Devocionais da semana 23-29 de unho de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 23/06: A coleta para Jerusalém.
Leitura Diária: I Coríntios 16:1-4
O último capítulo da carta de Primeiro
aos Coríntios trata de assuntos práticos e pessoais, dos quais o primeiro é a
coleta para os pobres em Jerusalém.
O capítulo apresenta uma ilustração da
operação externa da grande realidade espiritual afirmada em 1:9, isto é, que os
crentes são “chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor”.
Anteriormente, Paulo afirmou que a
ressurreição era verdadeira e fora testemunhada por muitas pessoas, e esse
Jesus vivo e glorificado é conhecido agora, não em agonia e sofrimento. Com
isso aprendemos que é necessária uma morte real, do corpo, que veio do pó, da
semente do primeiro Adão, corruptível, para que, através da fé no sacrifício da
cruz, do poder de Jesus em sua morte e principalmente em sua ressurreição, esse
corpo seja transformado em um corpo glorificado por Cristo, incorruptível, que
poderá entrar na promessa feita por Deus, através de seu Filho.
Embora tenha sido tratados grandiosos
temas nesta epístola, ainda havia alguns assuntos que requeriam atenção, e na
conclusão desta carta, o Apóstolo fala sobre eles. O versículo 1 nos dá uma
indicação de que Paulo está respondendo a uma pergunta feita a ele em uma carta
anterior que chega até mesmo ser mencionada em I Co 7:1, sobre como organizar a
coleta para a igreja de Jerusalém. Ele então orienta que cada um deveria
separar uma quantia em dinheiro regularmente para a coleta, de acordo com sua
capacidade de ofertar, e que deveria ser levantado no “primeiro dia da semana”
que era o domingo, talvez por ser o dia de maior frequência nos cultos daquela
igreja. É bom lembrarmos aqui que Paulo não está tratando de dízimo como muitos
querem afirmar, e sim de uma oferta especial para socorrer aos irmãos em
Jerusalém. No final, todos os fundos seriam reunidos e enviados sob os cuidados
de mensageiros designados. Se acaso fosse aconselhável, e se as circunstâncias
permitissem, Paulo iria pessoalmente com os mensageiros. O cuidado que Paulo
tomava em questões de dinheiro é de se notar. Ele nunca pedia dinheiro para si
mesmo e até não gostava de lidar com o dinheiro dos outros se houvesse a menor
possibilidade de dúvidas a respeito. A causa exata da pobreza em Jerusalém não
é conhecida. Alguns sugeriram que foi resultado da fome citada em Atos
11:28-30. Possivelmente outra razão é que aqueles judeus que professavam fé em
Cristo foram banidos e boicotados por seus parentes, amigos e compatriotas
incrédulos. Eles sem dúvida perderam seus empregos e de inúmeras maneiras foram
submetidos a pressões econômicas destinadas a forçá-los a desistir de sua
profissão de fé em Cristo. Paulo já havia dado ordens às igrejas da Galácia em
conexão com esse mesmo assunto, e agora instrui os coríntios a responder da
mesma maneira que os irmãos gálatas foram exortados a fazer.
Segunda-feira, 24/06: Caminho com
obstáculos
Leitura Diária: I Coríntios 16:5-9
Paulo planejava atravessar a Macedônia
até Corinto, essa seria feita em sua terceira viagem missionária, e talvez
passasse o inverno na cidade. Em seguida, ele esperava que os coríntios
providenciassem suprimentos para sua viagem, quando ele partisse. Enquanto
isso, planejava ficar em Éfeso até maio, época que acontecia a festa judaica do
Pentecoste, por causa do resultado do evangelho naquela cidade.
Ele desejava passar algum tempo entre os
coríntios, e foi por isso que planejou passar pela Macedônia primeiro, em vez
de ir diretamente a Corinto. Foi uma mudança de planos, pelo que foi mais tarde
criticado por alguns na igreja (II Co. 1:15-17). O Apóstolo reconhece,
entretanto que existia uma vontade acima da sua, ele não se apegava às rédeas
de sua vida.
Como o seu desejo era passar o inverno
com os irmãos em Corinto, eles então dariam todo o suporte para o restante de
sua jornada, onde quer que ele fosse de lá. Mas, como percebeu que havia uma
oportunidade de ouro para servir a Cristo naquele tempo em Éfeso, precisava
passar um tempo ali antes de seguir para Corinto. Mas, ao mesmo tempo, percebeu
que havia muitos adversários.
Essa é uma rotina do serviço cristão:
Por um lado, há os campos já brancos para a colheita; por outro, há um inimigo
insone que procura obstruir, dividir e se opor de todas as maneiras
concebíveis! Tudo isso faz parte das condições em que servimos a Deus, quando
temos grandes oportunidades de serviço, também há grandes dificuldades em nosso
caminho. Atos 19 mostra quão grandes eram os adversários de Paulo em Éfeso.
Terça-feira, 25/06: Um jovem que
trabalhava na obra do Senhor.
Leitura Diária: I Coríntios 16:10-12
Paulo deu instruções sobre como os
cristãos de Corinto deveriam receber Timóteo. Parece que ele fora enviado
acompanhado por Erasto, e que primeiro foram a Macedônia. É possível que Paulo
duvidasse que Timóteo chegaria a Corinto, mas o seu uso “se” não implica
necessariamente em incerteza.
“Conduzi-o em paz” é uma expressão que
corresponde a “supram tudo que ele precisar para a viagem”. Timóteo era um
jovem, e era muito tímido (I Tm. 4:12; 5:21-23; II Tm. 1:6-8; 2:1, 3, 15;
4:1,2), e em Corinto havia entre os irmãos alguns que eram confiantes e
voluntariosos. Evidentemente, Paulo temia que Timóteo não fosse adequado para a
tarefa de lidar com as dificuldades provocadas por esses homens, temor que os
acontecimentos subsequentes haveriam de mostrar que era bem fundado. Mas Paulo
insere uma palavra em favor do seu jovem assistente. Conclama os coríntios a
não fazerem nada que o amedronte, e lhes recorda que ele e Timóteo estão
empenhados na mesma obra, “na obra do Senhor”. É difícil imaginar um elogio
maior do que este, “trabalha na obra do Senhor, como também eu”.
Por causa do serviço fiel de Timóteo a
Cristo, ninguém deveria desprezá-lo. Em vez disso, deveriam fazer um esforço
sério para enviá-lo em sua jornada em paz, para que ele possa retornar a Paulo
no devido tempo. O apóstolo estava ansioso por uma reunião com Timóteo e com os
irmãos.
Apolo, tinha um papel vital no
crescimento da igreja de Corinto que foi prontamente reconhecido por Paulo,
provavelmente não quis ir naquele momento porque estava trabalhando no
evangelho em outro lugar. Embora Paulo pudesse ter motivos para invejar Apolo,
ele não tinha ciúmes do atraente e talentoso alexandrino. Como também não
exercia autoridade sobre ele, pois embora desejasse muito que fosse com os
irmãos, Apolo achou que não era a hora. Os cristãos devem vigiar quanto às
concorrentes tradições de sabedoria mundana e se manter firmes em um só corpo
na fé.
Quarta-feira, 26/06: A motivação do
amor.
Leitura Diária: I Coríntios 16:13-14
A partir do versículo 13 começa uma
série de exortações à igreja. As quatro primeiras palavras são palavras
militares; na verdade, “portai-vos varonilmente” lembra o grito de guerra dos
filisteus (I Sm. 4:9). Cada um dos imperativos deste versículo, e um do
seguinte, estão no tempo presente “contínuo”, expressando ações que devem ser
contínuas. O amor é um princípio fundamental para os cristãos, e Paulo dá
instruções sobre como os coríntios devem viver segundo este princípio. Ele
aconselha que eles vivam na comunhão uns com os outros, sejam humildes,
pacíficos e sinceros. Além disso, tudo o que fizerem deve ser motivado pelo
amor. Este versículo é uma lembrança importante de que todos os nossos esforços
devem ser motivados pelo amor a Deus. Nossas prioridades devem ser a
glorificação de Deus e o amor ao próximo precisa ser por causa do amor a Deus.
Que possamos viver nossas vidas segundo este princípio importante.
Aqueles irmãos deveriam vigiar
constantemente, permanecer firmes na fé, ser corajosos e fortes. Talvez Paulo
esteja pensando novamente no perigo dos falsos mestres. Aqueles que foram
santificados por Cristo devem estar em guarda o tempo todo; não devem abrir mão
de um centímetro de território vital; devem se comportar com verdadeira
coragem; e finalmente, devem ser fortes no Senhor. Em tudo o que fazem, devem
manifestar amor. Isso significará uma vida de devoção a Deus e aos outros, uma
doação de si mesmos.
Quinta-feira, 27/06: Exemplos a serem
seguidos.
Leitura Diária: I Coríntios 16:15-18
É sempre bom ter diante de nós um
exemplo que podemos seguir. Paulo tem muitas coisas para dizer em termos de
censura, mas agora seleciona certas pessoas dentre os coríntios e as eleva para
serem imitadas. Ele exortou os coríntios a se sujeitarem à casa de Estéfanas (I
Co 1:16). Eles foram os primeiros a receber o evangelho na Acaia. Estéfanas,
Fortunato e Acaico visitaram Paulo e supriram o que estava faltando da parte
dos coríntios. Percebendo seu caráter elevado e seus dons para o ministério,
Paulo instruiu os cristãos de Corinto a reconhecê-los. Esses irmãos eram
provavelmente os portadores da carta dos coríntios a Paulo (7:1), e,
inversamente, trouxeram notícias do apóstolo para aquela igreja.
Aparentemente, desde o momento de sua
conversão, eles se dedicaram ao ministério, servindo e auxiliando os enviados
de Deus, e também se puseram a servir o povo de Deus. O apóstolo exorta os
cristãos a se submeterem a tais e a todos os que ajudam na obra e labores.
Aprendemos com o ensino geral do Novo Testamento que aqueles que se separam
para o serviço de Cristo devem receber o respeito amoroso de todo o povo de
Deus. Se isso fosse feito de forma mais geral, evitaria muitas divisões e
ciúmes.
Sexta-feira, 28/06: A comunhão na
igreja.
Leitura Diária: I Coríntios 16:19-21
“As igrejas da Ásia” referem-se às
igrejas que ficavam na província da Ásia Menor, da qual Éfeso era a capital.
Áquila e Priscila aparentemente viviam em Éfeso nessa época. Houve uma época em
que eles moravam em Corinto e, portanto, eram conhecidos dos irmãos de lá.
Áquila era fabricante de tendas por profissão e havia trabalhado com Paulo
nessa ocupação. A expressão “a igreja que está em sua casa” nos dá uma visão da
simplicidade da vida de igreja naquela época. Os cristãos se reuniam em suas
casas para adoração, oração e comunhão.
Então eles saíam para pregar o evangelho
em seu trabalho, no mercado e por toda a cidade.
No contexto da igreja primitiva e das
cartas de Paulo (Rm 16:16), o beijo santo era um sinal de comunhão mútua dentro
da família cristã. Era uma forma comum de saudação, mesmo entre os homens, e
também não faziam distinção de sexo, esse cumprimento era feito indistintamente
entre todos. Um beijo santo significa uma saudação sem fingimento ou impureza.
Em nossa sociedade obcecada por sexo, onde a perversão é tão prevalente, o uso
generalizado do beijo como forma de cumprimento pode apresentar sérias tentações
e levar a falhas morais grosseiras. Por essa razão, o aperto de mão substituiu
em grande parte o beijo entre os cristãos nas culturas ocidentais. Normalmente,
não devemos permitir que considerações culturais nos isentem da estrita adesão
às palavras das Escrituras. Mas em um caso como este, onde a obediência literal
pode levar ao pecado ou mesmo à aparência do mal por causa das condições
culturais locais, provavelmente temos justificativa para substituir o beijo
pelo aperto de mão.
Paulo terminou a carta com sua própria
caligrafia, confirmando sua autenticidade e autoridade (II Ts 3:16-18). Como de
costume, o apóstolo ditou sua correspondência a um secretário (um amanuense)
que registrou suas palavras. Embora o hábito usual de Paulo era ditar suas
cartas a um de seus colaboradores, no entanto, no final, ele sempre pegava a
caneta, acrescentava algumas palavras em sua própria escrita e, em seguida,
dava sua saudação característica. É isso que ele faz neste momento.
Sábado, 29/06: Maranata!
Leitura Diária: I Coríntios 16:22-24
O apóstolo toma a pena da mão do seu
amanuense e escreve as palavras finais, cuja primeira declaração ecoa como um
trovão. Ele diz que “amaldiçoado é aquele que não ama o Senhor”, essa forte
expressão indica os sentimentos de Paulo quanto à importância de uma atitude
correta para com o Senhor. Se o coração de um homem não está inflamado de amor
pelo Senhor, falta-lhe o que há de fundamental. Paulo não contempla
passivamente uma pessoa assim.
“Anátema” é o equivalente grego para o
“herem” hebraico, significando “coisa destinada à destruição, objeto de
maldição” (Rm. 9:3; Gl. 1:8, 9; I Co. 12:3). A palavra devia estar seguida de
ponto final, mas, o chamado à condenação de todos que fossem infiéis ao Senhor
era uma maneira incomum de terminar uma carta, e isso não seria adequado. No
entanto, nem mesmo a bênção apostólica, comum em suas cartas, seria adequada
neste caso; Paulo tinha de acrescentar palavras de ternura: “O meu amor seja
com todos vós” esse é um final exclusivo desta carta. Suas reprimendas eram
feitas com amor, e o seu amor se estende a todos, até mesmo aos desviados e
rebeldes.
“Maranata” é uma transliteração grega de uma
expressão aramaica, pode significar “Vem, Nosso Senhor”, ou “Nosso Senhor
veio”, referindo-se à Encarnação, ou “Nosso Senhor vem”, referindo-se a Segunda
Vinda. Porém, o contexto, com sua nota de advertência, nos mostra que a última
tradução é a mais correta: “Vem, Nosso Senhor!”
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