Devocionais da semana 10-16 de novembro de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 10/11: Graça e Paz.
Leitura Diária: Efésios 1:1-2
O Apóstolo Paulo encerrou sua carta aos
Gálatas falando sobre como deveria ser tratado o pecador, e como os cristãos
devem ajudar uns aos outros. Ele usa um exemplo muito interessante sobre a lei
da semeadura, explicando em detalhes sobre tal princípio e suas implicações em
nossas vidas. Também abordou a importância e a superioridade do novo nascimento
em Cristo, contra a hipocrisia da circuncisão.
Agora chegamos à carta aos Efésios, que
provavelmente, também se destinava para outras igrejas da Ásia Menor, embora
esteja claro que os principais destinatários são os cristãos que estão em
Éfeso. Nela ele fala sobre a escolha de Deus através de Cristo, antes da
fundação do mundo, explicando que o sangue de Jesus, derramado na cruz, foi o
que promoveu tão grande eleição.
Uma das coisas que fazia o Apóstolo
feliz era que a igreja de Éfeso correspondeu de forma surpreendente a fé que
lhes fora anunciada através do Evangelho de Cristo, e ele orava para que o
Senhor os aperfeiçoasse cada vez mais no conhecimento de seu Filho, Jesus.
O capítulo um desta carta é uma passagem
que revela a profundidade do plano de Deus para aqueles que estão em Cristo,
ele nos leva a uma viagem pela eternidade, mostrando como fomos escolhidos
antes da criação do mundo, predestinados para a adoção como filhos, e
abençoados com toda a riqueza espiritual em Cristo. Imagine descobrir que,
muito antes de você existir, já havia um propósito específico, cuidadosamente
planejado, para sua vida. É fantástico explorar o mistério dessa eleição e a
grandiosidade do amor divino, que nos chama a sermos santos e irrepreensíveis.
Deus nos revela o seu propósito de unir
todas as coisas em Cristo, é um plano que atravessa o tempo e se estende à
eternidade. À medida que desvendamos esses mistérios, encontramos a motivação e
o poder para viver uma vida plena e abundante, enraizada na identidade que Ele
nos deu.
Éfeso era a cidade mais importante do
oeste da Ásia Menor, que hoje corresponde ao território da Turquia, situada na
intersecção de grandes rotas comerciais. Esta localização privilegiada a
tornava um importante centro comercial, e ali tinha um porto que dava para o
rio Caister, que deságua no mar Egeu. A região se orgulhava do templo pagão
erguido em honra à deusa romana Ártemis (At 19:23). Aparentemente, a igreja de
Éfeso prosperou por um certo tempo, o que não dispensou a necessidade de
exortações adicionais (Ap 2:1-7).
Paulo era de baixa estatura fisicamente,
e o seu próprio nome designava a isso, mas, espiritualmente sua influência era
enorme. Ele se apresenta como um apóstolo de Jesus Cristo, o que significa que
foi comissionado pelo Senhor para realizar uma missão especial, que era pregar
o Evangelho aos gentios e ensinar a grande verdade a respeito da igreja. A
fonte de sua autoridade é expressa nas palavras, “pela vontade de Deus”. Ele
não escolheu seu trabalho como ocupação, e nenhum homem o nomeou para isso, foi
um chamado divino do começo ao fim (Gl 1:1).
Ele começa esta carta dizendo que os
crentes precisam ser fiéis no sentido de que são confiáveis, mas o pensamento
principal aqui apresentado é que eles reconheceram que Cristo Jesus era seu
único Senhor e Salvador.
Apesar de curta, a saudação que ele usa,
é importante do ponto de vista teológico. Graça e paz são dons de Deus que nós
não merecemos, e Paulo usou a palavra “graça” 12 vezes e “paz” 8 vezes, e essa
se tornou sua saudação costumeira e, podemos dizer que é a mais bíblica de
todas as saudações que costumeiramente usamos em nosso dia a dia.
Graça significa assistência divina para
a vida diária. Aqueles irmãos já haviam sido salvos pela graça de Deus, mas
agora eles precisavam da força de Deus para enfrentar os problemas, provações e
tristezas da vida. Isso é o que o Paulo deseja para eles, pois a Paz significa
um espírito em repouso em todas as circunstâncias mutáveis da vida. Eles já
haviam experimentado a paz com Deus quando se converteram, mas, dia após dia,
precisavam da paz de Deus, ou seja, do repouso calmo, firme, independente das circunstâncias
que é o resultado de levar tudo a Deus em oração (Fl 4:6,7). Era mais do que um
cumprimento, porque ela estabelece o tom para o restante da carta. Faz com que
lembremos nossa posição espiritual e da fonte de todas as bênçãos. Ao
entendê-la percebemos que somos chamados a viver em um estado constante de
graça e paz, firmes na nossa identidade em Cristo. Essas duas palavras,
portanto, se tornam pilares para a jornada que Paulo nos conduz através da
carta aos Efésios.
Segunda-feira, 11/11: As riquezas da
Graça de Deus.
Leitura Diária: Efésios 1:3-4
Depois da saudação, temos uma série de
expressões a respeito das maravilhosas bênçãos espirituais em Jesus Cristo.
Deus promete todas estas dádivas a todos os cristãos, pois elas provêm de Sua
graça, sabedoria e propósito eterno. No grego os 12 versículos a partir do
versículo 3 formam uma longa e única frase e constitui um magnífico hino de
louvor. Aqui temos o transbordamento de um coração que adora a Deus pelas
bênçãos da graça. Ele começa conclamando a todos os que conhecem a Deus para
bendizê-Lo, isto é, para trazer alegria ao Seu coração por meio de louvor e
adoração em amor: “Bendito é o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”, nós O
bendizemos louvando-O, Ele nos abençoa, nos alegra, nos cobre com as riquezas
de Sua graça; e já nos abençoou com todas as bênçãos espirituais em Cristo.
Nossas bênçãos estão nos “lugares
celestiais”, literalmente, isso significa que elas não são simples bênçãos
materiais nos lugares terrenos, são bênçãos espirituais nos lugares celestiais,
e entre tantas temos a principal que é a nossa união com Cristo, e esse fato
faz com que possamos estar assentados com Ele no céu. Todos os dons espirituais
e habilidades para o serviço também provêm destas bênçãos espirituais que Deus
dá a cada cristão quando ele é salvo.
Deus nos escolheu em Cristo o que nos
traz a ideia da eleição por Deus cuja origem encontra-se no importante tema da
união espiritual, pois a eleição é “em Cristo”. A doutrina da eleição é um dos
ensinamentos mais importantes e mais mal compreendidos da Bíblia. Expondo da
forma mais simples possível, a eleição diz respeito ao plano pelo qual Deus
realiza Sua vontade.
O foco de Paulo no caráter
cristocêntrico da eleição é vital, Deus nos escolheu em Cristo antes da
fundação do mundo. Isso mostra que o Evangelho é central no plano de Deus. Não
é o indivíduo em si, mas sim Cristo, o Caminho, que é eleito no plano da salvação,
quem escolhe o Caminho escolhe ser eleito (João 1:12-14), mas quem rejeita o
Caminho rejeita o amor de Deus e diz não ao Caminho eleito por Deus.
Essa escolha não implica somente a
salvação, ainda que seja ela a principal, mas uma vez salvos é preciso agora
buscar a santidade, visto que essa escolha também implica em ser santos e sem
culpa. Santidade e a pureza são os resultados, e não a base, da eleição de
Deus. Todas as bênçãos espirituais estão em Cristo, foi Ele quem os obteve para
nós através de Sua obra consumada no Calvário, e agora estão disponíveis
através d’Ele. Tudo o que Deus tem para o crente está no Senhor Jesus, e para
recebê-lo, devemos estar unidos a Cristo pela fé.
Todos no mundo estão “em Adão” ou “em
Cristo”. Aqueles que estão “em Adão” estão em seus pecados e, portanto,
condenados diante de Deus, e não há nada que eles possam fazer por si mesmos
para agradar a Deus ou ganhar Seu favor, não têm direito a Deus e, se
recebessem o que merecem, pereceriam eternamente. Quando uma pessoa se
converte, Deus não a vê mais como um filho condenado de Adão, mas, em vez
disso, Ele o vê como estando em Cristo, e o aceita nessa base. O pecador crente
não é aceito pelo que é em si mesmo, mas porque está em Cristo, e quando ele
está em Cristo, ele está diante de Deus revestido de toda a aceitabilidade do
próprio Cristo. E ele desfrutará do favor e da aceitação de Deus enquanto
Cristo o fizer aceito, ou seja, para sempre.
Terça-feira, 12/11: Filhos de Deus por
adoção
Leitura Diária: Efésios 1:5-7
Os cristãos são adotados e passam a
fazer parte da família de Deus. Adoção é a declaração legal de que somos filhos
do Senhor, com todos os direitos, privilégios e deveres de um filho. Essa
adoção significa que fomos colocados na família de Deus como um filho maduro e
adultos com todos os privilégios e responsabilidades da filiação (Gl 4:4-7).
O Espírito de adoção planta dentro de
nós o instinto de se dirigir a Deus como Pai (Rm 8:15), e essa adoção como
filhos é por Jesus Cristo. Deus nunca poderia ter nos trazido a esta posição de
proximidade e carinho com Ele enquanto estivéssemos em nossos pecados, por isso
é que o Senhor Jesus veio à terra, e por Sua morte, sepultamento e ressurreição
Ele resolveu essa questão para a satisfação de Deus. É o valor infinito de Seu
sacrifício no Calvário que fornece uma base justa sobre a qual Deus pode nos
adotar como filhos, visto que o Seu sangue, derramado no Calvário, nos purifica
de todo o pecado (I João 1:7).
Quarta-feira, 13/11: A graça de Deus.
Leitura Diária: Efésios 1:8-11
A graça de Deus foi derramada sobre os
cristãos de acordo com o mistério da sua vontade, isso não quer dizer que a
vontade de Deus é secreta da maneira que as religiões de mistérios da Ásia
Menor ensinavam de que os planos divinos estavam fundamentalmente ocultos a
todos, exceto a uns poucos iluminados. Porém, Paulo diz que esse “mistério” foi
revelado a todos através do plano de Deus, de modo que agora todos “podem
entendê-lo” (Ef 3:2-13).
Foi na graça que Ele nos escolheu, nos
predestinou e nos redimiu, mas isso não é tudo, Deus superabundou essa mesma
graça para conosco em toda sabedoria e prudência. Isso significa que Ele
graciosamente compartilhou Seus planos e propósitos conosco, e que Seu desejo é
que tenhamos inteligência e discernimento sobre Seus planos de salvação,
redenção e purificação. E assim Ele nos confiou, por assim dizer, e nos revelou
o grande objetivo para o qual toda a história está se movendo.
Portanto, vemos que a obra redentora de
Cristo nos liberta, nos perdoa e nos coloca no centro do plano eterno de Deus.
Nossa resposta a essa verdade deve ser uma vida dedicada à glória de Deus,
refletindo Seu amor e graça.
Quinta-feira, 14/11: O selo do Espírito
Santo.
Leitura Diária: Efésios 1:12-15
“Selados com o Espírito Santo da
promessa” refere-se ao fato de que a outorga do Espírito Santo aos crentes fora
primeiramente profetizada no Antigo Testamento e depois por Jesus (Jl 2:28-29).
Ele é descrito como um selo, simbolizando propriedade, e como penhor, apontando
para a redenção futura.
Assim que o ser humano aceita a Cristo
como seu salvador pessoal, ele é selado com o Espírito Santo da promessa, isso
significa que todo crente verdadeiro recebe o Espírito de Deus como um sinal de
que pertence a Deus (Rm. 8:9), e que será mantido seguro por Ele até o momento
em que receber seu corpo glorificado. Assim como em assuntos legais um selo
indica propriedade e segurança, assim também nos assuntos divinos. A habitação
do Espírito nos marca como propriedade de Deus (I Co. 6:19,20), e garante nossa
preservação até o dia da redenção (Ef. 4:30). Portanto, o selo do Espírito
Santo é um presente que confirma nossa identidade em Cristo. Ele é a garantia
de que nossa salvação é segura e de que pertencemos a Deus. Essa promessa é uma
fonte de alegria e confiança para todo cristão.
Sexta-feira, 15/11: O brilho da Glória
eterna.
Leitura Diária: Efésios 1:16-19
Paulo estava particularmente grato pela
fé e pelo amor daqueles irmãos. O foco da fé é Cristo, e a fé é expressa no
amor ao próximo e na vida em santidade que agrada a Deus, que é sinal de fé
verdadeira (Gl 5:6); tudo isso o Apóstolo via na vida daquela igreja, e isso o
alegrava. Que privilégio é ter tal testemunho de alguém que tinha uma vida de
oração, de um homem de Deus!
Deus já tinha dado sabedoria aos
cristãos (v. 8-9), mas Paulo orou pedindo que a igreja não apenas entendesse,
mas também experimentasse estas bênçãos, e ele estava vendo os efeitos de sua
oração. A esperança do seu chamado é a certeza da vida eterna, garantida pela
presença do Espírito Santo, e somente o poder de Deus pode trazer os cristãos
em segurança às riquezas da glória final.
Assim como os cristãos efésios que já
tinham iluminação divina, ou não teriam sido cristãos; e a oração de Paulo era
para que o Espírito Divino, que já habitava neles, tornasse sua visão mais
clara, mais aguçada, mais forte, para que o poder, o amor e a grandeza divina
lhes fossem revelados muito mais plenamente, nestes dias em que os homens estão
fazendo descobertas tão rápidas, tão fascinantes e tão excitantes, que
rivalizam em interesse, mesmo para homens cristãos, precisamos da manifestação
de Deus em Cristo. Temos uma necessidade excepcional da igreja orar para que
Deus lhe conceda um “espírito de sabedoria e revelação”; se Ele responder a
essa oração, não ficaremos mais deslumbrados com o conhecimento que se
relaciona com “coisas visíveis e temporais”, pois elas seriam ofuscadas pela
glória transcendente de “coisas invisíveis e eternas”.
Sábado, 16/11: Cristo ressuscitou.
Leitura Diária: Efésios 1:20-23
O Senhor ressuscitou a Jesus para uma
vida inteiramente nova, dando-lhe um corpo ressurreto, mas, Ele não foi apenas
ressurreto, Ele está assentado à destra de Deus Pai, o lugar de autoridade de
onde Ele reina neste exato momento. Ele, portanto, é a cabeça, aquele que
domina e governa o Seu povo. Cristo está acima de todos, o que indica que é
infinitamente superior, pois, a ascensão e exaltação completaram a
ressurreição, dando esperança aos cristãos, uma vez que Jesus Cristo se tornou
as primícias de Seu povo.
A igreja só existe e funciona por causa
de sua relação vital com sua Cabeça, Cristo Jesus. Sendo o Cristo ressurreto e
exaltado, Ele não precisa de nada e de ninguém. Ele é independente!
A obra redentora de Cristo e a
identidade e herança dos crentes n’Ele é uma das principais lições deste
capítulo de Efésios. Deus escolheu os crentes em Cristo Jesus antes da fundação
do mundo, os predestinando para serem adotados como filhos, conforme o
beneplácito de Sua vontade, essa é a riqueza da herança que recebemos.
Em resumo, Efésios 1 nos ensina sobre a
soberania divina na salvação; a riqueza da herança dos crentes em Cristo; e a
exaltação de Cristo como cabeça da igreja. Essas lições nos desafiam a vivermos
em gratidão pela obra redentora de Cristo, e a reconhecermos nossa identidade e
posição em Cristo como filhos amados de Deus.
Nossos pecados foram perdoados por meio
do derramamento do sangue de Jesus, o Pai exigiu um sacrifício perfeito e
apenas seu Filho estava apto. Então Paulo exalta a graça de Deus, ensinando que
Deus não nos abandonou em nossos pecados, antes, sua infinita sabedoria e
entendimento, nos deu o propósito, através de Cristo, que é o centro de toda a
Criação.
A oração de Paulo é um convite para
crescermos em entendimento e relacionamento com Deus. Ele nos encoraja a buscar
a sabedoria, a viver na esperança, e a confiar no poder que Deus, e para isso
Deus se coloca, através do Espírito Santo, à nossa disposição em Cristo. Que
nós, como crente, salvos, e uma vez eleitos em Cristo, possamos fazer-se dignos
de realmente sermos chamados filhos de Deus e participantes da herança de
Cristo.
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