Devocionais da semana 16-23 de fevereiro de 2025
Devocionais da semana
Domingo, 16/02: Saudação a Tessalônica.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:1
O Apóstolo Paulo começa esta carta
saudando a igreja em Tessalônica, citando dois personagens importantes: Silvano
e Timóteo. Silvano, que é o mesmo Silas, esteve com Paulo, em sua segunda
viagem e juntamente com Timóteo, ajudou a plantar a igreja naquela cidade. A
carta segue o formato habitual de cartas antigas, apresentando primeiro o
escritor, em seguida, o destinatário e, por fim, dando uma breve saudação. Nos
parece que Silas e Timóteo ajudaram na redação.
Depois que Paulo se separou de Barnabé
(At 15:36-40), Silas tornou-se seu novo companheiro na segunda viagem
missionária e talvez tenha trabalhado como seu secretário. Ele era líder da
Igreja em Jerusalém e acompanhou Paulo e Barnabé a Antioquia para transmitir o
decreto do Concílio de Jerusalém (At 15:22,23), também ajudou a plantar a
Igreja em Tessalônica (At 17:1-4), e foi açoitado, com Paulo, em Filipos (At
26:22-24). Timóteo também estava com Paulo na segunda viagem missionária, e era
considerado como um filho do Apóstolo que o amava muito (At 16:3; I Tm.1:2).
Esta carta é uma resposta ao relato de
Timóteo acerca da Igreja em Tessalônica. Observe que Paulo se dirige aos
cristãos daquela cidade como um Corpo, e não como cristãos individuais. Na
Igreja primitiva, a crença em Cristo sempre levou ao ajuntamento de cristãos,
constituindo-os em “o Corpo de Cristo” (At 2:42-47; II Co 12:27).
A expressão “graça e paz tenhais”,
embora similar a saudações comuns, expressa de forma eloquente os principais
conceitos da fé cristã. A palavra graça significa favor e bênção imerecidos, e
a palavra paz, que equivale ao termo hebraico shalom, descreve a relação que os
cristãos têm com Deus e que devem cultivar com outras pessoas.
A ordem dos dois termos na saudação
sempre é mantida no Novo Testamento, uma vez que a graça de Deus é a única base
para a paz de Seu povo.
Esse primeiro capítulo é um dos mais
inspiradores e reconfortantes da Bíblia, e nos leva a refletir sobre o impacto
transformador do evangelho em uma comunidade. Imagine receber uma carta de um
dos maiores apóstolos da história, elogiando sua fé, amor e perseverança. Foi
exatamente isso que aconteceu com os tessalonicenses. Em apenas dez versículos,
Paulo revela o poder do evangelho, o papel do Espírito Santo e a força do
testemunho cristão.
Mas o que torna essa carta tão relevante
para nós hoje? Ela nos ensina como a fé ativa, o amor sacrificial e a esperança
perseverante dos tessalonicenses podem inspirar nossa caminhada cristã.
Segunda-feira, 17/02: Agradecimento e
oração a Deus.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:2
Paulo costumava agradecer a Deus pelos
destinatários de suas cartas e orava por eles ou dizia que eles estavam em suas
orações. A única exceção é a carta aos Gálatas, na qual Paulo fez uma forte
repreensão.
Seguindo o padrão ele entrega aqueles
irmãos em oração a Deus, bem como à pregação do evangelho. Como em outras
cidades, eles também haviam sofridos dores de parto para dar à luz a Igreja em
Tessalônica, e essa jovem igreja estava profundamente arraigada no coração.
O apóstolo então inicia sua carta com a
saudação calorosa e cheia de significado, e destaca a conexão profunda entre
ele, Silvano (Silas) e Timóteo com a igreja em Tessalônica, afirmando que:
“Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações”.
Ele ressalta sua gratidão pela expressão da fé e amorosos trabalhos dos irmãos
tessalonicenses. Essa ação de graças é um reconhecimento importante das boas
obras dos fiéis, e serve para encorajá-los a continuar nesse caminho.
Esse início nos ensina a importância de
reconhecer a obra de Deus na vida de outros cristãos. Paulo sabia que a igreja
não era fruto apenas de seu esforço missionário, mas da ação poderosa de Deus.
Terça-feira, 18/02: Fé, amor e
esperança.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:3
Paulo elogiou os tessalonicenses por seu
trabalho de fé, seu esforço de amor e sua perseverança na esperança. Mais
adiante, ele destacou que estas três virtudes tinham especial importância para
a comunidade cristã. O trabalho e obra deles estava evidente no fato de que o
evangelho se espalhara não só em sua província, a Macedônia, como também na
Acaia, a província vizinha. A paciência deve ter sido especialmente necessária
em meio à perseguição.
A vívida lembrança que Paulo tem da
excelência espiritual dos tessalonicenses leva o apóstolo a usar pela primeira
vez a tríade: fé, amor e esperança, que apresenta a causa imediata e a essência
das orações incessantes deles. Observe que não são somente as virtudes que
chamam a atenção do apóstolo, mas o modo como estão voltadas para Cristo. A fé
dos cristãos em Tessalônica havia produzido o verdadeiro arrependimento. Quando
se voltaram para Deus, eles abandonaram os ídolos.
Note que Paulo vê o arrependimento dos
tessalonicenses como consequência da fé deles, não o contrário. O amor daqueles
irmãos por Cristo resultou em serviço em meio à perseguição. Observe o
contraste entre obra e trabalho. Enquanto a obra pode ser agradável e
estimulante, o trabalho muitas vezes implica um esforço tão árduo a ponto de
chegar à fadiga e até a exaustão.
“o trabalho que resulta da fé, o esforço
motivado pelo amor e a perseverança proveniente da esperança em nosso Senhor
Jesus Cristo”. Essas qualidades não eram meras palavras; eram evidências
práticas de uma vida transformada pelo evangelho. A fé os levava a agir, o amor
os impulsionava a servir e a esperança os sustentava em tempos de adversidade.
Esse padrão de vida é um chamado para todos os cristãos. A verdadeira fé se
manifesta em ações concretas; o amor genuíno se revela em sacrifício, e a
esperança firme nos dá força para perseverar.
O exemplo dos tessalonicenses nos
desafia a refletir: como nossa fé, amor e esperança estão moldando nossas ações
diárias? Assim como Paulo dava graças a Deus pela vida daqueles irmãos, podemos
viver de forma que nossa caminhada cristã inspire outros.
Quarta-feira, 19/02: Eleitos em Cristo.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:4
Apesar de ter elogiado os
tessalonicenses por seu trabalho, Paulo os lembrou de que foi Deus quem os
escolheu e que eles eram amados por Ele. Sua oração de graças não fora somente
pelas boas obras resultantes da fé dos tessalonicenses, mas, o mais importante,
pelo que Deus havia feito por estes: Deus os havia escolhido para ser Seu povo
santo.
A base espiritual da comunidade
tessalonicense, na visão de Paulo era: “Sabemos, irmãos, amados de Deus, que
ele os escolheu”. A escolha divina não é um conceito novo, pois, desde o Antigo
Testamento, vemos que Deus separa um povo para Si (Dt.7:6-7). No Novo
Testamento, essa eleição se torna ainda mais evidente, como em Efésios 1:4-5,
onde Paulo explica que fomos escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo,
ou seja, aqueles irmãos foram eleitos, bem como nós também, porque aceitamos
trilhar o caminho pré-determinado por Deus desde a fundação do mundo (Ef.1:4).
Quinta-feira, 20/02: O poder do
Evangelho.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:5
O evangelho é mais do que uma mensagem
de palavras, ele é a mensagem que vem com poder e no Espírito Santo. O
significado básico de evangelho é “boas novas”, e era comum Paulo especificar
ainda mais dizendo que este evangelho não era qualquer boa notícia, e sim a boa
notícia que veio de Deus.
Apesar da igreja de Tessalônica ter sido
fundada em meio a muita aflição e perseguição, a mensagem foi recebida
calorosamente com a alegria que vem do Espírito Santo. O fato de Deus estar
agindo ali também era evidente, pois Paulo e Silas só tinham conseguido ficar
ali pouco tempo antes de serem obrigados a sair, e mesmo assim a igreja nasceu
e floresceu (At 17:1-9).
Paulo não define sua mensagem do
evangelho neste momento, mas pregou-o de modo claro quando esteve com eles. Por
três semanas ele disputou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando
que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos (At 17:2,3). A
mensagem de um Cristo crucificado era muito diferente das expectativas
messiânicas que Paulo tinha em sua própria instrução como fariseu.
Os judeus daquela época não estavam à
procura de um salvador sofredor, mas de um herói conquistador. Portanto, Paulo
teve de demonstrar por meio das Escrituras do Antigo Testamento que os profetas
haviam prenunciado o sofrimento, a morte e a ressurreição do Messias. Ele não
deixou de usar as Escrituras de um modo cuidadoso, preciso e persuasivo em suas
pregações.
Contudo, ele percebeu que, não fosse a
obra de convicção do Espírito Santo, ninguém poderia ou iria voltar-se para
Cristo (Jo.16:8). Mas, com a bênção de Deus, a pregação de Paulo convenceu
alguns dos judeus na sinagoga, também uma grande multidão de gregos religiosos
e não poucas mulheres distintas (At.17:4).
O poder do Evangelho não está limitado
ao contexto de Tessalônica, ainda hoje, ele continua sendo “o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê” (Rm.1:16). Além disso, Paulo destaca
sua integridade ao dizer: “Vocês sabem como procedemos entre vocês, em seu
favor”. A vida dos pregadores corroborava a mensagem pregada, algo essencial
para qualquer ministério eficaz. Esse trecho nos lembra que a verdadeira
pregação do evangelho sempre deve ser acompanhada de poder espiritual e uma
vida que reflete os princípios de Cristo. Isso nos desafia a não apenas
proclamar a verdade, mas vivê-la de forma autêntica.
Sexta-feira, 21/02: Imitadores de
Cristo.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:6-9
A resposta dos tessalonicenses ao
evangelho foi tão impactante que Paulo os descreve como imitadores de Cristo e
dele próprio. Essa imitação não ocorreu em circunstâncias fáceis; eles
receberam a palavra “apesar de muito sofrimento, com alegria que vem do
Espírito Santo”. Isso demonstra que a alegria cristã não depende das
circunstâncias externas, mas é uma obra do Espírito.
A fé dos tessalonicenses e a mensagem do
evangelho se propagaram por toda a Macedônia e Acaia. Estas províncias romanas,
Macedônia no Norte e Acaia no Sul, compõem grande parte da Grécia atual. Nos
tempos do Antigo Testamento, estas províncias incluíam cidades importantes,
como Filipos, Atenas e Corinto. Tessalônica era a capital da Macedônia e era
uma cidade portuária que ficava na movimentada Via Egnatia.
Os que viam a vida virtuosa e a fé
persistente dos cristãos tessalonicenses espalhavam a Palavra de Deus por toda
a região. O mesmo havia acontecido na igreja de Jerusalém (At 6:7); ou seja, a
vida cristã plena daqueles irmãos estava causando um impacto nas pessoas que
viviam na cidade e passavam de viagem por ela. Parece que a estratégia
missionária de Paulo deu certo. Ele evangelizou as principais cidades na
expectativa de que o evangelho se espalharia dali para as regiões vizinhas. O
pano de fundo predominantemente gentio de Tessalônica fica claro na adoração
dos ídolos sem vida, que eles deixaram a fim de servir ao Deus vivo e
verdadeiro. O efeito do evangelho foi tão poderoso na vida daqueles irmãos que
eles se tornaram exemplos para toda aquela província, da qual sua cidade era a
capital. Essa propagação do evangelho é um reflexo do que Jesus ordenou em
Mateus 28:19-20: “fazer discípulos de todas as nações”.
A vida dos tessalonicenses mostra que
cada crente tem o potencial de ser um canal de bênçãos, levando a mensagem de
Cristo a lugares que talvez o apóstolo nunca alcançasse pessoalmente. Nosso
desafio é viver de forma que nossa fé não apenas fortaleça nossa própria
caminhada, mas também inspire e edifique outros ao nosso redor.
Sábado, 22/02: A esperança da glória.
Leitura diária: I Tessalonicenses 1:10
Paulo encerra o capítulo destacando o
impacto transformador do evangelho na vida dos tessalonicenses, e afirma:
“Vocês se voltaram para Deus, deixando os ídolos a fim de servir ao Deus vivo e
verdadeiro”. A conversão genuína era visível e testemunhada por todos.
A verdadeira conversão fez com que, enquanto suportavam as perseguições, os tessalonicenses também aguardavam o Filho que viria dos céus e que os livraria da ira que há de vir: Jesus. Essa esperança aponta para o futuro, quando Cristo voltará, trazendo redenção final para os crentes e juízo para os ímpios (Mt.24:30-31). Essa combinação de serviço presente e esperança futura é central para a vida cristã. Vivemos hoje com propósito, sabendo que nossa verdadeira recompensa está no porvir. O exemplo dos tessalonicenses nos desafia a servir com zelo e a esperar com confiança o glorioso retorno de Cristo.
As lições que podemos aprender nas devocionais desta semana são: A importância de vivermos uma vida de fé genuína e de amar uns aos outros como Cristo nos amou; o desafio que temos em sermos testemunhas eficazes do evangelho em nosso próprio contexto; a importância de vivermos com a perspectiva da eternidade em mente e de nos prepararmos para a segunda vinda de Cristo; o evangelho tem o poder de transformar vidas e nos desafia a vivermos de acordo com os princípios do Reino de Deus; e o incentivo que temos em servir ao Senhor com dedicação e alegria, mesmo diante das adversidades que possamos enfrentar.
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