Devocionais da semana 27 de julho à 02 de agosto de 2025
Devocionais da semana
Domingo, 27/07: Jesus é o Autor da
Salvação
Leitura diária: Hebreus 2:1-3
O escritor da Epístola aos Hebreus no
capítulo 2, conclui que por Cristo ser superior aos anjos e criador de todas as
coisas não podemos voltar atrás. O judaísmo destacava os anjos que apareceram a
vários homens de Deus, e o texto nos orienta que, se temos já um superior a
todos os anjos, como voltaremos a eles? Nas palavras do autor: Como escaparemos
se ignorarmos tão grande salvação? (Hb.2:3). Então ele continua mostrando Jesus
superior aos anjos, coroado de glória e sendo exaltado acima de tudo e todos.
Aqui, o autor emite a primeira de cinco
exortações expressas no livro, ele diz que nós, cristãos, temos ouvido o Senhor
Deus, porque ouvimos a mensagem do Evangelho. A majestade de Deus requer que
ouçamos com toda a atenção o que Ele nos diz. Quando ele usa a palavra
“Desviar”, mostra que o público destinatário da epístola era certamente
marcado, em grande parte, por imaturidade e negligência espiritual. Então ele
alerta para que não sejam levados pela opinião popular dos que os rodeiam;
deveriam, pelo contrário, apegar-se às palavras de Cristo, por serem as
palavras de Deus. É fácil se deixar levar pela corrente. Lembre-se de como foi
fácil para o justo Ló se afastar de Abraão e dirigir seus olhos para Sodoma.
Estamos todos expostos continuamente às opiniões, aparentemente razoáveis e
confortáveis, se comparadas à tarefa de lutar contra a correnteza, tendo os
olhos voltados para o nosso Comandante (Rm.12:12). “Por esta razão, importa que
nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos
desviemos”.
A negligência quanto ao estudo da Bíblia
resulta em apatia espiritual e fraqueza para vencer as tentações que nos
assaltam. O chamado para que nos apeguemos às verdades do Senhor com mais
firmeza, no entanto, envolve não só o conhecimento teórico das Escrituras, mas
o conhecimento prático. Envolve a entrega da própria vida aos cuidados do
Espírito a fim de que a nossa mente seja renovada e possamos não somente
compreender, mas “experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus” (Rm.12:2).
Segunda-feira, 28/07: Todas as coisas
estão sujeitas a Cristo.
Leitura diária: Hebreus 2:4-5.
Deus entregou a Lei a Moisés por
intermédio de Seus anjos (Dt.33:2; At.7:38,53; G1.3:19). A desobediência ou
obediência à Lei era punida ou recompensada. Em Hebreus 12:5-11, tal disciplina
é discutida detalhadamente. Se a pessoa transgredisse a Lei, sua punição não
era a perda da justificação ou regeneração, mas sim das bênçãos temporais e
dessa forma era disciplinada. Se o povo que ouviu a mensagem entregue pelos
anjos era justamente punido quando desobedecia à Lei, como acham os cristãos
que podem escapar da punição se negligenciarem a uma mensagem que era maior,
entregue pelo mais importante Mensageiro, o Filho? Isso é uma advertência a
nós, cristãos.
Todas as coisas estão sujeitas a Jesus,
porém, os cristãos ainda não viam, ou não entendiam isso. Este era um problema
de entendimento que o escritor queria esclarecer: embora não vissem que todas
as coisas estavam sujeitas a Cristo, isto não muda a realidade dos fatos: todas
as coisas estão sujeitas a Ele, quer queiram ou não, não há como fugir disso!
Terça-feira, 29/07: Deus fala pelo
Filho.
Leitura diária: Hebreus 2:6-8
Com as explicações contidas neste
capítulo 2 é que passa a ser possível precisar qual o contexto da carta aos
Hebreus, visto que, o primeiro capítulo resume-se em uma abordagem específica
sobre a pessoa de Jesus Cristo. Podemos afirmar que o texto principal da carta
é esse: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras,
aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho (…).
Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos
ouvido…” (Hb.1:1-2 e 2:1-4). O escritor queria que os cristãos entendessem que,
como Deus falou muitas vezes e de várias formas aos pais (israelitas)
utilizando os seus profetas, agora falou através do seu Filho, o que demanda
maior diligência por parte dos ouvintes com relação ao que já foi ouvido. O
tema em destaque na carta aos Hebreus é a mensagem anunciada. Após explicar
isso ele retorna ao tema do capítulo 1: o Filho é superior aos anjos. Por esse
motivo é que existe no versículo 8 a menção dos anjos e a alusão ao Salmo 110.
Quarta-feira, 30/07: Transgressores da
Nova Aliança.
Leitura diária: Hebreus 2:9-10
Este capítulo nos traz a possibilidade
de determinar o tema, o enfoque e o contexto de toda a carta aos Hebreus. O
escritor demonstrou que antigamente Deus falou várias vezes e de muitas
maneiras, mas, que nos últimos dias, falou através do seu próprio Filho!
Conclui-se que Deus falou e depois enviou o seu Filho para falar aos homens, o
que demonstra o compromisso e o amor de Deus para com a humanidade. Os cristãos
não podem seguir o exemplo negativo dos israelitas, que foram relapsos quanto
ao que Deus falou por intermédio dos seus servos, dos profetas. Agora, após
terem ouvido a mensagem de Deus por intermédio do Filho, os cristãos devem
atentar diligentemente para “as coisas que já ouviram”. É bom lembrarmos da
Parábola contada por Jesus em Mateus 21:33-44. Ora, se Deus falou várias vezes
e de muitas maneiras ao povo, e muitos pereceram por não atentarem para a
mensagem, o cristão, por sua vez, deve utilizar o passado do povo de Israel
como exemplo e ser diligente, atentando para o que já ouviu, caso contrário
poderão ter o mesmo fim que os israelitas rebeldes e contradizentes.
Precisamos compreender que o Filho de
Deus glorificado é a expressa imagem do Deus invisível. O peso da argumentação
decorre dos seguintes fatores: se a palavra dos anjos, que são ministros de
Deus, permaneceu firme e toda transgressão e desobediência couberam justa
retribuição, que se dirá da palavra do Filho, que é a expressa imagem do Deus
invisível? A exortação é clara: o cristão deve atentar para o que já foi dito,
para que em tempo algum se desvie do que foi anunciado. Observe que o risco de
se desviar da palavra anunciada é factível, uma vez que o próprio escritor da
carta se inclui entre aqueles que devem atentar diligentemente para a mensagem
do Evangelho ao utilizar a primeira pessoa do plural: “nós”.
Profundidade e complexidade é o que
envolve Hebreus numa linguagem simples, mas tão profunda que nossos ouvidos se
tornaram tardios em compreender e assimilar. É profundo, é complexo e é tão
simples... parece contraditório, mas não há contradição se não na alma que
perdeu o bom senso.
Navegar nestes escritos não é tarefa
para fazer sem a ajuda do Espírito Santo. Temos de orar, meditar, estudar e
pedir ao Espírito de Deus para quebrar em nós toda contradição, heresias,
preconceitos e inclinações carnais que entorpecem nossa alma nos turvando a
vista. Já os que podem enxergar a beleza do que está escrito, pasma diante da
sabedoria de Deus que é loucura para os homens.
Já dissemos que a revelação feita por
Cristo, o filho de Deus, é superior à revelação dada a Moisés pelos anjos.
Tendo estabelecido que Cristo é superior aos anjos, o autor exorta seus
leitores a permanecerem fiéis a Cristo, em vez de colocar a sua fidelidade em
outras coisas. Assim sendo, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às
verdades ouvidas. Não podemos negligenciar o discurso de Deus, sob o risco de
morrermos eternamente.
Repare a lógica da argumentação do
autor, se a mensagem transmitida por anjos tornou firme a palavra trazendo
punição a toda transgressão e desobediência, e quem desobedeceu recebeu a
devida punição, imagine agora, se negligenciarmos tão grande salvação anunciada
por Deus. O argumento é do menor para o maior, um estilo padrão rabínico de
argumentação no qual primeiro é feita uma referência a situações mais simples e
menos urgentes, e depois a situações semelhantes, mas mais significativas e
importantes. Se o que os anjos disseram tornou firme, então o que vem d’Aquele
que é superior deve ser muito mais firme. Os transgressores da nova aliança em
Cristo terão um castigo maior do que os transgressores da lei no Antigo
Testamento, pois enquanto o castigo da lei era transitório, ou seja, geralmente
apontava para situações passageiras da vida cotidiana, o castigo em mente aqui
é o castigo eterno. O autor não quis dizer com isso que os verdadeiros cristãos
podem perder a salvação, mas que a comunidade da nova aliança contém incrédulos
do mesmo modo que havia na comunidade da antiga aliança. Isso aponta que na
comunidade da nova aliança, os incrédulos serão julgados com mais severidade do
que os incrédulos na comunidade da antiga aliança.
Quinta-feira, 31/07: Jesus coroado de
glória.
Leitura diária: Hebreus 2:11-12
O autor da Epístola aos Hebreus bem como
seus leitores ouviram o Evangelho por intermédio dos apóstolos ou talvez por
intermédio de outros que acompanharam os apóstolos e puderam testemunhar sob a
autoridade deles.
Esse Evangelho que ouviram aponta Jesus
como sumo sacerdote idôneo mostrando que Ele é compassivo, com isso a carta nos
convida a seguir o Filho para obter a salvação.
O autor descreveu outra dimensão
surpreendente da superioridade de Cristo que se tornou humano a fim de levar
aqueles que creem n’Ele para a sua glória. Então podemos observar que ele fez
uso do contraste entre anjos e seres humanos para mostrar o maravilhoso fato de
que Cristo, o Filho real, se tornou um ser humano por completo, a fim de
restaurar a dignidade da humanidade redimida e o divino lugar dela planejado na
criação.
Precisamos ter clareza em nosso
entendimento acerca da Palavra de Deus e passarmos a viver debaixo da graça de
um Deus que constantemente nos dá provas inquestionáveis de Seu cuidado e amor
para conosco. Este conhecimento prático nos ensina a depender mais e mais do
Senhor e paulatinamente nos faz crescer em graça e sabedoria. Deus deseja
ardentemente que Seus filhos O busquem com o coração contrito e humilde, a fim
de que não sejam as nossas vis expectativas alcançadas, mas as expectativas
divinas, cujo fim é proveitoso e cuja perspectiva é eterna.
Sexta-feira, 01/08: Jesus o autor da
salvação.
Leitura diária: Hebreus 2:13-15
Este capítulo nos mostra que o “Autor da
salvação” experimentou viver neste mundo de pecado e sentir na pele a nossa
triste condição. Em tudo foi tentado, mas em nada pecou, tornando-Se o nosso
Substituto e provando “a morte por todo homem”. E “aquele que tem o poder da
morte, a saber, o diabo”, foi vencido pela morte de Cristo que nos dá a fiel
esperança de nossa eterna redenção.
Em hipótese alguma o escritor descarta a
fidelidade de Deus, visto que, por mais que o homem seja infiel, Deus continua
fiel e é poderoso em salvar (Rm.9:6).
Longe de nós entendermos que a salvação
não é eterna, porém, não é porque alguém frequenta uma igreja evangélica que já
lhe pertence à adoção. Ou seja, o cristão deve entender que a palavra falada
por Deus tem o suporte da sua fidelidade e imutabilidade, ou seja, ela não
volta atrás. Esta e a garantia da salvação dos que creem: a fidelidade e
imutabilidade de Deus. Mas, da mesma forma que o homem é salvo por causa da
fidelidade de Deus, é necessário compreender e não esquecer que, Deus trará ira
sobre todo coração impenitente. Deus não volta atrás em sua palavra, porém, o
homem pode de modo próprio, desconsiderar o que já foi ouvido, e desviar-se do
que Deus propõe através do Evangelho de Cristo. A pessoa pode ouvir a mensagem
do Evangelho, não compreender e nem atentar para o que já ouviu, e o maligno
vir e arrebatar o que foi semeado (Mt.13:19).
Vemos, portanto, que a mensagem que Deus
envia através de seu Filho não é de particular interpretação, e que não é
invenções provenientes de uma mente carnal. Os cristãos devem apegar-se com
firmeza às verdades ouvidas, visto que, há um mundo vindouro, no qual todos os
que creem em Cristo habitarão com Ele. Não será um mundo sujeito aos anjos,
conforme é possível depreender da explicação que o escritor aos Hebreus faz do
Salmo que se segue: “Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do
homem, para que o visites? Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de
glória e de honra o coroaste, E o constituíste sobre as obras de tuas mãos;
Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés” (Sl.8:4-6; Hb.2:6-8).
Sábado, 02/08: Jesus deseja purificar e
santificar o crente.
Leitura diária: Hebreus 2:16-18
Como Deus “misericordioso e fiel Sumo
Sacerdote”, Jesus deseja nos purificar e santificar conforme a nossa entrega e
busca pessoal pelo aperfeiçoamento. O diligente exame das Escrituras é uma
poderosa arma conferida por Deus aos homens de encontrar seguro refúgio contra
as artimanhas do Maligno.
Jesus é o nosso modelo, nosso líder,
nosso Comandante. Entende nossa dor porque Ele mesmo a sentiu e vivenciou. Mas
é óbvio que os seres humanos estão longe de desfrutar, totalmente, do estado de
santidade requerida por Deus. Porém, Jesus, como precursor da humanidade,
corrige essa situação para o bem dos que o seguem. Embora a humanidade tenha
caído, não estamos sem esperança. O homem Jesus tem a coroa da glória e da
honra, a qual Ele irá compartilhar com aqueles que creem n’Ele.
Ao vir como homem a este mundo fez com
que Jesus, provasse a morte por todos os homens. Ressalte-se que o autor não
pretendeu afirmar que todos os seres humanos foram salvos pela morte de Cristo.
No seu contexto imediato, a expressão “todo homem” refere-se aos “muitos
filhos” (v. 10) que Deus leva para a glória e os quais Jesus chama de “irmãos”
(v. 11). Aqueles que aceitam Jesus são feitos santos e perfeitos de uma vez
para sempre pelo seu sacrifício (10:10,14); a consciência deles é purificada
dos atos que levam à morte (9:14) e eles são salvos do pavor da morte
(2:14-15). Por contraste, há aqueles que, mesmo dentro da igreja, não confiam
no Filho, mas o expõe à ignomínia (6:4-6). Para eles, “não resta sacrifício
pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo” (10:26-27).
Hebreus explica que tanto o que santifica como os que são santificados provêm
de um só, literalmente “somos do mesmo” ou “têm a mesma origem”, ou seja, Deus.
Não crer no Filho não se trata apenas de
negar a Sua existência ou divindade, mas permanecer no pecado transformando a
misericórdia divina em assentimento da vontade humana. Jesus nos concede o
direito de participarmos de Sua vitória e das recompensas eternas que o Senhor
nos prometeu. Apeguemo-nos, portanto, “com mais firmeza, às verdades ouvidas,
para que delas jamais nos desviemos”. O nosso Sumo Sacerdote está prestes a
encerrar a Sua obra nos corações e a declarar perante o Universo: “Eis aqui
estou Eu e os filhos que Deus Me deu” (v.13; Is 8:18). Que Ele nos encontre com
nossas lâmpadas bem acesas.
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