Devocional 18-24 de fevereiro de 2024

 Devocionais da Semana

Domingo, 18/02: Todos seremos julgados.  

Leitura Diária: Romanos 14:1-3

Ao se aproximar do final da Epístola aos Romanos, o Apóstolo Paulo continua no capítulo 14 falando sobre o comportamento do cristão, classificando, basicamente, como fortes e fracos na fé. Ele afirma que não deve haver julgamentos, pois Deus aceita ambos, apesar das suas diferenças e falhas; devemos amar ao próximo, aceitando essas diferenças e falhas, pois, todos nós somos falhos, esse deve ser o entendimento, pois era a orientação para o cristianismo da igreja primitiva.

Vamos lembrar que nas devocionais anteriores, vimos que, após falar sobre a relação da igreja com a sociedade, o Apóstolo ensinou qual deve ser os relacionamentos do crente com as autoridades. Mas, ele também escreveu sobre a importância de amar ao próximo, considerando isto como o maior mandamento dos cristãos. E então abordou o dia da salvação, que está próximo. Todo esse ensino no faz entender que precisamos viver de maneira que demonstremos nossa fé em Cristo, seguindo os seus passos, e Ele nunca menosprezou ninguém. O cristão que é fraco na fé excessivamente escrupuloso a respeito de questões não reguladas pela revelação da Bíblia, deve ser tratado com todo respeito e cuidado, ou seja, os cristãos precisam viver em amor e aceitar os crentes fracos, e para isso é necessário não discutir assuntos duvidosos.

O que leva Paulo a escrever sobre isso é que os cristãos em Roma tinham opiniões diferentes sobre determinadas práticas, pois eles vinham de vários contextos, quando vinham do paganismo, eles podiam considerar contaminadas as comidas e bebidas vendidas nos mercados, e podiam até mesmo serem vegetarianos. De forma semelhante, as pessoas que hoje se convertem ao cristianismo, procedentes do Islã, do judaísmo e do hinduísmo, possuem uma história de práticas em suas dietas e de observância de dias especiais.

Por essa razão, assuntos de alimentos ou de calendário podem ter importância especial para eles por questão de consciência. Muitos outros costumes, ou até mesmo crença, que não seja contraditória aos princípios básicos do evangelho, devem ser analisadas com cuidado.

A igreja deve se empenhar em prol da tolerância e da compreensão a respeito dessas questões, enfatizando a unidade dos cristãos, a expressão de amor ao próximo e a pureza da mensagem do evangelho.

Esse capítulo, portanto, enfoca a questão da liberdade cristã e como ela se relaciona com nossas interações uns com os outros. Isso significa que

não podemos julgar uns aos outros por causa dessas diferenças de opinião, mas sim, devemos aceitar uns aos outros, mesmo que tenhamos convicções diferentes sobre algumas práticas que não venha se configurar pecado mediante as Escrituras Sagradas.

Nossas ações devem sempre ser motivadas pela fé e pelo desejo de honrar a Deus, quando o nosso objetivo é esse, então não nos ocuparemos em condenar os outros, pois teremos em nossa consciência em não desprezar, e muito menos julgar, pois, todos nós prestaremos contas a Deus.

 

Segunda-feira, 19/02: A tolerância cristã.

Leitura Diária: Romanos 14:4-5

A tolerância mútua é uma virtude cristã, e Deus aceita cada cristão, com as questões provenientes de seu contexto e seu nível de maturidade, e é capaz de santificá-lo.

Embora possamos ser usados por Deus para ajudar a instruir cristãos fracos, nunca devemos julgar o servo alheio. Mas, isso não significa que aceitaremos o pecado como sendo algo normal ou comum na vida do crente, basta apenas nos lembrarmos de Romanos 1:32

A observância de dias especiais é complexa, bem como do comer ou não certas comidas, e isso não vai afetar em nada a santidade e o viver cristão em sua plenitude. Lutero acreditava que o domingo não era o sábado, mas um novo dia de adoração, enquanto Calvino acreditava que o sábado foi mudado para o domingo. Ao considerarmos esse assunto, devemos levar em conta as implicações da ressurreição de Cristo na manhã de domingo e o novo pacto, no entanto, isso não influi em nossa fé genuína em Cristo

O discípulo de Cristo, é um servo de Cristo, e nós somos todos discípulos e servos, portanto, o juízo quanto a alguém estar em pé ou não, pertence à Deus. Existem coisas que fomos nós mesmos que determinamos que seria pecado, porém não há nada nas Escrituras que afirmam isso, essas coisas, portanto, não deve ser parâmetros para determinarmos quem caiu em pecado.

É claro que, aquilo que a Bíblia condena claramente e classifica como pecado, será sempre pecado, e foi pecado no Velho Testamento, foi pecado na época dos apóstolos e da Igreja Primitiva e continua sendo pecado hoje em nossa era, e continuará sendo pecado nas eras vindouras. A santidade de Deus não muda, assim como Deus é imutável! Essas coisas com certeza, podem ser rechaçadas por nós, porém, precisamos ter cuidado para não condenar o pecador, mas sim buscar corrigir os seus passos para que ele seja salvo.

Todas as pessoas têm direito as suas próprias convicções, porém ninguém tem o direito de mudar o que está escrito nas Escrituras (Ap. 22:18-19). Portanto, não podemos usar desses versículos para dizer que nós precisamos aceitar o pecado como algo comum na vida do crente, pois não é, e a igreja tem o dever de zelar daquilo que é sagrado.

 

Terça-feira, 20/02: A convicção de nossa fé.

Leitura Diária: Romanos 14: 6-9

Nossas práticas religiosas devem ser efetuadas por convicção de fé.

A maneira como vivemos e morremos deve proceder da convicção de que pertencemos ao Senhor. Todas as coisas que fazemos precisam estar de acordo com aquilo que acreditamos, portanto, se cremos em um Deus santo, é imprescindível que o nosso viver também seja em santidade (I Pedro 1:15-16)

Não somos de nós mesmos, pois, Cristo morreu e ressuscitou para ser Senhor de todos. É muito interessante a forma em que Lutero via esse paradoxo: “Um cristão é um senhor perfeitamente livre de tudo, não sujeito a ninguém. Um cristão é um servo perfeitamente submisso, sujeito a todos”.

O que precisamos entender é que, acima de tudo, pertencemos ao Senhor, e o que essa carta aos Romanos quer fazer nos compreender é que não é o hábito de guardar dias e dietas alimentares, mas é saber se aquilo que está sendo observado é realizado para o Senhor. Porém, para que os nossos atos sejam para a Glória de Deus, precisam ser em santidade, Pois Deus é santo.

Todos nós pecamos, mas acontece que a nossa constante luta deverá ser em fazer todas as coisas para a Glória de Deus, o que não é fácil, pois somos por natureza pecadores. Por isso é que há a necessidade do novo nascimento, quando nossa natureza é trocada pela natureza de Cristo que em nós é formada, para então vivermos em tudo a Glória de Deus.

 

Quarta-feira, 21/02: O tribunal de Cristo.

Leitura Diária: Romanos 14:10-13

Ao analisarmos os textos Bíblicos que fala dos julgamentos, tanto do salvo como dos perdidos, podemos ser levados a compreender que “O tribunal de Cristo” aqui mencionado difere daquele do Apocalipse; enquanto esse é onde os cristãos serão recompensados, ou sofrerão a perda de recompensas (I Co 3:13) com base em suas ações e sua administração das responsabilidades dadas por Deus, de forma distinta disso, o julgamento do Grande Trono Branco é o lugar onde os incrédulos serão ressuscitados para juízo.

É bom lembrarmos que o próprio Apóstolo Paulo defende que os cristãos têm parte na primeira ressurreição e, para eles, não há condenação (Rm 8:1). Porém, o próprio Apóstolo diz que todas as pessoas se dobrarão diante de Deus e cada um dará conta de sua vida.

Os cristãos podem pensar que, por estarem isentos da condenação final, podem viver do jeito que quiserem, mas Cristo, o Senhor, avaliará os Seus servos, e Ele mesmo dirá quem é o verdadeiro servo. Foi o próprio Senhor Jesus quem disse que há muitos achando se servos, porém são desconhecidos d’Ele (Mateus 7:22-23).

Visto que estas coisas serão desta maneira, então, nosso alvo deve ser contribuir para o crescimento dos cristãos à maturidade espiritual e não impedir o seu progresso, para que não ocorra que aqueles irmãos que estão na caminhada juntamente conosco não fiquem enganados e sejam reprovados por Deus no dia do julgamento. Seja, portanto, o nosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão, mas sim o levar a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor (Hebreus 12:14).

 

Quinta-feira, 22/02: Coisas imundas ou coisas santas.

Leitura Diária: Romanos 14:14-17

Essa é uma das declarações mais surpreendentes de Paulo, porém é compreensível, pois, assim como aconteceu com Pedro (At. 11:8-9), ele também teve que mudar os seus conceitos sobre o imundo e o puro, agora ele tinha uma nova vida e as coisas do passado ficaram para trás.

Seu passado como fariseu o instruiu a enfatizar a distinção entre puro e imundo, mas Jesus o persuadiu de que essa distinção não era mais válida. Portanto, Paulo adotou um novo ponto de vista, mas ele também reconhecia que alguns cristãos, especialmente aqueles originários de um contexto judaico, não tinham feito essa transição.

Um cristão que compreende as coisas de Deus e que já avançou em seu conhecimento da verdade, deve viver em amor e não violar a consciência de um cristão que ainda não chegou a esse estágio de crescimento. A consciência é a faculdade moral da mente, e ela pode ser educada por Deus através do Espírito Santo, por isso é que nunca devemos instruir alguém a ir contra sua consciência, pois essa é a função de Deus. A liberdade cristã ganhará má fama se o amor não a governar, porque isso fará com que não compreendamos o nosso próximo em sua falta de conhecimento. Existem coisas que são irrelevantes em nossa vida cristão e nunca deve ser uma preocupação prioritária, mas devemos promover justiça, e paz, e alegria em nosso convivo com os demais membros do Corpo de Cristo, a igreja.

Caso alguém considere que o exercício de uma atividade qualquer seja ilegal, então é errado para essa pessoa se ocupar de tal atividade que ela mesma condenou (Rm 14.23). Esse é o princípio da convicção, unindo-o ao princípio da consideração para com o irmão que é fraco. Um grande passo em direção à maturidade, é quando chegamos ao ponto de considerar o ambiente onde estamos inseridos, e passamos a respeitar os conceitos da comunidade em relação a santidade, desfazendo de nosso próprio “eu”, e de nossos conhecimentos, para promover a comunhão. Se o comer carne escandaliza o irmão que está ao nosso lado, então não comemos. Temos toda a liberdade para fazer isso, mas, o modo como cada cristão utiliza sua liberdade, que é boa, não pode ser causa de insulto para os demais irmãos. Mesmo porque, a maioria das coisas que fazemos e que serve de escândalo para a igreja de Deus (I Coríntios 10:32), não tem nenhuma vantagem para nosso viver.

 

Sexta-feira, 23/02: Contribuindo para o crescimento dos irmãos.

Leitura Diária: Romanos 14:18-21

Nossas ações devem servir a Cristo e contribuir para o crescimento e desenvolvimento de outros cristãos. Objetivamente, todas as coisas são de fato puras, “porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”, (I Tm 4:4. Alguns cristãos imaturos, no entanto, podem tropeçar por causa de coisas que fazemos, neste caso é melhor não fazermos para que o irmão seja edificado, e possa crescer também até chegar à maturidade e a compreensão a que nós chegamos. (I Co 8:7-11).

O nosso serviço para Cristo está fundamentado na justiça, na paz e na alegria, e não em nossos próprios interesses. Nós, como cristão, devemos viver e agir em prol da edificação, ou seja, devemos praticar ações que edifiquem, e não as que destroem. Os cristãos que já cresceram e são maduros devem ter consideração por aqueles que ainda não amadureceram, e esse é um modo eficaz de cooperar para a edificação do Corpo.

 

Sábado, 24/02: A consciência do cristão.

Leitura Diária: Romanos 14:23

O senso de liberdade cristã nessas questões não deveria ser expresso em uma ação pública se outro cristão a considera escandalosa.

Por exemplo, um muçulmano convertido, que nunca comeu carne de porco nem bebeu vinho, poderia tropeçar se visse um cristão fazendo alguma dessas coisas. Não é preciso que o cristão maduro no conhecimento da Palavra abandone suas convicções sobre aquilo que não é condenado pela Bíblia. Porém, em vez disso, é preciso colocar a fé acima dessas coisas. Embora os cristãos maduros tivessem de se abster de comer carne diante dos cristãos mais fracos, eles ainda podiam acreditar que Cristo lhes havia concedido a liberdade para comerem todos os tipos de alimentos, ainda que reservadamente perante Deus. Qualquer ação que viola a consciência cristã é um pecado. O reino de Deus não é sobre práticas externas, mas sim sobre justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Portanto, precisamos priorizar nossos relacionamentos uns com os outros, mesmo que isso signifique deixar de lado nossas convicções pessoais em prol da unidade.

Creio que o livro de Romanos é um dos mais importante, ou o mais importante do Novo Testamento, pois apresenta informações comportamentais do cristão, abordando assuntos como família, santidade e autoridades, e neste capítulo há uma orientação clara sobre a tolerância para com os fracos na fé, que ainda não tem plena consciência de viver conforme os princípios de Deus. É importantíssimo mantermos a nossa consciência limpa diante de Deus, nada fazendo na dúvida.

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