreja, era que esses tessalonicenses além de não trabalhar, ainda por cima eram intrometidos, e incentivavam outros a não trabalharem também para se concentrarem no dia do Senhor. Aqueles que andam desordenadamente, não trabalhando de forma alguma, fazem coisas vãs, causando problemas e divisão na Igreja. Por esse motivo é que temos aqui a exortação para que comam o seu próprio pão e façam isso em silêncio, sem causar divisão e transtorno. Segundo Paulo, a cura para mexericos é o trabalho duro. Os cristãos tessalonicenses foram exortados a não ficarem desanimados no trabalho por causa dessas pessoas.

O trabalho é apresentado como um meio de glorificar a Deus e de servir à comunidade, como também ensinado em Colossenses 3:23-24: Essas instruções nos ensinam a importância do trabalho como parte de nosso testemunho cristão. Quando trabalhamos diligentemente, refletimos o caráter de Cristo e evitamos ser um fardo para os outros, vivendo de forma que glorifique a Deus.

A preguiça e a falta de compromisso podem prejudicar a vida espiritual de uma pessoa e afetar negativamente sua relação com Deus e com seus irmãos em Cristo. É importante lembrar que todo trabalho que fazemos para glorificar o Senhor não é apenas uma questão de atividade física, mas também envolve o coração e a mente. O serviço a Deus não deve ser feito superficialmente, mas com amor e dedicação. Quando estamos comprometidos em fazer a vontade do Senhor, Ele é glorificado e nossa vida é abençoada.

Além disso, quando estamos envolvidos em atividades edificantes, temos menos tempo para dar lugar a pensamentos pecaminosos ou ser influenciados pelas coisas deste mundo.

 

Sexta-feira, 11/04: Corrigir em amor.

Leitura diária: II Tessalonicenses 3:14-15

Paulo queria que a igreja de Tessalônica não se associasse com aquelas pessoas que não obedeciam ao evangelho, mas que chamasse a atenção deles como irmão, com vistas a corrigir o problema.

Apesar de os cristãos tessalonicenses devessem deixar de ter comunhão e não se associasse com essas pessoas, deveriam demonstrar amor para com elas. Do contrário, seus vizinhos pagãos poderiam pensar que a igreja aprovava as ações delas, ou então não tinha amor para com elas. O desobediente não é um inimigo, mas é uma pessoa que precisa de correção.

Embora a rebelião devesse ser tratada, Paulo demonstra sua grande compaixão pelos irmãos. Ele odiava o pecado, mas não o pecador. No entanto, ele também aborda a necessidade de disciplina dentro da igreja, e instrui: “Se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, marquem-no e não se associem com ele”. Essa orientação visa levar o irmão desobediente ao arrependimento, mas com uma abordagem cuidadosa: “não o considerem como inimigo, mas chamem a atenção dele como irmão”. A disciplina é exercida em amor, com o objetivo de restaurar, não de excluir permanentemente. Essa prática reflete a instrução de Jesus em Mateus 18:15-17, que ensina como lidar com o pecado dentro da comunidade. A disciplina bíblica sempre visa a correção amorosa, com o objetivo de trazer o pecador de volta ao caminho da retidão. A comunidade cristã é chamada a equilibrar amor e disciplina. Devemos ser perseverantes em fazer o bem e, ao mesmo tempo, corajosos o suficiente para corrigir aqueles que se desviam, sempre buscando a restauração e a unidade no corpo de Cristo.

 

Sábado, 12/04:  Vidas equilibradas e cheias de propósitos.

Leitura diária: II Tessalonicenses 3:16-18

Percebemos, portanto, que este capítulo não é apenas uma lista de mandamentos; é um chamado à ação. Ele nos desafia a viver vidas produtivas e exemplares, sendo modelos para os outros. Ao mesmo tempo, exorta os irmãos a praticarem a disciplina em amor, chamando a atenção daqueles que se desviam, mas sem tratá-los como inimigos. No final, Paulo nos deixa com uma bênção de paz: “O próprio Senhor da paz lhes dê a paz em todo o tempo e de todas as formas”.

As lições que temos neste capítulo nos ajuda a viver vidas equilibradas e cheias de propósito, enquanto aguardamos o retorno do Senhor, pois, ele trata da importância da oração, da confiança na fidelidade de Deus, da necessidade de evitar a ociosidade e viver de maneira ordenada, além de enfatizar a importância da comunidade e da correção fraterna.

A saudação final escrita pelas próprias mãos de Paulo, era uma prática comum na antiguidade. O restante da carta foi escrito com a ajuda de um escriba, um copista, que ia escrevendo conforme ele ditava. Ele acrescenta as palavras de próprio punho como prova da autenticidade da carta. Essa prova era necessária porque ele suspeitava que os tessalonicenses pudessem ter recebido uma carta falsamente atribuída a ele (II Ts.2:2). Para prevenir-se contra isso, o Apóstolo explicitamente diz aos tessalonicenses que suas palavras de próprio punho no final de uma carta são o sinal oficial de que a carta era dele.

As palavras desta epistola nos conforta, pois, compreendemos que, para as dificuldades que os tessalonicenses, e também Paulo, enfrentavam, a solução era a graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus não somente era a maior esperança daqueles irmãos, mas era Ele que amorosamente lhes dava força para suportar as provações. Paulo orava para que isso fosse visível no meio deles.

A paz de Cristo no meio da igreja de Deus, não é ausência de conflito, mas uma tranquilidade que vem de um relacionamento profundo com Deus. Ela é a paz que guarda nossos corações e mentes em Cristo Jesus, como descrito em Filipenses 4:7. Essa paz precisa estar presente “em todo o tempo” na vida do povo de Deus. Isso mostra que a paz de Deus não é limitada pelas circunstâncias externas. Mesmo em meio a desafios, podemos experimentar a paz que só Ele pode dar, ela é um reflexo do caráter de Deus, conhecido como “o Deus de paz” em Romanos 15:33. Quando confiamos em Sua soberania, recebemos uma paz que transcende qualquer entendimento humano.

Portanto, ao estudar este capítulo da Bíblia e refletir sobre suas lições, somos capacitados a viver uma vida cristã plena e agradável a Deus. Que possamos aplicar esses ensinamentos em nosso dia a dia e seguir firmes na fé, até que o Senhor Jesus volte para buscar sua igreja.

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