Devocionais da semana 04-10 de agosto de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 04/08: O ministério da
reconciliação.
Leitura Diária: II Coríntios 6:1-3
Em nossas devocionais temos acompanhado
o Apóstolo Paulo falar sobre a habitação terrena e a casa eterna, isto o corpo
humano e o espiritual. Ele aborda esse tema para dizer que enquanto estamos
aqui estamos “longe” do Senhor, mas em breve essa distância será retirada, e
por isso, devemos viver pela fé. Os nossos olhos devem ser postos em Deus. Se
fizermos isso a nossa vida será dirigida pela vontade de Deus e estaremos
prontos para o tribunal de Jesus Cristo.
Chegamos agora no capítulo 6 dessa
segunda carta de Paulo para a igreja de Corinto, onde ele nos apresenta como
cooperadores do Reino de Deus, e diz que trabalhamos juntos a Deus. Trabalhamos
com Ele e por Ele. O Apóstolo enfatiza que ele e seus colaboradores são
colaboradores de Deus, por isso ele encoraja os crentes de Corinto a não
receberem a graça de Deus em vão, sugerindo que deveriam responder ativa e
positivamente à mensagem de salvação.
Receber o apostolado para Paulo foi algo
genuíno e envolvia acolher como verdade suprema e absoluta o evangelho da graça
de Deus. Ele destaca a urgência da salvação e o momento favorável para
responder à essa graça.
Citando o livro de Isaías, ele exorta os
crentes a buscarem o Senhor enquanto Ele pode ser encontrado e a invocá-Lo
enquanto Ele está próximo. O distanciamento de uma profissão de fé que era
apenas aparente, e não verdadeira, levaria os coríntios para uma eternidade
longe de Cristo (I Jo 2:19). Esse é o perigo ao não desenvolver um caráter
semelhante ao de Cristo e ter uma vida de apostasia, sendo assim, as obras
seriam queimadas quando Cristo as julgar.
O ministério da reconciliação que o
Apóstolo havia recebido compensava todas as dificuldades que ele suportou. Por
isso ele descreve estes desafios, incluindo aflições, dificuldades e
perseguições, como prova da sua autenticidade como ministros de Deus.
O enfoque aqui, é a ideia de um
ministério que leve os coríntios a enxergarem a responsabilidade do
relacionamento do cristão com Deus, e o sua consequência no relacionamento com
o mundo. Paulo exorta aqueles irmãos a viverem de maneira a honrar a Deus e a
evitar qualquer comportamento que possa impedir seu testemunho ao mundo. Ele
enfatiza a importância de se separar do mundo e permanecer puro e santo.
Segunda-feira, 05/08: Os paradoxos da
vida cristã.
Leitura Diária: II Coríntios 6:4-5
A lista apresentada dos v. 4-13 não é
uma auto recomendação, como a dos falsos mestres em II Co 3:1, e sim um
panorama das ações de Paulo como ministro designado por Deus, provando o
caráter e a origem de seu ministério. As inúmeras situações que ele e seus
auxiliares suportaram foi uma verdadeira demonstração de como os verdadeiros
ministros de Deus devem enfrentar os desafios. A passagem apresenta uma lista
dos vários tipos de experiências que eles tiveram.
No livro de Atos dos Apóstolos
encontramos relatos de casos específicos do sofrimento de Paulo, e aqui ele
inclui experiências fisicamente dolorosas. De uma perspectiva humana, estas
experiências foram inúteis e desnecessárias, a menos que o evangelho seja
verdade.
Ao longo deste capítulo, o Apóstolo
apresenta uma série de paradoxos que refletem a vida cristã. Por exemplo, ele
menciona estar triste, mas sempre alegre, pobre, mas enriquecendo a muitos, e
não ter nada, mas possuir tudo. Estes paradoxos realçam os contrastes e
complexidades da experiência cristã.
A vida de Paulo representa a vida de
todo aquele que experimenta o verdadeiro encontro com Jesus; tudo o que vive,
desde o ponto da virada, é um paradoxo quando comparado com a vida comum no
mundo. Quando lemos a lista de Paulo, quanto à vida dos “ministros de Deus”
como ele, percebemos que não se tratava de um ministério cercado de regalias ou
pompas, mas de tribulação e de muita renúncia. Mas apesar das intempéries
vividas, ele não se esquivaria de sofrer tudo de novo porque certo estava de
que, no final, poderia contemplar novamente a face de Cristo.
Terça-feira, 06/08: A visão do mundo e a
visão de Deus.
Leitura Diária: II Coríntios 6:6-7
Esta parte da lista focaliza traços do
caráter e realidades espirituais percebidas apenas com os olhos da fé. Na
pureza, no saber, na longanimidade, na bondade, no Espírito Santo, no amor não
fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, quer
ofensivas, quer defensivas; por honra e por desonra, por infâmia e por boa
fama, como enganadores e sendo verdadeiros; tudo isso demonstra o caráter que
foi desenvolvido em Paulo como resultado da graça de Deus, por isso é que ele
faz um contraste entre a visão do mundo sobre seu trabalho e a visão de
Deus.
Ele expressa sua profunda afeição pelos
coríntios e os encoraja a abrirem seus corações para ele em troca, porque vê o
relacionamento deles como um vínculo sincero, enfatizando seu cuidado e
preocupação com o bem-estar espiritual deles.
Esses versículos descrevem como eles se
portaram; e descrevem suas experiências paradoxais: Na pureza, na ciência, na
longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido; na
palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à
esquerda.
Aqui o Apóstolo Paulo se aprofunda mais
nos paradoxos do verdadeiro ministério cristão que é, segundo ele, melhor do
que quaisquer outros. Ele registrou nove contrastes entre a fragilidade humana
e a evidência do poder de Deus. Todos os particípios até 6:10 devem ser
atribuídos a nós como cristãos. O ministério não seria “caluniado” se o
ministro não desse motivos de escândalo em coisa alguma.
Quarta-feira, 07/08: Sofrimento e
perseverança.
Leitura Diária: II Coríntios 6:8-10
Outro tema importante neste capítulo é a
ideia de sofrimento e perseverança na vida cristã. Paulo descreve as muitas
provações e dificuldades que ele e seus companheiros apóstolos enfrentaram em
seu ministério e enfatiza a importância da resistência e da perseverança. Ele
também lembra aos coríntios que Deus é sua fonte de força e conforto em tempos
de angústia e que sempre estará com eles em suas lutas.
O versículo 10 em sua parte inicial era
um desafio para mim pelo fato de não conseguir compreender como estar
entristecido e ainda assim permanecer alegre. Até o dia em que entendi que a
exata compreensão acerca desta afirmação de Paulo não pode ser compreendida a
não ser que seja vivenciada. Após o encontro de Paulo com Cristo na estrada de
Damasco, a vida dele nunca mais seria a mesma. Mergulhado em um universo de
estrito zelo religioso, foi quando caiu, literalmente, do cavalo, que
finalmente olhou para o alto. Cego e confuso, percebeu que a maior cegueira era
a que vivera até aquele momento.
O respeitado doutor da lei e instruído
na escola dos fariseus, transformou-se em perseguido por causa de Cristo.
Aqueles que dantes o consideravam com demasiado apreço, agora revelavam-lhe um
trato rude e até homicida. Ele trocou os privilégios, posições e conforto para
sofrer escárnios, perseguições e privações. À vista dos cristãos sinceros, era
considerado um homem de Deus; à vista dos incrédulos, um fanático; à vista dos
líderes judeus, uma ameaça. Certamente, a vida deste apóstolo não foi nada fácil.
Mas tenho absoluta convicção de que ele não trocaria um dia sequer ao lado de
Cristo por qualquer alívio que lhe fosse oferecido.
Por isso, o apóstolo mostra quais as
adversidades e perseguições suporta por amor a Cristo, e deixa claro que,
embora enfrente todas elas, ele garante aos irmãos que vale a pena suportá-las,
pois esse ministério, e essa vida de servo de Cristo têm valor inestimável
Quinta-feira, 08/08: Desejo de
reconciliação com os irmãos.
Leitura Diária: II Coríntios 6:11-13
Nesses versículos chegamos a um o ponto
emocionalmente, e um dos mais intenso de toda a epístola. Ele começa e termina
com Paulo pedindo àqueles cristãos que abrissem o coração para Deus, e
demonstra o intenso desejo do apóstolo de reconciliar- se com eles. As
acusações contra ele e as práticas pecaminosas daqueles cristãos haviam feito
com que se afastassem do apóstolo, pelo menos emocionalmente. Ele havia aberto
seu coração, diferente dos coríntios, tentando uma reaproximação, sua vida e o
seu ensino eram um livro aberto. Ele não tinha intenções ocultas.
O mais interessante aqui é que Paulo
convoca seus leitores pelo nome, e isso ele faz em apenas duas outras ocasiões
(G1 3:1; Fp 4:15), ao fazer isso, ele estava expressando forte emoção. Ele
notou que o problema no relacionamento vinha dos coríntios, pois os falsos
mestres sufocaram o amor deles por ele.
Paulo desejava que eles fossem abertos e
amorosos para com ele assim como ele fora para com eles, isto é, como um pai
para com filhos desobedientes. Ele estava sendo franco para com aqueles
cristãos e pedia aqui que agissem da mesma maneira com ele.
Sexta-feira, 09/08: O jugo desigual.
Leitura Diária: II Coríntios 6:14 -15
Um dos temas-chave deste capítulo é a
ideia de estar sob o jugo dos incrédulos, por isso é que Paulo adverte os
coríntios contra a formação de parcerias ou alianças com incrédulos,
exortando-os a evitar qualquer situação que possa comprometer sua fé ou testemunho.
Ele enfatiza que os crentes são chamados a se separar do mundo e a viver de uma
maneira que agrade a Deus, por isso, exorta os irmãos a se separarem dos
incrédulos, e a não se colocarem em jugo desigual com eles. Embora reconheça
que os crentes vivem no mundo, ele enfatiza a necessidade de manter uma
identidade distinta e santa como seguidores de Cristo. Jugo desigual com
incrédulos, não se refere unicamente ao casamento, mas principalmente é uma
referência aos falsos apóstolos, a quem Paulo considerava servos de Satanás.
Porém, aqui está incluso todo e qualquer tipo de associação, inclusive
casamento. A linguagem original retrata dois animais diferentes arando um campo
sob um mesmo jugo (Dt 22:10). Em circunstâncias assim não é possível alcançar o
objetivo. “Parceria” originalmente é traduzida como “comunhão”. Ele está
enfatizando a incompatibilidade espiritual ressaltando a impossibilidade de
existir luz e trevas ao mesmo tempo, a impossibilidade de Cristo e Satanás
serem amigos.
A ordem pode ser traduzida assim; “parem
de se ligar heterogeneamente com os incrédulos”. O princípio reverte à
legislação mosaica de Lv. 19:19; Dt. 22:10. Os cristãos são “novas criaturas”
(II Co. 5:17); não devem se ligar espiritualmente com os incrédulos mortos (Ef.
2:1). A palavra traduzida para comunhão só se encontra aqui no Novo Testamento;
significa “partilhar, participar”. Comunhão (koinonia) envolve “relacionamento
íntimo”, como o do casamento ou como o relacionamento espiritual com Deus (II Co.
13:14; I Co. 1:9; I Jo. 1:3,6). O contraste entre luz e trevas é especialmente
proeminente na literatura do Novo Testamento. (Jo. 1:5; 3:19; Ef. 5:7,11; Cl.
1:12,13; I Jo. 1: 6,7; 2:10,11).
A santidade e pureza de Cristo não pode
harmonizar-se com a maldade e impureza do Maligno que é um sinônimo para
Satanás, e traduz corretamente qualquer união do crente com o incrédulo, porque
os dois são espiritualmente incompatíveis.
Em Deuteronômio 22:10, os israelitas são
instruídos a não colocar bois e jumentos juntos no arado, porque o boi era
considerado um animal puro, mas o jumento não (Dt 14:1-8). Além disso, a partir
de um ponto de vista prático, os dois animais tinham tamanho, natureza e estilo
de trabalho diferentes.
Com relação à cidade de Corinto, a
história revela que os habitantes eram notáveis pelas associações que tinham.
Eles possuíam sindicatos, sociedades e grupos organizados para praticamente
tudo. Cada organização tinha seu próprio ídolo ou divindade protetora. O
fracasso em obedecer a um ídolo fomentava a ira da divindade e trazia
consequências negativas sobre os membros. Portanto, ao formarem grupos,
facções, dentro da igreja, que só podia ter um Deus, o verdadeiro, os coríntios
adotavam aquele costume idólatra, mesmo afirmando não acreditar mais em
doutrinas pagãs.
O que o Apóstolo está ensinando aqui é
que não há como um crente, santificado por Cristo viver em comunhão com o
incrédulo, seja em que relacionamento for, não há compatibilidade de
pensamento, seja no casamento, negócios, associações etc.
Sábado, 10/08: Desenvolvendo a
santidade.
Leitura Diária: II Coríntios 6:16-18
Encerrando o capítulo, Paulo aconselha
os Coríntios a estarem puros, buscando a santidade; e ao abandonar o julgo
desigual com infiéis e as práticas mundanas, ambientes mundanos, e muitas vezes
pessoas mundanas, estariam demonstrando o desenvolvimento dessa santidade. Ele
lembra aos Coríntios que eles são o templo do Deus vivo e que Deus habita neles
através do Seu Espírito. Este conceito sublinha a santidade e a santidade da
comunidade cristã. Templo do Deus vivo aponta para a existência conjunta da congregação
local, ou do corpo de Cristo como um todo, e não para a existência individual.
Paulo tinha em mente os cristãos, e não edifícios literais (I Pe 2:5).
Aqui não existe um ensinamento de que
Deus agirá como pai se a pessoa se afastar dos descrentes, o que o Apóstolo
afirma simplesmente é que, quando Deus habita em alguém, essa pessoa deve agir
como filho de Deus, e assim, terá a experiência plena de ter Deus como pai.
Evidente que Deus não nos pede para sair
do mundo, mas para manter um relacionamento saudável que não interfira na
integridade de nossa fé. A comunidade cristã que se abre para Deus recebe a
habitação e manifestação de Deus.
O que temos neste capítulo é um chamado
para viver uma vida de pureza e santidade, separando-se do mundo e evitando
qualquer comportamento que possa impedir o testemunho do evangelho. É um
lembrete da realidade do sofrimento e das dificuldades na vida cristã e da
importância da resistência e da perseverança, por isso ele encoraja a
permanecer fiéis a Deus, mesmo em meio a essas provações e desafios, confiando
em Sua força e conforto para nos sustentar. Ele nos exorta a nos separarmos do
pecado e a vivermos uma vida centrada em Deus, visto que, como seguidores de
Cristo, somos santuários de Deus e devemos dar espaço apenas ao que é puro e
sagrado. Que a nossa ligação com o Céu esteja acima de qualquer ligação com as
coisas deste mundo. Mas que, acima de tudo, “no Espírito Santo”, possamos viver
“no amor não fingido” (v.6), “na palavra da verdade, no poder de Deus” (v.7),
respeitando-nos mutuamente e sendo cooperadores com Cristo (v.1).
Concluímos, que o Apóstolo Paulo se
preocupa com seus filhos em Corinto, e nos deixa pérolas de sabedoria através
de suas cartas. Ele nos ensina aqui que, mesmo em meio a tribulações, ele nunca
se deixou levar por outras doutrinas, mas seguiu firme no que Cristo lhe
revelou até o fim. Assim como os sofrimentos do Mestre caíram sobre ele, também
caíram as recompensas e o poder, vindos da parte de Deus, através de seu
Espírito Santo que, como Jesus prometeu, nos consola, convence, perdoa e
capacita. Cristo é a melhor companhia, Ele é o nosso amigo fiel, o paracleto, o
companheiro, não precisamos de doutrinas que afaguem nosso ego, nossos erros,
devemos nos afastar daquilo que nos separa de Deus, que é o pecado. Não há como
haver amizade entre luz e trevas, entre o pecado e a santidade, entre o mundo e
o reino de Deus. Façamos uma escolha!
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