Devocionais da Semana

Domingo, 31/12: A dificuldade em viver em santidade.  

Leitura Diária: Romanos 7:1-6

No capítulo 7 da carta aos Romanos vemos que Paulo apresenta todos os motivos pelos quais estamos hoje mortos para o pecado, ele trata da luta constante entre a nossa natureza pecaminosa e o desejo de seguir a vontade de Deus. Para isso ele inicia com uma analogia, comparando a morte de uma pessoa com a morte do pecado em nós através da fé em Jesus Cristo, e afirma que a lei não é pecado, mas sim uma revelação do pecado. A Lei somente tem validade para quem está vivo, entretanto, estando nós mortos para o pecado e vivos em Cristo, a misericórdia nos é concedida. Isso nos ensina que, a partir da vinda de Cristo, somos regidos pela Lei do Espírito Santo através da palavra de Deus, e sendo assim, Jesus possui a autoridade e poder para nos guiar e fortalecer para esse caminho, e no final teremos vitória em todas as nossas batalhas com o auxílio do pai.

No antigo testamento, a Lei era soberana, e quem desobedecia era punido diante da mesma. Porém, o Senhor enviou Jesus para que a partir de então, o Espírito Santo fosse o nosso guia, e a salvação viesse por meio do Espírito da Graça. Os cristãos de Roma conheciam a respeito da lei civil romana, e muitos deles, em especial os de origem judaica ou aqueles que foram prosélitos, conheciam a lei mosaica, e eles sabiam que nenhuma lei pode controlar uma pessoa morta. Tendo morrido com Cristo, o cristão não está debaixo da lei mosaica (Rm 6:14).

Paulo então faz uma analogia muito interessante, a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver, mesmo estando separado corporalmente, pela lei não podia casar-se novamente, então ela não estava legalmente livre para se casar com outro homem, mas se o marido morrer ela era liberta do jugo do casamento com aquele marido e estava livre para se casar com outro. É bom observar aqui que pela Lei de Deus, mesmo que viesse a se separar, ela ainda continuava presa somente a morte é que podia separar o casal e não leis inventadas pelo homem, porque, “o que Deus ajuntou não separe o homem” (Marcos 10:9). Deus uniu e somente Deus é quem pode separar. Na semelhança dessa comparação, os cristãos morreram para o “velho homem” (Rm 6:2-6) e estão livres para se casar com outro e dar fruto para Deus.

A morte do Messias é o meio pelo qual nós morremos para o domínio do pecado que era movido pela Lei. (Gl 3:13-14; Cl 2:14). Como nova criação, os crentes servem como escravos, de um novo modo, com um novo poder que vem do Espírito, não como velhos homens (Rm 6:6), trabalhando em vão sob a letra.

Esse é um dos ensinamentos mais profundos da teologia cristã: o conflito entre a natureza pecaminosa do homem e a Lei de Deus. É a guerra entre a carne e o Espírito, e como é difícil para o ser humano viver em conformidade com a vontade de Deus.

 

Segunda-feira, 01/01: A Lei aponta o pecado.

Leitura Diária: Romanos 7:7-8

A lei em si não é má ou pecaminosa, mas a sua principal função é revelar o pecado. O apóstolo então descreve a sua própria batalha contra o pecado, afirmando que ele deseja fazer o bem, mas acaba fazendo o mal, e fala como se o pecado fosse um aspecto desconhecido á parte da lei quando diz: “eu não conheci o pecado senão pela lei”. O pecado, tomando ocasião, usa a lei para incentivar a carne, natureza caída, a ação.

A nossa liberdade em Jesus Cristo, mostra que agora estamos livres da lei e podemos viver pelo Espírito Santo. Ele explica que o pecado habita em seu corpo e que a sua mente tem a vontade de seguir a lei de Deus, mas a sua natureza pecaminosa o impede disso.

 

Terça-feira, 02/01: A Lei é santa.

Leitura Diária: Romanos 7:9-12

A intenção de Deus na Lei era a vida, mas o pecado enganou o homem por meio da Lei e o trouxe morte. Embora a lei torne conhecido o pecado e, na verdade, seja usada pelo pecado para produzir morte, todavia, ela é santa, e o mandamento é santo, justo e bom, refletindo a perfeita e terna santidade de Deus, por isso é que ela revela a depravação do pecado em nós. Mas, o pecado usa a lei para nos enganar, levando-nos a pecar ainda mais.

Parece um pouco estranho, por que faríamos aquilo que não aprovamos? Mas Paulo não está falando sobre cometer intencionalmente pecado, conscientemente ceder aos desejos da carne, porque quando cometemos, voluntariamente, o pecado, conhecemos e entendemos muito bem o que fazemos. Então ele exalta a importância da lei, mas também mostra que ele era fraco diante do pecado, e não conseguia viver a santidade que a Lei exigia

A lei vem de Deus, e é, portanto, espiritual, mas Paulo diz, “eu sou carnal”, uma referência metafórica a sua condição espiritual caída e, dessa maneira, acha-se em conflito com a Lei celestial de Deus.

 

Quarta-feira, 03/01: A dificuldade em vencer o pecado.

Leitura Diária: Romanos 7:13-15

Será que a boa Lei causou morte? O entendimento correto é que o pecado usou algo bom para trazer morte ao homem. Deus usou a lei para cumprir o Seu propósito de aclarar e vencer o pecado.

Aqui provavelmente é a passagem mais difícil e controversa da carta aos Romanos. Em grande parte, a igreja Oriental a interpretou como se referindo a uma pessoa não regenerada que no exemplo seria Paulo antes de sua conversão; já a igreja Ocidental seguiu Agostinho, Lutero e Calvino ao considerar que se refere a uma pessoa regenerada, que seria o próprio Paulo, após sua conversão; mas alguns sugerem uma posição intermediária.

A pessoa que é fiel ao Antigo Testamento ama a Lei, luta para colocá-la em prática, e isso vem desde antes de Cristo e do Pentecoste, porém, naquele tempo as pessoas não possuíam o dom permanente e capacitador do Espírito Santo, como os fiéis do novo pacto.

Em todos os casos, podemos perceber que Paulo descreve o novo homem em relação à lei de Deus, e está olhando para a relação do homem com Deus e o pecado, e o que essa relação causará na vida pessoal de cada indivíduo; e no versículo 14, é dito que somos carnais.

Esses versículos são muito importantes, já que apresentam a luta entre o pecado e a vontade de seguir a lei de Deus. Vemos, portanto, que o próprio Apóstolo passava dificuldades de se alcançar a santidade.

"Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço". Esta é uma das mais poderosas afirmações da luta interior da vida cristã, ela descreve a batalha que todos nós enfrentamos entre a nossa vontade de pecar e o nosso desejo de seguir a vontade de Deus, e mostra como é difícil resistir à tentação.

 

Quinta-feira, 04/01: O pecado na carne

Leitura Diária: Romanos 7:16-19

Paulo concordava com a Lei e admitia que ela era boa, mas o pecado é uma força estranha que reside em nós e nos faz realizar coisas que odiamos.

Acontece que quando aceitamos a Cristo como nosso Senhor e Salvador, o Espírito Santo vem habitar em nós, mas, Ele vem e habita em nosso espírito, então começa a transformação de nossa alma e transborda em nossa carne refletindo a Luz de Cristo em nós. Mas, o pecado faz o caminho inverso, ele habita em nossa carne, mortifica a alma, dominando-a, e mata o espírito. Essa é a guerra que existe em nosso ser entre o pecado e o Espírito.

Mesmo após a conversão, nenhuma parte da pessoa está isenta de pecado, lugar algum está sem a presença do pecado, e o cristão é incapaz de guardar toda a lei. O único bem no cristão é a presença do Espírito Santo.

 

Sexta-feira, 05/01: O cativeiro do pecado

Leitura Diária: Romanos 7:20-23

Em seu interior o cristão tem prazer na Lei de Deus, mas ele encontra uma outra força estranha vivendo lá dentro, guerreando contra a presença do Espírito Santo nele o tornando cativo da lei do pecado.

Paulo nos mostra que ele como servo de Cristo estava vivendo uma vida crucificada, porque não estava servindo a lei do pecado com sua mente, mas essa lei estava presente nele; e na medida em que ele tinha luz se deleitava na Lei de Deus no homem interior. Isso significava que se deleitava em amor, em bondade, em misericórdia, porém isso era sua atitude mental, mas inconscientemente às vezes ele contrariava sua própria consciência. Nas áreas em que ele recebeu luz, crucificou o pecado em seu corpo, e sua mente servia a Deus e impedia que esses desejos pecaminosos fluíssem com liberdade dentro dele. No entanto, havia muitas áreas em sua vida onde ainda não tinha recebido a luz por completo, ou seja, ainda precisava deixar o Espírito Santo inundar essas áreas para que pudesse dominar o pecado que insistia em dominá-lo.

Aqui ele mostra que foi levado cativo pela lei do pecado em sua carne, de modo que fez coisas que odiava. “Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.”

Alguém que está cometendo pecado voluntariamente não está fazendo o que odeia, porque sua mente aprova isso. Quando o desejo concebe, dá origem ao pecado, e a concepção ocorre quando consentimos com o desejo com a nossa mente, então o pecado nasce (Tiago 1:14-15). Tal pessoa está servindo a lei do pecado com sua mente. Paulo não trata sobre este tipo de pecado, pois ele mostra que estava servindo a lei de Deus com sua mente, mas ao mesmo tempo, o pecado que ainda estava presente em sua carne se manifestaria sem a sua aprovação. Essas reações da carne poderiam vir como pensamentos ou sentimentos que ele teve que combater, ou seja a tentação, ou até mesmo ações ou palavras reais, que nunca passaram por sua consciência. Ele recebeu luz sobre isso mais tarde, percebendo que essas coisas não estavam de acordo com a vontade de Deus e, portanto, era algo que ele odiava, mas acabava fazendo.

A lei é espiritual, mas Paulo descobriu que ele era carnal, vendido sob o pecado, ou seja, o problema não era a lei e sim o próprio Paulo. Com sua mente ele serviu a Deus, mas ele também notou que nada de bom habitava em sua carne. Assim, com sua carne, ele não podia fazer outra coisa senão servir a lei do pecado.

 

Sábado, 06/01: Viver em santidade.

Leitura Diária: Romanos 7:24-25

Não foi Paulo, em sua mente consciente, quem fez as coisas que ele odiava, mas era o pecado que morava nele, na sua carne, é por isso que ele exclama, “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Nesta passagem, ele expressa a sua frustração com a sua condição humana e a sua incapacidade de se livrar do pecado; reconhece que, sem a ajuda de Deus, é incapaz de atingir a santidade que era o seu alvo conscientemente. Essa é uma afirmação humilde e sincera da sua dependência de Deus. É importante enfatizar que o ensinamento de Romanos 7 não é sobre a impossibilidade de se viver uma vida cristã plenamente santa, mas sim sobre a dificuldade desta tarefa e sobre a necessidade da graça de Deus para alcançá-la.

Paulo afirma que é possível vencer a batalha contra o pecado, mas nunca sozinho, e sim com a ajuda de Cristo, e isso requer um esforço constante e uma dependência de Deus. Ele responde sua própria pergunta: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor!”. Antes de Jesus vencer e nos deixar um exemplo a seguir, não foi possível à humanidade vencer completamente todo pecado na carne. Mas Jesus agora nos deu o Espírito Santo, que pode nos mostrar o caminho através da carne.

Assim como Paulo, quando nos arrependemos e começamos a servir a Deus, temos uma nova mentalidade, e não somos mais nós que servimos ao pecado. O que vem da nossa carne não é feito intencionalmente, e se formos fiéis e obedientes à direção do Espírito, poderemos ver, e vencer, a nossa pecaminosa natureza humana com o passar do tempo.

O propósito destes capítulos é mostrar que a salvação só pode ser alcançada através de Jesus Cristo e o poder do Espírito Santo. E mostra também que, mesmo os crentes lutando contra sua natureza pecaminosa não estão mais sob a condenação da lei, mas sob a graça de Deus.


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