Devocionais da semana 20-26 de julho de 2025
Devocionais da semana
Domingo, 20/07: Hebreus, uma carta a todos nós
Leitura diária: Hebreus 1:1-2
Hebreus não traz indicações diretas
sobre o autor da carta, ele não revela seu nome, mas pode ser identificado como
conhecido ou amigo de Timóteo (Hb.13:23), porém, não fez parte dos primeiros
apóstolos. Ele não se autodesigna como apóstolo, mas alinha-se na segunda ou
terceira geração, porque escreve que “(a salvação) começou a ser anunciada pelo
Senhor, depois, foi-nos fielmente transmitida pelos que a ouviram” (Hb.2:3b).
Ele próprio, portanto, não é testemunha ocular da vida terrena de Jesus e de
sua ressurreição, o que era considerado originalmente como um pressuposto para
o apostolado (At.1:21-22). Ele recebeu, a mensagem das testemunhas de Jesus,
vindo a crer a partir dessa circunstância.
Nas Cartas apostólicas seus autores não
se pronunciaram dessa maneira em relação a eles mesmos e ao ministério que o
Senhor os incumbiu. Paulo, por exemplo, sabia de uma tradição por meio do
testemunho dos primeiros apóstolos, mas nesse aspecto ele repetidamente se
fundamentou no próprio Senhor e apresentou-se como apóstolo. O texto original
desta carta é outra coisa que nos chama a atenção, pois a seleção de palavras e
a construção das frases são escritas em um grego de nível extraordinário e
demonstra um conhecimento muito profundo da tradução grega do AT (LXX),
usando-a com frequência. Tudo isso leva a concluir que o autor tinha formação
helenista. As descrições sobre o interior do tabernáculo revelam que ele era
conhecedor da tradição rabínica de interpretação da Escritura realizada pela
sinagoga de Alexandria, porém, dando-lhe uma nova interpretação a partir de sua
experiência pessoal de fé no Senhor Jesus Cristo. A maneira que faz uso, na
explanação do AT, das formas da leitura alegórica e da tipologia, faz recordar
mais o filósofo judaico Filo, que ensinou na segunda metade do século I em
Alexandria e interpretava o AT de forma análoga, do que o apóstolo Paulo, que
havia recebido sua formação de rabino junto de Gamaliel em Jerusalém (At.22:3)
seguindo tradições diferentes na exegese.
Sob um exame mais minucioso patenteia-se
que Filo e o autor de Hebreus partiram de premissas inteiramente diferentes em
sua interpretação do AT. A maneira própria como a Carta fala do sacerdócio e do
serviço sacrificial do tabernáculo, deixa as condições reais do seu tempo
totalmente de lado e justifica que indague se, afinal, o autor de fato conheceu
pessoalmente o antigo templo de Jerusalém e suas ordens. As palavras no final
da carta: “Os da Itália vos saúdam” (Hb.13:24) suscitaram a suposição de que o
autor tenha pertencido a uma comunidade na Itália.
Segunda-feira, 21/07: Uma Carta
Cristocêntrica.
Leitura diária: Hebreus 1:3.
A carta aos Hebreus é um dos livros mais
Cristocêntricos de toda a Bíblia Sagrada. Ela mostra a profundidade e grandeza
da supremacia, autoridade e poder de Jesus Cristo, e foi escrita a judeus de
nascença que haviam se convertido ao cristianismo. O autor cita vários textos
da septuaginta, Antigo Testamento em grego.
Assim como seu autor, a data da carta
também é incerta, a especulação mais comum é que foi escrita no ano 65 d.C.,
bem no meio da perseguição religiosa contra os cristãos por causa do incêndio
de Roma; e em um curto espaço de tempo em que os judeus ainda não estavam sendo
perseguidos, porque ainda não haviam declarado guerra contra Roma. A melhor
saída era voltar a ser judeu para não morrer como cristão. E é por isso que o autor aos Hebreus repete
várias vezes em sua carta, para eles não voltarem atrás, mas seguirem firmes na
fé olhando para Jesus. (Hb.2:1,3; 4:1,16; 6:11-12; 10:38-39; 12:1-2). Ao mesmo
tempo que também revela o quanto Jesus é superior a lei para a qual eles
queriam voltar. Assim o objetivo da carta é claro e direto. Foi escrita para
encorajar os irmãos a permanecerem firmes na fé e seguir Jesus até a morte.
Terça-feira, 22/07: O Filho de Deus é
superior.
Leitura diária: Hebreus 1:4
Ao iniciar a Carta, o autor fala da
revelação de Deus que convergiu em Cristo, sendo que agora, já não mais
precisamos de anjos e profetas para nos comunicar novidades. Porque nenhuma
novidade haverá mais, agora temos Cristo, que é o alfa e o ômega. Isso nos leva
a um entendimento de que toda a profecia, ou seja, a revelação que tinha que
ser feito por Deus estava se completando, e isso estava claro, não podemos mais
sair atrás de revelações de falsos profetas, pois Deus está revelado na sua
plenitude em Cristo. E aqui, neste contexto, é que o autor já começa o show de
citações bíblicas, mostrando pelos Salmos como Cristo é superior aos anjos.
Essa Epístola é uma leitura fundamental
para todos os cristãos, porque nela o autor faz uma rica exposição acerca da
superioridade de Cristo. Certamente todos aqueles que almejam crescer cada vez
mais no conhecimento da Palavra de Deus deve ler essa Carta.
Embora a composição do livro se mostre
altamente elevada no tocante aos seus interesses teológicos, o propósito
principal da Epístola é incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança.
Cristo é apresentado como sendo o novo, último e superior Sumo Sacerdote. O que
lemos na Carta nos faz uma construção argumentativa minuciosa indicando que
Jesus é o cumprimento do Templo, dos sacrifícios e do sacerdócio que haviam
sido estabelecidos na Lei. Isso também revela de maneira clara que todo aquele
sistema antigo era temporário.
Quarta-feira, 23/07: O Filho de Deus é
superior aos anjos.
Leitura diária: Hebreus 1:5-6
A Epístola aos Hebreus é uma obra
primorosa. Podemos nos referir a ela como um sermão expositivo na forma
escrita. Não sabemos quem foi o autor dessa epístola, mas certamente sabemos
que ele foi um exímio expositor das Escrituras. Pelas características da
epístola, podemos perceber que ele era um grande pregador do Evangelho.
Particularmente, arrisco-me a dizer que o autor desta carta foi um dos maiores
pregadores da história da Igreja. A construção de seu sermão revela alguém que
possuía muita habilidade. Ele mesmo, refere-se ao seu trabalho como uma
“palavra de exortação” (Hb.13:22), e isso fica evidente, pois a exortação e o
encorajamento estão no centro do propósito da carta (Hb.3:13; 6:17-20; 10:25;
12:5-6).
Como já dissemos, vemos que nenhuma
outra divindade é como Jesus, a todos Ele é muito superior, até porque, todos
os outros deuses não passam do fruto da mente humana, foram criados pelo ser
humano. Ao contrário de Jesus, que é a origem de todas as coisas, autor e
consumador da criação e da nossa fé.
Nesse capítulo 1, o autor começa
exaltando a pessoa de Jesus Cristo, e declara que “no passado Deus falou por
meio dos profetas, mas nos últimos dias nos fala por meio do Filho de Deus”,
com isso mostra o porquê o Filho de Deus é superior aos anjos. O Filho é a
expressão exata de Deus Pai. O Filho representa toda a Divindade.
E por que isso aconteceu? Porque o Filho
de Deus é superior a todos em justiça e santidade. Veio ao mundo foi tentado em
tudo pelo Diabo, sofreu no Getsêmani, foi crucificado e ressuscitou ao terceiro
dia porque a morte não pode contê-lo.
Quinta-feira, 24/07: O Filho de Deus ama
a justiça.
Leitura diária: Hebreus 1:7-8
O Filho de Deus, Jesus Cristo, é a
manifestação da glória do Pai e expressa em Si quem Deus é; por Sua palavra
poderosa sustenta tudo o que criou; é o Cordeiro de Deus que tira o pecado
daqueles que n’Ele creem como Senhor e Salvador. Após completar o ministério
terreno assentou-se à direita da Majestade divina como Deus e homem. E como já
vimos, o Senhor Jesus é superior aos anjos e tem Nome mais excelente que o
deles.
Então a partir do versículo 5 vemos que
só Jesus é o Filho Unigênito de Deus. Foi gerado de Deus e por Deus através da
operação do Espírito Santo em Maria. Na terra Sua natureza divina e natureza
humana conviveram no mesmo ser de forma coerente e sem conflitos na realização
dos propósitos divinos e na obediência à Vontade do Pai. Esse é o mistério da
fé aceito por aqueles que creem na veracidade das Escrituras. Deus, o Pai,
ordena aos anjos que adorem a Jesus Cristo porque é o Verbo que se fez carne e
habitou entre os homens.
Para mostrar a diferença entre o Filho
de Deus e os anjos, o escritor faz uma descrição dos anjos no versículo 7, mas
no versículo 6 ele diz que o próprio Deus ordenou que os anjos adorassem o
Filho. Portanto, podemos entender que foi o próprio Deus, o Pai, quem declara a
Divindade do Filho, porém declara também a sua humanidade.
Jesus em Sua humanidade chama Deus de
Pai e d’Ele depende como homem em Seu ministério terreno. Ainda com doze anos
Ele já tinha essa consciência, e esse fato podemos ver em Lucas 2:49. Ele sabia
em todo o tempo que como homem dependia do Pai. (Mt.27:45-54; Mc.13:32).
É preciso humildade, discernimento e
inteligência espiritual vindos do correto entendimento das Escrituras para
compreender: quando Deus se dirige ao Filho e O chama de Deus com Ele; quando o
Pai reconhece a humanidade do Filho e declara que o poder está nas mãos do
Filho para governar e julgar, o que é da Sua competência; quando o Pai afirma
que o Filho é Justo, ama a justiça e odeia a iniquidade; e quando o Filho em
Sua humanidade reconhece e declara que Deus é o Seu Deus.
As Escrituras são claras nessas
afirmações, porém, somente quem é ensinado e orientado pelo Espírito de Santo é
que pode compreender de forma clara essas coisas: “Naquele tempo, respondendo
Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste
estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.”
(Mt.11:25)
Sexta-feira, 25/07: Jesus Cristo é o
Deus verdadeiro.
Leitura diária: Hebreus 1:9-10
Há sentido, coerência e verdade
espiritual quando Jesus Cristo em Sua humanidade declara que Deus é o Seu Deus
porque se coloca plenamente como homem e assim se identifica conosco, sem
reivindicar para Si, na terra, o direito divino que Lhe é inerente; e quando
Deus, o Pai, declara que o Filho é Deus com Ele porque expressa em Seu ser quem
Deus é. Infelizmente a negligência no estudo humilde e aprofundado das
Escrituras e do sentido que o Espírito Santo lhes dá tem sido a mãe das
heresias (ensinos falsos). Elas têm dividido os cristãos e aberto espaço para a
confusão satânica e abre o leque para os divisionismos denominacionais. (II
Co.13: 8).
Somente podemos entender sobre o
propósito amoroso e eterno de Deus, que se concretizou na história com a
humanização do Verbo, quando nos dedicamos a estudar a Palavra de Deus com a
orientação e o mover do Espírito Santo em nós. A decisão divina de mostrar
tanto a divindade quanto a humanidade de Cristo, muda a história pessoal de
quem acolhe para si como verdade o que Jesus Cristo disse e fez a nosso favor
com Sua morte e ressurreição. Trata do relacionamento do Verbo que se fez homem
com Deus e com os anjos.
Na eternidade o Verbo era uma das
pessoas divinas ou Deus com Deus. Ao se fazer homem por obra do Espírito Santo
em Maria e nascer como homem, Ele passou a ser o Filho de Deus, porém sendo o
próprio Deus. Na eternidade essa denominação era inexistente porque Deus não
gera Deus e não havia a necessidade do relacionamento paternal e filial na
comunidade divina ou no Conselho Divino, como afirma o apóstolo Paulo em
Efésios 1:11. Logo, ao falarmos no Filho de Deus fazemos referência a Jesus
Cristo, ser histórico, plenamente Deus porque foi gerado de Deus e por Deus e
plenamente homem por ter adentrado ao mundo pela mulher. Sem que fosse homem,
estaria desqualificado para realizar a obra redentora, salvadora a favor
daqueles que n’Ele creem como Senhor e Salvador, e isso podemos observar lendo
Gênesis 3:15; Salmo 115:16; João 1:1-3; 3:16.
Só Jesus Cristo é o Filho Unigênito de
Deus. Os demais seres foram criados ou pela Palavra ou esculpidos por Suas
mãos, no caso, o homem e a mulher. (Gn.1:1-31; Sl.2:1-12; Is.7:14; 9:6;
Lc.1:26).
Aos doze anos o menino Jesus já estava
consciente de Sua filiação divina (Lc.2:49-52). Na leitura dos Evangelhos,
particularmente o que foi escrito pelo apóstolo João, descobrimos que Jesus
Cristo expressou em Seu ser quem Deus é, a ponto de dizer a Filipe, um dos
discípulos, que Lhe pediu para mostrar o Pai a fim de que tirasse qualquer
dúvida a Seu respeito. (Jo.14:9,11).
As palavras de Jesus, jamais caíram por
terra porque elas são espírito e vida e dá a vida a quem n’Ele crê. Em momento
algum na terra Jesus se autodenominou Filho de Deus, como erroneamente diziam
os judeus, mas, foi o Pai quem O constituiu como Filho para, por meio d’Ele,
resgatar a Si as criaturas dando-lhes a vida eterna. (Jo.19:7).
Após o Verbo se fazer carne, Deus
ordenou que os anjos continuassem não somente O servindo, mas adorando o Filho
numa clara referência ao reconhecimento de Sua divindade. Se essa ordem foi
dada por Deus aos anjos por que as criaturas humanas estariam desobrigadas de
obedecê-la? Os salvos adoram o Senhor Jesus em Sua divindade e humanidade
porque isso agrada a Deus, o Pai. O fato de sermos criaturas, assim como os
anjos, mesmo que de ordem diferente, nos coloca como seres adoradores. É
evidente que há diferença nos motivos da adoração: os anjos adoram o Senhor e
nós adoramos o Senhor e Salvador. Adoramos o Autor da salvação; o Agente da
salvação e Aquele que nos conduziu à salvação. Não adoramos três deuses
diferentes entre si, mas ao único Deus revelado nas Escrituras na pessoa do
Pai, na pessoa do Filho e na pessoa do Espírito Santo. Nossa mente limitada não
precisa entender essa realidade espiritual, mas crer nela como nos foi revelada
como palavra original pelo Senhor Jesus: Caminho, Verdade e Vida em cuja boca
jamais se achou engano, se houvesse, o Diabo o teria denunciado.
Sábado, 26/07: O Filho de Deus ama a justiça.
Leitura diária: Hebreus 1:11-14
Para resumirmos o capítulo 1 de Hebreus,
pode-se dizer que essa Epístola ressalta que Cristo é superior aos anjos, a
Moisés, a casa de Arão e ao sacerdócio do Antigo Testamento. Também mostra que
o próprio Antigo Testamento admite o caráter temporário dessas estruturas, de
modo que a Nova Aliança não é de maneira alguma contrária à Antiga Aliança.
Isso significa que recuar ao sistema temporário é voltar para algo inferior,
desprezando a concretização da promessa já revelada em Cristo. Por fim, o autor
faz um convite à perseverança até o fim em fidelidade a Cristo.
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