Devocionais 11-17 de fevereiro de 2024
Devocionais da Semana
Domingo, 11/02: O crente e as
autoridades.
Leitura Diária: Romanos 13:1-2
O Apóstolo Paulo aconselha no capítulo
13 da carta aos Romanos, sobre a sujeição as autoridades; a guarda dos
mandamentos; o amor que devemos uns aos outros; e a retidão que demonstra à
nossa salvação. Mas, talvez de todos os assuntos tratado neste capítulo o mais
complexo seja a sujeição as autoridades, isso porque, em seus dias, os
seguidores de Cristo viviam sob a opressão do império romano e muitos eram
mortos, torturados ou lançados aos leões nas arenas para divertir ao povo.
Lançando mão do exemplo de Cristo, que se sujeitou, mesmo sendo inocente,
confiando sua vida somente a Deus, Paulo fala de como devemos também agir da
mesma maneira.
Para o crente é fundamental o respeito e
a submissão as autoridades governamentais, pois elas são estabelecidas por Deus
com o propósito de manter a ordem e a justiça na sociedade. Sem a permissão de
Deus elas não estariam no poder, por isso aqueles que resistem a elas estão, na
verdade, resistindo à própria autoridade de Deus. Algo que nós precisamos
atentar é que essas autoridades governamentais são nomeadas para o bem da
sociedade, para punir os malfeitores e promover a paz e a ordem.
No capítulo anterior, tivemos o conselho
para os seguidores de Jesus apresentarem os seus corpos como um sacrifício vivo
e agradável, usando os dons concedidos pela graça, vivendo com santidade; e
também nos ensinou a vontade de Deus, mostrando que para viver o melhor de Deus
devemos entregar nossas vidas e abandonar o pecado completamente. Vimos ainda
que no cristianismo não existem celebridades ou postos de destaque, mas todos
são parte do corpo, e para o crescimento e fortalecimento da comunhão da igreja,
é que foram distribuídos os dons do Espírito a todos.
Agora o Apóstolo nos apresenta esse tema
sobre a relação da igreja com o Estado que é uma questão controversa e
interminável. Lembremos que Israel pelejou sob o domínio de vários impérios
mundiais e, no período do Novo Testamento, estava sob o jugo de Roma, por isso
se apresenta agora uma questão: Como o povo de Deus devia se relacionar com
governos ímpios?
Certa vez, Jesus tratou desse assunto ao
dizer: “Dai, portanto, a César as coisas que são de César, e a Deus as coisas
que são de Deus” (Mt 22:21).
O governo é uma instituição ordenada por
Deus para o benefício do homem, mas ele pode ser corrompido e desfigurado
quanto à sua própria função, e isso se constitui um problema e um dilema para
nós crentes em Cristo. É para esclarecer esse dilema que esses poucos
versículos da Palavra de Deus vêm através do Apóstolo Paulo. Porém ela não
trata de algumas perguntas que podíamos lhe fazer, mas, evidentemente, ele
queria que os cristãos de Roma fosse bons cidadãos. Todavia, esse mesmo governo
executou o nosso Senhor (Jo 19:10-11) e matou Pedro e Paulo. Esse mesmo governo
está em vista em Apocalipse 13. Portanto, é imprescindível que o cristão tome
cuidado para discernir possíveis casos em que a obediência ao governo acarreta
desobediência a Deus.
O fato de não existir autoridade que não
venha de Deus indica a soberania do Senhor sobre os assuntos humano, mas mostra
também por que razão uma rebelião injustificada contra o governo é de fato uma
rebelião contra Deus. Mas, a condenação descrita aqui, não inclui
necessariamente o castigo eterno dado por Deus, pois Ele pode julgar as pessoas
pelas autoridades humanas que Ele próprio designou.
Se faz necessário então nesta devocional
uma explicação mais clara desse conceito descrito pelo Apóstolo, é muito certo
para Paulo que, pelo fato de os cristãos romanos terem alguma dificuldade em
reconhecerem a autoridade dos governantes do Império Romano, pois, eles eram
pagãos, idólatras, cruéis e adversários da fé cristã, mesmo assim havia a
necessidade de submissão às autoridades, visto que o Estado preservava o mundo
do caos.
Dessa forma, Paulo incentivava nada mais
nada menos que obediência às leis, pagamento de impostos e respeito às
autoridades, pois, para ele o cristianismo e a boa cidadania caminham de mãos
dadas.
Mas o mandamento “Todos devem
sujeitar-se às autoridades governamentais…” dentro do bojo total do ensino
Bíblico está longe de ser uma ordem de obediência total e irrestrita ao Estado,
porque Cristo e suas leis são superiores a qualquer constituição ou leis
criadas pelos homens. O próprio Deus aprovou e incentivou várias desobediências
civis no Antigo Testamento (Daniel 1:3 e 6; Ester 3; Êxodo 1). A Igreja
Primitiva foi desobediente às autoridades em Atos 4 e 5, e o próprio Paulo foi
alguém que viveu não poucas vezes a margem das leis em virtude da proclamação
do evangelho e dos valores do Reino de Deus. Esses exemplos de desobediência às
autoridades visavam: Adoração única ao Criador; e cumprimento da missão de
expansão da fé.
Porém, se opor às autoridades quanto a
questões neutras, a manutenção da ordem pública e preservação da saúde e da
vida humana, constituem-se pecados contra Deus “Portanto, aquele que se rebela
contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu…”
Segunda-feira, 12/02: O cristão é
exemplo na sociedade.
Leitura Diária: Romanos 13:3-4
Há um princípio por detrás do ensino do
Apóstolo Paulo sobre a submissão as autoridades civis. Deus como poder supremo
deu instruções e ordens às pessoas para elas governarem e liderarem outras
pessoas, e quem se revolta, contra estes princípios acaba por ser mal exemplo
de cidadão. Obviamente que, não é qualquer autoridade que estamos falando, mas
sim à autoridade que preza pelo bem comum, e que não está contra as Leis do
próprio Deus.
Perceba que a chave para a resposta está
no versículo três. “Os que governam incutem medo quando se pratica o mal, não
quando se faz o bem”. Se o governo estabelecido preza pelos princípios divinos
com base nas Leis de Deus, este governo deve ser obedecido e respeitado, caso
contrário “é melhor obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
Há situações em que governos são
ditatoriais e repressivos, estes também foram postos por Deus, visto que não há
nada que aconteça sem a Sua soberana vontade. Acontece que se este governo foi
posto ali, servirá de algum propósito, pois, Deus deu o livre arbítrio para o
ser humano seguir a Ele ou não, e cada um colherá o que plantar. Por isso é
que, mesmo aquele que exerce autoridade colocado pela vontade do homem, também
é com a Sua permissão, e muitas das vezes serve até mesmo para trazer lições e
até mesmo castigo segundo a vontade de Deus.
João Calvino disse certa vez: “Quando
Deus quer julgar uma nação, Ele lhes dá governantes ímpios.”, e isso está de
acordo com Provérbios 29:2 “Quando os justos governam, o povo se alegra; quando
os perversos estão no poder, o povo geme.”
O governo é ordenado por Deus para
recompensar o bem e punir o mal, provendo paz e ordem para aqueles a quem ele
serve, porém, um governo que recompensa o mal e pune o bem não sobreviverá por
muito tempo, pois o mal é naturalmente destrutivo, mas servirá como lição e até
mesmo juízo sobre a nação. “Se um governante ouvir mentiras, todos os seus
servos serão perversos” (Pv 29:12).
O que Paulo está enfatizando, sobretudo,
é que os cristãos devem ser cidadãos modelo, vivendo em obediência às leis da
terra e demonstrando sua fé por meio de suas boas ações. A lealdade a Deus e a
obediência civil geralmente estão associadas (Mc 12:17). Nós devemos temor e
honra a Deus acima de tudo, mas o pagamento do tributo e do imposto cobrado
pela autoridade civil, bem como respeito e obediência a ela é igualmente uma
obrigação cristã. Em uma sociedade democrática, o cristão tem parte na
administração civil, devendo fazer tudo aquilo que lhe é possível para que as
ações dessa autoridade estejam em conformidade com a Lei moral de Deus.
Terça-feira, 13/02: A importância das
autoridades.
Leitura Diária: Romanos 13:5-6
Estes versículos nos ensinam sobre a
importância das autoridades e nosso papel com elas. É um texto complexo de ser
interpretado e é necessário que nos transportemos, mesmo que brevemente, para o
contexto cultural no qual os destinatários da carta estavam inseridos.
Os cristãos de Roma, viviam em uma época
em que Nero já havia se tornado o imperador. Roma era uma megacidade, com mais
de um milhão de habitantes, e a maior parte destes, escravos ou pessoas muito
pobres, vivendo às margens da ostentação dos palácios romanos. Uma cidade
chafurdada na lama do pecado, com governantes terríveis e extremamente
desumanos. Nero matou opositores, esposas e a própria mãe. Esse era um pouco do
cenário no qual a igreja romana estava envolvida. Em nenhum momento Paulo vai
contra a própria Palavra ao pedir que os cristãos se sujeitem a autoridades
como Nero. A partir do momento que a autoridade fosse contra a própria Palavra
de Deus, a sujeição não seria necessária (Atos 4:19), porém, em tudo o que a
autoridade não fosse contra a Palavra de Deus, a sujeição deveria se fazer
presente.
Então fica simples compreender o que o
Apóstolo estava ensinando, “obedeçam às autoridades sem desobedecer a Deus e
vocês não terão problemas”. Além disso, ele afirma, que isso é uma questão de
consciência.
Quarta-feira, 14/02: O cumprimento da
Lei é o amor.
Leitura Diária: Romanos 13:7-8
Estes dois versículos mostram que o amor
é o único caminho para agradar a Deus e para cumprir a Lei, pois, ele é o
cumprimento total da Lei.
Nós somos devedores de amor, não somos
cobradores do amor. Muitas pessoas se posicionam de uma maneira a cobrarem amor
das outras, assumindo que elas têm a obrigação de amá-la. Paulo nos ensina que
nós somos devedores de amor, que nós precisamos amar as pessoas
independentemente de quem sejam. Mas acima de tudo temos que amar a Deus, e
esse amor é demostrado pela obediência de suas Leis. Se digo que amo a Deus é
imprescindível que cumpra com alegria, e não gemendo os seus preceitos (João
14:15, 21-23)
O amor a Deus será revelado através de
nossa relação, como cristão, com a sociedade. Por isso é que esse capítulo fala
sobre a nossa relação com o governo e com as autoridades, e também sobre como
nós devemos nos posicionar em relação às pessoas que estão a nossa volta. Em
relação às autoridades, diz: obedeçam, e em relação às pessoas, diz: amem.
Quinta-feira, 15/02: Rejeitar o pecado.
Leitura Diária: Romanos 13:9-10
Paulo, como também os demais Apóstolos
acreditavam que Jesus voltaria ainda durante o tempo de suas vidas. Algumas das
instruções no Novo Testamento nos levam a entender isso.
No final do versículo 9, Paulo repete a
ordem de Jesus, somos ordenados a amar aos outros da mesma maneira que genuína
e sinceramente amamos a nós mesmos, e aquele que ama não comete assassinato ou
adultério, não pratica o roubo ou a mentira. Logo, quando praticamos o amor,
nós automaticamente cumprimos as determinações da Lei. Se tentarmos viver em
observância estrita à Lei, nós rapidamente descobriremos que a estamos
transgredindo (Rm 7:5), mas, quando agimos em conformidade com o amor a Deus,
sem estarmos sob a Lei, nós a cumprimos. Isso nos levará a viver uma vida de
santidade, porque, demonstrando amor a Deus cumpriremos seus mandamentos, e
cumprindo seus mandamentos fugiremos de toda espécie de iniquidade, trazendo
como consequência uma vida santa, rejeitando o pecado.
Sexta-feira, 16/02: A santidade exigida.
Leitura Diária: Romanos 13:11-12
Os cristãos precisam estar alertas
quanto ao pecado que tão de perto nos rodeia (Hebreus 12:1-3), porque o tempo
da volta de Cristo está cada vez mais próximo, e não podemos nos inclinar para
a carne, não podemos aceitar as obras das trevas, não podemos vacilar.
Precisamos ser constantes em Cristo,
permanecendo nos caminhos do Senhor, rejeitando qualquer obra das trevas. Não
podemos viver no pecado, não podemos deixar de amar, não podemos nos conformar
com esse mundo e com sua maneira de pensar.
Percebemos que toda a carta aos Romanos
é uma preocupação para que os crentes vivam uma vida de santidade, demonstrada
no amor a Deus.
Essa carta é um apelo para revermos
nossos conceitos de vida, e procurar como podemos aplicar nas nossas vidas as
verdades de Deus aqui reveladas, pois precisamos rejeitar as obras das trevas.
Chegou a hora de acordarmos para a vida,
pois nossa salvação está mais próxima agora do que quando abraçamos a fé.
Deixemos de lado as obras das trevas que leva ao pecado e nos vistamos da
armadura de Deus, pois somos novas criaturas. Como o dia, andemos decentemente;
não em orgias e bebedeiras, nem em depravação e práticas imorais, nem em brigas
e ciúmes. Mas andemos com Jesus, o Messias, e não procurando satisfazer os
desejos da carne.
Sábado, 17/02: Aguardando a volta de
Cristo em santidade.
Leitura Diária: Romanos 13:13-14
Vivemos em um período da história em que
Satanás exerce, ainda com mais força, o seu domínio. O começo de uma vida nova
com Cristo em Seu reinado glorioso aconteceu quando O aceitamos como nosso
único e suficiente Salvador. A partir desse dia tudo se fez novo em nós,
portanto, não podemos mais viver sob o domínio do pecado e de seu senhor.
Cristo poderá retornar a qualquer
momento (Fp 4:5; Tg 5:8; I Pe 4:7), e Ele precisa achar a cada um de nós
vivendo em santidade e amor, por isso é que os cristãos devem se revestir de
Cristo ou seja, devem assumir em seu caráter os valores da Palavra de Deus (Jo
14:6), a justiça (I Co 1:30), e a paz (Gl 5:22, 23; Ef :1:4; 6:10-17).
O que podemos aprender nestas
devocionais, na qual analisamos o capítulo 13 da Carta aos Romanos, é a
importância da obediência. Deus não quer baderna e desorganização, ele quer
pessoas civilizadas, educadas e respeitosas. Obviamente o sistema político da
época eram outros, comparados com a de nossa era. Vivemos em um país
democrático, ou pelo menos se denomina democrático, ou seja, supostamente
escolhemos os líderes que irão trabalhar em prol de nossa nação. Mas, a questão
aqui vai além, ela se baseia também em liderança, não somente no meio político,
mas em toda a esfera, na igreja, no trabalho, na escola etc. Se submeta ao seu
líder, não provoque badernas e tumultos, lembre-se do princípio do amor ao
próximo, da ajuda mútua, da oração a Deus, e do amor a Jesus.
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