Devocionais da semana 06 - 12 de julho de 2025

Devocionais da semana

Domingo, 06/07:  Os frutos da graça

Leitura diária: Tito 3:1-2

O Apóstolo Paulo escreveu suas instruções a Tito de como agir na igreja de Creta para que fosse um bom obreiro na obra do Senhor Jesus. Ele ensinou como o jovem Tito deveria administrar cada parte da congregação e qual deveria ser o seu comportamento e ensino.

Neste capítulo 3, que é o último da carta, Tito é advertido sobre o comportamento dos cristãos na sociedade. Ele deveria ensiná-los sobre como proceder no trabalho, nos relacionamentos, e deviam fugir dos pecados, principalmente os da língua. Precisavam deixar ser influenciados pelo Espírito Santo, isto porque já haviam sido lavados pelo sangue de Cristo. Quanto a Tito o Apóstolo mais uma vez o adverte a defender a fé evangélica, para tanto ele deve evitar discussões e debates improdutivos.

Este é um daqueles textos que me fazem lembrar que o Evangelho transforma não só a nossa vida particular, mas também o modo como nos relacionamos com a sociedade. Paulo não está preocupado apenas com doutrina ou com a vida da igreja dentro das quatro paredes. Ele quer que o impacto do Evangelho seja visível na vida pública, na forma como lidamos com o governo, com as pessoas e com os conflitos. É interessante perceber que, enquanto no capítulo 1 ele se concentra na liderança da igreja e no combate aos falsos mestres, e no capítulo 2 fala da vida familiar e comunitária, aqui no capítulo 3 ele amplia o foco para o testemunho cristão no mundo e o chamado à prática constante de boas obras.

Teologicamente, Tito 3 traz um resumo claro da salvação pela graça. O texto destaca o antes e o depois da vida cristã: o contraste entre a vida dominada pelo pecado e a transformação operada pela benignidade de Deus, por meio da obra do Espírito Santo e da graça de Jesus Cristo.

Ao falar sobre a obediência às autoridades como sendo um testemunho de uma vida cristã autêntica, Paulo não defende submissão cega ou apoio irrestrito a governos injustos.

Ele está falando de uma postura responsável, pacífica e respeitosa, que evita escândalos desnecessários e mostra o Evangelho em ação.

Além disso, ele chama atenção para o comportamento interpessoal: nada de calúnias, brigas ou atitudes ásperas. Em vez disso, os cristãos devem ser gentis e demonstrar mansidão com todas as pessoas, inclusive aquelas difíceis de lidar. Confesso que esse ponto me confronta muito. É fácil ser gentil com quem é gentil conosco, mas mostrar mansidão a todos, inclusive aos hostis, só com a graça de Deus.

 

Segunda-feira, 07/07: A benignidade e o amor de Deus.

Leitura diária:  Tito 3:3-4

As palavras “a benignidade e o amor de Deus pelos homens” estão em contraste total com a descrição da humanidade perdida no v. 3. A diferença se deve à manifestação de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo. Nesse ponto, o Apóstolo dá outro motivo para praticar boas obras explicando como funciona a vida cristã. Os cristãos deviam tratar os outros da mesma forma como, em Sua graça, Deus os tratara quando se envolviam nas atividades ímpias assinaladas em Romanos.5:8. Antes da conversão em Cristo, vivíamos da mesma forma que agora, os que ainda não chegaram ao conhecimento do Evangelho também andam. Quando vivíamos no pecado, nossas práticas também eram de desobediência e maldades uns com os outros. Mas agora em Cristo temos uma nova vida e nosso comportamento deve glorificar a Deus. Jesus é o ápice do amor de Deus por toda humanidade. Por Ele conhecemos a graça de Deus que nos salva da escravidão do pecado, e nos leva a uma novidade de vida (Rm.6:4-7).

 

Terça-feira, 08/07: Lavados pelo Sangue de Cristo e regenerados. 

Leitura diária: Tito 3:5-7

A salvação não vem pelas obras de justiça, e sim da lavagem pelo Sangue de Jesus Cristo que nos leva a regeneração, e da renovação feito pelo Espírito Santo. Aqui o contexto nos mostra claramente que os atos humanos estão em baixa e que a ênfase está na ação e na iniciativa de Deus. Esta lavagem é a purificação espiritual, simbolizada externamente pelo batismo.

Como Paulo andara exortando Tito a enfatizar as boas obras no seu ministério junto aos cretenses, ele quer deixar claro que tais obras não têm valor para salvar o homem. É somente pela misericórdia divina que somos libertos da pena de nosso pecado. A expressão “lavagem da regeneração” se refere à obra do Espírito Santo que renova a pessoa por meio da limpeza da regeneração, esse é o novo nascimento descrito por Cristo em João 3:1-18. Isto nos traz uma nova natureza, a nossa natureza velha e pecaminosa, dominada pela carne é trocada pela natureza de Cristo que é conduzida pelo Espírito Santo. Essa nova natureza é a base para uma vida cristã e a realização das boas obras. O processo contínuo da vida cristã existe graças ao Espírito Santo, resultando no crescimento de caráter e nas boas obras.

Esse texto é muito importante para nós, e eu gosto muito dessa parte porque ela traz à memória de forma humilde que todos nós, antes da graça de Deus, estávamos perdidos. Não éramos melhores que ninguém. Vivíamos guiados por paixões, ódio e egoísmo. Mas Deus, em sua bondade, nos salvou. A salvação é completamente resultado da graça, não das obras humanas. Somos justificados, ou seja, declarados justos pela fé e, como herdeiros de Deus, temos esperança segura da vida eterna.

O processo da salvação é a misericórdia de Deus sobre a humanidade. Pelo Espírito Santo vivermos uma nova vida, pois por ele fomos regenerados em Deus.

 

Quarta-feira, 09/07: Uma mensagem fiel e verdadeira.

Leitura diária: Tito 3:8-9

Paulo ressalta que o que escreveu até aqui é uma declaração confiável, crucial para a fé cristã. Há quatro outros pontos das epístolas pastorais em que o apóstolo rotula seu ensinamento de fiel (I Tm.1:15; 3:1; 4:9; II Tm.2:11-13). É significativo que a palavra fiel de Tito inclua uma admoestação para aplicar-se às boas obras, tema desta carta. Ele aqui ressalta o benefício prático das boas obras. É uma declaração que o que escreveu é de crucial importância para vida cristã e de fé da igreja.  Uma vida de fé edificante vive para construir outras vidas para louvor e a adoração a Deus. Note que Paulo não vê oposição entre graça e boas obras. As obras não salvam, mas são o fruto natural da salvação. Eu aprendo aqui que o Evangelho deve me levar à prática concreta do bem, dentro e fora da igreja.

Por outro lado, Paulo alerta contra disputas inúteis. Assim como em outras passagens das cartas a Timóteo e Tito, não se sabe com clareza a natureza exata dessas questões e debates. O ponto é que essas contendas não tinham valor. É por isso que ele alerta a Tito para evitar qualquer tipo de perversidade que contaminasse a igreja, e isso incluía o evitar aqueles que gostavam de plantar discórdias e conversas inúteis que não te faz crescer espiritualmente.

 

Quinta-feira, 10/07: O zelo para com a Igreja.

Leitura diária: Tito 3:10-11

Paulo parte então para a referência ao último estágio da disciplina na igreja. A pessoa facciosa que, após ter sido confrontada, não quer se arrepender e mudar, prova estar pervertida pelo pecado; condenado em si mesmo. Ele estava admoestando Tito a evitar tudo que pudesse promover a perversidade entre os cristãos. Está instruindo que devia cortar a relação da igreja com qualquer pessoa que não se sujeitasse à correção após dois avisos (II Ts.3:14,15). A palavra pervertido em grego sugere que Satanás está pervertendo esta pessoa. Tudo indica que este homem não sairá desse mau caminho de rebeldia contra Deus. O ponto aqui é claro: devemos evitar polêmicas inúteis e lidar com pessoas facciosas de forma séria. Se alguém insiste em provocar divisões mesmo após advertências, deve ser afastado da comunhão, visando proteger a igreja.

Muitos dizem que a exclusão das pessoas do Rol de membros da igreja não é bíblica, mas aqui temos a evidência clara de que isso precisa sim ocorrer quando a pessoa não tem disposição de mudar seu comportamento pecaminoso e que prejudica o corpo de Cristo. Isso não é falta de amor, mas se constitui em zelo pelas coisas sagradas a Deus, em especial pela Igreja que é preciosa para o Senhor Jesus Cristo.

 

Sexta-feira, 11/07: Cooperação entre os irmãos.

Leitura diária: Tito 3:12-14

Após enfatizar a importância das boas obras do início ao fim da carta Paulo então pede a ajuda de colaboradores, e faz uma nova pausa para enfatizar a importância da prática de boas ações. O próprio Apóstolo Paulo na caminhada do Evangelho teve muitos auxiliares dedicados ao reino de Deus. Nessa carta a Tito ele fala sobre esses irmãos.

E aqui nos informa que havia um homem chamado de Zenas que era seu auxiliar. Ele era um doutor da lei. Paulo pede a Tito que o encaminhe com cuidado. Não se sabe o motivo, mas com certeza foi convertido a Cristo e deixou o legalismo farisaico. A oportunidade de ajudar Zenas e Apolo era um exemplo de como Tito poderia estar envolvido em “boas obras”.

A cidade de Nicópolis ficava na costa grega do Adriático. Apolo era um companheiro de trabalho de Paulo (At.18:24; 19:1; I Co.1:12; 3:4-6, 22; 4:6; 16:12), um alexandrino que tivera como mestres Priscila e Áquila e havia pregado o Evangelho com eloquência em Éfeso e Corinto (At.18:24-19:1). Esse texto, além de mostrar o cuidado de Paulo com a liderança e o avanço da missão, também revela o espírito de cooperação que deve existir entre os cristãos.

Paulo então encerra sua carta a Tito com ênfase, mais uma vez, nas boas obras, que é o tema principal da carta. Nas coisas necessárias ele sugere aos cretenses uma maneira prática de começar a demonstrar sua fé nas boas obras: atender às necessidades de outros. Para que não sejam infrutuosos.

Um tema recorrente em todo o Novo Testamento é que os cristãos precisam viver à altura de sua sagrada missão. Eles devem permanecer em santidade (Hb.10:14, 23-26). A justificação é um dom exclusivo de Deus, mas seremos recompensados segundo o que tivermos feito nesta terra (Ap.22:12). Será uma tragédia para certas pessoas a vergonha que sentirão na volta de Cristo (I Jo.2:28). É muito melhor sobejar nas boas obras que o Espírito Santo nos capacitou a praticar (Fp.4:17). Esse é o motivo de Paulo no final da carta pedir aos irmãos Cretenses que pratique as boas obras em favor dos necessitados. Que eles vivam dando bons frutos de justiça para a glória de Deus. Um dia a recompensa chegará para aqueles se dedicaram em fazer o bem (Ap.22:12).

 

Sábado, 12/07: Um chamado às boas obras.

Leitura diária: Tito 3:15

Parece estranho a saudação no plural “a graça seja com todos vós”, pois, esta era uma carta destinada apenas a um homem, Tito. Contudo, isso mostra que Paulo sabia, e provavelmente queria, que a carta fosse lida por toda a congregação, mesmo tendo sido inicialmente escrita para Tito. Os que estavam com ele também mandam saudações.

Nos chama atenção é que este capítulo ecoa várias verdades proféticas do Antigo e do Novo Testamento. A referência ao “lavar regenerador” aponta para a promessa de Deus em Ezequiel 36:25-27, onde Ele promete purificar e dar um novo coração ao Seu povo, por meio do Espírito. Além disso, a “vida eterna” prometida aos crentes conecta-se diretamente às palavras de Jesus em João 3:16 e 17:3, revelando que conhecer a Deus e a Cristo é, em si, o início dessa vida eterna.

O chamado para boas obras como fruto da salvação também cumpre o propósito de Deus revelado em Efésios 2:10, onde somos criados em Cristo para realizar as boas obras que Deus preparou de antemão.

Temos, portanto, um capítulo que foca na importância da vida cristã prática e na conduta dos crentes, tanto em relação às autoridades quanto entre si. Paulo instrui Tito a lembrar os crentes em Creta sobre a importância de serem bons cidadãos, obedientes às leis e prontos para boas obras. Também enfatiza a necessidade de evitar conflitos e discussões tolas, focando em uma vida de mansidão e amor ao próximo. Além disso, ele destaca a graça de Deus na salvação e a importância de boas obras como resultado da fé, não como meio de salvação.

O capítulo fala diretamente conosco. Ele nos lembra que o Evangelho precisa ser vivido de forma prática e visível. Não adianta apenas dizer que somos salvos; nossa submissão às autoridades, nossa mansidão no trato com as pessoas e nossa disposição para as boas obras são evidências concretas dessa salvação.

Não podemos nos esquecer quem éramos antes da graça. Isso gera humildade. A salvação não vem das obras, mas da misericórdia de Deus. O Espírito Santo continua nos renovando e nos capacitando a viver de forma santa. As boas obras devem ser uma prioridade diária, como expressão da fé. Precisamos também evitar debates tolos e divisões, focando no que edifica, e cuidando uns dos outros, especialmente aqueles envolvidos na obra do Senhor, pois, isso faz parte do nosso chamado.

Encerrando a carta o Apóstolo traz um chamado prático e profundo: viver de forma que o Evangelho fique evidente na minha vida pública e pessoal. Assim, a mensagem de Cristo brilha, e a igreja se torna uma comunidade que impacta o mundo com amor, humildade e boas obras.

As lições extraídas, portanto, são: Os cristãos são chamados a obedecer às leis e aos líderes estabelecidos, a menos que esses comandos entrem em conflito com os princípios bíblicos; os crentes precisam estar prontos para praticar boas obras, pois, essas ações não apenas beneficiam os outros, mas também refletem a natureza transformadora da fé em Cristo; os crentes precisam evitar controvérsias tolas e debates infrutíferos, em vez disso, devem se concentrar em questões essenciais da fé e evitar se envolver em fofocas ou discussões que somente causam divisões; os crentes Precisam ter atenção redobrada contra o envolvimento com ensinamentos heréticos que possam causar divisão na igreja, devem ser diligentes em defender a verdade do Evangelho e permanecer unidos em Cristo; os crentes devem manter uma atitude de benevolência e bondade para com os outros, o que inclui tratar todos com respeito e consideração, essa atitude reflete o amor e a graça de Deus em ação na vida dos crentes em Cristo.

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