Devocionais da semana 28/01-03/02/2024

 Devocionais da Semana

Domingo, 28/01: Deus quer salvar a todos.  

Leitura Diária: Romanos 11:1-4

No capítulo 11 da carta aos Romanos, o Apóstolo Paulo nos mostra que Deus não rejeitou aos israelitas, porém o erro dessa nação é aproveitado por Deus para nos enxertar na promessa da videira, isto é, seu povo.

Nos versículos anteriores, aprendemos que a salvação vem através da fé que somente é concedida pelo ouvir a palavra de Deus.

O Apóstolo tinha um grande amor por Israel, por isso ele fala de como Deus quer alcançar esse povo, mas o zelo e a prática da justiça deles, que não provinha do conhecimento das escrituras, os impediam de chegarem à fé verdadeira para a salvação. Por isso é que Deus avança com Seu plano de salvação, agora estendido aos gentios, e todo aquele que “confessar com a sua boca que Jesus é Senhor”. Isso mostra que não existe outro caminho para a salvação, o único caminho é Jesus, mas, todos precisam ouvir d’Ele, para que possam confessá-lo, e isso não era apenas para o povo da nação de Israel.

Agora, Paulo continua explicando que a incredulidade de Israel não constitui argumento contra o evangelho, mas que tudo isso tinha uma explicação bem lógica. A cegueira de Israel não é total, porque havia aqueles que davam a devida atenção para a mensagem do Evangelho que aponta Cristo como sendo o cumprimento das promessas, e Deus ainda está trabalhando com a nação.

Nos dias de Samuel, o povo israelita rejeitou a Deus, todavia, Deus continuou a trabalhar com o Seu povo: “Pois o Senhor não abandonará o seu povo por causa do seu grande nome; porque aprouve ao Senhor fazer de vós o seu povo” (I Sm 12:22). Porém, no tempo de Paulo, eles continuavam a rejeitar Deus quando rejeitaram a Jesus como Messias Rei, e seus líderes disseram. “Nós não temos rei, senão César” (Jo 19:15), mas Deus, ainda assim, não rompeu relações com eles. O próprio Paulo era evidência de que Yahweh estava salvando alguns judeus, mesmo em ocasiões de apostasia nacional. Isso nos prova o quanto Deus é misericordioso e age com graça em busca do homem perdido, mesmo sendo rejeitado Ele continua insistindo no resgate do perdido.

A profundidade deste capítulo, ocupa um lugar crucial na teologia paulina e é fundamental para entender o plano de Deus para a salvação da humanidade, por isso, para compreendermos melhor, é fundamental entender o contexto em que ele foi escrito. Na época, a cidade de Roma era uma metrópole cosmopolita, com uma grande quantidade de judeus e gentios vivendo juntos. Naquele período, houve turbulências envolvendo a relação entre esses grupos, o que é evidenciado na carta. Por isso é que o capítulo começa com uma discussão de como Deus preservou um remanescente fiel de judeus através da graça, seguido de uma exortação para os gentios não se orgulharem em detrimento dos judeus. Deus age tanto nos gentios como nos judeus para levar a salvação ao mundo.

Por definição, graça é favor imerecido, e ela não seria graça se as obras desempenhassem um papel na salvação, essa é a razão do porquê os judeus não puderam alcançar essa graça através da obediência da Lei. A nação judaica perdeu o direito de ser a nação salva porque a buscou pelas obras, mas existia uma parte dela que recebeu misericórdia, porém, a maioria foi endurecida na incredulidade. 

 

Segunda-feira, 29/01: A Oliveira verdadeira.

Leitura Diária: Romanos 11:5-10

Cristo é a verdadeira Oliveira, que brotou da semente de Jacó, sendo Israel seus verdadeiros ramos, nós, gentios, fomos enxertados n’Ele e nos tornamos parte da Oliveira verdadeira. Paulo usa a imagem da oliveira para ilustrar essa eleição, destacando que os gentios são enxertados nela pela graça divina. Esse tema é fundamental para compreender a relação entre a soberania divina e a responsabilidade humana na salvação.

É destacado aqui que os gentios foram incluídos no povo de Deus pela incredulidade do povo dantes escolhido. Os judeus endureceram seus corações e a salvação chegou até os gentios por meio da misericórdia divina. Essa relação entre judeus e gentios é fundamental para compreender a visão cristã da unidade na diversidade.

Tudo isso não fere, de maneira alguma, a soberania de Deus na salvação. Paulo afirma que Deus é quem escolhe, chama, justifica e glorifica aqueles que são seus, e essa ênfase na soberania de Deus é fundamental para compreendermos a graça divina e a importância da fé como resposta humana à iniciativa de Deus.

Isso nos mostra que mesmo sendo escolhidos por Deus, temos o livre arbítrio em recusar, como fizera o próprio povo de Israel. Eles foram escolhidos, mas não atentaram para essa eleição, sendo então a maioria desse povo rejeitado por Deus, porque eles rejeitaram Deus primeiro.

Assim como Deus nos amou primeiro e nos escolheu, o homem é que rejeita Deus primeiro para assim ser rejeitado por Deus, porque preferem não aceitar a graça e misericórdia oferecida por Ele.

Na teologia paulina e na visão cristã do plano de salvação divino, em seu estudo cuidadoso, nos permite compreender melhor o significado e a profundidade desses temas, bem como aplicá-los em nossa vida cotidiana e na comunidade cristã.

 

Terça-feira, 30/01: A oportunidade a nação judaica.

Leitura Diária: Romanos 11:11-15

Como um corredor em uma corrida, a nação judaica tropeçou, mas não para ficar totalmente caída, e sua queda teve um propósito: trazer salvação aos gentios.

A oferta de salvação para os gentios, eventualmente, provocou o ciúme dos judeus (At 13:45-51). No livro de Atos, Paulo normalmente ia primeiro pregar nas sinagogas, mas então se voltava para os gentios após a rejeição judaica, e esse padrão continuou até o fim do livro de Atos (Atos 28:26-29). Tudo isso prova o que o Apóstolo estava escrevendo aqui em Romanos, ele mesmo tinha sido testemunho da rejeição dos judeus ao Cristo enviado por Deus. Essa recepção resulta em bênção para o mundo, pois a incredulidade deles trouxe riquezas para os gentios. (Is 2:2-4).

A mensagem aqui é profunda e complexa, mas, ela enfatiza que a misericórdia de Deus prevalece, mesmo quando a humanidade falha em cumprir seus propósitos. Deus sempre aproveita os deslizes de seu próprio povo para trazer graça ao mundo, e a partir disso, podemos extrair uma compreensão teológica da soberania de Deus e do seu amor incondicional. Além disso, esse capítulo também se relaciona com outros ensinamentos do Novo Testamento, e mostra a doutrina da salvação pela graça através da fé em Jesus Cristo.

Em resumo, a compreensão da eleição divina e da soberania de Deus na salvação, bem como a sua relação com a doutrina da salvação pela graça através da fé, nos proporciona uma visão ainda mais profunda do plano de Deus para a humanidade, e o papel que Israel e os gentios desempenham em sua história.

 

Quarta-feira, 31/01: A severidade e a misericórdia.

Leitura Diária: Romanos 11:16-24

Paulo também nos adverte a considerar a bondade e a severidade de Deus, dizendo que se Ele não poupou os ramos que eram naturais, quanto mais a nós que fomos enxertados. A oliveira era um símbolo da nação de Israel, e ela é usada por Paulo nessa seção como uma ilustração ou alegoria dos tratos de Deus com judeus e gentios.

Os patriarcas são representados pela raiz da árvore, e os gentios são enxertos da oliveira silvestre; os ramos cortados são os judeus incrédulos. Deus, por causa da desobediência dos verdadeiros ramos e a sua ineficácia em produzir os frutos esperado por Deus, decide que a Oliveira precisa de novos ramos que venham produzir. Os verdadeiros ramos não produziam porque não tinham fé, ou seja, negaram a fé que fazia deles a nação escolhida.

A salvação é pela fé e os gentios precisam ser humildes quanto à sua posição, porque não há espaço para o orgulho espiritual na salvação pela graça. Deus é poderoso para restaurar o povo judeu a uma posição de fé da qual eles nunca deveriam abandonar, como também é poderoso para levar gentios a crer assim como Israel. A salvação é sempre um milagre. Para o Senhor, não é mais difícil salvar um judeu do que um gentio, pois o mesmo sacrifício foi necessário para salvar tanto um quanto o outro.

Observe, portanto, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com os que caíram, mas bondade para com os que permanece. E a promessa para Israel é que se eles não continuarem na incredulidade, serão enxertados novamente, pois Deus é poderoso para enxertá-los de novo.

 

Quinta-feira, 01/02: O novo Israel.

Leitura Diária: Romanos 11:25-32

Em Sua misericórdia, Deus dá graça aos desobedientes: tanto aos gentios como aos judeus, porque ambos foram aprisionados pela própria desobediência de tal forma que não havia jeito de escapar.

Somente pela misericórdia divina é que encontramos o Caminho que faz com que nos livremos da condenação da desobediência, e isso vale tanto para judeu quanto para gentio.

Paulo usa a palavra “mistério” e este termo é usado para apontar algo desconhecido até que Deus revele a alguém, e neste caso, o mistério seria que a cegueira de Israel era importante para levar a salvação aos gentios. Portanto, os gentios não devem se orgulhar do que Deus fez por eles.

A passagem lembrada no versículo 26 é de Isaías 29:20-21, e no versículo seguinte, é mencionado Isaías 27:9, já no versículo 28, faz referências a Deuteronômio 7:8 e 10:15. Temos ainda uma referência importante a Números 23:19. O uso destes textos do Antigo Testamento é um chamado de Deus, para os israelitas a um retorno ao relacionamento sério e único com Ele, pois foi através deste povo que veio a salvação ao mundo.

Tudo isso mostra que os planos de Deus não mudaram e não mudarão, Ele está levantando um povo, que é o mesmo povo que dantes havia sido eleito, o Israel de Deus, porém agora não mais uma nação física, descendentes do sangue de Abraão, mas um povo único e que fora enxertado em Cristo, constituído de povos de todas as nações, inclusive do próprio Israel físico. Essa é a nação santa o povo adquirido de I Pedro 2:9. É o povo descendente de Abraão, agora pela fé, e pelo sangue de Cristo o seu verdadeiro descendente prometido.

 

Sexta-feira, 02/02: Frutos dignos de Cristo.

Leitura Diária: Romanos 11:33-34

Nos últimos versículos deste capítulo, Paulo conclui sua linha de raciocínio, de que a presente incredulidade de Israel não é argumento contra a verdade do evangelho; e então, ele é levado a exclamar maravilhado diante da sabedoria, do poder e do plano de Deus. Quem podia prever aquilo que Deus estava executando? Ele citou vários textos do Antigo Testamento para expressar os propósitos incompreensíveis do Eterno Deus.

Então vem um cântico maravilhoso: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que lhe seja recompensado? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém.”

Este capítulo é uma mensagem de esperança aos irmãos judeus que haviam rejeitado a Cristo, e um refúgio para os gentios que não conheciam a Deus, pois ele mostra que tanto os Israelitas, que haviam recusado a Deus, tinham a oportunidade de regresso, quanto aos gentios, que agora podiam alcançar a misericórdia divina, assim como havia acontecido com os judeus.

Apesar de a maioria dos judeus ter rejeitado a mensagem de salvação de Cristo, ainda havia um remanescente escolhido por Deus, e que o plano de salvação ainda estava em vigor, e isso trazia um grande conforto e encorajamento aos cristãos judeus que se sentiam desanimados e confusos.

Podemos perceber então que Paulo está preocupado em afirmar que Deus não se esqueceu do povo, e nem das promessas feitas a Abraão, mas que agora eles continuarão sendo o Povo de Deus, porém, não somente eles participarão desse privilégio que também era estendido para todos o que creem, não importando de que descendência vinham.

Agora, todos podem participar da mesma alegria de ser Povo de Deus, pois, não haverá mais diferença, Cristo morreu por todo mundo.

O capítulo oferece uma riqueza de aplicações práticas para a vida cristã, mostrando que, embora a salvação seja uma escolha pessoal, é Deus quem age concedendo a oportunidade a cada indivíduo pela Sua graça salvífica. Isso nos leva a confiar e depender completamente de Deus, em vez de tentar merecer a salvação por nossos próprios méritos. Se Deus não agisse na vida do ser humano, nem judeus e nem gentios poderiam confessar a Jesus como Senhor. Por isso, é preciso entendermos a importância da honra da verdadeira raiz da fé cristã, que se originou com o povo judeu. Não devemos nos esquecer dessa importância histórica e espiritual de Israel para nós, porque, apesar de sermos todos iguais perante Deus, foi através desse povo que Jesus veio ao mundo e nos trouxe a salvação; e agora, independentemente da nossa origem, devemos nos unir em amor e harmonia como membros do Corpo de Cristo, formando um novo Israel.

Mas, o ensinamento mais importante aqui, é que, como aqueles que alcançaram a graça imerecida de Deus, devemos viver vidas santas e agradáveis a Deus, em gratidão pela nossa salvação. Devemos buscar uma vida de obediência a Deus e crescimento espiritual contínuo, mostrando a nossa gratidão e amor por Ele. Lembremos do que aconteceu com o povo de Israel que foi desobediente a Deus e rejeitaram viver em Cristo uma vida de verdadeira Oliveira. Aqueles que permanece na produção dos frutos dignos de Cristo, serão preservados e continuarão, mas quem rejeitar a produzir o fruto verdadeiro serão cortados como aconteceu com Israel.

 

Sábado, 03/02: O Novo Israel.

Leitura Diária: Romanos 11:35-36

O capítulo 11 segue a linha de raciocínio de Paulo, traçando comparativos da salvação com o Antigo Testamento, a fim de mostrar que a rejeição de Israel fez com que Deus continuasse a história da nação santa, povo escolhido, incluindo nela pessoas de todas as tribos, raças e línguas, formando um só povo, e essa é a grande misericórdia de Deus para todos os povos.

Um dos versículos chaves deste capítulo, é o 32, pois mostra que Deus colocou todos debaixo da desobediência para usar sua misericórdia para todos, sem exceção. Isso faz parte do mistério de Deus e não cabe a nenhum de nós tentar explicar, ou até mesmo entender esse mistério, é Deus quem assim decidiu.

Uma curiosidade bíblica que vale a pena ressaltar nessa devocional, se encontra em Romanos 11:2-5, onde Paulo lembra dos dias de Elias, quando todo Israel rejeitou a bondade de Deus, mas sete mil israelitas a aceitaram; da mesma forma, nos dias de Paulo, a maior parte de Israel rejeitou o Cristo de Deus, mas uma pequena parte O aceitou. Nos dois casos, os que aceitaram são considerados os verdadeiros remanescentes do povo de Deus.

A graça de Deus não depende das obras dos homens, ela é um dom gratuito do próprio Deus, e é a base da salvação, oferecida a todos que creem em Cristo. No entanto, é necessário a fé para que ela seja eficaz na vida, tanto de judeu quanto de gentio.

 

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