Devocionais da Semana 12-18 de outubro de 2025

Devocionais da Semana

Domingo, 12/10: Uma carta de perseverança.

Leitura Diária: Hebreus 13:1

Chegamos ao último capítulo da Epístolas aos Hebreus, analisamos todo o Livro em nossos Boletins dominicais. Durante essas 13 semanas, que estivemos no propósito de avaliarmos esse tão brilhante Livro das Escrituras Sagradas, encontramos nele listas de mandamentos. Ele fala dos deveres sociais, deveres espirituais e faz recomendações pessoais.

Timóteo é mencionado, e isso faz com que muitos pensem que o Apóstolo Paulo é o autor da carta. Porém, a citação de Timóteo revela que o autor aos hebreus espera viajar com Timóteo, como quem vai aproveitar carona para ir até a igreja e ver os irmãos. E isto é diferente do Apóstolo Paulo que costumava enviar Timóteo até as igrejas.

Não tem como ler essa carta e não se apaixonar mais e mais pelo Senhor Jesus, pois ela é uma manifestação especial distinta de “amor”.

A Igreja de Jerusalém, à qual em parte essa epístola foi dirigida, é distinguida pela vivência da graça, e sabemos disso através do Livro de Atos dos Apóstolos. Estas instruções práticas conclusivas nos mostram como servir a Deus agradavelmente movidos pelo amor. Os destinatários da carta certamente exerciam com constância o amor fraternal, vivendo a graça de Cristo de forma plena; mas o autor temia que a ideia de retornarem de alguma forma ao judaísmo pudesse impedi-los de encorajarem uns aos outros na fé.

Essa epístola foi escrita, provavelmente, antes de 70 d.C., com a finalidade de incentivar a fidelidade a Cristo e à sua nova aliança mostrando que Ele é o novo, último e superior Sumo Sacerdote. Ela tem muita coisa parecida com os ensinos do Apóstolo Paulo, principalmente por causa do final do capítulo 13 onde finaliza com conselhos e exortações diversas sobre o bom proceder cristão diante de certas coisas. Fala do amor fraternal, da hospitalidade, dos líderes espirituais, do matrimônio, da vida sem avarezas e com contentamento, lembra dos que estão presos e sendo maltratados por causa da Palavra de Deus, nos exorta a que sejamos constantes no amor, na responsabilidade de guardar a fé e encoraja a perseverança.

 

Segunda-feira, 13/10: O amor fraternal.

Leitura Diária: Hebreus 13:2-3

Encontramos neste capítulo duas manifestações de “amor fraterno”, hospitalidade e cuidado por aqueles que têm laços, implicando que era um dever que todos eles reconheceram que tinham, mas que podem esquecer de agir conforme aprenderam. Os inimigos do cristianismo notaram a prática dessa virtude entre os cristãos, e esse era um exemplo que fora dado por Abraão e Ló (Gn.18:2; 19:1) que por agirem assim receberam até mesmo anjos em suas casas. Para evitar a desconfiança natural sentida por estranhos, Paulo diz que um hóspede desconhecido pode ser melhor do que parece, ele pode inesperadamente ser considerado um mensageiro de Deus para o bem, como os anjos são, além disso, o cristão representa o próprio Cristo. Há um jogo com a mesma palavra grega, “não seja esquecido” e “inconsciente”, significando: “não deixe o dever de hospitalidade para com estranhos escapar de você; pois, agradando estranhos, estes não perceberam que estavam agradando anjos”. Mostrando que, não inconscientes e esquecidas do dever, elas inconscientemente trouxeram para si bênção.

“Lembrai-vos dos presos”, não significa necessariamente daqueles que eram presos sendo merecedores por serem realmente digno de prisão (bandidos, assassinos etc.), apesar de termos o dever de orar por eles e tentar levá-los ao arrependimento, porém, esse texto se refere aos então perseguidos por causa da fé.

Os destinatários dessa carta deveriam também se lembrar dos enfermos e de todos que estivessem sofrendo na carne. “No corpo” não é uma referência ao corpo de Cristo, mas sim ao corpo físico das pessoas. Deveriam ter em conta, sempre, serem também vulneráveis a perseguições e sofrimentos similares.

 

Terça-feira, 14/10: O dever da fidelidade ao evangelho.

Leitura Diária: Hebreus 13:4-11

Esse trecho do capítulo começa falando que “O casamento seja tratado como honroso” essa colocação também é uma exortação, pois, o judaísmo e gnosticismo combinados estavam prestes a lançar descrédito sobre o casamento. O venerável Pafúncio, no Concílio de Nice, citou este verso para a justificação do estado matrimonial: “Se alguém não se casar, ele não deve impedir que outros o façam”.

A advertência contra a lascívia, é um contraste com os “prostitutos e adúlteros”. A maioria dos libertinos escapam da atenção dos tribunais humanos, porém, Deus toma conhecimento particular daqueles a quem o homem não pune. Ao falar sobre isso, o autor se volta para alguns problemas relacionados ao amor humano.

Para determinar a intenção completa deste versículo, um ponto gramatical deve ser resolvido. No original, em grego, o verbo é omitido e deve ser fornecido pelo leitor, como é comum no hebraico e no grego. Pode-se fornecer um verbo no subjuntivo: “seja o matrimônio”, e transformar a frase em uma exortação; ou pode-se usar um verbo no indicativo: “O casamento deve”, e passar a ser um imperativo, como ocorre, aliás, em algumas versões e traduções das Escrituras. O primeiro caso parece ser o mais adequado, uma vez que o contexto é de admoestação e o autor está levantando novo tópico de exortação. Além disso, sendo a primeira metade do versículo uma exortação, a segunda metade se adapta melhor. É este, assim, uma exortação de purificação, em vez de ser uma declaração contra o ensino ascético, que considerava as relações matrimoniais como sendo prejudiciais.

O ensino ascético era um sério problema naquela época; mas não parece ser o alvo de ataque do autor. Sua visão é que o casamento é nobre, e o leito matrimonial, imaculado, devendo ser mantido assim, e Deus julgará os que assim não o fizerem.

“Os que se dão à prostituição” são aqueles que fazem concessões, geralmente de modo excessivo e sem controle, aos desejos sexuais. Mas, os adúlteros aqui citados, são os infiéis aos seus votos matrimoniais. O amor da luxúria e o amor ao lucro seguem um ao outro tão próximo, ambos alienando o coração do Criador para a criatura. Para que os cristãos agradassem o coração de Deus e demonstrassem o amor à Jesus Cristo, além de fugirem dessas coisas, deveriam também observar deveres que lhes eram atribuídos por causa da fé que tinham em Cristo Jesus. Por esse motivo é que a avareza é tratada no último dos Dez Mandamentos (Êx.19:17), pois, essa atitude destrói a herança de uma pessoa no Reino (I Co.6:9-10), e impede de vermos o quanto somos realmente cuidados pelo Senhor.

“Não te deixarei, nem te desampararei”, esta citação é uma das mais enfáticas declarações no Novo Testamento. No grego, há duas negativas duplas, o que, traduzido equivaleria a nunca, jamais, te deixarei. Jesus usa o mesmo tipo de locução enfática para expressar, por exemplo, a certeza de vida eterna para o crente (Jo.10:28). Isso é uma promessa equivalente a que foi dada a Jacó (Gn.28:15), a Israel (Dt.31:6,8), a Josué (Js.1:5), a Salomão (I Cr.28:20), é, portanto, como uma máxima divina. O que foi dito a eles, também se estende a nós. Ele não retirará a Sua presença, nem a Sua ajuda.

A referência aos pastores, era para que observassem o resultado da maneira como viviam, ou seja, “Pensem em todo o bem que resulta da vida deles”, e imitai a fé deles. Mas, podemos observar que Jesus Cristo era o aporte da vida deles. Esses líderes espirituais deveriam também ver em Jesus Cristo a imutabilidade que o fazia eternamente santo. A natureza imutável do Filho é mencionada no início do livro (Hb.1:12). Se ontem Cristo deu Sua graça a todos os que confiaram nele, hoje, e eternamente, a graça de Cristo continua, agora e permanentemente, disponível para todos os que nele creem. O que o texto está ensinado é que, se formos confrontados com doutrinas que nada tem a ver com a verdadeira mensagem do evangelho, e que podem até distorcê-la ou contrariá-la, devemos ter cuidado para não sermos levados por elas. O dever de todo crente é seguir o que é ensinado pelos pastores que cuidam de levar a verdadeira doutrina da Palavra de Deus. Por isso é que o autor de Hebreus apresenta argumentos fortes na defesa do evangelho de Cristo e confronta a todos que pensavam em desviar desse caminho, voltando a origem judaica relacionadas a práticas rituais, sacrifícios e diversas leis que classificavam o que era limpo e o que era imundo.

 

Quarta-feira, 15/10: Pertencemos a um Reino Eterno.

Leitura Diária: Hebreus 13:12-15

Aqueles hebreus que se apegaram ao santuário terrestre são representantes de todos os que se apegam a esta terra. A Jerusalém terrestre provou não ser uma “cidade permanente”, tendo sido destruída logo depois que esta epístola foi escrita, e com ela caiu a política civil e religiosa judaica; um tipo de toda a nossa atual ordem terrena de coisas que logo perecerão. Tendo Cristo oferecido a si mesmo de uma vez por todas como o grande sacrifício da expiação, o único sacrifício que os cristãos podem agora oferecer é o de ação de graças, o fruto dos lábios que confessam o seu nome, e a misericórdia com a qual Deus se agrada.

Estar fora da porta era considerado uma desgraça para os judeus porque significava estar separado da comunidade. Mas o autor exorta seus leitores a saírem a Cristo, levando consigo sua injúria, sua desgraça. Na verdade, este chamado para sair a Cristo é uma forte conclamação a abandonarem o judaísmo. Qualquer um achado com Cristo, fora da porta da cidade, seria, naturalmente, considerado excluído da comunidade judaica. Os crentes não têm um lar permanente na terra, pois, buscam a cidade eterna, que é o eterno Reino.

Embora os sacrifícios do Antigo Testamento houvessem se tornado, com Cristo, obsoletos (Hb.8:13), os crentes poderiam e deveriam oferecer a Deus sacrifícios espirituais, entre os quais seu louvor, seus bens, sua vida (Rm.12:1,2). Os cristãos devem se lembrar das práticas básicas ética e moral no seu viver para Cristo. O sacrifício de louvor com os lábios (Hb.13:15) não é suficiente; deve haver também fazer o bem e comunicar, isto é, compartilhar uma parte de seus recursos, Gl.6:6) para os necessitados.

 

Quinta-feira, 16/10: Obediência e honra aos pastores

Leitura Diária: Hebreus 13:16-17

Novamente o texto nos lembra da obediência e honra que deve ser prestado aos pastores. “Pois eles vigiam pelas vossas almas”, como pastores de ovelhas acordados à noite conscientes da sua responsabilidade para com Deus pelo rebanho. Se o pastor for honrado pelo seu rebanho e valorizado, com muito mais alegria ele irá cumprir sua tarefa, ou seja, “vigiem com alegria, tendo no seu dever um deleite e não um fardo”, pois neste último caso, o rebanho sofreria.

Quando o texto diz: “aqueles que hão de dar conta delas” lembra da responsabilidade que cai sobre os ombros do pastor, ele terá que dar conta do seu serviço no dia do tribunal de Cristo (Rm.14:10-12).

 

Sexta-feira, 17/10: A “boa consciência” do cristão.

Leitura Diária: Hebreus 13:18-21

“Boa consciência” é aquela que não acusa quem a possui. Alguma coisa parece que impedia o retorno do autor à comunidade a que se dirige na carta, e à qual certamente devia pertencer, muito embora provavelmente não fosse o caso de prisão. Aqui é a primeira vez que ele menciona a si mesmo na carta, e de uma forma muito discreta.

A expressão “Deus de paz” é usada cinco outras vezes no Novo Testamento, e toda vez que era usada, algum tipo de dificuldade existia entre os destinatários da carta. É esse também o caso aqui: os leitores de Hebreus estavam pensando muito se deveriam abandonar o cristianismo e retornar ao judaísmo, por causa, certamente, do acirramento da perseguição aos cristãos. Então o autor apela para a boa consciência de cada um dos crentes, pois o Nosso Senhor Jesus Cristo é o grande pastor das ovelhas porque deu Sua vida por elas, conforme havia previsto (Jo.10:15); e continua a interceder por elas, sempre (Hb.7:25). O novo concerto é um concerto eterno; nunca será superado ou obsoleto, como o antigo (Hb.8:13). O propósito dessa bênção é que Deus nos pode aperfeiçoar. Não a perfeição que o autor declara antes, como resultado do sacrifício único de Cristo (Hb.10:14; 11:40), visto que aquela envolve a santificação do remido. A palavra para aperfeiçoar aqui, em Hebreus 13:21 dá mais a ideia de preparar ou equipar para uma tarefa. Ê necessário equipar-se para se poder permanecer firme.

 

Sábado, 18/10:Suportar a exortação.

Leitura Diária: Hebreus 13:22- 25

A exortação do versículo 22, se refere à própria epístola, é uma exortação de encerramento aos leitores para que não se afastem do Deus vivo (Hb.3:12), mas alcancem a maturidade (Hb.6:1) e permaneçam na fé até o fim (Hb.3:6,14). “Abreviadamente” é uma justificativa de não ser necessário uma carta mais extensa do que parece ter sido ou poderia ser. A saudação final é muito parecida com a característica de Paulo em cada uma das suas treze cartas, como ele mesmo diz, em I Co.16:21,23; Cl.4:18; II Ts.3:17.

O autor nos recorda de que o sacrifício de Jesus Cristo aconteceu fora da cidade de Jerusalém para santificar a humanidade, isso para ele significou humilhação e dor, para nós, no entanto é motivo de honra e alegria. A carta se encerra com algumas exortações, uma bênção e saudações. Esse encerramento se divide em duas partes: as exortações finais (13:1-19) e bênção e saudações (13:20-23). O Livro chama a atenção dos leitores a escutarem a exortação, pois não lhes tinha enviado senão algumas palavras. Ele quer que os Hebreus saibam bem que Timóteo tinha sido posto em liberdade. E ele próprio também já tinha sido livre da prisão e estava na Itália. Estas circunstâncias tendem a confirmar o pensamento que foi o Apóstolo Paulo quem escreveu a carta, embora não mude em nada a autoridade da própria Epístola, porque é o Espírito de Deus que por toda a parte dá a Sua própria autoridade à Palavra de Deus.

A lista de deveres sagrados apresentada nesta Epístola não era nada, comparada às milhares de regras criadas pela tradição judaica. Os líderes religiosos oprimiam o povo a seguir com rigor regras que nem eles mesmos conseguiam cumprir. O amor a Deus era recitado no “Shemá” (Dt.6:4-9) pela manhã e à noite, todos os dias, mas, de fato, não compreendiam a essência do que declamavam. O amor a Deus se expande no amor ao próximo e ambos precisam ser experimentais. Acolher, cuidar, respeitar, compartilhar, são a extensão do verbo amar. E foi para isto que fomos chamados. A santificação é um processo que envolve a purificação individual. Aquele que ama a Deus e é por Ele santificado, fará de tudo para alcançar todas as classes de pessoas. Este é o amor, fruto do Espírito Santo. O amor que transforma a própria vida e a vida de outros.

Precisamos entender que como crentes em Cristo, “não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. Portanto, seja a nossa vida um constante labutar revestidos da armadura de Deus (Ef.6:10). Mas não nos desviemos, jamais, do Centro de toda a Bíblia: Jesus Cristo. Sua vida de pureza, amor e obediência deve ser o nosso supremo Exemplo. Ele veio não somente para pagar o preço de nosso resgate, mas para nos ensinar a agradar a Deus (Jo.13:34). Certamente, se deres a Ele o seu coração, Deus lhe aperfeiçoará “em todo o bem, para cumprirdes a Sua vontade”. O que Jesus nos diz, como Sua Igreja, é muito simples de se entender.

“A graça seja com todos vós”.

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