Devocionais da semana 17 - 23 de novembro de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 17/11: Entendimento da graça de
Deus.
Leitura Diária: Efésios 2:1-2
O capítulo 1 da carta do Apóstolo Paulo
aos Efésios nos trouxe a explicação muito clara sobre a escolha que Deus fez
através de Jesus, antes da fundação do mundo, pela salvação de todos os homens;
com a rejeição por parte do ser humano, Ele predestinou um meio, o único
Caminho, para que fossemos salvos por Ele: Jesus Cristo; o sangue d’Ele promove
tão grande eleição sem merecermos, sem darmos nada em troca. Ao receber esse
Evangelho de salvação, a igreja de Éfeso corresponde surpreendentemente a fé, e
Paulo expressa sua alegria, o que o levou a pedir diariamente, sem cessar, em
suas orações que os Senhor os aperfeiçoassem mais e mais.
Agora, no capítulo 2 desta carta, ele
mostra como éramos mortos em nossos pecados. Além de vivermos no pecado,
tínhamos prazer nele, mas agora, em Cristo, é tudo novo e melhor. Salvos única
e exclusivamente pela graça, e, portanto, nada que façamos é capaz de promover
alguma compensação a mais. O Senhor nos justificou, sua morte na cruz promoveu
a redenção e a reconciliação com Deus. Seu sangue, abriu o acesso e destruiu
todas as barreiras que existia entre o ser humano e Deus. Como cristãos fomos
adotados e agora fazemos parte da família de Deus, e essa transformação somente
ocorreu porque Deus predestinou esse meio pelo qual seriamos novamente incluso
como seus filhos amados. Somos então levados neste capítulo a um profundo
entendimento sobre a transformação que ocorre na vida de cada cristão. Por isso
é que Paulo começa esse capítulo com uma descrição quase chocante de nossa
condição espiritual antes de conhecermos a Cristo; ele mostra que neste estado,
a parte mais vital da personalidade humana está morta. Portanto, por seus
esforços, ou ingenuidade, as pessoas não têm como experimentar comunhão com
Deus nem como atender Suas exigências. Essa “morte” não é física, mas
espiritual, significando uma total desconexão de Deus, éramos, como cadáveres
espirituais, incapazes de perceber a presença de Deus, ou de responder à sua
vontade.
Essa condição é causada pelas
“transgressões e pecados” que separam o homem de Deus, como também mencionado
em Romanos 5:12 e Colossenses 2:13.
O apóstolo Paulo explica que, sem
Cristo, seguimos “a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar” (Ef
2:2), referindo-se a Satanás. Essa “ordem do mundo” é a cultura e o sistema de
valores que são contrários aos princípios de Deus. Vivíamos segundo a carne,
entregues aos impulsos e desejos egoístas, incapazes de nos alinhar com a
vontade divina. Essa forma de vida nos tornava “merecedores da ira” de Deus.
Isso tudo acontece porque a nossa natureza caída nos conduz a um estado de
rebelião (Rm.1:18-32). Essa condição trágica, porém, é o ponto de partida para
o entendimento da graça de Deus.
Segunda-feira, 18/11: Vida na carne.
Leitura Diária: Efésios 2:3-4
A entrada do pecado no mundo trouxe a
natureza pecadora a toda a humanidade. Homens e mulheres são ‘por natureza”
hostis a Deus e afastados d’Ele. Agindo de livre moral, as decisões e ações do
homem são sempre influenciadas negativamente pelo pecado. As pessoas não se
arrependem de verdade, nem se voltam para Deus, se Ele não as capacitar para
isso.
O termo carne no Novo Testamento, é
frequentemente usado no sentido ético para se referir à velha natureza, aquela
que herdamos de Adão. Ao que parece, para Paulo, o corpo e a mente estão
ligados, ambos fazendo parte da carne, isto é, da velha natureza. Muitas
pessoas costumaram pensar nos pecados da carne como sendo apenas os diversos
tipos de imoralidade, esquecendo que também existem os pecados da mente. Tanto
um quanto o outro trazem a ira de Deus o que nos constitui em filhos da ira.
Isto é, aqueles que estão sob a ira, cujo destino é a ira, sobre os quais a ira
de Deus permanece (Rm. 1:18; Jo. 3:36; Hb. 10:26,27).
A Palavra de Deus está cheia de
gritantes contrastes entre a incapacidade do homem e a suficiência do Senhor,
que sendo rico em misericórdia, ou seja, não há limite para a Sua misericórdia,
Ele nos amou com tão grande e inexorável amor. Isso nos mostra que é o amor de
Deus para conosco, e não o nosso amor para com Ele, que é a coisa mais
importante no processo da salvação (I Jo. 4:9,10).
Diante da rejeição humana de Deus, Paulo
pintou um retrato da nova vida, manifesta na graciosa aceitação de “pecadores
por Deus, por causa de Cristo”. “Mas Deus...”, é um forte contraste e designa a
resposta de Deus à terrível situação das pessoas.
Terça-feira, 19/11: Graça e
misericórdia.
Leitura Diária: Efésios 2:5-7
Para explicar esses dois conceitos é
preciso entendemos em primeira mão, o seguinte: A graça, é quando Deus dá aos
crentes algo que eles não merecem, ao passo que misericórdia é quando Deus não
lhes dá aquilo que eles realmente merecem. Essa rica misericórdia e graça de
Deus, traz um contraste com a morte espiritual da humanidade.
O amor e a graça de Deus são tão grandes
que Ele vivificou os crentes em Cristo, mesmo quando estavam mortos em pecado.
Esta salvação é resultado da Sua rica misericórdia, não de obras humanas, para
que ninguém possa se orgulhar. Os crentes são ressuscitados com Cristo e
assentados com Ele nos lugares celestiais, significando a sua posição
espiritual e identidade em Cristo.
A amorosa misericórdia de Deus foi o que
torno possível essa vida que nos ressuscita e nos faz assentar com Ele. O
grande poder de Deus nos entronizou com Cristo nas regiões celestiais,
inclusive quando Cristo foi exaltado à mão direita de Deus Pai após a
ressurreição.
É a compaixão divina que impulsiona a
salvação, pois, Deus, mesmo ciente de nossa rebeldia, nos oferece vida nova em
Cristo. Esse amor é semelhante ao descrito em João 3:16, onde o amor de Deus
pelo mundo é a razão pela qual Ele enviou Jesus.
A salvação do ser humano é uma prova da
graça de Deus, que fez tudo isso em Cristo com apenas um objetivo: mostrar… as
abundantes riquezas da sua graça, isto é, mostrar Seu favor divino para todos
em toda a história; não só para homens, mas também para os anjos (I Pe
1:10-12).
Aqui temos destacada a importância da
obra redentora de Jesus que transforma aqueles que creem n’Ele, e esse é o
grande amor de Deus por nós, apesar de nosso estado anterior à sua graça. Mas,
Ele não nos deixa de lembrar que Deus é rico em misericórdia e que, por causa
do grande amor que Ele nos tem, nos deu uma vida nova por meio da morte de
Cristo na cruz. A salvação nos revela essa riqueza da graça de Deus e que ela
continuará a ser mostrada a nós no futuro eterno, ou seja, quando chegarmos ao
céu, vamos continuar descobrindo a magnitude do amor de Deus por nós.
Em resumo, nestes versículos, Paulo
ensina que a salvação é um presente gratuito de Deus, dado a nós por Sua graça
e misericórdia, e não por nossos próprios méritos. Ele nos convida a viver uma
vida de gratidão pelo amor de Deus em nossas vidas por meio de Cristo.
Quarta-feira, 20/11: Somos salvos por
meio da fé.
Leitura Diária: Efésios 2:8-10
Aqui encontramos um dos versículos mais
conhecidos da Bíblia, e ele sublinha o princípio fundamental da salvação pela
graça através da fé. A salvação não é conquistada através de esforços ou obras
humanas, mas é um dom de Deus. A fé é o meio pelo qual os indivíduos recebem a
graça de Deus e são salvos. O propósito disto é eliminar qualquer orgulho por
parte dos humanos e enfatizar que a salvação é inteiramente uma obra de Deus.
A obra da salvação é para a glória de
Deus, por isso é que, de maneira alguma, ela pode ser obtida por meio de obras
humanas. Todo o processo de salvação é um ato da bondade de Deus, e não uma
conquista humana. Isso indica que mesmo antes da fundação do mundo, quando Deus
elege uma maneira, ou seja, o Caminho, para que o homem, que Ele já sabia que
iria pecar e se afastar d’Ele, voltasse novamente a ter comunhão com Ele, é
obra inteiramente d’Ele e não houve, e nem podia haver qualquer interferência
do ser humano.
A ênfase nunca está na quantidade de fé,
e sim no objeto da fé: Cristo. A salvação vem pelo favor totalmente imerecido
de Deus. Não devemos “dizer que a parte de Deus é a graça e a nossa parte é a
fé,” pois a salvação inteira é dom de Deus, visto que foi o próprio Deus quem
colocou em nós a capacidade de crer, isso significa que a fé também é algo que
veio de Deus e foi colocada no ser humano para que ele cresse no próprio Deus.
As boas obras são consequência de nossa
salvação, e não a causa dela. As boas obras não são secundárias no plano de
Deus; pelo contrário, elas são parte essencial de Seu plano redentor para cada
cristão. Às boas obras são demonstradas na gratidão, caráter e ações dos
cristãos.
Nossa própria obediência não é de acordo
com as obras que desejamos fazer, mas de acordo com as “boas obras, as quais
Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”, por isso, é importante
destacar que a fé verdadeira produz obras. O texto não está rejeitando a
importância das obras, mas sim enfatizando que elas não podem ser a base da
nossa salvação, elas são uma expressão natural e necessária da fé, quando
acreditamos em Jesus, nossa vida é transformada, produzindo frutos e bons
resultados. Portanto, a mensagem deste trecho é que a salvação é um presente de
Deus que recebemos pela fé em Cristo, mas a fé verdadeira resulta em um estilo
de vida transformado e cheio de boas obras que glorificam a Deus.
Temos, portanto, a reafirmação de que a
salvação é um presente, e a fé é o canal pelo qual recebemos essa graça, mas a
própria capacidade de crer também é obra de Deus em nós. Não se trata de obras,
“para que ninguém se glorie”, pois toda a glória pertence a Deus. Em Romanos
4:4-5, Paulo explica que a justiça de Deus não é algo que possamos alcançar por
mérito. A salvação pela graça é a essência do evangelho, e qualquer ensinamento
ou pregação que venha desviar desse conceito, é satânico, e não vem de Deus, e
precisa ser amaldiçoado, ou anátema.
Quinta-feira, 21/11: A reconciliação em
Cristo.
Leitura Diária: Efésios 2:11-15
Caminhando para a conclusão do capítulo
o apóstolo Paulo destaca a unidade e a reconciliação provocadas pela obra de
Cristo. Os crentes são descritos como obra de Deus, criados em Cristo Jesus
para boas obras. Eles não estão mais divididos, mas aproximados de Deus através
do sangue de Cristo, reconciliados tanto com Deus como entre si. Isso nos
revela a bondade de Deus e nos desafia a viver de maneira que agrade ao Senhor,
como filhos da luz.
Temos, portanto três estados dos
cristãos: Sua condição comunitária anterior, distante de Cristo; sua
reconciliação comunitária em Cristo; e
sua nova condição de membros da nova
humanidade de Deus. A reconciliação, envolve tirar a humanidade caída da
alienação e trazê-la para um estado de paz e harmonia com Deus.
Jesus, o Reconciliador, curou a
separação e a ruptura criadas pelo pecado, e restaurou a comunhão dos homens
com Deus, e essa reconciliação não é um processo pelo qual as pessoas
gradualmente se tornam mais aceitáveis a Deus, e sim um ato decisivo pelo qual
os cristãos são salvos do afastamento de Deus e levados à comunhão com Ele.
Agora não há mais separação, nem do
homem com Deus e nem do homem com o próprio homem, pois somos todos agora um só
em Cristo. Vemos então a centralidade de Jesus Cristo na união de judeus e
gentios, mas sobretudo na união de ambos com Deus. Cristo é nossa paz e nosso
Apaziguador, sua morte reconciliadora na cruz fez de ambos, judeus e gentios,
um. Os gentios não se tornaram judeus e muito menos os judeus se tornaram
gentios, mas ambos se tornaram um só em Cristo. Os dois grupos se tornaram um
em nível mais profundo do que simples etnia, formando a igreja de Cristo. A
nova humanidade é maior do que a anterior.
Sexta-feira, 22/11: O poder que emana da
cruz.
Leitura Diária: Efésios 2:16-19
A reconciliação com Deus é uma expressão
que amplia o conceito de “paz” e envolve a ideia de restaurar a unidade. O
objetivo não era simplesmente reconciliar grupos, e sim reconciliá-los com
Deus.
Essa reconciliação veio por meio do
poder que emanou da cruz de Cristo, e compôs assim um corpo que é a igreja, a
nova humanidade, o lugar da paz.
Na cruz, tudo que causava desunião foi
destruído, e em especial a separação que havia entre o homem e Deus, portanto,
o acesso ao Pai está disponível para todos que vêm a Jesus. Todos agora podem
ser concidadãos mediante a Cristo, visto que fomos transformados em membros da
família de Deus, essa é a nossa nova condição.
A partir disso todos os que agora
pertencem a essa família desfrutam de todos os privilégios provenientes do Pai
dessa família: Deus. Os cristãos são adotados na família de Deus e unidos aos
santos de todos os tempos, passado, presente e futuro.
A cruz foi o instrumento dessa unidade,
pois “reconciliar com Deus os dois em um corpo” foi o objetivo final de Cristo.
Por meio de Jesus, todos nós agora temos acesso ao Pai, pois, aqueles que creem
em Cristo não são mais estranhos ou estrangeiros.
Sábado, 23/11: Edifício de Deus.
Leitura Diária: Efésios 2:20-22
Pela cruz Cristo começou a edificar um
corpo que é comparado com um edifício, o que representa a edificação da Igreja.
Ele mesmo é a pedra angular, porém, todos os apóstolos, foram uma das pedras
fundamentais, mas a estrutura como um todo está edificada sobre Cristo. Os
apóstolos e profetas são colocados nessa posição por causa de seu
relacionamento especial com Cristo, exemplificado pelos ensinos cheios de
autoridade que eles transmitiram à igreja. É interessante essas comparações, a
nova família de Deus, que também é uma nova nação, é tida como novo edifício,
com um fundamento diferente.
Paulo proclamou Cristo Jesus como pedra
da esquina da fundação, que é a pedra fundamental que mantém unida toda a
estrutura. Nas estruturas antigas, as pedras da esquina eram colocadas em
ângulo reto unindo duas paredes, e o nome do rei era inscrito nela para indicar
o responsável pela construção do edifício.
As lições que aprendemos nesta semana
foi que a salvação não é alcançada por mérito humano, mas é um dom de Deus pela
Sua graça; uma vez salvos somos unidos uns com os outros em Cristo, portanto,
não há mais separação, pois, todos, independente da raça, cor, nação etc. todos
somos reconciliados, tanto com Deus, como com nossos irmãos em Cristo, e todos
temos agora Deus como Pai, por meio do Espírito; juntos constituímos um
edifício, edificado em Cristo para formar um templo espiritual, no qual Deus
habita pelo Seu Espírito. Isso nos desafia a vivermos em comunhão e harmonia
como povo de Deus, refletindo Sua presença em nosso meio.
Esse capítulo sublinha os princípios
cristãos fundamentais da salvação pela graça através da fé e da unidade e
reconciliação provocadas pelo sacrifício de Cristo. Vemos, portanto, um
poderoso lembrete da centralidade da graça de Deus na fé cristã e do impacto
transformador da salvação através da fé em Cristo.
Comentários
Postar um comentário