Devocionais da semana 13-19 abril de 2025
Devocionais da semana
Domingo, 13/04: Preservação da sã
doutrina.
Leitura diária: I Timóteo 1:1-3
No primeiro capítulo da Epistola de I
Timóteo, Paulo começa a alertar seu filho na fé contra os falsos mestres
levantados em Éfeso. Ele faz questão de dar ao jovem pastor conselhos práticos
para que a saúde da igreja seja mantida. Timóteo havia sido deixado por Paulo
como pastor da igreja de Éfeso, e precisava assegurar que a sã doutrina fosse
ensinada, e não podia permitir que falsidades populares distraíssem as pessoas
dos ensinamentos do evangelho. Por isso é que Paulo o ensina sobre os ofícios
que a ele cabia desempenhar, e debate sobre as qualificações daqueles que
serviam nessas posições.
O fato de esta carta afirmar claramente
ter sido escrita por Paulo é um ponto importante. Se uma pessoa nega que Paulo
escreveu I Timóteo, isso gera sérios problemas acerca da confiabilidade das
Escrituras. Sua típica saudação que aparece em suas cartas era graça e paz.
Alguns intérpretes se perguntam por qual razão ele acrescentou misericórdia,
mas, acontece que na abertura de suas cartas, o apóstolo costumava introduzir
tópicos que seriam tratados mais adiante, e a referência a “misericórdia”
prepara o leitor para os v. 13 e 16; textos nos quais ouvimos que Paulo
recebera misericórdia.
Um dos objetivos de Timóteo ter sido
deixado em Éfeso era lidar com as falsas doutrinas que estavam perturbando a
igreja local. Não temos informações suficientes para determinar com exatidão
que falsas doutrinas eram essas, mas, a preocupação não é tanto com a
identidade delas, e sim com seus efeitos. Ele lembra a Timóteo que o deixou em
Éfeso para cuidar da igreja local e estar atento para que nenhuma dessas
doutrinas contrárias ao evangelho de Jesus Cristo seja tolerada.
Os falsos mestres se autodenominavam de
mestres da lei. Portanto, Paulo mostra qual é o propósito da Lei de Deus, e
explica seus próprios erros anteriores com relação a ela, mas afirma que Cristo
lhe mostrou misericórdia. Agora o evangelho de Cristo foi confiado a seus
cuidados, dando-lhe abundantes razões para louvar e agradecer a Deus.
Ele não estava apenas enviando
instruções, mas, estava estabelecendo uma base sólida para a liderança cristã e
a preservação da verdade, então ele não hesita em apontar os perigos das falsas
doutrinas e a importância de um coração puro e de uma fé sincera.
Mas o que isso tem a ver com a nossa
vida hoje? Tudo. Em um mundo saturado de opiniões e informações distorcidas, I
Timóteo nos desafia a manter o foco na sã doutrina e a combater o bom combate
da fé.
Segunda-feira, 14/04: O objetivo da Lei.
Leitura diária: I Timóteo 1:4-7
“Fábulas” é um termo negativo usado para
caracterizar algo falso ou fantasioso. Portanto, ele é usado aqui para criticar
as falsas doutrinas como uma espécie de “conto de fadas”. “Genealogias”
aparentemente se refere a interpretações especulativas do Antigo Testamento.
Timóteo é avisado para não dar ouvidos a
essas coisas. Os judeus gostavam de construir genealogias de seus ancestrais
judeus, acrescentando detalhes e eventos ao seu pedigree, que não tinham valor
para a edificação espiritual.
Os judeus elevaram a lei como um meio de
merecer a salvação, mas Paulo explica que o objetivo da lei é resolver três
questões no coração daqueles que foram reconciliados com Deus pela fé: amor
puro, uma boa consciência e fé sincera não fingida.
Timóteo deve lutar com falsos irmãos,
que se consideram mestres da lei. Eles não entendem o objetivo da lei e tentam
impor a lei de Deus à vida das pessoas como um jugo que nenhum homem foi capaz
de cumprir (At.15:10).
As doutrinas falsas não só desviam os
irmãos da verdade, mas também corrompem o caráter. Alguns, “querendo ser
mestres da lei”, acabam “voltando-se para discussões inúteis”, sem entender o
que estão ensinando. A preocupação de Paulo reflete sua visão de que a sã
doutrina é fundamental para o crescimento espiritual e a unidade da igreja.
A advertência contra doutrinas falsas
permanece relevante até os dias de hoje. Em uma era de informação abundante e
confusa, precisamos discernir entre o ensino verdadeiro e o falso. A Palavra de
Deus é nosso guia, e devemos seguir o exemplo de Timóteo, permanecendo firmes
na verdade e promovendo o amor genuíno. Em Efésios 4:14-15, Paulo exorta a
igreja a crescer na maturidade, não sendo levada por todo vento de doutrina,
mas falando a verdade em amor.
Terça-feira, 15/04: A verdade sobre a
Lei.
Leitura diária: I Timóteo 1:8-10
Os falsos mestres não sabiam do que
estavam falando, mas Paulo e seus colaboradores sabiam a verdade acerca da Lei.
Muitos cristãos de hoje consideram a lei algo ruim e ultrapassada, entretanto,
Paulo afirmou claramente que ela é boa. É claro que alguns fizeram mau uso de
seus preceitos, assim como os falsos mestres, mas trata-se de um presente
gracioso de Deus para o Seu povo (Sl 119). Ele esclarece que a lei não foi dada
para os justos, mas para “os transgressores e insubordinados”, explicando assim
sobre o papel da lei como um espelho que revela o pecado e aponta a necessidade
de redenção. Em Romanos 7:7, ele explica que a lei nos faz conscientes do
pecado, servindo como um tutor que nos conduz a Cristo (Gl.3:24).
Porém ele afirma que a lei não é a base
do viver cristão; pelo contrário, seu objetivo é expor o pecado. Este argumento
do apóstolo é muito parecido com o que ele usou em Gálatas 5. Então, ele faz
uma lista de ações pecaminosas que são repreendidas pela lei, e ao usar o termo
“Homens profanos e ímpios, que desprezam a santa revelação de Deus” está se
referindo aquelas pessoas que se contaminam com a humanidade. Estes são homens
que abusam de seus corpos com outros homens. Esta é uma referência indireta a
todas as atividades homossexuais, cometidas por homens ou mulheres, como pecado
à luz da Lei de Deus.
Essa lista de Paulo dos violadores da
Lei parece estar em paralelo com a ordem dos Dez Mandamentos (Êx.20:3-17). Os
três primeiros pares lembram os quatro primeiros mandamentos, que tratam da
relação do homem com Deus, a saber: os injustos e obstinados [...] os ímpios e
pecadores [...] os profanos e irreligiosos. Seguem-se oito títulos de
praticantes de iniquidades que fazem paralelo com cinco dos seis últimos dos
Dez Mandamentos. Somente a referência à cobiça não é mencionada.
Quarta-feira, 16/04: O Evangelho é
superior a Lei.
Leitura diária: I Timóteo 1:11-14
A Lei é boa, se usada legitimamente, no
entanto, o Evangelho é superior, pois, é a única forma de redenção e
transformação do ser humano, e Paulo ratifica isso ao citar o seu próprio
exemplo, colocando a si mesmo como o pior dos pecadores, que foi alcançado pela
graça.
O homem deve cumprir as Leis de Deus
porque elas são boas, mas ao mesmo tempo o Evangelho nos mostra que o homem é
incapaz de fazê-lo. Isso expõe a depravação pecaminosa do homem, mas
corresponde ao Evangelho de que “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar
pecadores”. Esse Evangelho é glorioso porque exibe os atributos abençoados de
Deus, como Sua justiça, amor e misericórdia. Deus é o Deus abençoador, pois Ele
é a perfeição absoluta, a suprema bondade e verdade, e a fonte de todo amor e
vida. O Evangelho glorioso flui deste Deus.
A Sã doutrina é aquilo que procede do
próprio Evangelho, logo após mencionar que o Evangelho lhe fora confiado, Paulo
deu graças pelo fato de Cristo tê-lo designado para o ministério apesar de seus
pecados passados. Ele estava maravilhado de saber que, apesar de ter sido
incrédulo e indigno de confiança, Deus o considerou digno de Sua confiança. Ele
não recebeu misericórdia por causa de sua ignorância, como se ignorância fosse
desculpa para o pecado, ou garantia de misericórdia. O ponto é que a salvação
de Paulo foi imerecida, e ele provavelmente disse isso para fazer um contraste
entre ele e os falsos mestres. Esses falsos mestres professavam seguir a
Cristo, mas, mesmo assim continuavam agindo para enfraquecer a influência do
próprio Evangelho e do Cristo que pregavam. Eles estavam perigosamente próximos
de serem cortados da misericórdia de Deus (Mt.12:31-32).
Quinta-feira, 17/04: Cristo, a essência
do Evangelho.
Leitura diária: I Timóteo 1:15-16
Imagine estar no meio de uma batalha
onde a arma mais poderosa é a verdade de Deus. É exatamente isso que Paulo
descreve. Ele não só alerta Timóteo, mas também revela a essência do Evangelho:
Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores. Essa mensagem, ainda hoje,
ecoa com poder transformador.
As declarações anteriores do Apóstolo
podiam fazer parecer que ele obteve sua salvação por ser fiel ou ignorante, mas
estes versículos deixam claro que ele ficou maravilhado com sua conversão pois
sabia que era mau. Ele era um exemplo do que a verdadeira instrução deve fazer.
Paulo era o tipo de pessoa para quem a Lei foi feita. O resultado do Evangelho
em sua vida não foi especulação inútil, e sim transformação. Ele vê sua própria
conversão como um exemplo da paciência de Cristo.
Por mais de 180 vezes no Novo
Testamento, a condição única apresentada ao ser humano para receber a salvação
é crer, tendo fé em Jesus Cristo. O Evangelho diz que Cristo morreu por nossos
pecados, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia. Todos os que depositam fé
em Jesus para receberem salvação serão salvos do juízo que há de vir.
Acrescentar qualquer outra condição à fé para receber a salvação é fazer da
justificação uma questão de obra humana (Rm.11:6; Gl.2:16).
Sexta-feira, 18/04: A incessante guerra
espiritual.
Leitura diária: I Timóteo 1:17-18
Ao que parece, no início do ministério
de Timóteo, a expectativa a respeito de seu ministério eram grandes, e Paulo o
encoraja a que combata o bom combate. O ministério cristão é uma incessante
guerra espiritual contra o inimigo de Deus.
A gratidão de Paulo culmina em uma
doxologia: “Ao Rei eterno, ao Deus único, imortal e invisível, sejam honra e
glória para todo o sempre”.
Essa parte da carta nos convida a
refletir sobre a graça transformadora de Deus em nossas vidas. Assim como
Paulo, fomos alcançados pela misericórdia divina e somos chamados a viver essa
guerra espiritual como testemunhas de Sua paciência e amor.
Sábado, 19/04: Mantendo o foco no
Evangelho de Cristo.
Leitura diária: I Timóteo 1:19-20
Neste capítulo temos, portanto, as
instruções de Paulo sobre como enfrentar as doutrinas falsas, a entender o
verdadeiro propósito da Lei e abraçar a graça que transforma vidas. No final
Ele se refere a alguém que costumava professar a fé, mas agora a destruiu,
mostrando que nunca se converteu de verdade. Himeneu e Alexandre, blasfemaram
da sã doutrina e por isso foram entregues a Satanás, para que aprendam a não
blasfemar, isso se refere à excomunhão, isto é, ser expulso da igreja (I
Co.5:5). Esta linguagem ressalta a importância da igreja e a proteção que advém
pelo fato de se fazer parte dela, pois ser expulso da comunhão torna a pessoa
mais vulnerável a Satanás.
Essa carta nos desafia a manter o foco
na verdade do Evangelho, especialmente em tempos de confusão espiritual. Assim
como Timóteo enfrentou falsos ensinos em Éfeso, nós também lidamos com
ideologias que distorcem a mensagem de Cristo. Paulo nos lembra que o objetivo
da instrução cristã é o amor que procede de um coração puro, de uma boa
consciência e de uma fé sincera, e esse é o padrão também para a igreja hoje.
A sociedade valoriza opiniões e
controvérsias, mas Paulo nos alerta sobre discussões inúteis que desviam o foco
da fé. Em vez disso, somos chamados a preservar a sã doutrina. A lei de Deus
ainda expõe o pecado, mas o Evangelho glorioso oferece a solução por meio da
graça. Essa graça não apenas nos salva, mas também nos transforma, como vemos
no testemunho de Paulo, que passou de perseguidor a Apóstolo de Cristo. Nosso
desafio diário é viver o bom combate da fé, mantendo uma boa consciência e uma
fé firme. Em um mundo que busca atalhos espirituais, precisamos ser fiéis, como
Timóteo, perseverando na verdade com amor. Essa fidelidade não só edifica a
igreja, mas também testemunha ao mundo sobre o poder transformador de Cristo.
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