Devocionais da semana

 Devocionais da Semana

Domingo, 14/01: A tristeza de Paulo.  

Leitura Diária: Romanos 9:1-3

No capítulo 9 da carta aos Romanos vemos Paulo abrindo o coração e revelando a tristeza em relação aos israelitas. Para compreendermos o desabafo do Apóstolo precisamos retornar aos capítulos anteriores onde acompanhamos ele ensinar que a lei de Cristo traz vida e paz, e que aqueles que são adotados como filhos de Deus tornam-se coerdeiros com Cristo de seu Reino e de sua missão. Ainda vemos ele afirmar que os eleitos de Deus, ou seja, aqueles que pela fé aceitaram a Cristo, são preordenados para a vida eterna e que Jesus Cristo intercede por eles, em todo tempo, em qualquer situação, através de seu perfeito sacrifício na cruz.

Esse é um capítulo que apresenta um tema bastante complexo e controverso: a soberania de Deus sobre a salvação. Por isso é que o Apóstolo inicia com um grande lamento pela situação do seu povo, Israel, que havia sido eleito, mas rejeitou essa eleição ao rejeitar o Messias, e, consequentemente, perdeu a possibilidade de ser salvo. Mas, longe de ser um traidor entre os judeus, por se manifestar dessa forma, ele declarou que sentia grande pesar e contínua tristeza por causa da incredulidade da nação, e desejava renunciar sua própria salvação se com isso pudesse salvar seus irmãos, segundo a carne, porém, a incredulidade em relação a Jesus Cristo, os mantinham longe de Deus e das suas lindas promessas.

 

Segunda-feira, 15/01: O único meio para a salvação.

Leitura Diária: Romanos 9:4-12

Em Rm 3:1-2, vemos o começo de uma lista dos benefícios nacionais dos judeus, e agora aparece novamente essa lista mostrando os privilégios da nação. Porém, Paulo faz questão de abordar a questão da eleição, deixando claro que a predestinação não está ligada à raça ou à linhagem, mas ao propósito soberano de Deus que está em Cristo Jesus. Não existe salvação fora desse único Caminho aberto pelo Pai. Ele exemplifica isso com a história dos filhos de Abraão, mostrando que não é por serem descendentes de Abraão que seriam escolhidos por Deus, mas sim pela Sua misericórdia que fora demonstrado em Jesus.

A vontade de Deus é soberana, por isso é que ele determinou esse único meio para a salvação. Ou seja, a salvação está predefinida que é somente através de Cristo que o ser humano pode chegar até Deus. No fim do capítulo, Paulo conclui que a salvação não é por obras, ou seja, não é o ser humano que escolhe a Deus, mas Deus é que desceu até nós através de Cristo. A escolha desse Caminho não está baseada nas nossas obras ou capacidades, mas na Sua misericórdia.

Em resumo, podemos dizer que este é um capítulo importante que trata da soberania de Deus sobre a salvação, e Paulo deixa claro que essa escolha não se fundamenta em raça ou linhagem, mas sim na misericórdia e propósito soberano de Deus.

Terça-feira, 16/01: A responsabilidade do ser humano.

Leitura Diária: Romanos 9:13-14

Estes versículos não estão, de forma alguma, dizendo que não temos responsabilidade na nossa condenação; temos sim responsabilidades, ainda que Deus já ter feito tudo o que era necessário para a salvação, e não precise acrescentar mais nada. Porém, a parte que cabe ao ser humano é a fé, pois sem ela é impossível ser salvo.

A obra da cruz não foi em vão, pois é através dela que os pecadores recebem a oportunidade de serem salvos pela graça de Deus, e o único meio de salvação é pela fé no sacrifício de Cristo. Deus assim predestinou! O homem precisa crer, porque “sem fé é impossível agradar a Deus”. (Hb. 11:6). A misericórdia divina na salvação é o fator único que salva o homem, mas a fé é essencial para o homem receber essa dádiva. Devemos entender essas questões em profundidade e confiar na sabedoria e bondade de Deus.

 

Quarta-feira, 17/01: Deus manifesta a Sua misericórdia

Leitura Diária: Romanos 9:15-21

Será que a promessa feita a Abraão é falha? A resposta é simples: não, afinal a promessa é feita a judeus e a gentios, sendo isso parte da soberania de Deus que não pode ser questionada, afinal Ele é Deus soberano. Foi Ele mesmo que escolheu um Caminho que dava a oportunidade a todos, tanto a judeu quanto a gentio, e ninguém pode questionar isso visto que está ligado à Sua soberana e Santa Vontade. Aqui está a mostra, não apenas da graça e misericórdia de Deus, como também da Sua santa e impecável justiça.

O propósito divino foi revelado desde o início da nação hebraica, quando Deus escolheu um gêmeo ao invés do outro, ainda que todos os dois fossem “filhos de Abraão”. Ambas as nações foram punidas por seus pecados, mas somente uma recebeu graça, porque somete ela atentou para a misericórdia e justiça de Deus. Jesus ensinou a mesma verdade na parábola dos trabalhadores da vinha em Mt 20:1-15 quando disse: “Não me é lícito fazer o que eu quero do que é meu?”. E em Seu primeiro sermão em Nazaré, Jesus destacou que Deus concedeu graça a uma viúva em Sidom, e curou somente Naamã, o sírio, quando havia muitas pessoas necessitadas em Israel (Lc 4:24-27). Esse comentário enfureceu os ouvintes, que achavam que a salvação era somente para os judeus, no entanto, uma consideração cuidadosa revela que um Deus justo é perfeitamente livre para fazer tais escolhas.

Paulo aqui não está tratando de predestinação de uns para a condenação e outros para a salvação, como muito querem entender, mas ele está tentando colocar na cabeça daqueles irmãos judeus e gentios que Deus predestinou todos a condenação, mas que através de Cristo Ele dá a oportunidade daqueles que já estão condenados, se livrarem dessa condenação. (João 1:12)

A salvação não depende daquele que quer ou do esforço humano, pois ela se baseia na misericórdia de Deus. O que Paulo está dizendo é que o ser humano não tinha nenhuma capacidade de alcançar a salvação (II Tm 2:25-26), mesmo porque, desde quando o homem pecou a única coisa que ele faz em relação a Deus é fugir. Então como é que esse mesmo homem que foge de Deus O poderia buscá-lo? É aí que entra a misericórdia de Deus que decidiu vir a procurar do ser humano. Se Deus não tomasse a iniciativa, ninguém buscaria o único Deus verdadeiro, nem uma única pessoa sequer. (Rm 3:11-12).

Paulo mostra ainda que não há como o homem ir de encontro com Deus se não for tocado pelo Espírito Santo, porque por natureza o seu coração está endurecido como o coração de Faraó no Egito. Não existe como o ser humano buscar a Deus com o coração de pedra que resiste ao Espírito de Deus. Somente aquele que é quebrantado pelo Senhor é que vai confessar a Cristo e ter fé n’Ele. Isso não significa que apenas alguns terão essa oportunidade, mas que somente alguns é que irão deixar ser quebrantado pela voz de Deus através do Espírito de Deus.

Mas, agora vemos que a própria nação de Israel como um todo se encontrava endurecida, como Faraó, mas Deus sempre teria um remanescente fiel entre o povo que creria no evangelho e teriam a salvação. Mas o desejo de Paulo era o de que toda a descendência natural de Abraão, fosse salva, mas ele estava bem instruído pelo Senhor que nem todo israelita natural é um verdadeiro israelita espiritual, por não possuir a mesma fé salvadora que havia justificado Abraão.

 

Quinta-feira, 18/01: A justiça de Deus

Leitura Diária: Romanos 9:22-29

O coração de Faraó fora endurecido por causa de sua obstinação, Deus trazia às pragas e ele progressivamente rejeitava a Deus, porém, isso já vinha acontecendo desde quando ele escravizou o povo de Deus. Então não foi por causa daquele endurecimento que ele fora condenado, mas já estava condenado a partir do momento em que rejeitou cooperar com o propósito de Deus (Êx 8:19).

Paulo declarou que o Juiz da terra é sempre justo (Jó 40:2). O homem não pode ser o juiz de Deus, simplesmente porque somos vasos nas mãos do oleiro. (Gn 3:19). A imagem do oleiro é comum no Antigo Testamento (Is 41:25) sendo usada para ilustrar diversas lições. Aqui, o barro representa a humanidade caída. Tal como o oleiro, Deus trabalha esse material até moldá-lo conforme o Seu desejo (Is 64:6-9). Alguns vasos se tornarão para honra; enquanto outros, por não terem conserto, serão desonrados.

Paulo esperava colocar um ponto final nas expectativas de salvação por meio de mérito ou de obras. O homem é totalmente dependente de Deus para ser salvo por Ele. A maioria das pessoas aspira a ir para o céu depois da morte, mas não para o céu que exige uma vida santificada aqui na Terra; assim, quem desejar entrar no Reino de Deus com este tipo de desejo, certamente não será achado lá, conforme testificam as Escrituras. É evidente que temos que buscar, desejar a salvação, mas ela não nos virá pelo nosso mero querer. Devemos bater à porta do céu, devemos procurá-la no Senhor Jesus, e pedir a Ele, humildemente, que nos salve. (Mateus 7:7-20)

O plano de Deus é segurança para nós, e visa ao nosso próprio benefício, pois dependemos assim que Ele se manifeste a nós, por misericórdia e com graça, para nos perdoar de todos os nossos pecados; e isto Ele certamente fará se o buscarmos com verdadeiro arrependimento. Deus prometeu não lançar fora a qualquer que o buscar de todo coração, porém temos o dever de saber que é Ele que nos escolheu e que nos amou primeiro. (João 6:37-62)

 

Sexta-feira, 19/01: A salvação é estendida a todos pela fé

Leitura Diária: Romanos 9:30

Apesar do amor que Paulo tinha pelo povo de Deus, por ser também judeu, a ponto de desejar ser considerado, ele próprio maldito de Deus, por amor a eles, e caso com isto fosse possível trazer a salvação a todos, no entanto, ele reconhecia que não é por falta de desejo em Deus, de salvar todos os pecadores, que eles não podem ser salvos, mas pelo fato de que nem todos atendem ao convite da salvação pelo Evangelho.

O convite do evangelho é geral a todas as pessoas, em todos os lugares e épocas, sem qualquer tipo de acepção, todavia, a chamada eficaz que regenera o nosso coração é feita pelo Espírito Santo, ou seja, somente àqueles que são receptivos a voz do Espírito, seja ele judeu ou gentio é que são salvos.

Em suma, os eleitos são os que virão a amar a Deus, a viver para Deus, e desejarem mais do que tudo fazer a Sua santa vontade, não pela existência prévia de uma determinação individual, mas tão somente por terem atendido ao chamado de Deus para a conversão. Porém, Deus pela Sua onisciência conhece os que aceitarão e os que recusarão. A maioria da humanidade, ao longo dos séculos, tem se desviado desta bondade e misericórdia que Deus está oferecendo a todas as pessoas e em todos os lugares, para que sejam salvas por meio da Justiça de Cristo.

 

Sábado, 20/01: Vivendo como eleitos de Deus.

Leitura Diária: Romanos 9:31-33

Esse capítulo é considerado um capítulo de extrema importância para todos os cristãos por ter abordado temas polêmicos e complexos, como a soberania de Deus na salvação, e nos traz importantes reflexões sobre a graça e a justiça de Deus, a relação entre a eleição divina e nossa responsabilidade humana, e a salvação dos gentios.

Deus tem suportado com grande longanimidade aqueles que são como vasos de ira, porque se enchem cada vez mais da ira da justiça divina contra os pecados que praticam, e com a qual serão visitados por fim no Dia do grande juízo final. O Senhor lhes tem permitido, em sua grande maioria, viverem muitos anos sobre a face da Terra, sem lhes visitar com Seus juízos por causa de suas más obras, e não lhes imputando enquanto aqui vivem, as suas ofensas à Sua Justiça e Santidade, mostrando-lhes que são indesculpáveis em face do longo tempo que lhes foi concedido para que se arrependessem dos seus pecados, e, no entanto, têm escolhido não fazê-lo. (II Pedro 3:9)

Mas dos eleitos se diz que são vasos de misericórdia porque será manifestada em suas vidas a misericórdia de Deus, salvando-lhes de seus pecados e da condenação, porque se arrependeram de seus pecados e confiaram em Jesus Cristo para ser o Salvador e Senhor deles.

Aqui temos um alertar, fomos eleitos por Deus não decorrente de qualquer mérito ou bem que fizemos. Apesar de termos alcançados o dom firme, seguro e eterno da salvação, por meio de Cristo, isto não nos foi concedido pelo fato de Deus ter desistido de Israel e rejeitado a nação eleita, pois ela também tem ainda a oportunidade de se achegar a Deus, mas somente por meio Cristo.

Os gentios, que não buscavam justiça, receberam-na gratuitamente pela fé. Eles não trabalharam por ela nem a mereceram. Mas Israel não a alcançou, tendo buscado justiça pela lei e por suas obras. Israel tropeçou no Messias e não creu n’Ele (Rm 28:16). O próprio Jesus advertiu ao povo de Israel quanto a deixar de notar a “pedra” (Mt 21:42-44).

Em tudo isso que vemos neste capítulo da carta aos Romanos, pesa sobre cada um de nós o dever de andar de modo digno dessa vocação, porque se Deus não poupou os próprios israelitas que haviam se endurecido ao evangelho, quanto mais nós os gentios?

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Devocionais da semana 01-07 de setembro de 2024

Devocionais da semana 02-08 de fevereiro de 2025

Devocionais da semana 23-29 de março de 2025