Devocionais da Semana 03-09 de novembro de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 03/11: Esperança e
responsabilidade.
Leitura Diária: Gálatas 6:1-2
Paulo falou sobre o fruto do Espírito e
como a fé gera esse Fruto em nós, através da ação do Espírito, e que nos leva
as práticas das boas obras. Penso que o Apóstolo tinha um certo receio de que
aquelas pessoas, que já tinham uma tendência para as obras da carne, começassem
a criar um padrão elevado demais para a igreja, fazendo com que qualquer
deslize fosse motivo de punição, e que por outo lado também pudessem
interpretar seus ensinamentos como licença para viver no pecado pregando um
evangelho que não levasse o pecador a uma transformação.
Agora, no capítulo 6, temos as
instruções finais do Apóstolo para aquelas igrejas, e os assuntos tratados
inclui: o amor ao próximo; o engano da vaidade; a lei da semeadura; a glória na
carne; uma nova criatura e no final ele traz algumas saudações.
Para começar esse capítulo ele traz um
tema muito interessante: a lei da semeadura, e então explica em detalhes sobre
tais princípios e quais as implicações práticas em nossas vidas. A mensagem
apresentada com o tema é muito poderosa para os seguidores de Cristo, pois ela
confronta o ser humano com a guerra espiritual que desenvolve dentre dele, e
que já havia sido tratada no capítulo anterior. O tema faz parte da mensagem
central do capítulo que é sobre a esperança e a responsabilidade que devemos
ter em nossa vida diária, a partir do momento em que a entregamos a Cristo para
que ele seja o Senhor dela. Os destinatários da carta eram principalmente
cristãos gentios que tinham recebido o evangelho de Paulo, então seu objetivo
agora era corrigir algumas distorções que, como já vimos nos capítulos
anteriores, haviam surgido nas igrejas daquela região. Alguns líderes
judaizantes estavam ensinando que os cristãos gentios precisavam se submeter à
lei judaica e se tornar judeus antes de se tornarem cristãos, e isso é contra
todo o ensino do Evangelho de Cristo, e vai também contra a Graça de Deus que é
manifesta em Jesus e sua morte na cruz.
Paulo, portanto, escreveu para reafirmar
que a salvação vem somente pela fé em Jesus Cristo, e não por seguir leis e
preceitos. Porém, essa fé que faz com que a graça seja manifesta leva o cristão
a ter responsabilidades, pois a vida cristã é desenvolvida e vivida em
obediência, não a lei física, mas a lei escrita no coração. Isso não significa
que seremos impecáveis a partir do momento que aceitamos a Cristo e somos
selados com o Espírito Santo da promessa, porém teremos dentro de nós uma
guerra constante e podemos cair em erros. Uma pessoa que cai em pecado num
ponto vulnerável deve ser restaurada espiritualmente com mansidão, que é uma
das qualidades do “Fruto do Espírito”.
Precisamos entender que todos nós
estamos sujeitos a essas quedas, pois, isso faz com que sempre dependamos uns
dos outros para sermos cada dia mais fortes na fé e esperança, vencendo os
nossos desejos carnais, firmando-nos e fortalecendo nosso espírito.
Segunda-feira, 04/11: Responsabilidade
individual e ajuda.
Leitura Diária: Gálatas 6:3-5
Nenhum cristão deve jamais pensar que é
totalmente independente e não precisa da ajuda de outros, como também ninguém
deve se sentir dispensado da tarefa de ajudar os outros. O corpo de Cristo, que
é a igreja, funciona apenas quando os membros trabalham juntos para o bem
comum. Quem pensa ser superior a um cristão caído engana-se a si mesmo e corre
o risco de ser também tentado.
Não podemos legitimamente nos comparar a
outras pessoas, porque cada um recebe do Senhor um fardo, ou seja, a cruz que
cada indivíduo deve carregar, como disse Jesus em Lucas 9:23-26. Quando você dá
o seu melhor, você se sente bem com os resultados. Não há necessidade de se
comparar com os outros. As pessoas fazem comparações por vários motivos: Alguns
apontam as falhas dos outros para se sentirem melhor sobre si mesmos; outros
simplesmente querem ter certeza de que estão indo bem. Quando você for tentado
a se comparar com alguém, olhe para Jesus Cristo, pois, o exemplo d’Ele irá
inspirá-lo a dar o seu melhor, e a Sua aceitação amorosa irá confortá-lo quando
você ficar aquém de suas próprias expectativas.
Cada um de nós precisamos suportar nossa
própria carga, mas é necessário haver cooperação de todos os que estão unidos
em Cristo para que o fardo seja mais leve individualmente. Por isso é que há o
destaque da importância do apoio mútuo e da ajuda em momentos de necessidade.
Essa mensagem é especialmente relevante nos dias de hoje, quando muitas pessoas
enfrentam desafios emocionais e financeiros em meio ao desajuste global que
vivemos em nosso século. Desajustes esses que estão em todas as áreas da vida,
seja financeira, emocional, familiar, religiosa etc. Como cristãos, somos
chamados a agir e ajudar nossos irmãos em Cristo, seguindo o exemplo de Jesus,
que nos ensinou a amar uns aos outros e a nos importar com eles.
Nossa responsabilidade cristã implica,
não apenas no auxílio ao nosso próximo, mas também no testemunho que damos,
porque não podemos se luz e ajudar os outros se nós mesmos estamos desajustados
e no mesmo dilema na vida que eles.
Somos responsáveis por nossas próprias
ações e devemos estar cientes das consequências delas. Ninguém é culpado pelos
nossos pecados a não ser nós mesmos, ainda que possamos contar com a ajuda de
alguém para que saiamos do desespero causado pelo erro, mas a responsabilidade
maior é de quem o cometeu.
Terça-feira, 05/11: A responsabilidade
da Igreja com seus pastores
Leitura Diária: Gálatas 6:6
Neste versículo o Apóstolo coloca, como
se fosse uma pausa no assunto que vinha sendo tratado, para falar sobre o
cuidado que a Igreja deve ter com aqueles que lhes ensinam a verdade. O
princípio de que aquele que é instruído nas Escrituras deve sustentar àquele a
quem ensina é afirmado por Paulo em vários outros lugares (Ex: I Co 9:11).
Em todo o Novo Testamento encontramos
essa responsabilidade da Igreja em sustentar os Pastores, e esse é mais um
texto que nos ensina sobre essa obrigação. Aqueles que não querem cumprir com
essa responsabilidade é porque não conhecem a Bíblia e tentam fugir de seu
dever deturpando aquilo que ela ensina.
É fácil receber o benefício de um bom
ensino bíblico e, não dar valor aos pastores que lutam com esmero para
trazê-lo, ignorando suas necessidades financeiras e físicas. Alguns até mesmo
usam de desculpas para não honrarem com generosidade aqueles que doam a vida
para fazer com que cresçam na vida espiritual. É claro que há pastores que não
cumprem com suas obrigações, mas aí, é problema deles com o Senhor da obra,
porém o dever da Igreja é honrá-los.
O grande problema que vejo é que as
igrejas de uma forma geral, tem o hábito de honrar quem não merece, aqueles que
trabalham com zelo e dedicação geralmente não são valorizados, mas aqueles que
fazem a obra relaxadamente é que recebem maior valorização. Isso porque, essas
pessoas, geralmente, sabem ser “agradáveis” aos olhos e ouvidos de “crentes”
descompromissados com a verdade do Evangelho, e que, por via de regras, tem
“poder” sobre o restante da Igreja. Essas pessoas levam a igreja a valorizar
quem não merece e desprezar quem é dedicado e que as vezes desgastam suas vidas
para trazer alimento de qualidade para o rebanho.
Devemos cuidar de nossos pastores, não
com má vontade ou relutância, mas com um espírito generoso, mostrando honra e
apreço por tudo o que eles fizeram (I Timóteo 5:17,18).
Quarta-feira, 06/11: A lei da semeadura.
Leitura Diária: Gálatas 6:7-11
Paulo enfatiza a lei do semear e colher,
dizendo que “o que o homem semear, isso também colherá”. Isso nos lembra da
importância de viver uma vida piedosa e justa, e de evitar ações que possam
prejudicar não apenas a nós mesmos, mas também aos outros. Em resumo, ser um
cristão responsável significa ajudar e apoiar nossos irmãos em Cristo quando
necessário, enquanto também somos responsáveis por nossas próprias ações e
vidas.
O que esse princípio básico de
agricultura apresenta é uma metáfora para nossas ações e escolhas na vida e
como elas têm consequências. Certamente seria uma surpresa se você plantasse
milho e surgissem abóboras! É uma lei natural colher o que plantamos, e isso é
a mais pura verdade em outras áreas também. Por exemplo: Se você fofocar sobre
seus amigos, perderá a amizade deles. Cada ação tem seus resultados. Se você
plantar para agradar aos seus próprios desejos, você terá uma safra de tristeza
e maldade, mas, se você planta para agradar a Deus, colherá alegria e vida
eterna.
Que tipo de semente estamos plantando?
Esse é para nós um alerta que nossas escolhas e atitudes refletem o que
cultivamos no nosso coração e que elas têm consequências de curto e longo
prazo. Se plantarmos sementes egoístas, colheremos corrupção e sofrimento.
Se plantarmos sementes que edificam e
honram a Deus, colheremos vida eterna.
No entanto é importante aprendermos que
fazer o bem não é buscar ser justificado por obras, mas viver como Deus
planejou para aqueles que, pela fé, recebem Sua salvação graciosa (Ef 2:8-10).
Devemos viver a vida que agrada a Deus,
ainda que muitas das vezes seja desanimador continuar a fazer o que é certo e
não receber nenhuma palavra de agradecimento ou ver resultados tangíveis. A
Bíblia nos desafia, a continuar fazendo o bem e a confiar em Deus. Quanto aos
resultados, no devido tempo, colheremos uma colheita de bênçãos. Quando
continuamos fazendo o bem, mesmo quando é difícil, estamos demonstrando o amor
de Cristo e espalhando a esperança para aqueles que precisam dela.
Como de costumes, Paulo ditava suas
cartas para um secretário, ou companheiro, mas a partir do versículo 11, ele
mesmo pega a caneta com as próprias mãos para escrever suas saudações pessoais
finais, isso ele também faz em outras cartas, para dar ênfase às suas palavras
e para validar que a carta era genuína.
Quinta-feira, 07/11: A lei escrita no
coração.
Leitura Diária: Gálatas 6:12-13
Paulo aborda nesse final a importância e
superioridade do novo nascimento em Cristo, contra a prática indiscriminada da
Lei. Os mestres judeus que estavam constrangendo os gálatas a se circuncidarem
faziam isso pela aparência, e para evitar ser perseguidos por judeus incrédulos
em virtude da cruz de Cristo, como Paulo o foi (At 14:19). Porém, eles não
tinham base para se gloriar, uma vez que eles próprios não observam toda Lei, e
aquele que desviasse de um só ponto da Lei já era culpado por tudo. As pessoas
frequentemente escolhem um certo princípio ou proibição e fazem dele a medida
de fé; alguns podem condenar a embriaguez, mas aceitam a prostituição.
A Bíblia em sua totalidade é nossa regra
de fé e prática. Não podemos escolher os mandatos que seguiremos, pois somos
transformados por Cristo e agora temos uma lei escrita em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado. Essa era a profecia de Jeremias 3:33: “Mas
esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o
Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu
serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. A obediência pelo amor, que é essa
lei escrita no coração, deve levar-nos a transformação de nosso entendimento
(Rm12:1-2), caso contrário significará que não fomos realmente libertos por
Cristo.
Sexta-feira, 08/11: A glória da nova
criatura em Cristo.
Leitura Diária: Gálatas 6:14-15
A única base para o cristão se gloriar
está na morte de nosso Senhor Jesus Cristo, que faz de nós uma nova criatura
(II Co 5:17). O mundo está cheio de tentações, e diariamente somos confrontados
com pressões culturais sutis e propaganda aberta. A única maneira de escapar
dessas influências destrutivas é pedir a Deus que nos ajude a crucificar nosso
interesse por elas, assim como Paulo fez.
É fácil se deixar levar pelas coisas
externas, por isso é preciso ter cuidado com aqueles que enfatizam ações que
devemos ou não devemos fazer, sem nenhuma preocupação com a condição interior
do coração. Viver uma vida boa sem uma mudança interior leva a uma caminhada
espiritual superficial ou vazia.
Não são os ditames de homens ou
instituições que devem reger o nosso viver cristão, pois, o que importa para
Deus é que sejamos completamente transformados de dentro para fora. Portanto, a
verdadeira circuncisão é uma questão de coração, como Paulo afirma: “Pois não
importa estar ou não circuncidado, mas sim ser uma nova criatura” (Gálatas
6:15). Este novo nascimento é a marca do cristão verdadeiro, aquele que foi
transformado pela graça de Deus.
A cruz de Cristo tem um impacto
transformador em nossas vidas como cristãos. A importância e a centralidade da
cruz em nossa caminhada espiritual são indispensáveis. para vivermos de maneira
que glorifiquemos a Deus neste mundo. Paulo destaca que é pela cruz de Cristo
que somos libertos do mundo e suas tentações: “Mas longe esteja de mim
gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo
está crucificado para mim e eu para o mundo”. A cruz de Cristo é um símbolo de
amor e salvação, e ela deve ser uma parte fundamental da nossa vida como
cristãos. A nova criação em Cristo
Sábado, 09/11: Somos todos irmãos em
Cristo.
Leitura Diária: Gálatas 6:16-18
Paulo pede que esta carta ponha fim à
perturbação que ele vinha enfrentando por conta de sua oposição à justificação
pelas obras da Lei e sua defesa da justificação pela fé. Embora aqueles irmãos
tenham sido tentados por “outro evangelho”, o Apóstolo encerra esta carta na
expectativa de que eles continuem sendo irmãos em Cristo.
Vimos, portanto esta semana a ênfase na
importância de os cristãos cuidarem uns dos outros, especialmente quando um
irmão ou irmã está em pecado ou dificuldade. Isso nos lembra da
responsabilidade mútua dentro da comunidade cristã e da importância de oferecer
suporte e encorajamento uns aos outros.
A analogia usada neste capítulo, da
semeadura e da colheita, é para enfatizar a lei espiritual, nos lembrando que,
se semeamos para a carne colheremos corrupção, mas se semeamos para o Espírito
colheremos vida eterna, o que nos desafia a viver de acordo com os princípios
do Reino de Deus em vez de gratificar os desejos egoístas da carne.
Também é exortado aos crentes a não
desistirem de fazer o bem, mesmo quando enfrentam desafios ou
desencorajamentos, o que nos lembra da importância de perseverar na prática do
bem, mesmo quando não vemos resultados imediatos, confiando que no tempo certo
colheremos os frutos.
O capítulo também enfatiza que cada
pessoa é responsável por suas próprias ações e decisões diante de Deus, e isso
nos leva a compreender a importância de assumir responsabilidade por nossas
escolhas e de não culpar os outros por nossas próprias falhas.
E por fim temos o destaque sobre a cruz
de Cristo como o único meio de salvação e exaltação, se gloria nela como único
motivo de orgulho é a atitude correta que devemos ter; o que nos lembra da
centralidade da cruz na fé cristã e da necessidade de nos gloriar na obra
redentora de Cristo em nossa vida.
Comentários
Postar um comentário