Devocional da semana 05-11 de maio 2024

 Devocionais da Semana

Domingo, 05/05: O selo do apostolado de Paulo.

Leitura Diária: I Coríntios 9:1-2

O Apóstolo Paulo está instruindo aos coríntios sobre muitos problemas existente na Igreja daquela cidade. No capítulo anterior ele falou sobre a questão preocupante dos alimentos sacrificados aos ídolos, e diz que àqueles que não tem comido carnes oferecidas aos ídolos, precisa ficar atentos do perigo deles se sentirem bem consigo mesmos e se orgulharem acerca do seu comportamento, ao dizer: “O conhecimento traz orgulho”. Este orgulho poderia se transformar em um ídolo e ídolos são objetos feitos pelo homem ou práticas humanas que Satanás usa para criar divisão e prejudicar o crescimento espiritual. O Apóstolo usa essa controvérsia para chegar a questões mais profundas sobre como os cristãos devem tratar uns aos outros, sobretudo em amor.

No Capítulo 9, ele inicia com uma defesa do seu ministério, porque falsos mestres estavam acusando-o de não ser apóstolo e além do mais, que a sua única motivação era a ganância e nada mais. Então ele apresenta argumentos contundentes no relato, defendendo o seu direito de receber ofertas e o sustento pela pregação, pois é algo que está assegurado pela Palavra de Deus; mas, ao falar sobre a sua motivação, ele diz que ama aqueles irmãos e que, de qualquer forma, a ele é imposta a necessidade de pregar o Evangelho e faz com alegria. A resposta dada nos primeiros versículos é retórica àqueles que questionavam seu ministério apostólico.

Todo este capítulo é focado principalmente na defesa que ele faz de seu apostolado e ministério, e começa lembrando aos coríntios que ele é um verdadeiro apóstolo, tendo visto o Cristo ressuscitado e sido comissionado por Ele, então, respalda seu apostolado com dois argumentos: ele viu o Senhor ressurreto (At 1:21,22); e a igreja de Corinto era sua obra no Senhor, um selo do seu apostolado.

Este capítulo nos ensina que um apóstolo é definido como alguém que viu Jesus, como ele diz no versículo um, por isso, o título de “apóstolo” que muitos líderes religiosos carregam hoje em dia não passa de vaidade sem respaldo bíblico, pois o que a Bíblia ensina é que Apóstolo, em sua essência é aquele que viu pessoalmente Jesus. 

 

Segunda-feira, 06/05: Os direitos de Paulo

Leitura Diária: I Coríntios 9:3-6

O “poder” de Paulo como apóstolo, dos quais outros apóstolos usufruíam, incluíam: o direito de ser pago por seu serviço apostólico; o direito de ter uma esposa cristã; e o direito de não ter que trabalhar secularmente, dedicando-se inteiramente ao ministério. Mas, ele nem sempre escolheu fazer uso destes direitos (At 18:1-3).

O versículo 5 deste capítulo traz o termo “mulher irmã”, que significa esposa, isso mostra o quanto muitos, que se dizem Apóstolo, ou pastores em nossa época estão distantes daquilo que a Bíblia ensina, como verdadeiros servos dedicados a obra deve se comportar. Alguns buscam, para sua própria satisfação casamentos que não estão de acordo com a Bíblia e ainda querem exercer o ministério que é um chamado santo do Espírito Santo. Quem milita no ministério da Palavra deve seguir à risca aquilo que Deus exige de um ministro, e não os seus próprios interesses, e o casamento é uma das exigências, ele deve ser feito com esposas que também sejam santas e crentes verdadeiras no Senhor Jesus.

E tem mais uma curiosidade bíblica neste versículo, é que Paulo menciona “irmãos do Senhor” para se referir aos filhos de Maria e José, irmãos de Jesus, aqui encerra de vez a discursão se Maria teve outros filhos além de Jesus, o texto deixa claro que sim, então não podemos acreditar naquilo que muitos ensinam que ela não teve mais filhos e que continuou sendo virgem até o final de sua vida.

O texto também apresenta, mais uma vez o fato de Pedro ser casado e então nós podemos aprender que os Apóstolos tinham direito a ter esposas e constituir famílias, o que vai contra o ensino de que o líder espiritual não deve ser casado, Paulo opta por não exercer esse direito (I Co 7:8), mas isso não é uma regra da Bíblia. 

 

Terça-feira, 07/05: Direito ao sustento.

Leitura Diária: I Coríntios 9:7-11

Este capítulo é essencial para compreendermos o trabalho de Paulo, visto que ele traz um ponto muito curioso da Bíblia, onde fala de sua liberdade no apostolado e de seus direitos como apóstolo de Cristo. Ele menciona, dessa forma, alguns trechos do Antigo Testamento para mostrar que também tinha direito de repousar e de provar os frutos de seu trabalho, a evangelização dos povos. Ele questiona se somente ele e Barnabé deveria trabalhar para se sustentarem, isso nos indica que os demais Apóstolos eram sustentados pelas igrejas.

Ele defende que um ministro da Palavra deve ser sustentado pelos fiéis, no entanto isso não lhe dá o direito de enriquecer. Não é aceitável, uma pessoa se enriquecer graças a doações dos fiéis. Um pastor por exemplo, tem o direito de cuidar de sua família com o sustento digno e generoso da igreja, mas não deve buscar riquezas com isso, pois, ele não foi chamado para ser rico, mas para cumprir seu ministério e ter o sustento da igreja e nada mais. Por isso é que Paulo afirma que, como apóstolo, tem o direito de ser sustentado financeiramente por aqueles a quem ministra. No entanto, ele, pessoalmente, opta por não exercer esse direito, trabalhando com as próprias mãos para se sustentar e não sobrecarregar a igreja, mas enfatiza que seu principal objetivo é pregar o evangelho e alcançar o maior número de pessoas possível, e que está disposto a fazer o que for preciso para alcançar esse objetivo. Isso faz com que a Igreja tenha o dever de o sustentar. Deus requer que os ministros sejam pagos por seu trabalho, assim como ele requer que os animais de carga sejam compensados pelo trabalho deles.

Aqui ele menciona trechos de Deuteronômio 20:36 e Deuteronômio 25:4, respectivamente, e então faz uma analogia entre o trabalho do pregador do evangelho e o de um fazendeiro, mostrando que aquele que semeia deve colher.

 

Quarta-feira, 08/05: Dedicação do ministro na vida cristã.

Leitura Diária: I Coríntios 9:12-17

Em resposta aos que disseram que Paulo não era um Apóstolo legítimo porque a igreja não o financiava, o Apóstolo declarou que ele não fez uso de seu direito a um salário para não colocar obstáculo algum ao Evangelho de Cristo.

“Ordenou o Senhor” é uma referência a Lc 10:4-8, onde Jesus diz, entre outras coisas, que “o trabalhador do evangelho merece o seu salário”, porque assim como um atleta que treina muito e corre para ganhar um prêmio, e precisa se dedicar exclusivamente a isso, para ser ministro do Evangelho é necessário que exista uma disciplina e dedicação exclusiva na vida cristã.

Se aqueles que atualmente trabalhavam entre os coríntios recebiam salário, quanto mais não deveria aquele que fundou a igreja? Paulo recebeu essa missão, de pregar a mensagem do evangelho às nações (I Co 4:1), ainda em Damasco como um “vaso escolhido” (At 9:15), ele não escolheu o trabalho missionário como profissão, mas, pelo contrário, foi Deus quem escolheu o trabalho missionário para ele.

O Pastor, ou o missionário, não escolheu uma profissão, e nunca o ministério deve ser encarrado, por qualquer que seja como tal, eles foram comissionados por Deus, eles receberam uma missão e devem ser sustentados para cumprirem essa missão. É somente a igreja lembrar do que o próprio Apóstolo Paulo escreve aos Romanos: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas”. (Romanos 10: 13-15)

Paulo recebeu a ordem para pregar e ele não podia fugir desta responsabilidade, e isso ele faria com total dedicação, ainda que não fosse pago por isso. Porém, ele tinha o direito do pregador do evangelho de ser sustentado pelo seu trabalho, assim como um soldado que é pago para servir.

 

Quinta-feira, 09/05: O grato prazer de pregar o Evangelho.

Leitura Diária: I Coríntios 9:18-19

Embora Paulo, como escravo de Cristo, se sentisse obrigado a cumprir sua missão (Rm 1:1), o dever de pregar o evangelho era gratificante para ele, pois tinha tanto prazer em fazer isso que era capaz de, voluntariamente, renunciar a seu direito a um pagamento.

Ele apresenta sua razão para, sendo um homem livre, tornar-se servo para poder ganhar mais, mostrando que mesmo tendo direitos, escolheu não os exercerem a fim de não ser um obstáculo para a propagação do Evangelho, visto que esses direitos talvez viessem a atrapalhar a sua missão. Ele usa um argumento “do maior para o menor para justificar seu direito a auxílio financeiro. O que Paulo estava dizendo é que se ele supriu as coisas espirituais (o maior) aos coríntios, em troca deveriam recebê-lo provendo as coisas carnais (o menor), esse era o dever da Igreja, mesmo que renunciasse a esse direito.

“Aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho”, significa que essas pessoas têm o direito ao seu sustento. Prover aos ministros do Evangelho o que necessitam é uma ordem dada por Deus. Assim como os sacerdotes em Israel eram mantidos por seu trabalho, os ministros do Novo Testamento também deveriam ser sustentados (1 Tm 5:17,18).

Ao abordar a questão da liberdade cristã, Paulo afirma que enquanto ele é livre em Cristo, ele escolhe se tornar um servo de todos a fim de ganhá-los para Cristo; e enfatiza que está disposto a se tornar tudo para todas as pessoas a fim de alcançá-las com o Evangelho, e que está disposto a abrir mão de seus próprios direitos e preferências por causa do Evangelho, mas isso não desobrigava a Igreja de cumprir com o seu dever.

 

Sexta-feira, 10/05: Escravizando-se por amor ao Evangelho.

Leitura Diária: I Coríntios 9:20-23

O versículo vinte deste capítulo é um dos trechos mais conhecidos da Bíblia, nele, Paulo deixa claro que seguiu as exigências e costumes das leis judaicas para persuadir os judeus da verdade do Evangelho. Por isso, ele mesmo se colocou sob as leis judaicas, como a circuncisão, as purificações e o voto do nazireu. Quando ele diz “aos sem leis”, no versículo 21, se refere aos gentios, que não seguiam as tradições judaicas. 

A escravidão que o Apóstolo impôs a si mesmo lhe deu liberdade para considerar judeus e gentios iguais e, assim, falar do Evangelho sem rodeios, desembaraçado de problemas culturais. Ele exemplificou esta liberdade entre os judeus quando circuncidou Timóteo, cuja mãe era judia, para possibilitar de modo mais desimpedido a pregação do Evangelho no território judeu (At 16:3). Entre os gentios, que estão sem lei, ele deixou seus direitos de lado para maximizar o avanço do Evangelho, por exemplo, se aceitar salário fazia os que estavam “sem lei” tropeçarem, o apóstolo não aceitava salário, ainda que tivesse o direito a isso, e a expressão “não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo” se refere a ele como alguém que, pela lei de Deus, tinha direito de receber salário, mas que abriu mão deste direito entre os gentios.

Ele colocou seu ministério na obra de Deus acima de seus desejos pessoais e estava disposto a se adaptar aos costumes de outros povos, fossem judeus ou gentios, para levá-los a Cristo. Para se relacionar com os judeus em Jerusalém, por exemplo, ele fez um voto de nazireu no templo (At 21:23,24). Quando estava perto daqueles que estavam debaixo da Lei, os judeus, ele obedecia à Lei. Quando estava perto daqueles que estavam fora da Lei, os gentios, ele não observava o costume judeu. O apóstolo esclareceu isso, no entanto, para que ninguém entendesse mal suas ações. Por meio da obediência a Cristo, ele obedecia à lei de Deus, a qual era mais ampla do que a legislação mosaica; era o cumprimento da vontade de Cristo (I Co 11:1; Rm 13:8; Cl 6:2).

Esse é um capítulo muito importante que pode servir de base bíblica para os missionários ainda hoje que, para alcançar vidas, muitas vezes precisam adotar costumes de outros povos e conhecer e seguir a cultura de povos desconhecidos. O limite era não desobedecer a Deus, Paulo sempre se manteve fiel aos ensinamentos de Cristo.  Ele fala sobre sua estratégia de pregar o Evangelho de acordo com a cultura e tradições do povo, a fim de alcançá-los de maneira mais eficiente.

 

Sábado, 11/05: Tendo um alvo certo.

Leitura Diária: I Coríntios 9:24-27

Assim como os corredores e boxeadores profissionais, Paulo tinha apenas um foco, e seu treinamento rigoroso visava evitar que ele fosse rejeitado. Ao usar a palavra “Náufrago” não significa perder a salvação, pois, ele mesmo disse que isso era impossível em outros trechos (Rm 8:38-39), mas sim não cumprir a missão que Deus lhe deu de evangelizar as nações.

Os jogos ístmicos eram realizados a cada dois anos em Corinto, e eram um concorrente direto aos jogos Olímpicos que acontecia em Antenas. Ao falar dos atletas, Paulo aponta para a dedicação e sacrifícios que eles fazem para um prêmio que perece. Os vencedores dos jogos ístmicos, por exemplo, ganhavam uma coroa de folhas de pinheiro. Se os atletas competem conforme as regras e se submetem a um domínio extremos de seus corpos, a fim de obter uma coroa corruptível, os cristãos deveriam se disciplinar muito mais a fim de obter a coroa incorruptível. Ele via seu próprio corpo como seu oponente nessa competição. Quando seu corpo resistia a renunciar a seus direitos e liberdades, o apóstolo o submetia a um controle rigoroso. Ele já tinha dito que suportara tudo, fizera-se escravo de todos, e dominara a si mesmo a fim de que o evangelho fosse anunciado e ouvido, e por isso ele renunciava até mesmo o receber salário, coisa que era de direito seu.

Ele defendeu de forma muito rígida o direito dos ministros do Evangelho de receberem apoio material daqueles a quem servem. Isso nos ensina sobre a importância de sustentar aqueles que dedicam suas vidas ao ministério, para que possam se concentrar plenamente em sua missão sem se preocuparem com as necessidades básicas. Mas ele fala sobre sua escolha de não usar seu direito de ser sustentado financeiramente pelo ministério. Isso nos lembra da liberdade que os crentes têm em fazer sacrifícios pessoais pelo bem do Evangelho, mesmo quando têm direitos legítimos.

O Apóstolo destaca sua disposição de adaptar-se às circunstâncias e contextos culturais para alcançar diferentes grupos de pessoas. Isso nos mostra a importância da flexibilidade e adaptação no ministério, reconhecendo que diferentes abordagens podem ser necessárias para alcançar diferentes pessoas. Nesse contexto é que ele encerra o capítulo usando a analogia do atleta que corre para vencer e incentiva os crentes a correrem com determinação em sua jornada espiritual, o que nos faz lembrar da importância de perseverança, disciplina e foco em nossos esforços espirituais, buscando alcançar os objetivos que Deus tem para nós. Essa disciplina inclui em subjugar o corpo, para não ser desqualificado na corrida espiritual, e mostra a importância do autocontrole e da disciplina em nossa vida cristã, renunciando aos impulsos carnais e buscando viver uma vida de santidade e retidão diante de Deus.

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