Devocionais da semana 02-08 de junho de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 02/06: O amor.
Leitura Diária: I Coríntios 13:1-2
O Apóstolo Paulo expôs com maestria
acerca dos dons do Espírito, mostrando que são vários e que o próprio Espírito
Santo é quem opera por meio deles, distribuindo a cada um conforme a soberana
vontade de Deus. Todos esses dons devem ser usados da maneira correta, pois,
somente assim é que trazem crescimento ao corpo de Cristo, a igreja, e jamais
devem ser usados para edificação própria. Mas ele ainda não havia falado do
maior dom de todos, aquele que se sobrepõe a qualquer outro. Portanto, no
capítulo 13, que é um dos capítulos mais importantes de toda a Bíblia, Paulo
trata desse que é o mais importante de todos os dons. Esse capítulo é muitas
vezes referido como o “capítulo do amor” porque fornece uma bela descrição de
como o amor realmente se parece. Ele começa enfatizando a importância do amor
em todos os aspectos da vida, afirmando que mesmo que alguém possua grandes
dons espirituais ou realize grandes feitos, sem amor não é nada.
O capítulo está dividido em três seções:
a futilidade dos dons sem o amor, que é uma das qualidades do fruto do
Espírito; a natureza do amor; e o caráter eterno do amor em contraste com a
temporalidade dos dons.
O Apóstolo faz questão de tratar sobre o
dom miraculoso de falar em outros idiomas sem nem mesmo tê-los estudados, e
sobre isso é bom observarmos que no grego a palavra para “línguas”, aqui, é
“glossolalia”, que literalmente é traduzida como “outros idiomas” ou “línguas
dos homens”, assim como em outras passagens (At 2:4,6,8,11; 10:46). Contudo, as
línguas na igreja de Corinto eram entendidas, como até mesmo, muitos hoje em
dia também pensam, eram línguas angelicais ou provenientes de Deus,
incompreensíveis pelos homens. É nesse contexto que Paulo então usa uma
hipérbole: “Ainda que eu falasse em alguma língua celestial”. Ele não diz que
falava tal língua, mas, ainda que viesse a falar, de qualquer modo, sem amor,
esse dom não teria valor.
“O metal que soa ou [...] o sino que
tine” eram instrumentos normalmente usados na adoração pagã. E o que o Apóstolo
afirma aqui é que o exercício dos dons da graça, sem o amor cristão, seria
pouco diferente das atividades de várias religiões pagãs ou religiões de
mistério. E isso é o que acontece em toda a história da igreja, muitos dos
cultos daqueles que dizem “falar línguas de anjos” mais se parece com a umbanda
ou candomblé do que outra coisa.
Segunda-feira, 03/06: Sacrifício sem
amor
Leitura Diária: I Coríntios 13:3
Sacrificar a própria vida, de acordo com
a Bíblia, é o maior ato de amor que existe (Jo 15:13), mas também é possível
fazer um sacrifício como esse para se gloriar, e não por amor. Neste “caso, não
se obtém nada.”
As pessoas podem fazer obras de caridade
sem a motivação correta, o amor. Aqui o Apóstolo usa a imagem do corpo sendo
queimado, coisa que os cristãos enfrentavam naquela época por defender a fé em
Jesus, ele então usou uma hipérbole para mostrar que os dons, ou qualquer outra
coisa, mesmo as mais nobres não têm valor sem amor, e nesse caso tudo o que
fizermos serão sem efeito perante o tribunal de Cristo.
O amor aqui expresso não é o sentimento
carnal do Eros ((έρως) que é o amor no sentido de “amor romântico”. Muitas
vezes associado à sexualidade e suas vertentes, com seus pecados e prazeres.
O Apóstolo também não está falando do
Storge (στοργη) que é o afeto com os familiares, especialmente entre os membros
da família ou pessoas que se encontraram nesse círculo social.
Muito menos do Philia (φιλια) que é uma
forte ligação entre pessoas que compartilham um interesse ou uma vida comum, é
a amizade entre amigos e companheiros.
O amor expresso aqui por Paulo é o Ágape
(αγαπη) que é o amor de Deus, o amor incondicional.
Terça-feira, 04/06: As qualidades do
amor Ágape.
Leitura Diária: I Coríntios 13:4-7
Paulo personifica o amor a fim de
mostrar seu caráter diário e as escolhas que ele envolve.
Os coríntios devem ter reconhecido a
lista de pecados, citada pelo Apóstolo, acontecendo entre eles. É então que vem
a afirmação que esse amor ama, e por amar corrige. É justamente o contrário da
percepção comum, mostrando que tolerância ao erro não é própria do amor
ágape.
Ao enfatizar a importância do amor em
todos os aspectos da vida, Paulo descreve todos os detalhes desse amor,
enfatizando sua natureza paciente, gentil e altruísta. Também enfatiza que o
amor é a maior de todas as virtudes e encoraja os coríntios a persegui-lo acima
de tudo. Por fim, nos lembra que o amor não é apenas um sentimento, mas uma
ação, e que é possível escolher amar mesmo em circunstâncias difíceis.
Nesses versículos ele deixa de lado a
superioridade do amor, e avança para suas características importantes.
Uma pessoa que ama, com o amor que brota
do Espírito Santo, se dispõe a pôr de lado seus próprios planos ou direitos
pelo bem do outro, pois ele é o fundamento de todos os atos que agradam a Deus.
O amor suporta qualquer dificuldade ou rejeição, revelando sua força superior.
Diante da confrontação, ele simplesmente persiste. Amar é o grande mandamento
(Jo 13:34-35) e nenhuma outra força promove mais justiça. Na era presente, o
amor suporta todas as coisas com a esperança e traz a certeza de que coisas melhores
virão na era futura.
Quarta-feira, 05/06: A transitoriedade
dos dons.
Leitura Diária: I Coríntios 13:8-9
Nesses versículos, o Apóstolo Paulo
passa da natureza do amor para seu caráter permanente, e então ele diz que o
amor é consistente e eterno, pois, um dia, todos os dons não serão mais
necessários, mas o amor continuará para sempre.
O Apóstolo então usa como exemplo três
dos 16 dons por ele expresso, Profecias, línguas, ciência, para mostrar que
todos eles são temporários. Todos os dons do capítulo 12, servem ao corpo de
Cristo, mas somente por hora. No entanto, o amor tem a duração eterna, porque
Deus é amor (I João 4:8), assim sendo, como essência do próprio Deus, ele é
eterno como Deus é eterno.
Os coríntios se fixavam muito nos dons,
mas o que importava não era aquilo que lhes era proporcionado por eles, mesmo
porque o objetivo de cada um deles era edificar o corpo de Cristo que é a
igreja. Por isso é que que o Apóstolo apresenta esse caminho mais excelente
como ele expressou em 12:31.
Quinta-feira, 06/06: A perfeição do
amor.
Leitura Diária: I Coríntios 13:10
O que é perfeito se refere à volta de
Cristo, quando todos esses dons considerados em parte terão que cessar.
Este tempo do fim supera e substitui
todos os dons considerados em parte, mas ao contrário deles, o amor dura para
sempre.
Sendo assim, não importa quais sejam
seus dons ou habilidades, nenhum se compara em importância ao amor. Tudo o que
é parcial terá o seu fim, até mesmo a profecia (pregação da Palavra de Deus),
porque até mesmo ela não revela tudo a respeito de Deus, visto que somente
compreenderemos Deus perfeitamente quando estivermos diante de Sua face. Tudo
então será revelado de maneira clara e transparente, então, compreenderemos
tudo.
Neste tempo presente, Deus não revela
tudo, de sorte que o profeta, não menos que o sábio, dá apenas um vislumbre
parcial da verdade. Mas quando chegar à consumação, tudo que é parcial será
aniquilado.
Sexta-feira, 07/06: Conhecimento
completo.
Leitura Diária: I Coríntios 13:11-12
O contraste entre o parcial e o completo
é ilustrado com a vida do homem. Paulo utiliza a analogia “infância versus fase
adulta” a fim de explicar o contraste entre nossa compreensão atual e o
entendimento que teremos na era futura. Ele utilizou a passagem da infância à
fase adulta como uma ilustração para explicar seus comentários nos versículos
8-10 sobre os passos em direção ao fim. É normal e esperado que uma criança aja
e pense como tal. Mas, quando uma pessoa se torna adulta, ela precisa abandonar
as ações e os brinquedos da infância.
Aos cristãos é dado conhecer a verdade
nesta era, mas apenas como um espelho obscuro, é provável que o espelho seja a
revelação de Deus, que, embora incompleta, está acompanhada pelos dons por ele
citados nos versículos anteriores.
O conhecimento que Deus tem de cada um
de nós não é uma coisa que vai crescendo e que vai se tornando mais e mais
perfeita, pois Ele conhece-nos de ponta a ponta, por completo, porém, o
conhecimento que nós temos d’Ele precisa crescer dia após dia, pois, nós não
conseguimos, enquanto aqui neste mundo, conhecê-Lo plenamente. Nossa vaga
percepção de Cristo será completa na eternidade, ali conheceremos Cristo face a
face, e por isso não haverá mais necessidade dos dons, visto que teremos
alcançado a plenitude, a qual devemos estar em busca, como igreja e
individualmente, aqui neste mundo.
Sábado, 08/06: A supremacia do amor.
Leitura Diária: I Coríntios 13:13
Paulo conclui este lindo capítulo
mostrando que há três colunas em nossa relação com Deus: a fé, a esperança e o
amor, no entanto, o maior deles é o amor.
Dentre esses três sentimentos, a fé, a
esperança e o amor, esse último, o qual devemos entender de qual sentimento
Paulo está falando, o amor ágape, o amor de Deus, é o maior deles, pois
continua na era futura. A fé e a esperança se cumprirão na eternidade e,
portanto, não permanecerão.
Esse capítulo enfatiza, portanto, que o
amor é o elemento mais importante em todas as áreas da vida cristã. Ele supera
os dons espirituais, o conhecimento e até mesmo os atos de devoção. Isso nos
lembra que, independentemente de nossas realizações ou habilidades, o amor deve
ser a motivação e a expressão central de nossa fé.
O Apóstolo Paulo descreve as
características desse sentimento, o qual é uma das características do fruto do
Espírito Santo.
As características do fruto do Espírito
Santo, incluem amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. E se prestarmos atenção, o Apóstolo diz que as
qualidades do amor ágape são praticamente as mesmas: paciência, bondade,
humildade, desprendimento, bondade, perdão, verdade e perseverança. Essas
qualidades nos desafiam a viver de maneira altruísta e a tratar os outros com
respeito e compaixão.
O amor é eterno e duradouro. Ele não
falha nem passa, pois é eterno como é eterno a sua fonte, Deus. Isso nos
encoraja a investir em relacionamentos e ações motivadas pelo amor, sabendo que
seu impacto transcende o tempo e as circunstâncias.
Juntamente com a fé, a esperança, que
também são virtudes cristãs, o que permanece é o amor, por isso ele claramente,
vem antes das outras duas. A fé é o fundamento (Hb 11:6), e o amor é a pedra
principal.
Paulo então contrasta o amor com
comportamentos como inveja, orgulho, raiva, egoísmo e falta de perdão. Isso nos
desafia a examinar nossas próprias atitudes e ações, buscando viver de acordo
com os padrões elevados do amor cristão.
O capítulo termina com um apelo para que
os cristãos busquem ativamente viver uma vida marcada pelo amor. Isso implica
não apenas expressões verbais de amor, mas ações concretas que demonstram o
cuidado, a compaixão e o compromisso com o bem-estar dos outros.
Vemos, portanto, que esse capítulo treze
em seus treze versículos nos apresenta uma perfeita explanação acerca do maior
dos dons. Paulo exprimiu em palavras humanas a essência divina. Há sangue e
lágrimas nas entrelinhas deste texto. Por mais que seja importante e necessária
a variedade de dons, o dom supremo deve ser o regente de todos os demais. O
apóstolo enumera alguns dons que, provavelmente, se destacavam entre os irmãos
coríntios, no entanto, ele não estava falando a uma igreja ociosa, mas extremamente
ocupada com ministérios diversos. Porém, ele apresenta um caminho que, talvez
fosse desconhecido por aqueles irmãos, ou pelo menos não era frequentemente
seguido por eles.
Sem amor, podemos falar diversos
idiomas, mas nossas palavras serão como um badalo irritante e sem tradução. Sem
amor, a profecia, que é a mesma coisa de pregação da Palavra de Deus, não
passará de um conjunto de símbolos e imagens sem sentido algum. Sem amor, a
sabedoria e o conhecimento não passarão de coisas difíceis demais de se
entender. Sem amor, a fé torna-se apenas um show para enaltecer o homem e não a
Deus. Sem amor, o socorro e a caridade se resumirão a campanhas de
merchandising próprio. Sem amor, a entrega da própria vida é nula e sem
proveito algum. Unicamente o amor é capaz de gerar resultados benéficos na
prática dos dons, e não somente benéficos, mas eternos. O amor deve ser o
fundamento inconfundível de cada dom espiritual. A vida de Cristo manifestada
no homem é o poder mais que eficiente de se pregar o evangelho.
Amar, com o amor que é produzido pelo
Espírito Santo que em nós habita, é ter o indescritível privilégio de tornar-se
participante da natureza divina na Terra.
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