Devocionais da semana 16-22 de junho de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 16/06: Sobre a ressurreição.
Leitura Diária: I Coríntios 15:1-11
Vimos até aqui que o Apóstolo Paulo
estava muito preocupado com cada detalhe, cada parte que envolvia a Igreja e
zelava para que ela não se desviasse da verdadeira doutrina que recebera de
Deus. Ele tem o cuidado de lembrá-los de formas como ministrar numa reunião,
para que ela não se torne algo bagunçado e sem sentido, levando os incrédulos a
os julgarem loucos, perdidos num culto confuso.
Ele ensinou ainda que a profecia, ou
seja, o dom de pregar a Palavra de Deus, (profecia = proferir a vontade de...)
tem um resultado maior do que qualquer outro dos dons, levando os ministros a
conhecerem o coração dos incrédulos e acessarem suas almas, os levando ao
arrependimento e a acreditar no poder de Deus.
Agora, neste capítulo 15 ele fala sobre
as evidências da ressurreição de Cristo, onde apresenta inúmeras testemunhas
desse evento e argumenta a sua importância para os cristãos. Ele dá seu próprio
testemunho sobre a sua convicção, e fala de alguns dos muitos desafios enquanto
pregava. Sua motivação para enfrentar tudo isso, é que, a exemplo da
ressurreição de Jesus, nós semeamos em nosso corpo natural para em seguida
colhermos no espiritual incorruptível. Aproveitando essa questão ele então
encerra o capítulo, falando sobre a iminente volta do Senhor e que tudo
ocorrerá num piscar de olhos, ao soar de uma trombeta e então veremos o Senhor
face a face.
Diante de todos esses argumentos o
capítulo 15 desta carta se torna em um dos textos mais importantes da Bíblia,
pois trata de um rico ensinamento onde podemos entender sobre a ressurreição e
a natureza do corpo ressurreto. Além disso, são fornecidas explicações claras e
concisas sobre os conceitos apresentados, incluindo uma análise da doutrina da
ressurreição dos mortos e das consequências da sua negação. Ele inicia o
capítulo fazendo um resumo sobre o cerne do evangelho, que é a morte e
ressurreição de Cristo que é o evento mais importante de toda a história
cristã, pois é através dela que todos nós podemos ter acesso à vida eterna.
Os primeiros evangelistas validaram a
certeza da ressurreição de Jesus ao narrarem as aparições de Cristo a
testemunhas oculares depois que ele saiu da sepultura (At 2:32), como podemos
ler também em Lucas 24:34 e Mateus 28:16 e 17.
Ao destacar que Cristo foi sepultado, o
apóstolo está deixando claro que ele morreu de fato, mas que está vivo. O termo
grego usado aqui é um tempo perfeito, indicando que Jesus está vivo. A menção
das quinhentas testemunhas e de outras pessoas, mais conhecidas, reforça a
autenticidade dos relatos da ressurreição de Jesus. Após 25 anos do ocorrido,
testemunhas vivas davam suporte a todo o relato do fato. Repare que até o
versículo oito Paulo menciona uma multidão de testemunhas da ressurreição de
Jesus. Ao mencionar “os doze”, ele está fazendo referência aos doze iniciais,
incluindo Judas Iscariotes o traidor, que mais tarde viraram onze. Com o
suicídio de Judas, o traidor, Matias foi adicionado, completando os doze
discípulos (Atos 1:15-26). Ao dizer que “a maioria sobrevive” precisamos
entender que essa primeira carta de Paulo aos coríntios foi escrita por volta
de 55 d.C., por isso, muitos dos que viram Jesus ressurreto já haviam
morrido.
Paulo então se refere a si mesmo como
alguém nascido fora do tempo devido pelo fato de ele ter se unido somente mais
tarde à multidão de testemunhas oculares da ressurreição de Cristo (At 9:1-6).
Ao se dizer “nascido fora do tempo”, ele está explicando que ele mesmo só teve
a oportunidade de conhecer Jesus após a ressurreição de Cristo quanto estava
indo a Damasco em sua perseguição implacável para pender e matar os cristãos.
Segunda-feira, 17/06: A garantia de
nossa ressurreição
Leitura Diária: I Coríntios 15:12-20
Havia uma grande heresia que se difundia
dentro daquela igreja, eles diziam que não havia a ressurreição. Embora não
haja certeza do que levou alguns cristãos de Corinto a negar a ressurreição dos
mortos, os gregos viam a morte física como algo definitivo e alguns diziam que
o espírito sobrevivia desincorporado. É possível que esta visão tenha
influenciado aquela igreja.
Paulo explica a importância da
ressurreição e discute as consequências trágicas de negá-la. Sem a
ressurreição, a fé cristã perde seu significado, e a morte se torna algo
definitivo e triste, sem esperança, a pregação apostólica da ressurreição era
vã, a fé dos coríntios era vazia e os apóstolos eram falsas testemunhas. De
todos os homens, os cristãos seriam os mais miseráveis caso não houvesse
ressurreição, porque, neste caso, teríamos colocado todas as nossas esperanças
em uma mentira. O cristianismo é, por natureza, uma fé na ressurreição de
Cristo. Este é um lembrete poderoso de como é essencial crer na ressurreição
dos mortos.
A ressurreição genuína e autenticada de
Cristo é a garantia de nossa ressurreição futura. A ressurreição de Cristo foi
a primeira ressurreição que houve, a qual promete que haverá outras mais no fim
dos tempos (Rm 8:23)
A expressão “dos que dormem” não está
dizendo que as almas estão dormindo aguardando o dia da ressurreição, mas se
refere especificamente aos que morreram em Cristo, pois estão já no descanso
que é Cristo, eles já estão livres das misérias e dores deste mundo, como
acontece com quem está dormindo e está tendo os mais lindos sonhos. Não existe
o sono da alma, todo os que morrem em Cristo vão direto para o “Seio de Abrão”
(Lucas 16:22-23) e lá estão em plena consciência adorando e Louvando ao criador
(Apocalipse 20:11-21:8).
Terça-feira, 18/06: As consequências da
ressurreição de Cristo.
Leitura Diária: I Coríntios 15:21-28
Depois de falar das consequências da
negação da ressurreição do corpo, Paulo se volta alegremente para a certeza da
ressurreição de Cristo, e para as suas consequências. Ele mostra que ela
implica na ressurreição dos crentes, e daí passa a enumerar, na devida ordem,
os acontecimentos dos últimos tempos. Todas as coisas serão nesse tempo
submetidas a Cristo; mesmo a morte será subjugada. Com algumas pinceladas
ousadas, ele pinta um emocionante quadro da final e completa supremacia de
Deus. Paulo não deixa dúvida quanto à importância do assunto de que trata. Está
carregado de significação, tanto para a presente maneira de viver do crente,
como também para uma compreensão dos grandes acontecimentos que hão de ter
lugar no fim desta era.
O Apóstolo Paulo apresenta um paralelo
de efeitos necessários. Por meio de apenas um homem, Adão, a morte veio à
humanidade. Se algum dia isso for revertido, deverá ser feito por alguém
semelhante: um homem. Deus já designou este homem: Jesus Cristo, que é
totalmente Deus e totalmente homem. Por meio de Sua ressurreição vem a promessa
da ressurreição à nova humanidade “em Cristo”.
A ressurreição de Cristo precede e
garante a ressurreição dos que são de Cristo em Sua vinda. Sendo o Messias
ressurreto, o Filho conquistará e subjugará todas as coisas, inclusive o último
inimigo que é a morte. Ao dizer que é necessário “ele deverá reinar”, Paulo
menciona o plano de Deus, “firmado na rocha”, o qual nos assegura que a
história terminará exatamente assim: com Deus triunfante sobre todo o mal e o
povo de Deus reinando com Cristo para sempre, ou seja, sendo participante
eternos do reinado exclusivo de Cristo (I Tm 2:12).
Quarta-feira, 19/06: As incoerências dos
Coríntios.
Leitura Diária: I Coríntios 15:29-34
Aqui temos uma mudança abrupta no
assunto; de Cristo, Paulo se volta para o cristão. Ele menciona certas práticas
associadas ao batismo que logicamente implicam em ressurreição. Mas, também
aponta os perigos que os pregadores passam, e isso é incompreensível, pode
haver uma razão para esta constante colocação da própria pessoa em risco de
vida? Ele, então associa a ressurreição como combustível para seu trabalho,
pois todos os dias ele enfrentava a morte. Sua luta em Éfeso, mencionada no
versículo 32 refere-se às dificuldades e tribulações que ele enfrentou naquela
região, por isso o seu raciocínio é: se não há ressurreição minha luta teria
sido em vão e eu não faria isso. É a certeza dessa ressurreição que faz com que
prossigamos na defesa do Evangelho.
Mas, nestes versículos, há um assunto
que deixa os leitores de I Coríntios sem muita compreensão, porém, é bem
provável que “são batizados pelos mortos” seja uma referência à prática,
exclusiva da igreja de Corinto, de uma pessoa se batizar em lugar de um cristão
que morreu sem ser batizado. Isso levaria ao entendimento que, erroneamente,
aqueles irmãos entendiam que o batismo fosse um sacramento, que conferia
salvação ou lavasse pecados. Isso era uma das heresias que Paulo precisava
combater, mas que fazia parte da cultura pagã daquela cidade e que ainda estava
existindo no meio daquela igreja. É a mesma situação dos assuntos do capítulo
anterior sobre o uso do véu e do “dom de línguas”. Aquela era uma igreja muito
difícil de ser doutrinada, pois estavam cheios de heresias vindas do paganismo.
Paulo não estava fazendo vistas grossas
a esta heresia e certamente as Escrituras não nos orientam em parte alguma a
realizar batismos como esse, o que ele fez aqui foi apenas destacar que não
fazia sentido os coríntios enaltecerem tais práticas demoníacas, se não
acreditavam na ressurreição dos mortos; isso mostrava o quanto eles eram
incoerentes com as suas próprias crenças.
Quinta-feira, 20/06: O corpo da
ressurreição.
Leitura Diária: I Coríntios 15:35-44
Agora vemos que o Apóstolo Paulo se
volta para a natureza do corpo da ressurreição. Alguns tinham ridicularizado a
ideia de uma ressurreição com perguntas quanto a natureza do corpo com que os
homens ressuscitariam. Ele então, contesta os argumentos por eles usados
mostrando o milagre da seara, comparando a ressurreição humana ao ciclo agrário
de vida-morte-vida. O corpo da semente que morre dá origem ao corpo totalmente
diferente da planta, e o mesmo acontecerá com nossos corpos atuais e os corpos
ressurretos futuros.
Então Paulo passa a ponderar que há
diferentes espécies de corpo e diferentes tipos de glória. A ressurreição leva
ao glorioso e triunfante fato de que, embora os nossos corpos sejam “semeados”
na corrupção, em desonra e em fraqueza, ressuscitarão na incorrupção, em glória
e em poder. O poder de Deus é adequado para isso tudo.
Este trecho é muito interessante, pois
esclarece que o corpo ressurreto é diferente do corpo físico atual. Ele é
incorruptível, glorioso e poderoso. Isto significa que, na ressurreição,
teremos um corpo perfeito e adequado para a vida eterna.
Sexta-feira, 21/06: Livres do aguilhão
da morte.
Leitura Diária: I Coríntios 15:45-55
O capítulo chega a um clímax magnifico.
Este é um dos trechos da Bíblia que mais me deixa emocionado. Paulo esclarece
que os que ressuscitam não serão criaturas de carne e sangue. Serão
transformados, como o serão os que estiverem vivos quando chegar aquele dia.
Não mais terão corpos sujeitos à decadência e a morte.
Em uma passagem lírica, o Apóstolo
exulta na vitória obtida sobre a própria morte. Isto produz uma ação de graça a
Deus, a causa da vitória; e, a luz disso tudo, vem uma exortação à
perseverança.
O primeiro homem, Adão, recebeu o fôlego
de vida, a qual que se tornou corruptível e perecível. Em contraste, o último
Adão, Jesus, concederá vida, dando aos cristãos um corpo incorruptível,
imperecível e eterno. Jesus dará vida aos cristãos por meio de Seu espírito
vivificante, um poder que só Deus exerce.
Ao contrastar o primeiro homem, Adão, e
aqueles que são semelhantes a ele com o segundo homem e aqueles que terão a sua
imagem, ele mostra a grande diferença entre os salvos e os perdidos.
Nossa condição terrena não permite que
nossos corpos semelhantes ao de Adão herdem o reino, o que significa que, de
alguma forma, eles precisam ser transformados, e isso acontecerá na
ressurreição dos corpos, porém no momento aqueles que morreram em Cristo já
estão com Cristo nos Céus aguardado completar o número de seus conservos
(Ap.6:11). Isto significa que imediatamente após a morte os cristãos já estão
com o Senhor (Lc 23:43) e ficarão aguardando o dia final para receberem os
corpos transformados igual ao corpo do próprio Senhor Jesus. Paulo então canta
a vitória que virá, com uma pergunta sobre o aguilhão (prisão) e a resposta é
clara, fomos livres dele.
A palavra grega usada para “aguilhão” é
“Kentron” que se refere primariamente ao ferrão das abelhas, a qual fica presa
liberando veneno na vítima, ou a picada das serpentes, e a coisas semelhantes.
Este uso metafórico retrata a malignidade da morte. Este é o adversário, mas
somos livres dele por Cristo Jesus Nosso Senhor.
Sábado, 22/06: A vitória final.
Leitura Diária: I Coríntios 15:56-58
O versículo 56 é um “sussurro” teológico
que Paulo explicou com mais detalhes na sua segunda carta aos Coríntios. Mas
aqui ele diz que somos postos face a face com a seriedade das questões morais,
visto que a morte é “o salário do pecado” (Rm. 6:23). Porém, ela é considerada simplesmente como
passagem desta vida para a imediata presença do Senhor, nesse caso ela é lucro,
não perda (Fp 1:21,23). Isso porque, onde o pecado é perdoado, a morte não tem
aguilhão (literalmente ferrão). Mas onde o pecado não recebeu o tratamento
devido, ali a morte é um virulento antagonista. Isso nos ensina que o aguilhão
da morte não está na morte propriamente dita, e sim no pecado que nos prende a
ela. Mas a obra realizada por Cristo consistiu em satisfazer as exigências da lei
(Gl 3:13) tratando assim completamente o problema do pecado que nos prendia a
morte. Por conseguinte, o crente não tem que temer a morte.
O resultado é então uma advertência à
estabilidade cristã, pois os coríntios eram inclinados à volubilidade, mudando
de uma posição para outra sem motivo. O Apóstolo então diz que eles precisam se
fixar com firmeza na verdade da ressurreição, no plano final de Deus para todos
os homens e todas as coisas, e não se abalarem tão depressa.
É colocado diante desses irmãos um
estado do qual eles ainda estavam muitíssimos longe. A condição certa para eles
é que “sejam sempre abundantes na obra do Senhor”. Esta ideia de vida abundante
não deve ser passada por alto
Por causa da ressurreição, com tudo o
que ela inclui da vitória final de Deus, e da sobrevivência do crente ao passar
pela morte, “o trabalho não é vão”.
Quase tudo que fazemos nessa vida é inútil (Ec 1:2-3), porém o trabalho
no Senhor tem valor eterno. O cristão não receia nenhum desencorajamento, pois
o seu trabalho é “no Senhor” e tudo o que ele faz é na força de Cristo e para a
glória de Cristo.
Portanto, vemos neste capítulo que a
ressurreição de Cristo é fundamental para a fé cristã, visto que, se Cristo não
ressuscitou dos mortos, nossa fé é vã e somos ainda culpados de nossos pecados.
Portanto, a ressurreição de Cristo é central para a nossa esperança de vida
eterna. Assim como Cristo ressuscitou dos mortos, os crentes também serão
ressuscitados, e na ressurreição, a morte será completamente derrotada; ela
será “o último inimigo a ser destruído”. Os crentes podem ter a certeza de que
a morte não terá mais poder sobre eles. Isso nos encoraja a enfrentar todos os
perigos com esperança e confiança na vitória final de Cristo sobre a morte.
Que possamos ser encorajados e
fortalecidos pela mensagem de I Coríntios 15, e que nossa fé seja aprofundada e
enriquecida através da compreensão desses ensinamentos fundamentais.
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