Devocionais da Semana 24-30 de novembro de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 24/11: Mistério de Deus.
Leitura Diária: Efésios 3:1-2
A carta do Apóstolo Paulo aos Efésios
nos mostra que estávamos mortos em nossos delitos e pecados, porém em Cristo é
tudo novo. Fomos salvos única e exclusivamente pela graça de Deus. Portanto,
nada que façamos será capaz de promover alguma compensação diante d’Ele. Nossa
salvação somente se tornou possível graças a morte de Jesus na cruz a qual
promoveu a redenção e a reconciliação da humanidade com Deus.
Ao aceitarmos o grande amor de Deus por
nós, confessando a Jesus Cristo como nosso salvador pessoal, crendo n’Ele e em
seu sacrifício por nós na cruz, não fomos simplesmente transformados em seus
servos, mas chegamos a um patamar muito maior, o de filhos de Deus, sendo que
anteriormente não éramos nem povo. Isso tudo foi por causa do sangue de Cristo,
que promoveu reconciliação completa.
Agora no capítulo 3, vemos a revelação
desse antigo mistério de Deus, mostrando que o Evangelho de Jesus revelou o
plano redentor para a humanidade. Ele mostra em que situação a graça de Deus
nos encontrou e a intenção desta graça: revelar a formidável sabedoria de Deus.
Aqui temos um aprofundamento no mistério do plano de Deus para a humanidade,
especialmente em relação aos gentios, e para explicar isso o Apóstolos começa
dizendo que ele é um prisioneiro por causa dos gentios, enfatizando seu chamado
único como apóstolo para os gentios, e revelando que um mistério lhe foi
revelado pelo Espírito Santo, o que não foi totalmente revelado nas gerações
anteriores. Esse mistério é que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo
corpo e participantes da promessa em Cristo por meio do Evangelho. Este é um
conceito radical na época, pois a unidade de judeus e gentios em Cristo não era
amplamente compreendida.
Paulo havia sido escolhido por Deus para
esclarecer e explicar pelo menos duas grandes revelações. A primeira é o
próprio Evangelho, as boas novas da salvação através da morte e ressurreição de
Jesus Cristo. A segunda era a verdade da Igreja como o corpo de Cristo.
O ministério de Paulo não era de sua
própria autoria, pelo contrário, Deus o comissionou para isso (Atos 9). E ele
comemora sua situação atual à luz da vontade de Deus e do chamado para sua
vida. A repetição que faz do seu nome prova a seriedade e a importância que ele
imputa àquilo que está para escrever.
É claro que ele era um prisioneiro de
Cristo no sentido de que fora capturado por Cristo, mas esse não é o principal
pensamento aqui, e sim, que era um prisioneiro em Roma enquanto escrevia, e foi
por amor a Cristo que se tornara um prisioneiro.
Ele inicia um pensamento que deixa
inacabado até o v. 14, mostrando que a mensagem da graça foi um depósito
sagrado entregue a ele, a fim de que pudesse revelá-la aos gentios.
Segunda-feira, 25/11: Unidos em Cristo.
Leitura Diária: Efésios 3:3-6
O mistério revelado é que Deus
determinou, por meio da pessoa e obra de Cristo, incorporar os gentios e judeus
em um único corpo, a igreja, fazendo-os assim companheiros com iguais
privilégios e responsabilidades. Paulo sempre insistia na sua recepção direta
do Evangelho do próprio Senhor Jesus, sem qualquer intermediário humano, e é
através desse Evangelho, que os gentios são “co-herdeiros com Israel, membros
do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus”. Essa união era
uma ideia revolucionária, quebrando barreiras culturais e religiosas.
Coerdeiros mostra que os crentes em
Cristo são herdeiros do Reino de Deus. Este termo também caracteriza a nova
comunidade, que tem Cristo como cabeça. O fato de os gentios terem a mesma
posição que o povo do pacto de Deus foi uma novidade da revelação de Deus. E a
profundidade dessa revelação não deve ser subestimada. Paulo, em outras cartas,
também destaca a inclusão dos gentios como um aspecto essencial do plano de
Deus (Rm. 11:17-18 e Gl. 3:28). Em Cristo, as divisões são abolidas, e todos
têm o mesmo acesso ao Pai. Esse mistério, então, não é apenas uma doutrina; é o
coração do Evangelho de reconciliação, mostrando o poder do amor de Deus para
unir o que antes estava dividido.
Para compreendermos melhor essa
passagem, é importante conhecermos o contexto histórico e cultural em que fora
escrita. Na época em que Paulo escreveu esta carta, havia uma forte tensão
entre judeus e gentios na comunidade cristã, especialmente no que diz respeito
à circuncisão, e agora essa revelação de que ambos pertenciam a um mesmo corpo
se tornava muito difícil de ser aceita.
É uma mensagem poderosa de unidade e
amor que é extremamente relevante também para os dias de hoje. Para nós,
cristãos, esses versículos nos trazem a mensagem de que, em Cristo, não há
separação, mas sim a união em um só corpo com um propósito divino. Que possamos
buscar a cada dia viver em comunhão uns com os outros e propagar a mensagem do
Evangelho sem distinção.
Terça-feira, 26/11: Sendo humilde
perante Deus.
Leitura Diária: Efésios 3:7-8
Paulo transformou-se em servo pelo dom
de Deus, e ele jamais considerou o seu ofício como algo elevado que o afastasse
dos outros homens. Em diversos outros lugares ele se lembra do que fora antes
de ser salvo e do que fizera à igreja, fala de si mesmo com auto renúncia (I
Co. 15:9, I Tm. 1:15).
A expressão traduzida para “o menor de
todos” não é uma forma usual, mas ele a usa aqui para mostrar que a graça de
Deus fora lhe dada, não principalmente para seu prazer, mas para que a passasse
aos outros. No texto original encontramos a expressão “Sou menos que o mínimo
de todos os santos”, isso combina um superlativo e um comparativo em apenas um
termo grego. Este vocábulo incomum deve ter sido uma alusão brincalhona ao seu
próprio nome, que significava “pequeno, humilde, ou desejado”, reconhecendo assim
que ele, por si mesmo, era insignificante, mas que, em Cristo, Deus fez dele
uma nova criatura.
Vemos, portanto, nestes versículos um
reflexo sobre o privilégio e a responsabilidade de seu ministério. Ele afirma
que se tornou “ministro pelo dom da graça de Deus” e que essa graça foi lhe
dada “pela operação do poder de Deus” (Ef 3:7). Reconhece que esse ministério
não vem de sua capacidade, mas de uma capacitação sobrenatural para anunciar
“as insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3:8).
Quarta-feira, 27/11: A sabedoria que vem
de Deus.
Leitura Diária: Efésios 3:9-10
A intenção de Deus era que Sua
multiforme sabedoria fosse conhecida por meio da igreja. “Multiforme” significa
múltipla, multicolorida como uma linda joia. Este é um ponto fascinante, pois
implica que a própria igreja é um testemunho vivo do plano divino, não só na
terra, mas também no céu.
O texto reforça a importância deste
mistério para o povo de Deus, representando a sabedoria divina e a redenção da
humanidade. A história da igreja cristã e o drama da redenção, que aos poucos
vai se desenrolando, e que são observados com avido interesse pelos principados
e potestades nos lugares celestiais, o que parece ser uma referência aos anjos
(I Pe 1:12). Os seres celestiais estão observando a Igreja e vendo na Igreja o
desdobrar da sabedoria de Deus. Ambos, anjos bons e maus, estão evidentemente
admirados com a operação de Deus quando Ele redime homens e mulheres.
O papel que Paulo, como “dispenseiro da
multiforme graça de Deus” tinha, é visto por ele como um chamado singular, que
o leva a “esclarecer a todos a administração deste mistério” (Ef 3:9). Ele não
prega apenas para os judeus ou gentios isoladamente, mas para todos, revelando
que em Cristo ambos têm um lugar no plano divino. Sua missão é fundamental,
pois, ao trazer luz a esse mistério, ele quebra séculos de tradição e promove
uma nova visão de unidade, por isso ele destaca a grandiosidade dessa responsabilidade
também em suas cartas aos coríntios e colossenses, mostrando que o Evangelho
transcende qualquer barreira humana (I Co. 9:17; Cl. 1:25-27). Essa compreensão
o impulsiona a pregar com ainda mais fervor, sabendo que a mensagem de Cristo é
um convite universal à salvação e à comunhão com Deus.
Quinta-feira, 28/11: A oração pelos
efésios.
Leitura Diária: Efésios 3:11-15
Paulo explica que lhe foi confiado o
Evangelho e considera um privilégio pregar aos gentios, então reconhece que a
sua missão é trazer à luz o plano do mistério escondido há séculos em Deus. Ele
ora pelos efésios, pedindo que compreendam “a largura, o comprimento, a altura
e a profundidade do amor de Cristo, que excede todo o conhecimento”, e enfatiza
que o plano de Deus para os gentios demonstra Sua sabedoria aos governantes e
autoridades nos lugares celestiais. A igreja é central na obra de Deus na história,
e o Evangelho é essencial para uma nova sociedade, assim como para uma vida
nova.
Por isso é que ele descreveu a igreja
como um agente com um mandato da parte de Deus para a transformação da
sociedade. Ele, então, prossegue em sua oração pela igreja, pedindo que o poder
do Espírito Santo atue em seus corações e mentes, capacitando-os a compreender
o amor de Cristo para demonstrá-lo ao mundo.
Essa oração também destaca a unidade que
pode ser alcançada por meio do amor. Ele ora para que o Pai, em sua infinita
riqueza, fortaleça os crentes em seus corações e os faça conhecer o amor de
Cristo, a fim de que juntos eles possam compreender a plenitude de Cristo e ser
preenchidos com toda a plenitude de Deus. Essa oração é uma fonte de inspiração
e força para todos os cristãos, capacitando-os a caminhar em amor e unidade,
vivendo de maneira que traga honra e glória ao nome de Cristo. Em suma, ela enfatiza
a necessidade de compreender o amor de Cristo e a unidade que pode ser
alcançada por meio dele. Esta é uma experiência poderosa para qualquer pessoa
que busca crescer em sua fé e ser um agente transformador do Reino de Deus. Por
isso é que ele pediu que os cristãos fossem abençoados com força interior, com
entendimento e discernimento, e com excelência espiritual.
O propósito de Deus é eterno e foi
plenamente revelado em Jesus, por quem temos “livre acesso a Deus em confiança”
(Ef 3:12). Esse acesso é um dos maiores privilégios da fé cristã, pois elimina
a distância entre Deus e o homem. Esse conceito de sabedoria divina manifesta
na igreja é aprofundado em outras cartas, como em I Pedro 1:12, onde os anjos
anseiam compreender a salvação. A igreja, portanto, é mais do que uma
comunidade, é a evidência tangível da sabedoria de Deus, um testemunho de que
Seu plano é profundo e multifacetado.
Sexta-feira, 29/11: Compreendendo o amor
de Deus.
Leitura Diária: Efésios 3:16-19
Paulo orou pedindo fortalecimento no
íntimo com poder, o que é consequência de Deus habitar no coração dos cristãos,
e por isso ele pediu que os cristãos fossem fortalecidos… arraigados… e cheios,
através da obra das três pessoas da Trindade: Deus Pai, Deus Filho e o Deus
Espírito Santo.
O Espírito é o agente da Deidade,
aplicando-nos a redenção, e é disso que cada cristão precisa sempre. Cristo já
habita em cada crente, mas, é preciso que esteja à vontade no sentido de que o
crente já Lhe entregou toda a sua vida.
O conhecimento que precisamos é: “Qual é
a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade”, e esse tipo de
conhecimento deveria crescer continuamente, pois caso contrário jamais
poderíamos medir essas dimensões, ou seja, conhecer verdadeiramente “o amor de
Cristo, que excede todo entendimento”. Algumas coisas não podemos conhecer
inteiramente; frequentemente temos experiências que não podemos entender ou
explicar. Entretanto, a mesma raiz foi usada aqui no infinitivo e no
substantivo, e a ideia parece ser de conhecer aquilo que é essencialmente
impossível de conhecer.
Deus é infinito e nós somos finitos, e
isto é um paradoxo, é claro, mas é uma tentativa de transmitir através da
linguagem aquilo que significa algo para nós, mas que é quase que impossível a
sua compreensão: A superabundância da graça colocada à nossa disposição pelo
Pai celestial. através de nosso Senhor Jesus Cristo.
O versículo 18 afirma que Deus deseja
que todos conheçam esse amor que ultrapassa todo o entendimento, para que
possamos ser preenchidos com a plenitude de Deus.
Mas, o amor de Cristo é tão grande que
ele se entregou por nós, não importando nossas falhas ou imperfeições. Esse
amor nos transforma, nos preenche e nos dá esperança em meio às adversidades da
vida. O significado do amor de Cristo vai além do entendimento humano e nos
leva a viver em fé, confiando em Sua graça e misericórdia. Ao meditarmos sobre
a magnitude desse amor, somos motivados a amar uns aos outros como Ele nos
amou. Portanto, o amor de Cristo é central para a mensagem deste capítulo e
essencial para a vida cristã. Afinal, em última análise, tudo se resume no
amor.
Sábado, 30/11: Glória a Deus!
Leitura Diária: Efésios 3:20-21
Paulo conclui este capítulo com uma
doxologia, dando glória a Deus. Ele afirma que “Deus é capaz de fazer muito
mais abundantemente do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com Seu
poder operando dentro de nós”. Ele atribui toda a glória a Deus, agora e para
sempre. É como que se ele explodisse em uma grandiosa doxologia a respeito do
majestoso poder de Deus. A igreja trará glória para Deus para todo o sempre,
inclusive na eternidade.
Aprendemos, portanto, nesta semana que:
O plano Divino da redenção é amplo e se estende para toda a humanidade; esse
plano inclui a unidade em Cristo, e isso
não importa se é judeus ou gentios, na igreja de Cristo todos somos um; a
igreja é descrita como um meio pelo qual a sabedoria de Deus é revelada aos
poderes celestiais, e esse é o seu propósito, seu papel é manifestar o plano
divino de reconciliação e salvação, o que nos desafia a vivermos de maneira
digna do chamado que recebemos; isso nos lembra da necessidade de depender do
poder e da orientação do Espírito Santo em nossa jornada cristã,
capacitando-nos a viver uma vida que glorifica a Deus; e por fim nos lembra que
o propósito final de todas as coisas é a glória de Deus e nos desafia a
vivermos de modo a refletir essa glória em nossas vidas e em nossa comunidade
de fé.
Efésios 3 nos leva a refletir sobre o
propósito e a unidade que Deus deseja para Seu povo. Hoje, vivemos em um mundo onde divisões são
comuns, mas esse capítulo nos desafia a ver a igreja como um testemunho vivo do
poder de Deus para unir o que está separado. A igreja é chamada para ser uma
evidência da “multiforme sabedoria de Deus” não só aos homens, mas também aos
poderes espirituais. Isso nos lembra de nossa missão: viver de forma a refletir
o amor e a graça de Cristo, mostrando que a fé vai além das diferenças.
Em tempos de incerteza, saber que existe
uma força interior que é essencial, que vem do Cristo que habita em nossos
corações, nos dá confiança para enfrentar os desafios com fé. Além disso, a
compreensão do amor de Cristo, sua largura, altura, profundidade, é algo que
transcende o conhecimento e nos leva a uma experiência profunda com Deus, e Ele
é “capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos.”
Isso nos inspira a ter esperança e a confiar que, mesmo quando não vemos todas
as respostas, Deus está agindo de forma poderosa. Em um mundo que muitas vezes
busca soluções rápidas e tangíveis, essa promessa nos conforta e nos chama a
uma fé persistente e constante.
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